Multifacetado

0comentário

Pop Music Festival é o evento que ocorrerá no dia 13 de março em Porto Alegre; dia 16 em Brasília; e 19 em São Paulo. Além da cantora colombiana Shakira, que já havia sido anunciada no ano passado como a principal atração, o festival receberá o DJ Fatboy Slim, a banda norte-americana Train, os brasileiros do Chimarruts e o cantor Ziggy Marley.

Está em processo de finalização de seu próximo álbum, prepara uma mostra que vai rodar o mundo homenageando Bob Marley — em maio faz 30 anos da morte do cantor — e lança em abril uma HQ que promete causar polêmica.

Criada em parceria com o escritor Joe Casey e com ilustrações de Jim Mahfood, “Marijuanaman” conta a história de um super-herói vindo de um planeta em que a THC (tetraidrocanabinol) está em extinção. Em razão disso, Marijuanaman busca evitar a destruição dos campos de maconha da Terra, que tem como vilão da vez a empresa farmacêutica Pharmexon.

“Ele surgiu para defender essa planta, defender a natureza e tentar desmistificar as mentiras e a antipropaganda que a sociedade faz sobre ela. É a planta mais benéfica que existe na face da Terra”, explica o músico, por telefone, em entrevista exclusiva ao G1 – no Brasil, a maconha não é legalizada.

Além do super-herói nada convencional, Ziggy falou ainda sobre música, sua relação com a obra do pai (“Procuro sempre proteger seu legado”) e suas expectativas sobre as apresentações no Brasil, que incluem também o Rio de Janeiro (“Será o melhor show que já fiz no Brasil”).

G1 — Você já se apresentou no Brasil algumas vezes. Teve a oportunidade de conhecer um pouco da nossa música durante essas viagens?

Ziggy Marley — Sempre ouvi música brasileira, mas não consigo me lembrar de um nome específico agora. Eu simplesmente ouço os discos. O Brasil tem grandes músicos.

G1 — Você chegou a ser influenciado por algum artista brasileiro?

Ziggy — Sim, mas é importante que eu diga uma coisa. Fui influenciado não só pela música brasileira, mas por música de muitas outras procedências, como da África, por exemplo. Estão todas no meu sangue, de toda a parte.

G1 — No próximo mês de maio, a morte de Bob Marley completará 30 anos . Depois de todo esse tempo, você acha que suas mensagens foram absorvidas?

Ziggy — Sim, acho que suas mensagens sobre amor, paz e compreensão foram bem entendidas, tanto pelas pessoas quanto por outros músicos. Acho que isso demonstra, acima de tudo, respeito à obra do meu pai.

G1 — Você pretende organizar algum tipo de evento em sua memória? Talvez um show?

Ziggy — Um show não, mas faremos algo sim. Vamos levar a mostra “Life of Bob Marley”, que ficou em exposição no Museu do Grammy, em Los Angeles, no ano passado, para viajar ao redor do mundo. Será uma celebração não só de sua obra, mas de sua vida. Começaremos a viajar em maio.

G1 — O que você acha do lançamento de produtos póstumos e do uso da imagem de Bob Marley hoje em dia?

Ziggy — Existem coisas que eu vejo, mas não gosto. Sobre outras, acho OK. Procuro sempre proteger seu legado, mas, às vezes, é difícil fazer essa avaliação e controlar tudo o que é lançado. Temos que tomar cuidado para não comercializar Bob Marley demais. Mas a minha maior luta é no sentido de preservar sua obra da forma como ele gostaria de mantê-la. E os maiores problemas que encontro são justamente neste aspecto.

G1 — Em julho do ano passado, você apresentou os quadrinhos “Marijuanaman” durante a feira de cultura pop Comic-Con, nos EUA. O super-herói extraterrestre busca evitar a destruição dos campos de maconha da Terra. Como surgiu a ideia?

Ziggy — Não tive a ideia sozinho (o personagem é uma parceria com o escritor Joe Casey e o ilustrados Jim Mahfood), mas ele surgiu para defender essa planta, defender a Natureza e tentar desmistificar as mentiras e a antipropaganda que a sociedade faz sobre ela. É a planta mais benéfica que existe na face da Terra. Gostaria de poder utilizá-la em benefício do mundo. Porque conheço essa planta. Sei que ela pode ser muito útil ao planeta, não só através de seu uso farmacêutico, mas também industrial. Fazer o bom uso da maconha é algo que pode vir a beneficiar a todos na Terra.

G1 — Não teme que o personagem influencie as pessoas com relação ao uso de drogas?

Ziggy — Mas não é uma história sobre drogas, é sobre uma planta. Não se trata de cigarros, álcool ou nada produzido em uma fábrica. É sobre algo que se planta, que existe na Terra há milhares de anos. Repito: é uma planta, não é uma droga. Isso não tem a ver com o uso de drogas.

O que a gente apoia são os diferentes usos desta planta. O tabaco também é uma planta. No entanto, as pessoas o transformam em cigarro. E um um monte de gente morre de câncer por causa disso. E outras tantas pessoas morrem por causa de bebida alcoolica.

G1 — Tem planos de lançar um novo trabalho na música?

Ziggy — Sim, inclusive estou no estúdio neste momento finalizando “Wild and free”, meu próximo disco. Ainda estamos definindo quando será o lançamento, mas acontecerá ainda neste ano.

G1 — Vai tocar algumas dessas novas canções no Brasil?

Ziggy — Essa é uma boa pergunta. Ainda não sei. Acho que vou deixar as novas canções para uma próxima vez. Mas pessoas no Brasil vão poder ouvi-las muito em breve. Acho que este será o melhor show que já fiz no Brasil.

G1 — Talvez volte com sua antiga banda, o Melody Makers…

Ziggy — Não tenho nada planejado quanto a isso, mas é uma boa ideia. Não posso afirmar nada agora, mas é uma possibilidade.

Sem comentário para "Multifacetado"


deixe seu comentário

Twitter Facebook RSS