Eterno entusiasta da arte popular

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Morreu na madrugada deste domingo o idealizador do bumba meu boi de Sobradinho, Seu  Teodoro Freire. Ele tinha 91 anos e foi vítima de parada cardíaca. Seu  trabalho de cultura popular foi reconhecido como patrimônio imaterial do Distrito Federal e em 2006 o mestre foi premiado com a Ordem do Mérito Cultural, quando recebeu a láurea de comendador pelo então presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, em cerimônia no Palácio do  Planalto.

O governador Agnelo Queiroz lamentou a perda. “A cultura do Distrito Federal fica mais pobre com a perda do mestre Teodoro.  Era um entusiasta, um ícone da cultura brasileira que manteve vivo um pedaço da tradição maranhense, da cultura popular no DF. A continuidade de sua obra é de responsabilidade de todos nós. Meus sentimentos à família e a todos que o admiravam e tiveram a honra de conviver com o Mestre Teodoro”, destacou Agnelo Queiroz.

Atitude & Ousadia

Lá pelos anos 80, quando morei em Brasília, tive o privilégio de conhecer o Seu Teodoro Freire, por intermédio dos meus familiares, especialmente pelo tio e padrinho Benedito Guterres, [in memoriam], que brincava no bumba boi de Seu Teodoro e atuava como um dos cantadores da brincadeira. E o que me chamava atenção no velho Teodoro era o jeito franzino, a humildade e a decisão que tomou ao deixar o município de São Vicente de Férrer, localizado na Baixada Maranhense, há 280 Km de São Luís, para se tornar um embaixador da cultura Popular do Maranhão na capital federal. Um predestinado. Um desbravador. Um líder. Um voluntário social.

Seu Teodoro não apenas difundiu a riqueza cultural maranhense além do Estreito dos Mosquitos, mas também carregou para Brasília centenas de conterrâneos que foram morar, construir famílias, além de dar sua parcela de contribuição na capital de todos os brasileiros e da humanidade, criada pelo presidente Juscelino Kubistchek, arquitetada por Oscar Niemeyer e Lúcio Costa, em 21 de abril de 1961.

O Centro de Tradições Populares, em Sobradinho, o Distrito Federal, o Maranhão e o Brasil perderam mais um entusiasta da arte e que deixa para nós como lição de vida a perspicácia, atitude e ousadia quando se quer construir uma autêntica e singular história.

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