Faltou 'Upground' no Metal Open Air

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Não tive acesso diretamente ao Metal Open Air, mas procurei acompanhar tudo o que estava acontecendo sobre o eventos nos portais locais e de fora, assim como procurava ficar informado com chegados que compraram ingressos.  E todas as opiniões convergem para o descaso. Falta de estrutura, debandadas das bandas por não cumprimento de contratos, troca de acusações entre os organizadores do evento e xingamentos por parte de quem pagou e não viu a festa acontecer. Esse foi o cenário vivenciado e que resultou no cancelamento, neste domingo (22), do Metal Open Air (MOA), que ainda chegou a acontecer sexta (20) e sábado (21), no Parque Independência, em São Luís.

 

Roqueiro desesperado ao ver palco do MOA desmontado pela organização. Foto: Divulgação

Bom Senso

Em uma publicação no Blog sobre o MOA, eu me referia da grandiosidade do festival e que ele representava em termos econômicos, turísticos, como fomentador de emprego e renda, destacando, ainda, o fato dele acontecer no momento em que a cidade respira os seus 400 Anos. Seria a oportunidade de legitimar São Luís na rota dos grandes festivais, entre outros eventos do ‘show business’.

No meio dessa reflexão, havia uma preocupação e desconfiança. Preferi o silêncio para que não dissessem que estava na contramão do otimismo de quem acreditava que seríamos capazes.

Cheguei a comentar da sintonia entre quem organizava o evento, o Poder Público e a iniciativa privado. Sentia um certo distanciamento. Nenhuma aproximação.

E a revelação veio quando um turista de São Paulo, que comprou um ingresso de valor exorbitante para vir ao festival, e ao chegar no Parque Independência não tinha sinalização indicando o local. “Cadê a sinalização.Parece que eles fizeram o evento só para quem mora aqui,”  desabafou o jovem rapaz ao ser entrevistado pela equipe de reportagem da TV Mirante.

Eu me perguntava de quem é a culpa ? dos organizadores que não dialogaram com a autoridade competente da área do trânsito ou vice-versa. Não cabe aqui julgar, mas prefiro me colocar em defesa do consumidor lesado.

Desconfiança

Eventos dessa natureza têm que acontecer com muito profissionalismo. Eram bandas do mundo inteiro envolvidas com o festival. Seria necessário envolver a todos na cidade. Mesmo aqueles que não têm noção do significado gênero heavy metal. Pra quem não sabe, uma religião pra quem gosta.

E a maior prova é que gente de todos os cantos do Brasil vieram conhecer São Luís, desfrutar dos shows e de tudo o que havia sido prometido pelos organizadores, mas nada foi cumprido. O resultado foi o fracasso e o cancelamento do MOA.

O Mico

Um festival grandioso que virou um fiasco. O que serviria de visibilidade para uma São Luís quase quatrocentona também tornou-se um pesadelo. Pois, a cidade também paga o pato e as notícias negativas espirram sobre ela. Não é toa que a mesma tem sido alvo de chacotas e piadas de mau gosto nas redes sociais. Tudo por conta da irresponsabilidade alheia.

Estilo de Vida

Oh ! caras pálidas, o Heavy Metal, não pode ser conceituado mais como uma música de garagem. É claro, que o rock tem o seu jeitão de rebeldia, o poder revolucionário, mas é um estilo de vida. Estilo de vida esse que não se opõe aos modelos de uma sociedade capitalista e consumista. A maior prova disso, que as bandas que cancelaram suas apresentações no festival alegam que não vieram por falta de pagamento. E o público que se deslocou do estado de origem para prestigiar o evento investiu para chegar até aqui. Portanto, reivindicam com justiça o dinheiro de volta.

Equívoco

Os organizadores do Metal Open Air acabaram se equivocando ao dizer em entrevista coletiva que iriam quebrar paradigmas em São Luís. O retrato do descaso e da falta de profissionalismo detectado faz entender que o festival foi concebido no melhor estilo ‘underground’, o que significa estar morto. Portanto, faltou ‘upground’ na festa ! 

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