Bem ou mal, São Luís merece ser festejada…

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Acessando as redes sociais tenho acompanhado a velho  debate e a antiga insatisfação de alguns artistas locais sentido-se desprestigiados por não terem o nome citado na programação oficial do aniversário dos 400 Anos de São Luís. Um outro assunto batido a ser refletido por alguns internautas na rede é o fato de se organizar uma festa numa cidade com muitos problemas de ordem social.

Resolvi interagir opinando por itens. Primeiro, o problema do músico que se sente desvalorizado em seu próprio território é eterno. Parece complexo, mas simples de um entendimento. Primeiro, esse tipo de reclamação é visto em qualquer lugar. Brasília quando completou 50 anos, os artistas locais fora do ‘mainstream’, sentindo-se à margem, chiaram barbaridade porque o Governo do Distrito Federal contratou gente de fora e famosa para tocar. A mesma coisa acontece com as chamadas pratas da casa no Rio de Janeiro, em São Paulo, em Pernambuco, na Bahia, no Rio Grande do Sul. É aquilo que chamo de ‘Apartheid’ regionalizado e dos que se sentem eternamente excluídos. É normal todo mundo querer compartilhar da festa.

Entendo o lado do artista local e independente. Afinal é o aniversário da cidade e todo artista se sente parte integrante desse momento ímpar. Que tal usar o bom senso e perceber que vivemos num universo midíatico, na era da internet, onde as redes sociais se convergem, ninguém tem mais identidade. É dever que o bairrismo fique de lado nos tempos atuais e cada qual procurar situar-se como cidadãos daqui, de acolá, de qualquer lugar, lógico, sem esquecer as origens.

E quanto os problemas sociais, concordo que [eles] existem e existirão, mas não se traduzem e tampouco se resolverão numa simples celebração de 400 Anos. Assim como o problema do músico local que se sente injustiçado, as mazelas que afligem essa ilha precisam de discussões mais aprofundadas, engajamento e ações concretas de todos os envolvidos no sonho de processo de mudança desse ‘status quo’, que gera a insatisfação cidadã.

Bem ou mal, e se o ‘Panis is ‘et Circense’ or not, São Luís precisa no máximo ser festejada pelo Poder Público (seja ele municipal ou estadual) e por todos [nós]  ludovicenses e que de veio de fora para morar aqui [independente de que lado estamos]. Que venha Gilberto Gil, Ivete Sangalo, Zeca Pagodinho, Zezé di Camargo e Luciano, Rita Benneditto, Orquestra Sinfônica Brasileira, Grupo de Teatro da Itália, de Pequim, do Urbesquistão, Kazaquistão, da Islândia e a música local, por favor !

Enfim, não disseram por aí que somos uma aldeia global em que a realidade constata diferenças entre um ser e outro ? Portanto, é preciso maturidade para tentar entender a tal teoria e acreditar que cada qual deve fazer a sua parte sem definir o outro como problema…

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