A primeira noite da quarta edição do Festival Back2Black foi marcada por muita ‘Kizomba”. E lá estava [eu] conferindo todos os detalhes da festa/movimento. Mais de 6 mil pessoas, entre gente da televisão e da música. Luana Piovani, Natália Lage, Elza Soares, o casseta Cláudio Manoel, a cantora maranhense Rita Benneditto, Caetano Veloso, Maria Gadú, Ana Carolina e Marcelo D2, e outros desencanados, presentes na Estação Leolpodina, zona portuária do Rio de Janeiro, para degustar Black Music em vários tons.
Samba, Semba, Kuduro, Hip Hop, Soul, R&B, Ciranda, Coco, Frevo, Maracatu, Afrobeat. O Back2Black explora as influências africanas fazendo a ponte do passado e presente, legitimando a linguagem universal da música. O que se viu é que a plateia comprou ingresso priorizando o soul e hip hop das cantoras Nneka e Lauryn Hill e acabou descobrindo uma negadinha bacana que faz som no continente africano.
É maravilhoso ver as raízes africanas representadas por um hibridismo tão grande de artistas, de países tão diferentes. Martinho da Vila abriu à noite e constatou que essa celebração é possível. Como um autêntico mestre de cerimônia soube misturar samba com semba e chamar para o palco os baianosVirginia Rodrigues, Riachão e os africanos Manecas Costa ´(Guiné-Bissau) e Tito Paris (Cabo Verde), além da flha Martn´ália. Apenas a configuração do som no momento da apresentação dele deixou a desejar.
O festão não pára por aí, além do que rolava em um palco B, com shows do grupo carioca Novíssimos, o pernambucano Siba e o animado grupo congolês Jupiter & Okwess International, que esteve presente na versão londrina, realizada entre os dias 29 e 1 de julho deste ano, a cantora nigeriana Nneka fez a festa com a casa já lotada.
A artista que já foi chamada de a ‘Lauryn Hill da África” fez um show em que valorizou a crítica social em músicas inseridas em três discos. Acompanhada de uma banda com cinco músicos, fez o público dançar.
A principal atração da noite, Miss Lauryn Hill entrou por volta de 2h da manhã. Antes o público delirou com o ‘freestyle’ dançante do ‘deejay’ integrante a banda de Hill. O cara fez um passeio pelo raggamuffin de Damian Marley, Dee-Lite e até o ‘single’ do Gotye rolou em seu ‘set’.
Um aperitivo que deixou todo mundo pilhado para receber a dama da noite. Laury Hill cantou as conhecidas do grande público que foi ao delírio.
Um aperitivo que deixou todo mundo pilhado para receber a dama da noite. Laury Hill cantou as conhecidas do grande público que foi ao delírio.
A cantora também lembrou o Dia da Consciência Negra, e chamou ao palco Gabriel O Pensador para traduzir sua canção/poema intitulada “Black Rage” (“Fúria Negra”, em português), um grito contra a opressão dos negros no mundo inteiro. “Fúria negra é fundada naqueles que nos serviram autoflagelo. Mentiras, abuso… traição espiritual”, enumerou. “Quando o bicho pega, me lembro de todas estas coisas e não temo”, completou o Pensador.
Mais ‘groove’
Um vagão da antiga estação de trem da Leopoldina também chamava a atenção do público. Batizado de Vagão da Petrobras, o espaço era reservado para quem quisesse se inscrever e cantar com uma banda do evento. Em um outro vagão funcionava a Rádio África cheia de ‘groove’ para animar a galera. A festa continua neste sábado (24) e domingo (25).