Taryn Szpilman: o canto que vem do berço

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lencois7tarynvert2O canto de Taryn Szpilman vem de berço. Seu pai, Marcos Szpilman, liderou uma das mais tradicionais Big Bands de Jazz em nossa terras, a Rio Jazz Orchestra. A voz é seu instrumento e sua presença de palco realmente faz a diferença. Taryn é teatral, é performática, é intensa, e esses adjetivos só complementam uma das mais belas vozes da nossa música, que, para nossa alegria, seguiu na escola do Blues e do Jazz.

O público que for ao Lençóis Jazz e Blues Festival, neste sábado (10), será presenteado com toda a interpretação e emissão vocal da herdeira da família do pianista Wladyslaw Szpilman (personagem do filme “O Pianista”, de Roman Polanski).

A artista que se apresenta pela quinta vez consecutiva no Lençóis Jazz e Blues Festival conversou com o jornalista Pedro Sobrinho, onde falou da participação do Rock In Rio, em 2011, e do convite para tocar na nova versão do festival, em setembro,m no Rio de Janeiro.

Quando o assunto é São Luís, Taryn disse, que ao chegar na cidade, já se sente em casa. No bate papo, a artista declara, ainda, que trouxe a Rio Jazz Orchestra para celebrar com o público os 40 anos da big band formada pelo pai dela, Marcos Szpilman, já falecido.

PEDRO SOBRINHO – Taryn, você é uma figura cativa do Lençóis Jazz e Blues Festival. Participou de todas as cinco edições. Fale um pouco dessa cumplicidade com o festival ?

TARYN – Foi amor a primeira vista ! Identificação, amizade e cumplicidade, assim me senti ( em casa…) em relação aos amigos que fiz no festival , e vice versa- desde a primeira vez, e assim foi com o público também, observo que eles mantém ativamente o contato comigo nas redes sociais…Isso não tem preço, é uma vitória e uma honra.

PEDRO SOBRINHO – Você traz pela primeira vez ao Maranhão a Rio Jazz Orchestra. Será um show em que você vai passear pelo autoral e revisitando clássicos do blues, jazz, soul e rock´n´roll que a influenciou ?

TARYN – Vamos comemorar os 40 anos da big band formada pelo meu pai Marcos Szpilman, já falecido, pois estamos levando em frente seu legado, esse tesouro que é a Rio Jazz, eu e meu marido-Claudio Infante, assumimos a direção musical em 2011 e vamos realizar uma série de projetos previstos com esta tradicional Big Band, para esta comemoração “heroica ” de carreira… Entre nossos 2000 arranjos tivemos que sintetizar um show de 15 canções em São Luís, então vamos prestar nosso tributo aos grandes mestres : Duke Ellington, Count Basie, Quicy Jones, Billie Holiday, Noel Rosa, Stevie Wonder e Michael Jackson…Entre outros nomes geniais do Jazz.

PEDRO SOBRINHO – Você citou o seu pai . Enfim, Taryn pertence a geração de músicos da família Szpilman. De que forma essa tradição familiar influenciou não só na sua escolha pela música como no seu repertório ?

TARYN – Somos fruto do nosso ambiente, portanto eles me influenciaram por completo… Do meu pai herdei a cultura do Jazz e o gosto pela raiz de tudo… Jazz, Blues.. da minha mãe herdei a paixão pelo rock..

PEDRO SOBRINHO  – O casamento entre você e o baterista Cláudio Infante se estendeu também no palco. Ele vem da escola do rock´roll e você muito mais influenciada pelas vertentes negras do jazz, blues, soul. Cláudio Infante é o baterista predileto para sua musicalidade ?

TARYN – Sem dúvida é meu predileto, pois é a “tampa da minha panela” rsrsrs, o encaixe perfeito…nos identificamos musicalmente demais, nossas influências musicais. Eu o admiro desde criança como músico e sei que ele aprecia o que vem da minha interpretação também. Um casamento completo e real.

PEDRO SOBRINHO – Em uma entrevista ao “Estadão”, Zeca Baleiro disse que ficou chapado ao ouvi-la. Comentou, ainda, que a sensação foi parecida com a que teve ao ouvir o primeiro disco de Cássia Eller. De onde vem sua voz ?

TARYN – Vem da alma mesmo, boto tudo pra fora quando interpreto, fico feliz quando dessa forma, eu toco as pessoas..

PEDRO SOBRINHO – Fale da experiência de tocar no Rock In Rio de 2011 ?

TARYN – A realização de um sonho de infância. Foi lá que lancei meu cd “Negro Blue” e não poderia ter sido em uma ocasião melhor. Repetirei esta maravilhosa experiência agora, na próxima edição do Rock In Rio em setembro, onde prestarei a minha homenagem aos Beatles, ao lado de uma big band.

PEDRO SOBRINHO – A crítica diz que você é a “Joss Stone Brasileira”. A comparação ajuda ou incomoda ?

TARYN – Quando nos comparam a artistas admiráveis como essa moça “prodígio” – e com uma tremenda alma soul é um elogio pra mim…Ainda mais por sermos brancas de alma negra, entendo a comparação e agradeço ao Tárik de Souza !!!

PEDRO SOBRINHO – Você é realmente uma cantora que encanta pela qualidade vocal, presença de palco e pela interação com o público. Tem discos na praça: ‘Bluezz’ e ‘Negro Blue’. Enfim, não tem mais o que provar. Não há um ressentimento pelo fato do Brasil não ter descoberto a Taryn ?

TARYN – Faço o que amo, canto o que quero independente da moda, me visto como quero, e sou de uma veia musical não tão explorada pela mídia ( me refiro às rádios e gravadoras brasileiras). Portanto, sei o preço disso também ( se estamos falando de massas). Sinceramente sinto que fui descoberta sim, ao longo destes 15 anos e sou agradecida por isso. Todas as pessoas que curtem Blues e Jazz e frequentam estes festivais de norte ao sul no país conhecem o meu trabalho, meu nome e tradição, sabem de onde eu vim e tudo que tenho desenvolvido ao longo desta década…E muitos que também não são dessa grande tribo também, pois tenho a honra de trabalhar também com empresas grandiosas de comunicação e entretenimento como a Rede Globo e Disney, onde anualmente estou participando de seus programas, novelas, produções e filmes.

PEDRO SOBRINHO – Um recado para os jazzófilos e bluseiros fãs da Taryn Spzilmman em São Luís ?

TARYN – Aguardo vocês com grande expectativa e com o carinho de sempre , ainda mais neste show comemorativo, tão especial da Big band mais famosa do Brasil ! Amo vocês !

Foto: Fafá Lago

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