Loopcínico: pré-seleção ao Prêmio da Música Brasileira

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A musicalidade do Maranhão está presente na 25ª edição do Prêmio da Música Brasileira, promovida pela Vale. A cerimônia já tem data será no dia 14 de maio no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. O samba será o homenageado nesta versão. Clique Aqui…

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O CD Loopcínico foi pré-selecionado para o Prêmio da Música Brasileira. Indagado sobre como o trabalho chegou a Curadoria do Prêmio, recebeu a notícia que o disco estava na lista dos pré-selecionados, Luiz Cláudio, percussionista maranhense, radicado há mais de 20 anos no Maranhão, disse que o link foi passado pela NÁ FIGUEIREDO e definiu a escola como a simples frase: a ‘sensação é de felicidade.

– O selo NÁ FIGUEIREDO, de Belém me passou o link, contatos e aí eu mesmo enviei o cd com o material. Foi uma sensação boa porque faz pouco tempo que iniciei como produtor de CDs, e claro, que o primeiro teria que ser meu próprio trabalho aí eu assumo todos os riscos se nada der certo, rsrsrsr. Mas fiquei feliz mesmo porque foi uma comissão julgadora especializada que fez esta primeira seleção e que escolheu Loopcinico pela concepção de se colocar em evidência nos arranjos de cada faixa, os ritmos da Maranhão do Pará. A participação da musica eletronica, da voz e de outros elementos ajudam a emoldurar estes ritmos preciosos, com camadas e texturas cuidadosamente escolhidas e colocadas nos lugares certos nas músicas. Mas o ritmo, o batuque fala mais alto neste cd. Sempre afirmei que sou aberto as novas tendências musicais produzidas aqui na ilha, como o movimento do Rock, Pop, etc.. que traz nomes expressivos da nova geração, garotos de cabeça boa, honesta e sincera. Mas sempre considerei que a verdadeira essência,base, filosofia da música maranhense está fundamentada em dois elementos principais: nossos ritmos e nossa poesia – ressaltou.

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O músico aproveitou para dividir esse momento com as pessoas que contribuiram na produção do trabalho.

– Estou muito feliz em ter o meu trabalho reconhecido e apreciado lá fora. O CD Loopcínico foi pré-selecionado para o mais importante prêmio da música brasileira, versão 2014, completando 25 anos. Agradecimentos especiais a Suzane Fernandes, aos músicos Beto Ehonque nos samples e programações, Lobo Siribeira letras e voz, Anna Cláudia nos vocais, e dos músicos paraenses Thiago Albuquerque, Luiz Félix Robbato, Nazaco e Kleber Benigno do Trio Manari, além do pessoal do selo NA MUSIC, que acreditou neste projeto e gravou nosso trabalho em seu estúdio, lançado para o mercado pela TRATORE. Agradeço também ao Fabrício Lobinho pela produção executiva lá em Belém. Fotografias de Márcio Vasconcelos e Maristela Senna que também cuidou da nossa assessoria de imprensa, e por último a todos os mestres da cultura popular do Maranhão – enalteceu.

Alquimia Sonora

O Loopcínico, gravado no início de 2013, no selo paraense NA MUSIC, considerado como a PUTUMAYO RECORDS da Amazônia, é um disco em os ritmos ancestrais maranhenses se entrelaçam com o sensual tempero amazônico das guitarradas, do carimbó e do marabaixo, construindo uma ponte sonora entre o Maranhão e o Pará. A polirritmia dos tambores e maracás de Luiz Cláudio, este paraense que adotou São Luís como Porto Seguro, é o motor deste barco sonoro, cruza rios e igarapés carregado dos efeitos e programações de Beto Ehongue, do tempero das letras e voz de Lobo Siribeira, dos sintetizadores de Thiago Albuquerque, e das guitarradas de Felix Robatto. Loopcinico, um disco ao mesmo tempo leve e denso, remonta de maneira contemporânea a música ancestral de índios, negros e brancos nos trópicos.

Os artistas maranhenses Lobo Siribeira (vocal) e o DJ Beto Ehongue (trilhas) também participam do disco, que combina a batida da percussão com programação eletrônica e sintetizadores, criando uma atmosfera onde o ritmo não se esconde por trás da letra. Sao 8 faixas, cada uma dedicada a um ritmo do Maranhão. Os solos dos tambores deixam a mostra o intenso trabalho de pesquisa que Luiz Claudio vem realizando a mais de 25 anos nos rincões do Maranhao e sua versatilidade em associar estas batidas, sem modifica-las, a generos musicais contemporâneos como a musica eletronica, o Afro-Jazz, Afro-Beat. O diálogo que se revela em várias das músicas do CD, destacando-se mais claramente em “Curimbóbatá”, que celebra a união entre o tambor de mina e o carimbó. A faixa foi gravada com curimbós e tambores de mina, com a participação de Nazaco do Trio Manari. Outra boa canção do disco é “Calma Cara”. Uma levada de Boi de Zabumba do Maranhão com guitarras do Pará e baixo sintetizadores vintages programados.

Palco

Em julho do ano passado, Loopcínico foi apresentado na Mostra Terruá Pará, no Teatro Margarida Schivasappa, em Belém, festival musical que reúne novos e antigos talentos da música paraense. O trabalho também foi mostrado no ano passado, no projeto Rádio Pocket Show, em São Luís, espaço criado para divulgar a nova cena musical brasileira.

Sobre a agenda para 2014, Luíz Cláudio disse estar em fase de reestruturação da banda, com a saída de Beto Ehongue. Ele anunciou o substituto, da agenda de shows e novo projeto discográfico.

– Estamos em fase de restruturação do grupo com a saída de Beto Ehongue. Estamos começando a ensaiar com um novo programador que é de Nova Jersey, está morando em São Luís, Hank Mason. Além de atuar em Nova York como produtor de trilhas para os principais grupos de dança moderna e Ballet daquela cidade, é pianista e ainda toca acordeon. Assim que tivermos definido o novo repertorio do grupo que servirá de base já para o segundo cd, vamos voltar com o projeto Quintal Grao Pará. Em junho vamos a Belém para lançar o primeiro cd, este que foi indicado o prêmio, no SESC BOULEVARD – frisou.

Segundo Luiz Cláudio, recentemente um jornalista esteve em Belém fazendo uma matéria sobre a nova musica da Amazônia, para uma revista inglesa especializada em musica, e o LOOPCÍNICO foi um dos trabalhados comentados na matéria.

Origem

Criado pelo percussionista Luiz Claudio, em São Paulo, na década de 90, o grupo ganhou nome sugerido pelo cantor e compositor Zeca Baleiro com quem o músico tocava na época. Loopcinico, o nome do grupo, faz clara alusão ao compositor Lupicínio Rodrigues e Loop, a um termo de linguagem eletrônica. “O cínico ficou por conta do cinismo fantástico e de bom gosto das letras do Lupcínio e de todo programador eletrônico, que faz de suas produções uma colcha de retalhos de samplers, de deus e todo mundo”, explica.

Perfil

Em São Luís, Luiz Cláudio Farias atua como instrumentista e pesquisador musical. Suas produções incorporam a musicalidade e os ritmos de grandes mestres da cultura popular maranhense. O músico já dividiu o palco com grandes nomes da música brasileira como Zeca Baleiro, Naná Vasconcelos, Nelson Ayres, Rita Ribeiro e Ceumar.

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