Pedro Araújo fala do novo disco “Raiz”

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Violonista e guitarrista maranhense, Pedro Araújo, morando no Rio de Janeiro há mais de dez anos, lançou o CD Raiz, pelo selo Delira Música. É um disco de oito faixas, forte sotaque brasileiro, em que ele mistura jazz e ritmos brasileiros.

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Pedro assina todos os arranjos, toca violão e guitarra. Ainda traz sua obra em composições como Cheiro de jasmim, Raiz, À tardinha, Gadjo e Cazumbá essa em parceria com Leo de Freitas. Abre o disco com a Pastorinha, de Chico Maranhão, e ainda passa por Dente de ouro de Josias Sobrinho, além de Tsunami do tio, o saxofonista Sávio Araujo.

Na última das quatro entrevistas feita com maranhenses (Rita Benneditto, Fernando Mendonça) que residem e fazem arte na Cidade Maravilhosa, o jornalista Pedro Sobrinho conversou com o jovem músico maranhense, o último entrevistado da série. Elogiado pelo renomado saxofonista brasileiro e carioca, Léo Gandelman, como um músico completo, virtuoso e de muito bom gosto, Pedro Araújo expressou durante o bate papo humildade, singeleza e sentimento pela música produzida no Maranhão. O músico comenta sobre o segundo disco “Raiz”, gravado com oito faixas.

Indagado sobre a divulgação da música instrumental no Brasil, Pedro disse que no País “não se criou o hábito de ouvir esse estilo musical”.

BLOG: São quantos anos morando no Rio de Janeiro ?

PEDRO ARAÚJO: São doze anos. Cheguei aqui (Rio de Janeiro) em 2002 ,bem novo, assim que terminei o 2º grau em São Luis.

BLOG: O que você tira de lição da experiência em viver de música instrumental no Rio de Janeiro ?

PEDRO ARAÚJO: Não é uma tarefa fácil, no meu caso. acabo fazendo diversos outros tipos de trabalhos como arranjos, composições, aulas e faço shows acompanhando diversos grupos como guitarrista. Recentemente tenho me dedicado muito a compor trilhas. Mas sempre priorizei a qualidade em todos os trabalhos que me envolvo, não, coincidentemente, boa parte deles é instrumental. Acho que no mercado fonográfico já tem gente demais trabalhando e a qualidade do produto está beirando o absurdo. Alimentar esse mercado pra mim é como dar um tiro no próprio pé.

BLOG: Você não acha que no Brasil o espaço para música instrumental é está cada vez mais fechado, ou seja, limitado ?

PEDRO ARAÚJO: Com certeza continua limitado. Mesmo com o poder de escolha que a internet dá, acho que as pessoas da minha geração, no geral, perderam um pouco da capacidade entender a música, a audição superficial e de fácil digestão é preferida. Isso causa o problema da falta de público. Temos poucos festivais e esses, por sua vez, reservam pouco ou nenhum espaço a novos grupos. Por outro lado, quando temos a oportunidade de tocar para pessoas perceberem que a música tem um grande poder de persuasão, e que a música instrumental só não é mais ouvida porque não se criou o hábito no Brasil.

BLOG: Sim, o selo Delira distribuiu para as melhores lojas físicas e virtuais. Tenho ido a diversos programas de radio especializados aqui no Rio e estou buscando shows pelo Brasil e exterior.

NA MIRA: Você está devendo um show para o público maranhense. Isso pode acontecer ainda este ano ?

PEDRO ARAÚJO: Está para ser confirmado um show em setembro. Cruzando os dedos !

BLOG: Além de tocar violão e guitarra, você assina todos os arranjos. Assumindo vários papeis no disco, você acha que conseguiu impor a sua marca e o disco atingir o seu objetivo junto ao mercado ?

PEDRO ARAÚJO: O fato de ter diversas funções no disco aconteceu, naturalmente, acho que meus próximos trabalhos seguirão nessa linha. Isso pode vir a ser uma marca ou característica sim. Quanto ao mercado, o fato do disco ter saído pelo selo Delira foi uma opção para tentar ter mais visibilidade e conseguir fazer shows desse disco. acredito que essa seja a parte mais difícil. O outro lado é que quando as pessoas ouvem e gostam dos arranjos e composições acabam surgindo convites para outros trabalhos. Nesse ponto de vista está funcionando.

BLOG: Como você define o disco “Raiz”?

PEDRO ARAÚJO: O disco Raiz é um retrato do meu amadurecimento principalmente como compositor e arranjador. Ao passo que o primeiro disco (Buraco do Tatu) é todo numa única formação instrumental. O “Raiz” traz em cada faixa uma diferente configuração. No que diz respeito a composição me arrisquei um pouco mais nas harmonias e formas mas, sempre, tentando fazer soar simples o complexo. Acho que esse vai continuar sendo meu ideal de musica instrumental.

BLOG: E o processo de divulgação do disco. Ele está sendo feito de uma forma que o público, especificamente, da musica instrumental tenha acesso ?

PEDRO ARAÚJO: Sim, o sêlo Delira distribuiu para as melhores lojas físicas e virtuais. Tenho ido a diversos programas de radio especializados aqui no Rio e estou buscando shows pelo Brasil e exterior.

BLOG: Você define o “Raiz” como um disco de composições próprias, mas você cedeu espaço para canções produzidas por artistas maranhenses. Têm Chico Maranhão e Josias Sobrinho. De que forma eles contribuíram em tua formação musical, haja vista todos eles pertencerem a sua geração ?

PEDRO ARAÚJO: Sempre ouvi muita música maranhense em casa. E já tinha na cabeça a ideia de regravar algumas dessas músicas que marcaram minha infância. Quando surgiu a oportunidade de gravar o disco através do edital Universal da Secma, foi só colocar a mão na massa. Além de Pastorinha e Dente de Ouro gravei Tsunami, composição do meu tio Sávio Araujo. Gravar músicas maranhenses me abriu um baú de ideias, pretendo continuar trabalhando esse tema cada vez aprofundando mais. Leia o Blog de Pedro Sobrinho.

REPERTÓRIO DO DISCO RAIZ

1- PASTORINHA (CHICO MARANHÃO)

2- CHEIRO DE JASMIN (PEDRO ARAÚJO)

3- DENTE DE OURO (JOSIAS SOBRINHO)

4- RAIZ (PEDRO ARAÚJO)

5- CAZUMBÁ (PEDRO ARAÚJO)

6- TSUNAMI (SÁVIO ARAÚJO)

7- À TARDINHA (PEDRO ARAÚJO)

8- GADJO (PEDRO ARAÚJO)

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