Bate-papo: Valeu molecada !

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O homem necessita comunicar para progredir, quanto mais avançada for a capacidade de comunicação de um conjunto de indivíduos mais rápida será a sua progressão. Foi o que aconteceu na manhã dessa terça-feira (26/5), no Centro Educacional Anexo do Jardim São Cristóvão. Procuramos em quase uma hora e meia, partilhar, trocar ideias, enfim democratizar a informação.

Auditório do CE Anexo Jardim São Cristóvão lotado.
Auditório do CE Anexo Jardim São Cristóvão lotado.

Intercâmbio

Uma experiência valiosa. Assim defino o contato com estudantes do Centro Educacional Anexo Jardim São Cristóvão, escola pública estadual, o qual fui convidado pela direção da escola para conversar com os alunos sobre “O que é Jornalismo e a Função Social do Jornalista”. O bate-papo faz parte de um projeto desenvolvido na escola. Profissionais de diversas áreas falam de suas experiências, servindo como um estimulante para os jovens estudantes, que ainda não sabem ou estão em dúvida qual a trajetória profissional a seguir depois de encerrar o Ensino Médio.

Incertezas

O que fazer no primeiro ano depois do fim do Ensino Médio ? Parece que a trajetória já está traçada: o jovem termina o Ensino Médio, presta o vestibular, ingressa na universidade, procura um estágio e pronto – foi dada a largada para a sua vida profissional. Mas esse passo a passo aparentemente óbvio nem sempre é o ideal. É preciso avaliar caso a caso: pode ser que o adolescente se beneficie de um intervalo entre a escola e o curso superior ou, dependendo da situação familiar, que a entrada para o mercado de trabalho seja a melhor opção no momento.

O importante, porém, é que esse rito de passagem não passe em branco – mesmo que não mude de cidade para estudar ou estreie a carteira profissional, o jovem deve ganhar mais deveres. A maioridade, afinal, traz responsabilidades.

Muitos pais costumam proteger os adolescentes da parte chata da vida, por isso eles acabam ficando infantilizados. E faz parte da adolescência só querer a parte boa: a liberdade trazida pela idade, mas não as obrigações.

E quais seriam essas obrigações? Usar o carro para fazer um favor para os pais e não só para passear com os amigos é um exemplo. Ajudar na arrumação da casa é outro. Mas, certamente, o maior de todos – e mais assustador – não dá para driblar: a escolha da profissão.

 

Celebração com corpo docente e discente da escola.
Celebração com corpo docente e discente da escola.

Sabatina

Quando sabatinado pelos alunos sobre a escolha em ser jornalista ? Se o Jornalismo é uma profissão que dá dinheiro ? Se foi por influência de família ? Quais as conquistas e os desafios enfrentados na profissão ? E o que o jornalismo representava para mim ? Procurei de maneira simples e direta responder a todos os questionamentos. Resolvi pontuar e enumerar alguns tópicos do que foi conversado no auditório da escola e acrescentar mais algumas palavras, ideias, nesta quarta-feira (27/5), data em que se festeja o Dia Mundial dos Meios de Comunicação.

1). Escolhi fazer jornalismo porque sempre gostei de rádio. E na época em que fiz vestibular e fui aprovado na Universidade Federal do Maranhão (UFMA), onde não existia a Habilitação em Rádio. Portanto, optei pelo Jornalismo que me abriu um leque maior. E nessa trajetória com a comunicação tenho o rádio como a referência, a minha grande cachaça, mas procurei convergir com o impresso redigindo para o Jornal e Portal.

2). Destaquei que em qualquer profissão se você não tiver conhecimento aprofundado de causa e não for articulado não será reconhecido, e logo não será um profissional bem remunerado. Defendo a tese que o profissional dos dias atuais deve ser multifacetado, exercer outras atividades, o que na comunicação é chamado, de “multimídia”, por convergir com os diversos veículos de comunicação simultaneamente. Agora, é necessário que haja aptidão com essas atividades, que elas se correlacionem, tenham afinidades, em que uma seja extensão da outra, e que cada uma delas sejam bem executadas. E mais, não se deve apenas desenvolver funções diversas, mas buscar a valorização recebendo por cada uma das atividades exercidas. Deixei bem claro que informação se vende, não como “Jabá” (jargão muito usado no rádio para quem vende o trabalho barganhando coisas), ou por meio de interesses inescrupulosos, mas, sim, pela força de um trabalho honesto, ético e feito com responsabilidade.

3). A família para mim é algo muito importante. É a célula, matriz, de todo o desenrolar da vida. Mas, no meu caso sempre convivi em um seio familiar em que as opiniões são discutidas de forma coletiva, integradas, mas a decisão é pessoal. Sugestões boas, sempre, são dadas, mas o livre arbítrio é o que prevalece. A chamada liberdade de expressão, o efeito democrático, das diferenças ideológicas que devem ser respeitadas, em que todo o processo deve começar no lar. Pois bem, quanto a escolha pelo curso de jornalismo surgiu em minha vida como vocação. Tentei ser médico, não porque Medicina dá status ou se ganha muito dinheiro, mas porque era uma profissão que me despertava interesse por cuidar e salvar vidas.

Enfim, acabou se tornando uma segunda opção. Adotei o jornalismo, pois ouvia rádio em São Luís desde a adolescência, e sempre achei interessante a arte de comunicar para as pessoas. Era daqueles que acreditava no imaginário popular do rádio, e visualizava que haviam pessoas dentro daquele objeto. Enfim, acabei descobrindo ser o rádio um veículo formidável, que aproxima o emissor do receptor pela instantaneidade, a clareza e a interação.

4). Eu costumo dizer que trabalhando no rádio eu mais ganhei do que perdi. Nessa trajetória com o veículo eu sempre procurei me reinventar para enfrentar os desafios de um mundo que gira, a linguagem se transforma e uma tecnologia que se renova a todo instante. E já que o tempo é implacável, aderi a máxima que: “o meu tempo é o hoje”. Essa é a sacada que o profissional da comunicação, oude qualquer outra profissão, deve absorver para se manter vivo em um mercado que tem data de validade, para os que ficam em zona de conforto, deitado em berço esplêndido, esperando o jacaré de boca aberta. Agora, para que isso aconteça é necessário que voce se permita as mudanças, que saiba aceitar o novo. Quem segue essa corrente, acredito, que tenha uma vida mais longa na profissão.

5). Sempre procurei entender que o jornalista também é um Educador, assim como o professor em sala de aula. Formamos opinião. Naturalmente, existem os bons e maus profissionais. O jornalista notável é aquele adota uma receita simples para viver com dignidade e ter credibilidade junto à legião de pessoas que o acompanha, diariamente, no exercício da profissão: seriedade, compromisso com a verdade e responsabilidade social. O bom jornalista tem que perceber que ele é um soldado da informação e está no mundo não a passeio, mas sim a serviço.

Comungando com o Corpo Docente do CE Anexo Jardim São Cristóvão.
Comungando com o Corpo Docente do CE Anexo Jardim São Cristóvão.

Uma Luz no Fim do Túnel

E pra fechar o bate-papo, uma das alunas perguntou qual o recado que deixaria a eles como jovens, cheio de sonhos e em busca de uma realização profissional. Fui categórico em afirmar que um bom aluno para se tornar um excelente profissional têm que absorver bons valôres. Portanto, é essencial valorizar a família, a escola e buscar conhecimento, que é tatuagem da alma. Eu fechei fazendo com que eles refletissem que na educação existem três requisitos: a curiosidade, a necessidade, a Oportunidade.

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