Download do Portal Domínio Público

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Há sites no mundo todo disponibilizando livros e outras publicações para download gratuito.

Estou apresentando uma sequencia desses locais.

Os livros podem ser baixados legalmente e, o melhor de tudo, de graça.

Semana passada, eu indiquei acesso ao Portal Biblioteca Brasiliana da Universidade de São Paulo (USP). Veja nos arquivos do blog.

Portal Domínio Público

Desta vez, o acesso é ao Portal Domínio Público, uma biblioteca digital desenvolvida em software livre.

O Portal Domínio Público é um ambiente virtual do Governo Brasileiro que garante acesso a 182 mil textos, 12 mil imagens, 2,5 mil sons e 1,2 mil vídeos.

Vá lá e navegue

www.dominiopublico.gov.br

Portal Domínio público
Capa do portal Domínio Público

 

O acervo

 No acervo do Portal Domínio Público, o maior destaque é a obra completa do escritor Machado de Assis.

Há, também, música erudita brasileira, vídeo de Paulo Freire, poesias de Fernando Pessoa, literatura infantil, obras de Joaquim Nabuco, publicações sobre educação, entre outras.

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Download de acervo da USP

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Existem sites no mundo todo com livros para download gratuito.

O Uniblog vai disponibilizar uma sequencia desses locais.

Os livros podem ser baixados legalmente e, o melhor de tudo, de graça.

Começamos com a Biblioteca Brasiliana da Universidade de São Paulo (USP).

Foto 1  -Biblioteca Brasiliana USP
Biblioteca Brasiliana da USP

 

Acervo

A Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin é um conjunto de 32,2 mil títulos, que correspondem a 60 mil volumes aproximadamente, doados à USP pelo bibliófilo José Mindlin e sua esposa Guita.

São 3,6 mil livros para download.

Foi inaugurada em março de 2013.

Há obras de literatura, de história, relatos de viajantes, manuscritos históricos e literários, documentos, periódicos, mapas, livros científicos e didáticos, iconografia e livros de artistas.

Investigue

www.brasiliana.usp.br

 

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A doença da “normalidade” na universidade

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Artigo de Renato Santos de Souza

Publicado no E-Book: NASCIMENTO, L.F.M. (Org.) Lia, mas não escrevia (livro eletrônico): contos, crônicas e poesias. Porto Alegre: LFM do Nascimento, 2014.

Somos todos normóticos em um sistema acadêmico de formação de pesquisadores e de produção de conhecimentos que está doente, e nossa Normose acadêmica tem feito naufragar o pensamento criativo e a iniciativa para o novo em nossas universidades

Doença sempre foi algo associado à anormalidade, à disfunção, a tudo aquilo que foge ao funcionamento regular. Na área médica, a doença é identificada por sintomas específicos que afetam o ser vivo, alterando o seu estado normal de saúde. A saúde, por sua vez, identifica-se como sendo o estado de normalidade de funcionamento do organismo.

Numa analogia com os organismos biológicos, o sociólogo Émile Durkheim também sugeriu como identificar saúde e doença em termos dos fatos sociais: saúde se reconhece pela perfeita adaptação do organismo ao seu meio, ao passo que doença é tudo o que perturba essa adaptação.

Então, ser saudável é ser normal, é ser adaptado, certo? Não necessariamente: apesar de Durkheim, há quem considere que do ponto de vista social, ser normal demais pode também ser patológico, ou pode levar a patologias letais.

Os pensadores alternativos Pierre Weil, Jean-Ives Leloup e Roberto Crema chamaram isto de Normose, a doença da normalidade, algo bem comum no meio acadêmico de hoje. Para Weil, a Normose pode ser definida como um conjunto de normas, conceitos, valores, estereótipos, hábitos de pensar ou de agir, que são aprovados por consenso ou por maioria em uma determinada sociedade e que provocam sofrimento, doença e morte. Crema afirma que uma pessoa normótica é aquela que se adapta a um contexto e a um sistema doente, e age como a maioria. E para Leloup, a Normose é um sofrimento, a busca da conformidade que impede o encaminhamento do desejo no interior de cada um, interrompendo o fluxo evolutivo e gerando estagnação.

Estes conceitos, embora fundados sobre um propósito de análise pessoal e existencial, são muito pertinentes ao que se vive hoje na academia. Aqui, pela Normose não é apenas o indivíduo que adoece, que estagna, que deixa de realizar o seu potencial criador, mas o próprio conhecimento. E não apenas no Brasil, também em outras partes do mundo.

Peter Higgs, Prêmio Nobel de Física de 2013, disse recentemente que não teria lugar no meio acadêmico de hoje, que não seria considerado suficientemente produtivo, e que, por isso, provavelmente não teria descoberto o Bosão de Higgs (a “partícula de Deus), descrito por ele em 1964 mas somente comprovado em 2012, quase 50 anos depois, com a entrada em funcionamento de uma das maiores máquinas já construídas pelo homem, o acelerador de partículas Large Hadron Collider. Higgs contou ao The Guardian que era considerado uma “vergonha” para o seu Departamento pela baixa produtividade de artigos que apresentava, e que só não foi demitido pela possibilidade sempre iminente de um dia ganhar um Nobel, caso sua teoria fosse comprovada. Ele reconheceu que, nos dias de hoje, de obsessão por publicações no ritmo do “publique ou pereça”, não teria tempo nem espaço para desenvolver a sua teoria. À sua época, porém, não só o ambiente acadêmico era outro como ele próprio era um desajustado, um anormal, uma espécie de dissidente que trabalhava sozinho em uma área fora de moda, a física teórica expeculativa. Então, sua teoria é também fruto desta saudável “anormalidade”.

A mim, embora não surpreendam, as declarações de Higgs soam estarrecedoras: ou seja, com os sistemas meritocráticos de avaliação de hoje, que privilegiam a produção de artigos e não de conhecimentos ou de pensamentos inovadores, uma das maiores descobertas da humanidade nas últimas décadas, que rendeu a Higgs o Nobel em 2013, provavelmente não teria ocorrido, como certamente muitos outros avanços científicos e intelectuais estão deixando de ocorrer em função dos sistemas atuais de avaliação da “produtividade em pesquisa”. É a Normose acadêmica fazendo a sua maior vítima: o próprio conhecimento.

Aliás, nunca se usou tanto a autoridade do Nobel para apontar os desvios doentios do nosso sistema acadêmico e científico como em 2013. Randy Schekman, um dos ganhadores do Nobel de Medicina deste ano, em recente artigo no El País, acusou as revistas Nature, Science e Cell, três das maiores em sua área, de prestarem um verdadeiro desserviço à ciência, ao usarem práticas especulativas para garantirem seus mercados editoriais. Schekman menciona, por exemplo, a artificial redução na quantidade de artigos aceitos, a adoção de critérios sensacionalistas na seleção dos mesmos e um absoluto descompromisso com a qualificação do debate científico. E afirmou que a pressão para os cientistas publicarem em revistas “de luxo” como estas (de alto impacto) encoraja-os a perseguirem campos científicos da moda em vez de optarem por trabalhos mais relevantes. Isto explica a afirmação de Higgs sobre ser improvável a descoberta que lhe deu o Nobel no mundo acadêmico de hoje.

O próprio Schekman publicou muito nestas revistas, inclusive as pesquisas que o levaram ao Nobel: diferentemente de Higgs, que era um dissidente, Schekman também já sofreu de Normose. Porém, agora laureado, decidiu pela própria cura e prometeu evitar estas revistas daqui para adiante, sugerindo não só que todos façam o mesmo, como também que evitem avaliar o mérito acadêmico dos outros pela produção de artigos. Foi preciso um Nobel para que se libertasse da doença.

A atual Normose acadêmica se deve à meritocracia produtivista implantada nas universidades, cujos instrumentos, no Brasil, para garantir a disciplina e esta doentia normalidade são os sistemas de avaliação de pesquisadores e programas de pós-graduação, capitaneados principalmente pela CAPES e CNPq. Estes sistemas têm transformado, nas últimas décadas, docentes e alunos em burocráticos produtores de artigos, afastando-os dos reais problemas da ciência e da sociedade, bem como da busca por conhecimentos e pensamentos realmente novos. A exigência de produtividade é um estímulo ao status quo, obstruindo a criatividade, a iniciativa, o senso crítico e a inovação, pois inovar, criar, empreender, fugir ao normal pode ser perigoso, pode ser incerto, pode ser arriscado quando se tem metas produtivas a cumprir; portanto, não é desejável: o mais seguro é fazer “mais do mesmo”, que é ao que a Normose acadêmica condenou as universidades e seus integrantes ao redor do mundo.

Eu escrevi em um artigo de 2013 que a meritocracia leva a uma ilusão de eficiência e progresso que não podem se realizar, porque as meritocracias modernas são burocracias. Como bem ensinou Max Weber, a burocracia é uma força modeladora inescapável quando se racionaliza e se regulamenta algum campo de atividade, como acontece no sistema científico atual. Para supostamente discriminar por mérito pessoas e organizações acadêmicas, montou-se um tal sistema de regras, critérios avaliativos, hierarquias de valor, indicadores, etc., que a burocratização das ações acadêmicas tornou-se inevitável. Agora é este sistema que orienta as ações dos acadêmicos, afastando-os de seus próprios valores, desejos e convicções, para agirem em função da conveniência em relação aos processos avaliativos, visando controlar os benefícios ou penalidades que eles impõem. Pessoas sob regimes de avaliação meritocráticos se tornam burocratas comportamentais; e burocratas, como se sabe, pela primazia da conformidade organizacional a que se submetem, tornam-se inexoravelmente impessoalistas, formalistas, ritualistas e avessos a riscos e a mudanças. Tornam-se normóticos, preferindo, no caso da academia, uma produção sem significado, sem relevância, sem substância inovadora porém segura, a aventurarem-se incertamente em busca do novo.

Agora, depois de já ter escrito isto naquele artigo, descubro que o Nobel de Medicina de 2002, o sul-africano Sydney Brenner, em entrevista de fevereiro deste ano à King’s Reviw, afirmou exatamente o mesmo. Dentre outras coisas, disse ele que as novas ideias na ciência são obstruídas por burocratas do financiamento de pesquisas e por professores que impedem seus alunos de pós-graduação de seguirem suas próprias propostas de investigação. É ao menos alentador perceber que esta realidade insólita não é apenas uma versão tupiniquim da busca tardia e equivocada por um lugar o sol no campo acadêmico atual, mas uma deformação que assola também os “grandes” da arena científica mundial. E também constatar que os laureados com a distinção do Nobel tem se percebido disto e denunciado ao mundo.

De certa forma, todos na academia sabem que estes sistemas de avaliação acadêmicos têm levado a um produtivismo estéril, mas isto não tem sido suficiente para mudar nem as condutas pessoais, nem as diretrizes do sistema, porque a Normose é uma doença coletiva, não individual. Ela advém da necessidade de legitimação do indivíduo frente ao sistema de regras, normas, valores e significados que se impõe a ele. Por isto é que o pesquisador australiano Stewart Clegg afirmou, certa vez, que “pesquisadores que buscam legitimação profissional podem com muita facilidade ser pressionados a aprender mais e mais sobre problemas cada vez mais desinteressantes e irrelevantes, ou a investigar mais e mais soluções que não funcionam”.

Mas agora me advém uma questão curiosa: por que tantos Nobéis tem denunciado este sistema? Creio que porque do alto da distinção recebida, eles já não tem mais nenhum compromisso com a meritocracia acadêmica, e podem falar do dano que ela causa às ideias realmente inovadoras que, inclusive, podem levar à láurea. Mas também porque o Nobel foge à lógica da meritocracia, ele não é um mecanismo meritocrático, portanto, não é burocrático. Ele é até mesmo político, antes de ser meritocrático e burocrático! É um reconhecimento de “mérito” sem ser uma “cracia”. Ou seja, não há, através dele, um sistema de governo das atividades científicas, e por isso ele não leva a uma racionalidade formal, pois ninguém em consciência normal pautaria sua atividade acadêmica quotidiana pela improvável meta de, talvez já na velhice, ganhar o Nobel; e mesmo que tivesse este excêntrico propósito como pauta, teria que fugir da meritocracia que governa os sistemas científicos atuais para chegar a um lugar reconhecidamente distinto, pois ser normal não leva ao Nobel.

Mas este não é o mundo da vida dos seres acadêmicos de hoje, aqui vivemos em uma meritocracia burocrática, e num contexto assim, pouco adiantam as advertências da editora-chefe da revista Science, Marcia McNutt, publicados no Estadão, de que a ciência brasileira precisa ser mais corajosa e mais ousada se quiser crescer em relevância no cenário internacional. Segundo ela, para criar essa coragem é preciso aprender a correr riscos, e aceitar a possibilidade de fracasso como um elemento intrínseco do processo científico. Mas quando as pessoas são penalizadas pelo fracasso, ou são ensinadas que fracassar não é um resultado aceitável, elas deixam de arriscar; e quem não arrisca não produz grandes descobertas, produz apenas ciência incremental, de baixo impacto, que é o perfil geral da ciência brasileira atualmente, segundo ela. É a Normose acadêmica “a brasileira” vista de fora.

Somos todos normóticos em um sistema acadêmico de formação de pesquisadores e de produção de conhecimentos que está doente, e nossa Normose acadêmica tem feito naufragar o pensamento criativo e a iniciativa para o novo em nossas universidades. Sem eles, porém, não há futuro significativo para a vida intelectual dentro delas, nem na ciência nem nas artes.

 

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Agostinho acha Ufma incapaz na crise

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Professores da Universidade Federal do Maranhão (Ufma) estão discutindo as suas formas de organização e intensificando o debate envolvendo o papel da Universidade pública na sociedade brasileira.

Em um segundo artigo publicado neste blog, o professor Carlos Agostinho Couto faz uma análise envolvendo a morte de um cidadão em um arraial junino realizado dentro da Ufma.

O Uniblog está aberto a propostas e análises envolvendo a Ufma.

Abaixo artigo do Professor Agostinho Couto

Morte no arraial: opção por criminalizar a vítima demonstra incapacidade da Ufma em lidar com crises

 Carlos Agostinho Couto

(Prof. Departamento de Comunicação Social da Ufma e membro do Conselho de Representantes da APRUMA)

Em que pese todo o poder comunicacional que tem demonstrado quando deseja se utilizar da imprensa para a divulgação de notas do seu interesse (dezenas de blogs, colunas em jornais da situação e oposição, entrevistas em jornais e na TV), a Universidade Federal do Maranhão demonstrou uma insensibilidade sem tamanho ao tratar da morte de um jovem em uma festa promovida dentro do campus do Bacanga.

Não que ela não tenha conseguido divulgação, pois isso sempre acontece, numa impressionante conquista de espaço que já uniu em favor de uma mesma causa antagonistas ferrenhos – como a Coluna do Pêta (JP) e a Estado Maior (EMA) – no caso da criação de um sindicato oficial na Universidade. Houve divulgação da Nota Oficial da instituição sobre o assassinato, mas o conteúdo da mesma é de envergonhar qualquer pessoa com um mínimo de bom senso. Nos defensores dos direitos humanos (que deveríamos ser todos nós) deve dar vontade de denunciar às cortes internacionais.

No lugar da sensatez, apuração, disponibilidade e auxílio às autoridades policiais e à família do rapaz, a Nota opta pela criminalização da vítima.

A Nota inicia com uma informação imprecisa de que uma senhora não identificada havia informado que “10 indivíduos estavam assaltando” pessoas no campus. Com o intuito de garantir a “segurança patrimonial da instituição” (percebamos: não se pretendia acabar com possível tumulto ou com o risco para as pessoas presentes na festa) os seguranças foram acionados. A Nota continua tratando os envolvidos por “meliantes”, “infratores” e “assaltantes”, sem restar comprovada qualquer ação criminosa específica ou condenação judicial dos mesmos.

O documento é encerrado com um depoimento da mãe da vítima que dá conta de que ela “já sabia que isso iria acontecer”, como se fosse possível a ela prever que o filho fosse ser assassinado, não sem antes divulgar a alcunha do rapaz (“Cachorrão”) e sugerir que os participantes sejam ligados a um grupo criminoso local.

Embora não possamos afirmar que essa era a verdadeira intenção da UFMA (justamente porque antecipar um juízo, como foi feito, seria temerário), todos sabemos que no Maranhão, infelizmente, essa é uma prática comum. Quando há crises, denúncias, acidentes, debates mais aguerridos, condena-se a vítima para evitar críticas e transferir a responsabilidade. Já houve dezenas de casos assim, principalmente no mundo policial e político.

Porém, a mesma imprensa tão colaborativa com os interesses das notas oficiais e oficiosas, principalmente quando se trata de atingir quem ousa criticar a administração, demonstrou que pode ser outra a verdade. Matéria do Jornal Pequeno, publicada no último dia 15, dá conta de que a visão da família e as intenções do jovem morto podem não ser as contidas na Nota.

Diz a matéria que a mãe do rapaz, ao perceber que a sua filha voltara do arraial sem o irmão, mandou que a mesma retornasse e o levasse para casa; que o jovem escondeu-se por trás de um poste de iluminação pública, para fugir da confusão, quando foi baleado; que o morto havia concluído o Ensino Médio e preparava-se para tentar cursar Engenharia Mecânica; que a mãe prestou queixa à polícia do fato e que a polícia investiga o assassinato, mas que não menciona assaltos no local.

No final da apuração pode-se chegar à conclusão de que realmente houve assaltos, ameaças, tiroteio e que a morte foi uma fatalidade na tentativa de controlar a situação? Sim, é possível. Mas não se pode antecipar juízos de valor, criminalizar a vítima, seus companheiros e sugerir que a família dava como certa a morte do rapaz. A Universidade, como promotora da festa, deveria assumir os riscos e colocar segurança suficiente e competente para uma situação como esta; solidarizar-se com todos os envolvidos (frequentadores da festa, família do jovem morto, vigilante acusado…), colocar-se à disposição das autoridades e, finalmente, demonstrar que age como se espera de qualquer universidade: uma instituição séria e que assume as suas responsabilidades, mesmo quando elas recaem sobre uma situação que ninguém quer ou espera, agindo com isenção, transparência e atenção para com a comunidade.

 

 

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Prof. Lucelma Braga defende a Apruma

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Professores da Universidade Federal do Maranhão (Ufma) estão discutindo as suas formas de organização e intensificando o debate envolvendo o papel da Universidade pública na sociedade brasileira.

A professora Lucelma Braga envia artigo que o Uniblog publica.

O blog fica aberto a outros artigos envolvendo o debate salutar, considerando propostas para a Ufma e que indiquem melhoria das condições de trabalho dos professores.

Abaixo o artigo da professora Lucelma Braga.

A Apruma e a defesa histórica da educação pública, gratuita e de qualidade!

Professora Lucelma Braga (Centro de Ciências Agrárias e Ambientais CCAA/UFMA)

Tendo lido os textos dos professores Flávio Reis e Maria Ozanira e participado, nos últimos quatro anos do movimento docente na Universidade Federal do Maranhão (Ufma), senti-me estimulada a também manifestar minhas reflexões acerca dos recentes acontecimentos políticos em nossa universidade.

Sou filiada a APRUMA há pouco tempo, considerando a história e a relevância da atuação dos professores supracitados e de muitos outros que têm, bravamente, construído esta entidade ao longo de sua existência que já remonta 36 anos. Mas tenho acompanhado a atuação da APRUMA, desde a década de 1990, quando eu ainda era estudante de graduação. Por um lado, acompanhei a construção histórica desta entidade através da atuação de professores combativos, que foram e são referências ético-políticas para mim e para muitos outros militantes. Por outro lado, participei ativamente do movimento estudantil, empreendendo em conjunto (DCE/APRUMA) importantes lutas em defesa da educação pública, no contexto de implementação das políticas neoliberais, que trouxeram graves impactos  para a realidade social como um todo. Lembro-me entre inúmeras batalhas, da participação ativa da APRUMA no Fórum Estadual em Defesa da Educação Pública, que foi parte do movimento nacional amplo, democrático e propositivo de elaboração do Plano Nacional de Educação – PNE, que embora tenha sido rechaçado pelo governo à época, é sem sombra de dúvidas, até hoje, uma importante referência para a educação brasileira,  construída a partir do esforço coletivo de inúmeros educadores, estudantes e outros atores sociais, comprometidos com a defesa intransigente do caráter público da educação.

Desde então, a APRUMA tem sido alvo de inúmeras críticas e certamente parte delas resultam da clareza e firmeza com que vem defendendo o seu projeto de universidade e de sociedade. A crítica mais recente foi encampada pelo grupo de professores que organizam o SIND-UFMA. Tais críticas precisam ser debatidas. Por um lado, para serem desmistificadas, por outro, como elementos para nossa autocrítica, processo que deve ser realizado permanentemente por qualquer militante sério. Uma crítica que considero bastante relevante é a acusação de que a nossa entidade está descolada dos reais problemas  dos professores de nossa universidade e que a mesma precisa “de um sindicato de verdade e não uma ‘seção sindical’ atrelada a outros interesses”. Discordo da suposta veracidade com que é firmada esta acusação. E vou explicar. Penso que num debate franco somos levados a reconhecer que não há política, ou disputa política, sem projeto, ou seja, sem interesses. O que necessita ser dito com clareza é quais são os reais interesses em disputa com a criação do SIND-UFMA. Sem dúvida, são interesses não apenas distintos dos interesses histórica e publicamente defendidos pela APRUMA, mas são principalmente interesses ANTAGÔNICOS. Em suma, estamos diante de dois projetos de universidade, de sociedade. Quem participa minimamente da vida política em nossa universidade e conhece a prática política dos protagonistas deste que se apresenta “como um novo jeito de fazer sindicalismo”, sabe do que eu estou falando. Um fato que por si só deixa claro o lugar de onde fala este “novo sindicato”  está registrado na matéria do Jornal O Imparcial, publicada em 28 de maio de 2014, em que o Reitor da UFMA, Natalino Salgado, fala do entusiasmo do Ministro da Educação, Henrique Paim,  quando recebeu a notícia de criação do SIND-UFMA. É curioso que o grupo do SIND-UFMA, tendo desencadeado um processo nesses termos, conforme fica explícito na matéria do jornal citada acima, reivindique autonomia e independência da APRUMA!

Talvez fosse interessante que os professores tentados a organizar um sindicalismo de novo tipo participassem antes das assembleias da APRUMA, defendendo publicamente seu projeto de universidade (sem escamoteá-los!!), e expondo suas ideias acerca da sociedade, poder, etc. Assim ficaria transparente, algo que o SIND-UFMA também reivindica da APRUMA em seu panfleto de criação, a quais partidos políticos pertencem os protagonistas do “novo sindicalismo”, pois esse discurso de pretensa pureza política, nos coloca precipício abaixo na despolitização da nossa categoria.

A participação nas assembleias da APRUMA seria muito interessante inclusive porque lá disputaríamos ideias, projetos para além do processo eleitoral (eleição – espaço de disputa privilegiado dos protagonistas do SIND-UFMA, o que por si só, já é sintomático do projeto que defendem!!!). Fica aqui o meu convite especialmente direcionado aos professores assediados pelos protagonistas do SIND-UFMA, a  participarem não apenas da disputa eleitoral  da entidade, ou da criação de um outro sindicato, mas do debate sempre democrático, que define coletiva e legitimamente os rumos que deve tomar o movimento docente na UFMA e fora dela.

Outro aspecto destacado no panfleto de criação do SIND-UFMA é o fato de que estamos em um mundo, em um país e numa universidade, diferentes. Dessa análise, eu concordo. E também vou dizer a razão. Não tenho a pretensão de fazer análises acerca das transformações mais gerais ocorridas no país e no mundo, afinal fomos convocados a tratar de questões locais, termo-fetiche usado pelos protagonistas do SIND-UFMA, mas sabemos  que o uso de um referencial teórico-metodológico consequente nos coloca diante do desafio de entender o local em articulação com os outros níveis da realidade objetiva, o que nos revela que entender a nossa universidade é impossível, sem situá-la  no contexto mais geral em que a universidade brasileira está inserida. Primeiro, é necessário reconhecer que nós crescemos, embora com preocupante inovação e relativa (apenas relativa) inclusão social! Vejamos os dados da expansão da NOSSA universidade. O número de campi da UFMA cresceu 125% nos últimos anos, pós-REUNI. Analisados os referidos dados, sem a análise do funcionamento real dos nossos 9 campi, poderíamos  dizer que estamos diante de um incomensurável avanço. Mas vamos com a acuidade necessária, para que não fique turvo o nosso olhar com a “cortina de fumaça” que produz este programa de expansão. Crescemos, em termos de matrículas, 145% na pós-graduação stricto sensu e 63,8% na graduação presencial. Se considerarmos que são basicamente os mesmos professores que atuam da graduação e na pós, e que esse segmento experimentou aumento de apenas 43,3%, temos um problema.  Alias, um problema grave! Não podemos simplesmente nos entusiasmar com o crescimento quantitativo da UFMA, sem considerar as contradições acarretadas com esse processo de expansão. Se adicionarmos à desproporcionalidade com que cresceu o número de matrículas e o número de professores, o fato de que o aumento de técnico-administrativos foi de apenas 6,9%, compreenderemos que estamos diante de uma tendência nacional, que expande as oportunidades de acesso à universidade às custas da intensificação e  da precarização do trabalho docente.

A partir de uma breve análise histórica, temos uma melhor compreensão do que está acontecendo na universidade. Em 1980, a proporção professor-aluno era de 7:1, passou a 8:1 no ano de 1998 e chegou a 11:1 em 2004, de acordo com Bosi (2007).  Atualmente, na UFMA, alcançamos a proporção 20:1, superando a própria meta do REUNI, cuja proporção professor-aluno, é de 18:1.  Isto tudo demonstra que, de fato, estamos em outra universidade. O que importa é compreender o rumo da mudança a que fomos arrastados, bem como os efeitos sobre o nosso trabalho e a formação acadêmico-científica das novas gerações.

É notável o compromisso com que a APRUMA e o Sindicato Nacional-ANDES vêm denunciando os impactos dessas mudanças sobre a perda da potencialidade do trabalho educativo que realizamos e sobre nossa saúde física e psíquica, entre outros. Nesse sentido, como acusar a nossa entidade de estar descolada dos reais problemas que afetam os professores de nossa universidade? Mais uma vez estamos diante da necessidade que nos desafia a responder a questão: qual universidade defendemos  e que tipo de atuação sindical consideramos adequada para enfrentar tais políticas…

De fato, temos que encontrar coletivamente medidas cada vez mais eficazes no enfrentamento dessas políticas e seus implementadores, mas buscar tais alternativas passa pelo entendimento de que não se trata de arrefecer nossa capacidade de luta, adotando o apregoado diálogo, proclamado pelos protagonistas do SIND-UFMA, com quem tem historicamente contribuído com o enfraquecimento do nosso movimento de resistência, fragmentando nossa categoria, a partir da criação de uma entidade atrelada à reitoria.

Com isso quero comentar mais um aspecto do já referido panfleto. Ele convoca a se filiarem, os professores que desejam ter um sindicato onde “o professor e sua família possam usufruir de momentos de lazer” ou que desejam “ter vantagem em vários tipos de serviços por meio de convênios com empresas”. Será que são esses os problemas que a nossa categoria quer ver resolvidos, enfrentados? Penso que necessitamos debater de forma mais consequente o que isto significa para o cotidiano de nossa atuação como docente.

Por último, penso que todo esse debate, desde os últimos processos eleitorais, tem sido muito importante para o movimento como um todo, considerando que a universidade é um espaço de disputa de ideias, e que o pensamento divergente como tal precisa ser respeitado.  Mas, para ser salutar o debate, necessitamos analisar o que está em disputa e não aderir a este ou a aquele projeto por constrangimento, pressão ou relações pessoais etc. Urge superarmos a análise idealizada do movimento docente como um todo e da  nossa entidade em particular, como se a APRUMA não fosse expressão da atuação de homens e mulheres em luta, enfrentando todas as  contradições que comporta esse processo.

Eu posso afirmar, como alguém que já participou de uma gestão da APRUMA (2010-2011) que, antes de tudo, a construção cotidiana desta entidade é realizada por docentes que além de realizarem as atividades de ensino, pesquisa e extensão na universidade, ainda se dedicam a contribuir com a luta, num ato que a um só tempo expressa a coragem e o compromisso com a universidade pública, gratuita e de qualidade social.

A APRUMA, assim como todas as entidades classistas, entendidas desse modo, necessitam atualizar o debate, revigorar sua atuação, fazer autocrítica permanente de suas práticas e fortalecer a organização para os combates necessários, aglutinando cada vez mais forças efetivamente capazes de expressarem um projeto autônomo de universidade e de sociedade.

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Livros on-line de jornalismo

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Profissionais e estudantes da área de Comunicação Social tem acesso a diversos livros que estão disponibilizados pela Biblioteca On-line de Ciências da Comunicação (BOCC).

Biblioteca on line Portugal
Capa do portal Biblioteca On-line de Ciências da Comunicação

 

A Biblioteca é mantida pela Universidade da Beira Interior, de Portugal. É um espaço com livros, artigos, monografias, dissertações em mais de 40 especializações da área de Comunicação social.

Os interessados devem acessar o portal www.bocc.ubi.pt

A navegação no portal é descomplicada e fácil.

Há algumas pequenas diferenças no português de Portugal para o do Brasil o que, de forma alguma, compromete a compreensão e o aprendizado.

As publicações são nas seguintes áreas

Cibercultura

Cinema

Comunicação e Educação

Comunicação Organizacional

Comunicação Política

Direito e Ética da Comunicação

Economia e Políticas da Comunicação

Epistemologia da Comunicação

Estética, Arte e Design

Estudos Culturais e de Género

Estudos Fílmicos

Estudos Televisivos

Filosofia

Fotografia e Video

História e Teorias da Comunicação

Imprensa Escrita

Jornalismo

Linguagem e Literatura

Marketing

Multimedia e Jogos Electrónicos

Opinião Pública e Audiências

Publicidade

Rádio

Relações Públicas

Retórica

Semiótica e Análise do Discurso

Sociedade da Informação e Novas Tecnologias

Sociologia da Comunicação

Teorias da Cultura

Webjornalismo

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Falta filosofia nos departamentos de filosofia

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No fim da década de 1990, o professor Oswaldo Porchat, experiente professor de filosofia da USP, descobriu que não havia sido um filósofo em toda a sua carreira, mas no máximo um historiador de filosofia.

Também concluiu que havia formado uma parte considerável dos professores de seu próprio departamento com esta mesma impressão equivocada sobre o fazer filosófico.

Escreveu, então, com quase 70 anos, um discurso com esta revelação para os estudantes e professores da USP.

Trechos a seguir.

“Errare humanum est, sed perseverare in errore diabolicum [errar é humano, perseverar no erro é diabólico], diziam os medievais.

Não quero ter parte com o diabo. Quero ter, no momento em que caminho a passo acelerado para os meus 70 anos, para o momento em que serei forçado a deixar a universidade, a coragem de rejeitar duramente meus erros passados, denunciar meus procedimentos equivocados, pedir humildemente desculpas pelas consequências infelizes que possam ter deles resultado. E tentar contribuir para que se busquem outros rumos. Para que a História da Filosofia, entre nós, comece a dar lugar finalmente à Filosofia.

(…) Dever-se-ia dar também atenção especial, porém, àqueles problemas filosóficos que são problemas para nossos estudantes, questões que naturalmente os preocupam. Aliás, inseridos que estão e não poderiam deixar de estar no mundo contemporâneo, muitos dos problemas desses jovens refletem compreensivelmente parte da problemática com que estão lidando os filósofos de hoje. Parece-me, por exemplo, que os problemas de filosofia moral têm aí um lugar especial. Têm acaso sido eles objeto importante de nossos cursos e atividades de ensino e pesquisa? Temo sinceramente que não.

(…) [É] muito desejável que nossos estudantes sejam fortemente incentivados, desde o início, desde o primeiro ano, a exprimirem livremente nos seminários, nos trabalhos e nas aulas os seus próprios pontos de vista sobre os assuntos tratados. A tomarem posição, a criticarem, a ousarem criticar, se isso lhes parecer ser o caso, mesmo as formulações dos grandes filósofos e suas teses.

(…) [E]m História da Filosofia a autoridade parece contar muito, em Filosofia a autoridade não conta nada. Seja qual for a minha erudição historiográfica, minha opinião filosófica conta tanto, na esfera do saber e no domínio das verdades filosóficas, quanto a de qualquer um de meus alunos, minhas performances “magistrais” não garantem a verdade do que eu possa afirmar.

(…) Há espaço de sobra nele [no departamento de filosofia] para a crítica e para a indispensável autocrítica. Basta abrir algumas salas que estão fechadas, as salas da discussão, da polêmica, do debate, da crítica, da autocrítica. Disseram-me que vocês têm as chaves.”

Discurso completo aqui: http://www.revistafundamento.ufop.br/Volume1/n1/vol1n1-2.pdf

A “queda da graça” do professor Porchat é, como ele sugere, revolucionária, e ainda extremamente relevante por vários motivos.

As coisas ainda estão bem como ele descreve. Muitos departamentos e professores de filosofia no Brasil ainda mantém um ambiente acadêmico hostil ao racionalismo. Pois é hostil ao racionalismo ensinar aos alunos que devem apenas comentar o que Fulano disse sobre Cicrano, não tentar criticar Fulano e Cicrano ou elaborar seus próprios argumentos com base nos erros ou descobertas de ambos. É hostil ao racionalismo pensar que pesquisa filosófica é comentário de obras de arte e associações vagas ou triviais de ideias repletas de nomes importantes e palavras de baixa frequência de uso na língua portuguesa, além é claro de neologismos dispensáveis e maneirismos de escrita e demais adornos desnecessários para quem de fato tem argumentos a apresentar.

O Brasil, talvez, nunca esteve tão necessitado de bons filósofos quanto hoje. A população de baixa escolaridade, apesar de amar a erudição e sonhar em ver seus filhos estudando, transita entre ideias da grande mídia, da igreja e do senso comum, como “bandido bom é bandido morto” e “sem Deus tudo é permitido”. Quando conseguem alguma educação, quase sempre recebem ideias repletas de preconceitos como o cientificismo. E são essas pessoas que pagam as bolsas de mestrado e doutorado de estudantes que passam anos nas universidades públicas para terminar com trabalhos que muitas vezes não têm qualquer compromisso com originalidade argumentativa ou mesmo a clareza (que não implica rejeição a qualquer jargão, mas implica que o jargão usado pela comunidade tenha algum escrutínio criterioso).

Isso não é justo. E não é justo que o cidadão leigo em filosofia tenha como personalidades filosóficas famosas em seu país figuras como Olavo de Carvalho e Luiz Felipe Pondé, que vivem de regurgitar senso comum com adornos linguísticos da norma culta.

O exemplo do professor Oswaldo Porchat Pereira é um exemplo de coragem e um exemplo a ser seguido. Que outras carreiras longas como a dele não sejam gastas em exercícios historiográficos fora de departamentos de história e cultos a personalidades mal travestidos de debate crítico.

 

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Salário do Professor entre os graduados

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Em reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) dão conta de que, pelo menos no estado de São Paulo, de todas as profissões que exigem formação superior, os professores são os que recebem os menores salários.

Pelo parâmetro das classes profissionais com mais de 20 mil registros, o salário mais baixo de nível universitário é o dos docentes de ensino fundamental.

Em 2012, 53 mil pessoas que exerciam a profissão receberam, em média, R$ 2,2 mil mensais, menos do que os R$ 2,6 mil que ganham os supervisores de telemarketing, os R$ 3,3 mil dos agentes penitenciários e dos R$ 3,4 mil dos ferramenteiros.

Ainda de acordo com a RAIS, a situação torna-se mais agravante quando se trata de alguns professores de disciplinas específicas.

No ano passado, apurou-se que um professor universitário de Matemática Aplicada, por exemplo, recebia, em média, R$ 1,8 mil por mês, ao passo que, um professor de educação infantil com diploma universitário ganhava R$ 1,7 mil.

Os números mostram que a remuneração média dos docentes no Brasil é 40% menor do que dos profissionais com a mesma titulação.

Segundo a análise da RAIS em São Paulo, um professor de ensino fundamental recebe 71% a menos que um engenheiro civil, profissional mais bem pago, segundo o estudo.

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Artigo da semana é de Silvio Martins: “Meu nome na tua mente”

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Artigo desta semana: Silvio Martins

Aborda um tema da atualidade ou especialidade do autor do artigo e não reflete, necessariamente, a opinião do blog.

 

Meu nome na tua mente

Foto Silvio Martins
Silvio Martins é educador, jornalista e professor de Marketing

 

Alguns autores* propõem que para se fazer um bom marketing pessoal três coisas são necessárias:

1)      Defina-se,

2)      Cometa erros

3)      Escolha um nome correto

 

1)    Defina-se

Os teóricos pedem para gente se definir. Eles alegam que quem quer ser tudo para todos acaba sendo coisa nenhuma. Também, chamam a atenção para necessidade de definirmos a imagem profissional no mercado: Quem sou eu profissionalmente? Qual é a minha posição na mente dos meus clientes? Como sou percebido?

Segundo os autores, o importante é romper a barreira da indiferença na mente do cliente potencial.

Uma das formas de romper a indiferença é conseguindo ser único, ou seja, não sendo igual, não sendo apenas mais um profissional no mercado. Sugerem os autores, que o profissional deve buscar um diferencial.

Ser impar, definir-se, ajuda a obter um bom lugar na mente do cliente. Quem tiver bem posicionado na cabeça de seu comprador deverá, naturalmente, ser lembrado primeiro na hora em que ele for fazer uma escolha ou tomar uma decisão.

Qual a minha posição na mente do cliente? Será que sou o 1º, o 2º ou o 3º, ou estou no rabo da fila? Lembre-se: o 1º, a gente nunca esquece. Pode nem ter sido o melhor, mas foi o primeiro.

Se definir ajuda a manter uma posição própria, porque aquele que não se define, fatalmente será definido pelos outros.  E os outros, geralmente, o colocarão na posição que for mais conveniente aos seus interesses.

2)      Cometa Erros

A segunda coisa que os autores pedem para trabalhar o marketing pessoal é Cometa Erros.  O importante aqui é fazer. Para saber se uma coisa dará certo ou errado, primeiro temos que fazê-la.

Não dá para ficar esperando se vai dar certo ou errado se não agir. Isso me lembra o salão de festa. Tá lá a garota de bobeira, a música dando o clima e eu na indecisão se a convido para dança. Se eu agir, tenho boas chances de receber um sim. Se não agir, o não venceu.   Portanto, não fique esperando a música acabar para agir.

3)      Escolha um nome correto

Nosso último item é – escolher um nome certo. Sempre digo: nome é uma coisa tão séria que nem foi a gente que escolheu o nosso. E pergunto: alguém ai escolheu o seu nome? Para o marketing nome é algo muito importante, nome é a marca, o nosso nome é a nossa marca. Poucos sabem quem é José de Ribamar Ferreira de Araújo Costa, mas Sarney, poucos desconhecem. Alguém conhece Manfried Sant’Anna, é o trapalhão conhecido publicamente como Dedé Santana. Ou Dolores Gonçalves Costa, a irreverente e cômica Dercy Gonçalves. Pessoas públicas precisam ser lembradas pelos seus fãs, clientes ou eleitores, por isso adotam nome fácil de ser lembrado, de ser posicionado na mente.

  • Al Ries e Jack Trout
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Artigo de Boris Kossoy: Fotografia e memória

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Artigo deste semana: Boris Kossoy

Artigo de final de semana abordando tema da atualidade ou especialidade do autor do artigo. A opinião dos articulistas não definem a posição do blog.

Boris Kossoy
Boris Kossoy
Arquiteto, fotógrafo e historiador. É um dos mais respeitados cientistas sociais do Brasil na atualidade premidos e reconhecido em vários países. Professor da Universidade de São Paulo tem inúmeros livros publicados no Brasil e no exterior.
Investiga a história da fotografia no Brasil e dedica-se as estudos teóricos e estéticos centrados na expressão fotográfica e à aplicação da iconografia como fonte de pesquisas históricas e sociais. Já exerceu vários cargos como o de diretor do Museu da Imagem e do Som de São Paulo.
Descobriu o fotógrafo Hercules Florence, que inventou um método fotográfico no Brasil, antes de Daguerre.
Entre suas publicações “Realidades e ficções na trama fotográfica”, “Dicionário histórico-fotográfico brasileiro” e “Os tempos da fotografia: o efêmero e o perpétuo”.

 

Fotografia e memória

Qualquer que seja o tema representado numa fotografia é a lembrança que ela traz de uma época desaparecida o aspecto simbólico sempre recorrente.

É a fotografia, dentre as demais fontes de informação histórica não convencionais, uma das que têm atraído o interesse de um número maior de pesquisadores; um eficaz instrumento de descoberta e análise dos cenários e fatos do passado.

No trabalho histórico a imagem não vale por mil palavras. A gênese e a história dos documentos fotográficos, assim como os fragmentos do mundo visível passado que esses mesmos documentos preservam congelados, requerem, para sua devida compreensão, uma ampla gama de informações advindas de diferentes áreas do conhecimento.

A fotografia se refere a um micro-aspecto do mundo, a uma determinada realidade que ela registra. No entanto, queremos sempre saber mais a respeito daquilo que se acha gravado na fotografia. Porque temos a consciência que o que vemos se conecta a inúmeros fatos sobre os quais nada sabemos; e que podem contextualizar a imagem: um registro de aparências, composto de múltiplas realidades.

Quaisquer que sejam os conteúdos das imagens devemos considerá-las sempre como fontes históricas de abrangência multidisciplinar, decisivas para seu emprego nas diferentes vertentes de investigação histórica. As imagens fotográficas, entretanto, são apenas o ponto de partida, a pista para tentarmos desvendar o passado. Elas nos mostram um fragmento selecionado da aparência das coisas, das pessoas, dos fatos, tal como foram esteticamente congelados num dado momento de sua existência/ocorrência.

A realidade da fotografia não corresponde (necessariamente) à verdade histórica, apenas ao registro expressivo da aparência. Seu potencial informativo poderá ser alcançado na medida em que esses fragmentos forem contextualizados na trama histórica em seus múltiplos desdobramentos sociais, políticos, culturais, que circunscreveram no tempo e no espaço o ato da tomada do registro. Caso contrário essas imagens permanecerão estagnadas em seu silêncio: fragmentos desconectados da memória.

Assim como as demais fontes de informação históricas, as fotografias não podem ser aceitas imediatamente como espelhos fiéis dos fatos. A imagem de qualquer objeto ou situação documentada pode ser dramatizada ou estetizada, de acordo com a ênfase (intenção) pretendida pelo fotógrafo.

A manipulação é inerente à construção da imagem fotográfica. A foto é sempre manipulada posto que se trata de uma representação segundo um filtro cultural são as interpretações culturais, estéticas/ideológicas e de outras naturezas que se acham codificadas nas imagens.

A decifração das imagens vai além das aparências. Sua realidade interior deve ser desvendada segundo metodologias adequadas de análise e interpretação, caso contrário permaneceremos na superfície das imagens, iconografias ilustrativas sem densidade histórica.

 

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