Revisitando a Terapia de Reposição Hormonal

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Até os idos de 1900 a expectativa de vida nos países mais desenvolvidos,incluindo os Estados Unidos da América era de 50 anos,por conseguinte a Menopausa não era problema entre as mulheres.50 anos é o pico médio do aparecimento da menopausa.Hoje a mulher moderna passa um terço ou um meio de sua vida em fase menopausal.
A última década foi muita confusa para cabeça das mulheres no tocante as orientações sobre a terapia de reposição hormonal.Senão vejamos.Nos anos 80 apareceram vários trabalhos chamados observacionais e o mais importante deles foi feito com um grupo enorme de enfermeiras dos Estados Unidos. Os resultados apontavam para uma melhor qualidade de vida nas que usaram a reposição hormonal,benefício mais importante encontrado foi a redução de mortalidade por doenças cardiovasculares,que nessa época já despontavam como a principal causa de morte no mundo ocidental. Foi uma revolução na época, mas o difícil foi colocar na cabeça dos médicos o valor dessa terapia. Já para as mulheres era a própria pílula da eterna juventude.
Anos se passaram e recentemente dois trabalhos que não foram patrocinados pela indústria farmacêutica e sim pelos órgãos governamentais de saúde americano, jogaram água nessa fervura. Badalados pela imprensa leiga,tinham seus nomes abreviados com as siglas HERS e WHI, o primeiro testava a terapia de reposição hormonal em mulheres que já eram portadoras de doenças no coração e o segundo em pacientes sadias sem doenças cardiovasculares,o objetivo dos dois eram semelhante quanto a questão dos resultados.Prevenia doença cardiovascular? Evitava novos eventos de trombose? Os resultados chocaram a comunidade médica que tanto protegia a terapia hormonal. Além de não prevenir doenças cardíacas, algumas vezes produzia tromboses cerebrais e coronarianas,e ainda com o agravante de aumentar a incidência de câncer de mama.
Após um silencio de meses, esses trabalhos foram reavaliados e ficou demonstrado que o grupo de mulheres usados nesse trabalhos eram de pacientes muito idosas que já não necessitavam da terapia hormonal para prevenção e muitas delas já não esboçavam qualquer sintoma típico da menopausa,nesses trabalhos foram aceitas pacientes com até 79 anos de idade. O agravante é que esse grupo de mulheres provavelmente já eram portadoras de placas gordurosas em suas artérias.
Nesse momento um novo conceito emerge no tocante as doenças cardiovasculares. Os estrógenos só agem beneficamente nas mulheres mais jovens de até 60 anos ou pelo menos naquelas que tiveram o ínicio da menopausa há 5 anos.Não se deve usar os hormônios com o intuito de prevenção(para isso existem medicações específicas) e sim reduzir a sintomatologia de fogachos ,secura vaginal,entre outros com um tempo curto de no máximo 4 a 5 anos e nunca usar em portadoras de doenças cardíacas.
O verdadeiro é que se deve ao indicar a terapia de reposição hormonal:considerar objetivos específicos,individualizar o tratamento,encontrar via de administração adequada,usar baixas doses,hormônios mais próximos ao natural,menor tempo de uso e avaliar os riscos e benefícios a cada consulta.

José Xavier de Melo Filho
CARDIOLOGIA
[email protected]

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