Estamos cuidando bem das mães e das nossas crianças?

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          Como  medir o progresso  e desenvolvimento dos países e do nosso planeta?

          Uma via indicada e de amplo consenso, é perguntar como estão sendo tratadas as mães e as crianças. Um recente informe da Unicef 2008 dedicado as crianças do mundo e que acaba de ser publicado, mostra um panorama inquietante.

          O documento mostra que é prioridade oferecer assistência adequada durante a gravidez e parto, dar cuidados necessários ao bebê. Ambos são altamente vulneráveis nesta fase. A situação da mãe e do bebê estão muito ligadas. Se a mãe tem problemas de saúde, a repercussão é imediata no bebê.

          Nos países desenvolvidos são tomados todos os cuidados, só morre uma mãe a cada 14.285 nascimentos. No mundo em desenvolvimento morrem 500.000 mães por ano, uma a cada minuto. A razão central dessa distorção é a falta de assistência médica. A OMS recomenda um médico a cada mil pessoas. Nenhum país da África sub-saariana e do sul da Ásia chegam a esse número. Na Nigéria e Tanzânia há um médico para cada 50.000 pessoas. Vejam o outro lado moeda. Todos os partos na Suécia, Noruega e Finlândia são atendidas por especialistas. Por aqui na América Latina enormes progressos estão sendo alcançados segundo a Organização Panamericana de Saúde(OPAS), mas muito há de ser feito. morrem 22.000 mães anualmente.

          Os cuidados com recém-nascido devem ser o tema central das políticas de saúde. Apesar das melhorias, as cifras são ainda muito preocupantes. Cada ano, no mundo morrem 9.7 milhões de crianças, antes de completar os 5 anos de idade, 26.000 por dia e 3 por segundo, na sua grande maioria de causas preveníveis. Um terço das mortes são de crianças que perecem no primeiro mês de vida, sem ter acesso a serviços elementares de saúde. Se estima que as mortes anuais de crianças equivalem as vítimas das mortes de um tsunami. 50% das mortes são causadas por desnutrição da mãe e das crianças. Ao reduzir a desnutrição, se reduziria fortemente as mortes por enfermidades facilmente tratáveis, como diarreia e pneumonia, que tem como causas principais a falta de água potável e instalações sanitárias adequadas e más práticas de higiene. Só a pneumonia mata mais de 3 milhões de crianças menores de cinco anos a cada ano. Os antibióticos que se necessitam para tratar pneumonia, custam menos de 30 centavos de dólar. Qual ao justificativa para não serem tratadas? A elevação dos preços mundiais dos alimentos básicos podem agravar ainda mais esses problemas. Se estima que podem chegar a probeza extrema, as cifras de mais de 200 milhões de pessoas.

          A nossa America Latina mostra um quadro paradoxal, Produz alimentos, três vezes mais  que sua população atual, no entanto 25% das mães que dão a luz, sofrem de desnutrição, e mais de 50% das mortes das crianças também são causadas por ela, 16% das crianças têm desnutrição crônica. Segundo informa The New York Times, investigações recentes mostram que quando as crianças não são amamentadas, aumentam o risco de infecção pulmonar,obesidade,diabetes e até câncer. 60% das crianças do mundo em desenvolvimento não recebe lactância materna, durante o período mínimo desejável.

          A prestigiosa instituição Save the Children mostra que as mulheres suecas têm educação formal durante mais de 17 anos e uma esperança de vida de 83 anos, e que só uma de cada 185 perde um criança antes que cumpra um ano. Cada mulher na Nigéria só têm três anos de assistência à educação, só uma de cada dez sabe ler e sua expectativa  de vida é de apenas 45 anos, 25% das crianças morrem antes de completar um ano. Cada mulher na Nigéria verá uma criança morrer e 90% delas podem perder até 2 crianças no decorres de sua vida.

          Não há muitas justificativas para o péssimo trato, que o planeta que transborda em riquezas e tecnologias, tenha dado para as mães e as crianças. Com 20 dólares, se pode assegurar a um recém-nascido, como se faz na Noruega, toda  bateria de vacinas básicas que necessitará em sua vida. Com 5 doláres se pode comprar uma rede para proteger contra mosquitos e reduzir radicalmente os milhões de mortes anuais por malária. Com 33 centavos de dólar, se pode vacinar contra sarampo e nisso o Brasil é bom. O sarampo está matando 240.000 de crianças por ano, e em 47 países têm alta incidência porque um terço dos menores de 5 anos não são vacinados.

          Bastariam proporcionar ínfimos valores do PIB de países mais ricos para dar possibilidade de vida a muitas vítimas inocentes. 

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