Cuidado com dores que chegam a impedir movimentos

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Dores crônicas na coluna podem ser muito mais do que problemas de má postura. O dolorido incômodo, que chega a levar os pacientes às emergências de hospital, pode significar que o osso já está multifraturado, consequência de uma osteoporose instalada.

A doença é caracterizada pela redução da quantidade e da qualidade da massa óssea e pode não apresentar nenhum sinal antes de provocar as primeiras microfraturas, por isso é chamada de silenciosa. O perigo está instalado justamente aí: estudos apontam que fraturas oriundas da osteoporose podem aumentar em até oito vezes a taxa de mortalidade.

De acordo com o endocrinologista e membro do Departamento de Metabolismo Ósseo e Mineral da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, João Lindolfo Borges, é muito comum pacientes em primeira consulta já apresentarem sinais avançados da doença.

—  Infelizmente as pessoas não imaginam que é possível já estar com os ossos fraturados sem sentir nenhum sinal antes — afirma.

O recente estudo BRAZOS, realizado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) em parceria com a Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP), apontou que aproximadamente 70% das mulheres e 85% dos homens que já haviam apresentado uma fratura por fragilidade óssea desconheciam que a mesma tinha sido causada pela osteoporose.

Segundo o especialista, é importante que os fatores de risco para desenvolver a osteoporose sejam melhor divulgados para que as pessoas fiquem mais atentas.

— Além da idade avançada, pessoas com baixo peso, de raça branca e com histórico de doença na família são mais suscetíveis a desenvolver o problema. Um estilo de vida pouco saudável, caracterizado pelo consumo de fumo, ingestão regular de bebidas alcoólicas, falta de atividade física, dieta pobre em cálcio e pouca exposição à luz solar também contribuem para o maior risco — afirma o médico.

Borges aconselha as pessoas que se enquadram nessas características a realizar avaliações periódicas, como a densitometria óssea, um exame simples e indolor que pode ser descrito como uma “radiografia” do corpo.

As mulheres são maioria no grupo de risco.

— No Brasil, cerca de 30% das pessoas do sexo feminino são acometidas pela osteoporose no período pós-menopausa. Nesta fase os níveis de estrógeno, hormônio produzido no ovário e responsável pela fixação do cálcio, ficam bastante baixos, e essa deficiência hormonal contribui para a evolução da doença — explica o médico.

Ter uma dieta rica em cálcio, manter atividade física regular, evitar o uso de álcool e fumo são algumas atitudes que podem ajudar na prevenção. Além disso, os tratamentos para a osteoporose evoluíram muito nos últimos anos, trazendo mais conforto para o paciente até na frequência da administração de medicamentos. Na terapia à base de remédios, comprimidos antigamente ingeridos todos os dias já podem ser tomados semanal e até mensalmente hoje em dia, caso do ibandronato de sódio.

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