Mitos e verdades sobre a hora do parto

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As mulheres sempre sentem dor no parto normal?

Sim. A dor faz parte do processo de expulsão do bebê. A anestesia tem o momento certo para ser feita — se for aplicada precocemente, atrapalha o trabalho motor do útero.

Existe uma idade segura para o parto normal? Depois dos 40 anos, por exemplo, só se pode fazer cesariana?

Sim. A idade ideal é até os 35 anos. Após esse período, a amplitude da mobilidade da bacia fica reduzida. Além disso, aumenta a chance de haver complicações intrauterinas resultantes de distúrbios placentários — a placenta doente recebe menos oxigenação. Sendo assim, o mais indicado é a cesariana.

Mulheres com obesidade mórbida só podem fazer cesariana?

Não. A obesidade mórbida não reduz as chances de parto natural. A via de passagem da bacia e a força do abdômen ficam reduzidas em mulheres obesas. Com isso, se o bebê for pequeno, há a possibilidade de um parto normal. Mas, normalmente, as mulheres com obesidade mórbida fazem cesariana, pois apresentam muitas complicações associadas, aumentando a probabilidade do parto cesariana.

Mulheres soroposivitas para HIV podem fazer parto normal?

Sim. No entanto, o ideal é fazer uma programação com agendamento de uma cesariana para que possam ser utilizadas drogas retrovirais pré-parto, protegendo o recém-nascido dessa exposição. Cerca de 50% das crianças nascem soropositivas, e 50% dessas, com o tempo, deixam de ter o vírus.

Se o bebê não chorar na hora em que nascer, é porque tem algum problema de saúde?

Não. Após o nascimento do bebê, ainda na sala de parto, o neonatologista faz uma avaliação, atribuindo ao recém-nascio notas que, ao final, espelham seu estado de saúde. Essa nota é chamada de Apgar.

Depois que a mulher realiza uma cesariana, todos os partos futuros têm de ser assim?

Não. Mulheres com história de uma cesariana anterior podem tentar parto normal. Algumas situações aumentam o risco de ruptura da cicatriz, como mais de uma cesárea anterior e intervalo curto entre os partos (menos de 24 meses).

Mulheres com diabetes gestacional devem fazer cesariana?

Gestantes bem controladas, sem complicações associadas e feto com prova de bem-estar podem aguardar a evolução espontânea para o parto.

Mulheres com problemas graves de anemia não podem fazer parto normal?

Mito. A média de perda sanguínea no parto vaginal é de meio litro. Em um parto cesárea, são 600 ml. Em casos de hemorragias pós-parto, é imprescindível a assistência qualificada para evitar danos à mãe, independentemente da via de parto.

Cordão umbilical enrolado no pescoço é sinônimo de indicação para cesárea?

Não. As circulares de cordão frouxo (voltas do cordão umbilical no pescoço do bebê) ocorrem em aproximadamente 30% das gestações, não exigem cesariana. Mais importante que saber se há ou não circulares é acompanhar a evolução do trabalho de parto e avaliar o bem-estar do feto, respeitando a resposta cardíaca fetal. Apenas se a circular comprometer o fluxo sanguíneo do cordão e, consequentemente, ameaçar a adequada oxigenação fetal haverá indicação de cesariana.

Quando há o rompimento da bolsa, não se pode esperar muito tempo para realizar o parto por causa do risco de sofrimento fetal? Nesse caso, deve ser feita uma cesariana de emergência?

Mito. Uma ruptura de bolsa abaixo de 35 semanas pode não indicar um parto iminente. A mãe será internada e monitorada com o objetivo de evitar infecção da bolsa e postergar a hora do parto.

Se a dilatação necessária para o parto normal não acontecer em até oito horas de trabalho de parto, deve-se partir para uma cesariana?

Sim. Após oito horas de trabalho de parto, a cesárea é indicada.

Peridural e raquianestesia são as únicos tipos de anestesia que podem ser utilizados?

Verdade. São as únicas que não comprometem a vida da mãe e do bebê. Ambas são aplicadas na região lombar, entre as vértebras da coluna, tirando a sensibilidade da gestante à dor da cintura para baixo sem comprometer a consciência do processo de parto. Já a anestesia geral afeta a mãe e também o bebê, com isso a criança nasce com depressão respiratória.

Fonte: Alberto D`Auria, ginecologista e obstetra

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