Artrite Reumatóide

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Mãos, punhos, joelhos e pés. A artrite reumatoide (AR) atinge várias partes do corpo, impactando a vida do paciente de maneira bastante generalizada: pode prejudicar desde atividades simples como levantar-se da cama pela manhã, segurar um copo de água e até mesmo trabalhar. Estudos mostram que cerca de 66% dos pacientes perdem uma média de 39 dias por ano de trabalho devido a esta enfermidade. Outros estudos indicam que de 20% a 30% dos que sofrem com AR tornam-se incapacitados profissionalmente em até três anos desde o início da doença. Apesar de poder atingir articulações diferentes, é importante lembrar que a AR é uma doença sistêmica e, por isso, a inflamação acomete o corpo de maneira generalizada Assim, além de limitação funcional, quando não controlada, a enfermidade provoca com frequência fadiga e pode ainda causar o aumento de risco de problemas cardiovasculares, como infarto ou acidente vascular cerebral, o AVC. Não à toa, a perda de produtividade no trabalho, redução da qualidade de vida e convívio social são consequências importantes da AR. Quando se avalia as articulações do paciente, percebe-se que as das mãos e punhos são comumente acometidas, limitando atividades rotineiras, como se vestir, se alimentar ou cuidar da higiene pessoal.

Quando atinge articulações das pernas, como joelhos, tornozelos ou pés, a doença pode prejudicar significativamente a locomoção. Na tabela abaixo, há detalhes que permitem entender melhor como a doença afeta cada parte do corpo e como isso impacta no cotidiano do paciente. Vale destacar que, independentemente de qual parte for acometida e da diferença nos sintomas, o processo inflamatório da doença é generalizado.

Impacto da artrite reumatoide

Ombro: É a articulação de maior amplitude de movimento do corpo humano. Composto por três ossos, precisa ser flexível, pois dele depende a movimentação do braço e da mão. Além de ser flexível, o ombro deve ser forte o bastante para executar movimentos como puxar e empurrar, que não são possíveis para alguém que tem AR.

Cotovelo: Também formado por três ossos, é ele que controla os movimentos de alongar e contrair dos braços. Tarefas simples, como escovar os dentes ou comer com talheres podem se tornar muito dolorosas se essa articulação for atingida pela AR.

Mão: A mão é uma ferramenta valiosa: é por meio dela que o ser humano se expressa e executa atividades simples, porém de grande importância, como segurar objetos, digitar ou dirigir. Se a mão for atingida pela AR, o paciente terá grandes dificuldades em executar tarefas manuais, tornando-se dependente até mesmo para cuidar da higiene pessoal.

Joelho: Essa é a maior articulação do corpo humano, formada por quatro ossos: fêmur, paleta, tíbia e fíbula. A dor e o inchaço, causados pela AR, dificultam o movimento de flexão e extensão. Sentar e levantar pode se tornar uma tarefa possível apenas com ajuda.

: Composto por uma complexa estrutura que equilibra, estabiliza, absorve impactos, suporta o peso e movimenta o corpo, o pé permite movimentos como a caminhada ou a corrida. Caso o pé seja atingido pela AR, movimentos relacionados à locomoção podem ser extremamente prejudicados ou até impossibilitados.

Sobre a artrite reumatoide

A artrite reumatoide é uma doença inflamatória crônica e progressiva que atinge articulações, resultado de uma disfunção do sistema imunológico. Normalmente, o surgimento dos sintomas é lento: uma ou várias articulações podem ser acometidas desde o início. Geralmente, a AR começa nas articulações das mãos e dos punhos, de forma simétrica, podendo atingir outras partes do corpo.

A doença gera dor persistente, inchaço e perda da mobilidade das articulações Outros sintomas que podemos destacar são a fadiga e rigidez matinal, ou seja, dificuldade para se movimentar pela manhã.

Diagnóstico

O diagnóstico da AR é baseado na avaliação dos sintomas pelo médico. É possível ainda que o especialista solicite exames complementares como de sangue, radiografias, ultrassom ou ressonância. A análise em conjunto dos exames clínico e complementares confirmam o diagnóstico. A doença pode ser classificada como leve, moderada, ou grave, de acordo com o grau de severidade que atinge o paciente:

Classificação:

Leve: pelo menos três articulações com sinais de inflamação

Moderada: paciente com seis a 20 articulações acometidas

Grave: Mais de 20 articulações persistentemente acometidas, perda de cartilagem e erosão óssea

Vale ressaltar que somente um médico pode fazer o diagnóstico correto e indicar o tratamento adequado, que geralmente inclui mudanças no estilo de vida, uso de medicamentos e até cirurgia para os casos mais graves. Não existe cura para a doença, mas hoje podemos controlá-la, acabando com a dor e limitação decorrentes da inflamação, além de impedir que complicações como deformidades ocorram. Quando a AR é controlada, há ainda um aumento na expectativa de vida, inclusive pela redução do risco de infarto do miocárdio e derrame cerebral.

Em relação aos medicamentos, existem diferentes abordagens farmacológicas, como analgésicos, anti-inflamatórios, corticoides e modificadores do curso da doença (DMCD). Um grande avanço no tratamento da artrite foi o desenvolvimento dos agentes biológicos. A primeira classe destes medicamentos foi a dos anti-TNF – que bloqueiam o Fator de Necrose Tumoral (ou TNF), uma molécula que estimula e perpetua a inflamação na artrite reumatoide. Outras formas de terapia biológica também estão disponíveis no nosso meio e incluem medicamentos que atuam em outros pontos da inflamação da artrite reumatoide como o linfócito B, o linfócito T e a interleucina 6. Com a variedade de opções, o médico reumatologista pode, hoje, controlar a doença e garantir a manutenção da qualidade de vida dos pacientes com artrite reumatoide.

Impacto

– A doença atinge mais mulheres do que homens e pode surgir em qualquer idade.

– A doença afeta aproximadamente 1% da população mundial.

– Dados da Organização Mundial da Saúde apontam que a prevalência e a incidência da artrite reumatoide são maiores nas mulheres do que nos homens.

– A doença pode surgir em qualquer idade, sendo mais comum entre os 40 e 70 anos.

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