Litorânea: quatro donos e ninguém manda
À exceção do Centro Histórico, a Avenida Litorânea é o único cartão-postal urbano de São Luís. E, como todo o resto, sofre as consequências dos maus-tratos e da falta de gestão.
Para quem não sabe, a Litorânea é disputada, a um só tempo, por 3 donos: a União, manda na faixa de areia, no mar, na ocupação; a Prefeitura, no trânsito, na iluminação, na sinalização; e, o governo do Estado, no saneamento e nas praças.
O quarto dono, o povo, acionista majoritário, não manda em nada. Mas tem sua culpa: usufrui de tudo, não tem lá muito zelo pelo próprio patrimônio e, pior, é rigorosamente passivo em relação à omissão dos demais.
A Litorânea serve para tudo: shows, corridas, manifestações, cultos, passeatas, carreatas, assassinatos… Serve, também, como depósito de coliformes fecais vindos de todas as partes, inclusive, dos rios Calhau e Pimenta.
Agora mesmo, do nada, surge um esqueleto de ferro, tão grande quanto feio, provável base para um outdoor ou luminoso. Ninguém sabe quem mandou instalar. Mas, está lá, fincado no concreto, enfeando a paisagem da orla.
Provavelmente, a depender de como as coisas acontecem em São Luís, jamais será retirado.
Você vai deixar isso acontecer?