Saúde é Vida

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A saúde pública, já há algum tempo na pauta dos brasileiros como problema crônico e insolúvel, está hoje na pauta da Igreja Católica, mais especificamente na ordem do dia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), por meio da Campanha da Fraternidade.

Saúde não é nada que possa ser adiado e não há como negar que pelo menos neste aspecto o governo do estado do Maranhão está à frente de outros estados, e o que o programa Saúde é Vida parece ser, de fato, o principal programa de saúde atualmente em curso no Brasil.

Sem entrar no mérito das questões políticas que envolvem o setor, as inaugurações que vêm sendo feitas, a capacitação, a anunciada contratação de 1.300 profissionais da medicina nos colocam diante de uma única e futura revolução na saúde pública do estado. Se for concluído – e tudo indica que será – o programa Saúde é Vida esvaziará de seus tormentos os hospitais de urgência e emergência de São Luís e outras cidades-polos do estado. Mais do que isso, aliviará o homem do interior do fardo de percorrer quilômetros e quilômetros em busca de atendimento médico.

Como disse o secretário Ricardo Murad, a saúde pública é o problema número um apontado pelos brasileiros. As cenas que se destacam – de hospitais entupidos, filas inesgotáveis para marcação de consulta, doentes deitados em chãos de hospitais, ambulâncias com sirenes gemendo dentro da noite, carregando mulheres grávidas – precisam, realmente, de um tratamento de choque.

Sem sombras de dúvidas, o tema da Campanha da Fraternidade, com todas as possibilidades de debates e soluções que descortina, deve mexer com a alma do povo brasileiro. ‘Prolongar a vida das pessoas’, para usar uma expressão do arcebispo de São Luís, dom José Belisário, é a tarefa que hoje mais se impõe às autoridades. A saúde, como já dissemos, é o maior desafio da administração pública no Brasil.

O programa Saúde é Vida, devido ao alcance que pressupõe, chegou a ser taxado de megalomaníaco e provocou descrédito em muita gente. Mas ele está acontecendo, e se acontecer precisará ser mantido, uma tarefa superior às unidades hospitalares que vêm sendo construídas. A execução dessa tarefa deve, no entanto, envolver as prefeituras – principalmente no que se refere à atenção primária – e toda a classe política, todos os setores afins da administração pública.

As Upas e hospitais até agora inaugurados, os que estão por inaugurar, os que foram ou estão sendo reformados e aqueles em fase de construção mostram que a urgência da saúde pública está sendo devidamente enfrentada pelo governo. E, a julgar pelo sofrimento que o desmantelo do Sistema de Saúde no Brasil e no Maranhão tem causado, o programa Saúde é Vida deve ter continuidade.

A sociedade maranhense deve observar com maiores cuidados a revolução que se propõe na saúde pública do estado. O governo erra muito, erra muito mais do que acerta, mas já é hora de reconhecer que está buscando soluções definitivas para o problema da saúde pública no Maranhão.

Editorial do Jornal Pequeno

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