Esporte e cultura

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JoaquimHaickel

Por Joaquim Haickel

Nos últimos quatro anos, por estar exercendo a função de secretário de estado de Esporte e Lazer, comentei pouco sobre assuntos relacionados a esse setor em meus textos dominicais. Neles preferi tratar sobre o dia a dia, artes, ou política.

Nunca usei do cargo para me autopromover, quando muito usava minha presença para prestigiar a realização de algum evento, mas quase sempre pedia que um ou outro colaborador representasse a secretaria. Agora, já quase no final de meu tempo como gestor da Sedel gostaria de tratar de alguns assuntos concernentes a essa pasta.

Todos sabem que a área esportiva (bem como a cultural), em qualquer governo é sempre colocada em um plano secundário. Até entendo o porquê dessa atitude. Eles sabem da extrema importância que tem saúde, educação e segurança na vida da população. Enquanto eleitores, os cidadãos cobram de seus governantes, ações eficientes, eficazes e efetivas nesses setores.

Acontece que esporte e lazer (cultura e entretenimento) são componentes indissociáveis tanto da educação, quanto da saúde como da segurança. Enquanto não encararmos esse fato como realidade, enquanto não pararmos de dizer isso apenas nos discursos e não incorporarmos essa verdade ao dia a dia das ações de governo, e aqui falo de qualquer governo, nos três níveis da governança, não atingiremos um grau de maturidade política e administrativa condizente a um país justo, progressista e democrático.

Enquanto não houver em cada escola uma quadra polivalente e professores capacitados para dar aulas, não apenas de educação física, mas também de modalidades esportivas (enquanto em cada uma delas não tiver práticas artísticas efetivas, como canto, teatro, artes plásticas, com educadores capacitados), nossas crianças vão continuar saindo das escolas como cidadãos menores.

Não será uma crônica dominical de um secretário de Esporte que está deixando a pasta que vai resolver essa situação. Apenas a conscientização de todos, não apenas de prefeitos, governadores e presidente da República, poderá fazer o esporte (e a cultura) deixar de ser assunto de peso inferior a outros.

Mais que mero financiador de esporte (e de cultura), o governo tem que ser o defensor de ações que garantam que as práticas esportivas (e culturais) deixem de ser a primeira baixa nas crises orçamentárias, pois quando um governo tem que fazer cortes em seu orçamento, o primeiro a ser cortado é do esporte (e da cultura). Isso é um absurdo!

Com um orçamento anual em torno de R$ 8 milhões, algo na casa dos R$ 650 mil ao mês, a Sedel pagou todas as suas contas e realizou tudo o que foi possível ser realizado. Vendo de um ponto de vista mais crítico, não realizou tudo que poderia ter sido realizado.

Por um instante lembrei que há quatro anos eu resisti muito em aceitar ser secretário de Esporte. Achava que era um presente de grego, que era uma forma de não darem a mim o valor que eu acreditava ter. Eu, escritor, cineasta, membro das Academias Imperatrizense e Maranhense de Letras e do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, deputado desde 1982, ser indicado para a Sedel e não para a Seduc, SECMA ou SECTEC! Para mim isso era um ultraje. Hoje, quatro anos depois, vejo que seria difícil fazer mais e melhor naquelas pastas do que acredito ter feito na que me foi confiada.

Sobre a governadora Roseana Sarney devo dizer que ela prontamente ajudou sempre que foi procurada. Sou muito grato a ela principalmente por ter sido a governante que instalou aquela que em minha opinião é a mais importante lei ligada à área esportiva (e cultural) de nosso Estado. Falo da Lei de Incentivo ao Esporte (e à cultura), que eu tive a honra de apresentar e aprovar na Assembleia Legislativa, como último ato de minha vida parlamentar, em 2010.

Espero que no futuro governo, e nos que virão depois dele, não apenas essas leis sejam mantidas e preservadas, mas quem sabe, ampliadas e melhoradas.

Outras coisas sobre a pasta que ainda dirijo, poderiam ser ditas aqui. Poderia falar da importância da reforma do Castelão para o soerguimento do futebol maranhense, da reconstrução do Costa Rodrigues, do fato de que a cada ano, nos últimos quatro, os JEM’s cresceram em número de municípios, escolas e atletas participantes, que a nossa representação na versão nacional dos jogos se ampliou em quantidade e qualidade, que foram inúmeras as participações de nossos representantes em competições nacionais e internacionais, sempre fazendo boas performances e trazendo medalhas e troféus…

Não vou dizer que tudo foi um mar de rosas, porque não foi. Tivemos problemas, mas graças a Deus resolvemos quase todos, com exceção de uns poucos, sendo o mais grave o caso das piscinas do CEOC – Complexo Esportivo do Outeiro da Cruz.

Esse caso deixa-me extremamente chateado, pois foi impossível resolvê-lo. Tive que escolher entre realizar o que era premente e possível e o que demandaria muito recurso financeiro e traria pouco retorno esportivo.

Espero que o próximo gestor da Sedel consiga resolver esse problema, avisando que deixo aprovado um projeto através da Lei de Incentivo ao Esporte para este fim, mas que até a presente data o proponente ainda não conseguiu uma empresa que o desejasse patrocinar.

Deixo ao meu sucessor mais de R$ 1,5 milhão na conta do Fundo Estadual de Esporte, além de material e equipamentos para tocar a Sedel nos primeiros meses. Entrego também a sede da secretaria reformada e equipada com móveis e utensílios novos, além de entregar reformados os Ginásios Georgiana Pflueger, Guioberto Alves e Rubem Goulart.

Deixo também recursos na Caixa Econômica, oriundo de emendas parlamentares, destinados à reforma da pista de atletismo, à construção de um stand de tiro esportivo e à finalização de quatro praças da juventude, e outro conseguido no Ministério dos Esportes, graças ao deputado Francisco Escórcio, para melhorias no Estádio Castelão e no CEOC, inclusive a construção de uma estrutura onde poderão ser instaladas todas as federações esportivas ou até mesmo uma escola com 10 salas de aula para atender os jovens do entorno do complexo esportivo, tudo isso com respectivos projetos prontos.

Para finalizar, devo dizer que muito me honrou trabalhar com as pessoas que tanto me ajudaram na tarefa que nos foi confiada e que acredito levamos a cabo satisfatoriamente.

Foram quatro anos de muito trabalho e de grandes desafios, e mesmo que não tenhamos vencido todas as partidas, fica a certeza de que, como deve ser sempre no esporte e na vida, fizemos o melhor e lutamos o bom combate.

Dedico esse texto à memória do professor Emílio Feitosa Mariz, um dos maiores incentivadores dos esportes estudantis do Maranhão.

Foto: Biaman Prado

11 comentários para "Esporte e cultura"


  1. FERNANDO 81

    O Secretário de Fato foi o Alim Neto..ele que realmente trabalhou e fez alguma coisa nessa Secretaria. O cidadão aí só aparece na hora das fotos.
    COSTA RODRIGUES, 6 anos de governo e nada de entrega da OBRA…ISSO É INCOMPETÊNCIA!
    E pra finalizar, ZECA SOARES, dor de cotovelo não Senhor.
    A figura mencionada no post é Secretário de GOVERNO, e como tal deve ser julgado pelos cidadãos que como eu PAGA IMPOSTOS que bancam além do salário dele…os dos inúmeros “funcionários” fantasmas que constam naquela Secretaria de Esporte e em tantas outras mais.
    Agora talvez, quem é fantasma ou tem parente fantasma nessas Secretarias têm motivos mesmos pra defender.

    • Zeca Soares

      Não é o meu caso. Não tenho emprego público. Procure outro para dirigir as suas ofensas e ódio. Aliás você deve trabalhar na Sedel porque demonstra ser conhecedor a fundo. Sabe até quem trabalha e não trabalha.

      • FERNANDO 81

        Ódio? Eu? não mesmo, muito menos dirigidas a você Zeca, para quem nutro admiração apesar de você está do lado errado da política… agora endossar falácias de Secretário incompetente eu não faço.
        Quanto aos fantasmas nas Secretarias de Estado e do Município…kkkk até o vento sabe!

        • Zeca Soares

          Bom havia entendido que fosse comigo também. Se você diz que não é vou acreditar. Abraço.

  2. Paulo Menezes

    Ninguém é perfeito, mas temos que reconhecer que o que Joaquim sua equipe (Alim Neto e Clineu Filho) fizeram foi fantástico. Você reconstruiram o esporte amador e profissional maranhense, reconstruiram o que Weverton Rocha e Roberto Costa destruíram e não tiveram competência para gerenciar. Com pouco recurso e com a ajuda da Lei de incentivo ao esporte, operaram milagres. Graças a vocês o Sampaio Correa conseguiu captar recursos pelo Castelão para contribuir para subir de serie, graças a Lei de Incentivo montaram as seleções de basquete, vôlei, futebol de areia e o esporte amador em geral. O próximo secretário terá um grande desafio em manter tudo isso, inclusive a lei de incentivo que é o que movimenta o esporte amador hoje no Maranhão. PARABÉNS.

    • Zeca Soares

      Perfeito Paulo é preciso reconhecer isto.

  3. Joaquim Haickel

    Estou acostumado gente do tipo deste Fernando 81, se bem que acredito que o numero dele deve ser outro…
    Mas vejam como esse indivíduo usa de má fé ao me chamar de arrogante e prepotente, ele não inclui em sua citação a finalização da sentença onde humildemente reconheço que não teria feito melhor se tivesse sido colocado onde imaginava que poderia:”Hoje, quatro anos depois, vejo que seria difícil fazer mais e melhor naquelas pastas do que acredito ter feito na que me foi confiada.”

    Leia o texto completo e tirem suas conclusões e cuidado com pessoas como esse verme.
    “Por um instante lembrei que há quatro anos eu resisti muito em aceitar ser secretário de Esporte. Achava que era um presente de grego, que era uma forma de não darem a mim o valor que eu acreditava ter. Eu, escritor, cineasta, membro das Academias Imperatrizense e Maranhense de Letras e do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, deputado desde 1982, ser indicado para a Sedel e não para a Seduc, SECMA ou SECTEC! Para mim isso era um ultraje. Hoje, quatro anos depois, vejo que seria difícil fazer mais e melhor naquelas pastas do que acredito ter feito na que me foi confiada.”

    • Zeca Soares

      Caro Joaquim,

      Não é apenas uma pessoa que vai avaliar e jogar no lixo o excelente trabalho que você desenvolve mesmo sem recursos. Tem sempre algum com dor-de-cotovelo para criticar,. Parabéns pelo trabalho em prol do esporte que você desenvolve à frente da Sedel.

      • FERNANDO 81

        Recursos se busca, se não conseguiu é porque não teve competência para tanto, nem prestígio.
        Ah tá, para o MA BASQUETE e MA Vôley os recursos foram suficientes, por se tratarem de projetos e mimos de “amigos” próximos.
        Sem mais!

        • Zeca Soares

          A Lei, Fernando não é para o futebol profissional.

  4. FERNANDO 81

    “Por um instante lembrei que há quatro anos eu resisti muito em aceitar ser secretário de Esporte. Achava que era um presente de grego, que era uma forma de não darem a mim o valor que eu acreditava ter. Eu, escritor, cineasta, membro das Academias Imperatrizense e Maranhense de Letras e do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, deputado desde 1982, ser indicado para a Sedel e não para a Seduc, SECMA ou SECTEC! Para mim isso era um ultraje.”

    O TRECHO ACIMA MOSTRA A ESSÊNCIA DESSA CRIATURA…ARROGÂNCIA E PREPOTÊNCIA PURA!
    Só os “amigos” próximo dele pra reconhecer nele atributos (rsrsrs) que só servem para alimentar essa prepotência.
    Gostaria de saber do SENHOR DAS COMPETÊNCIAS por que ele não entregou o Costa Rodrigues até hoje???
    A boquinha no Governo acabou..bye bye!

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