Será uma vez…

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AdrianoSarneyPor Adriano Sarney

Pensar cenários ideais é uma forma de vislumbrar onde queremos chegar. Em um mundo imaginário, vejo a Região Metropolitana de São Luis movida pela força do comércio internacional. Do Terminal da Ponta da Madeira até Bacabeira, pelo Rio Mearim, um corredor de terminais portuários. Em terra firme, uma enorme área de retroporto, organizada e ambientalmente responsável, com empresas grandes, médias e pequenas que gerariam renda para milhões de pessoas, direta e indiretamente. Exportaríamos, além da matéria prima, produtos beneficiados e seríamos uma importante porta de entrada da importação, recebendo produtos que abasteceriam o Norte, o Nordeste e o Centro-Oeste.

Vejo também o Centro Histórico com todos os seus casarões reformados, de arquitetura colonial por fora e extremamente modernos por dentro, seriam lar para empresas e startups do mercado da Economia Criativa: produtoras, desenvolvedoras de softwares e aplicativos, bares, restaurantes, museus, teatros, cinemas. A iniciativa privada, com a responsabilidade de gerenciar e cuidar do nosso Patrimônio da Humanidade, geraria emprego e conhecimento para a sociedade. Isso sem contar com o turismo, que também seria beneficiado, podendo ser importante fonte de renda para a sociedade.

O advento dos terminais aeroportuários no interior do estado tornaria muito mais fácil a locomoção dos turistas que, após se impressionarem com um show de cultura popular e uma boa gastronomia na Praia Grande, poderiam escolher tomar um avião para Barreirinhas, Carolina, Riachão ou mesmo para Matinha, se a opção fosse fazer ecoturismo e pescar, a qualquer época do ano, graças aos diques e barragens espalhados pela Baixada Maranhense.

No litoral da costa leste geradores de energia eólica aproveitariam o enorme potencial da região, um dos maiores do Brasil, para produzir energia limpa a partir do vento. O centro do estado, beneficiado pelo gás e com um emaranhado complexo de dutos, abasteceria dezenas de municípios e empresas. O gás, abundante e barato, transformaria a realidade regional e traria competitividade para a instalação de indústrias de todo país e do mundo. Usinas e painéis solares, espalhados por todo o Maranhão, aproveitariam o nosso potencial solar. Com o avanço do gás, da energia eólica e solar, ganharíamos sustentabilidade energética.

O desenvolvimento dos modais rodoviário, ferroviário, hidroviário, dutoviario e portuário do Maranhão dinamizaria nossa economia, facilitando e racionalizando o transporte de riquezas do interior para as cidades maiores. O grande e o pequeno produtor de grãos, com a garantia de escoamento de sua produção, seriam contemplados e as cooperativas poderiam beneficiar e exportar “produtos da Amazônia,” que são muito bem aceitos no mercado internacional.

A transformação da qual falamos não é somente um sonho de um estado do futuro longínquo, com organização e progressista, é na verdade, uma realidade possível de ser alcançada com base sólida no potencial econômico das regiões maranhenses. Contudo, os governos (municipal, estadual e federal), a iniciativa privada, as universidades e outras entidades da sociedade civil organizada têm que unir forças em prol de um pacto pelo desenvolvimento. Os avanços em infraestrutura e em educação, por exemplo, não podem ser feitos sem um planejamento de longo prazo.

Planos qüinqüenais, planejamento socioeconômico com ações coordenadas e com o apoio e participação da população, independente de cores partidárias, permitiram a países, como a Coréia do Sul, antes com níveis sociais comparados aos países mais pobres da África, tornarem-se potências econômicas mundiais. Ações que se estenderam por mais de 30 anos e, fundamentalmente, se consolidaram com investimentos maciços em seu sistema educacional e na infraestrutura.

Na comissão de assuntos econômicos da Assembleia Legislativa discutimos temas, proposições e ideias para que o sonho que almejamos como progresso se torne um dia realidade.

 * Este artigo foi publicado na edição de hoje do jornal O Estado.

* Adriano Sarney é economista, administrador, deputado estadual (PV) e presidente da Comissão de Assuntos Econômicos da Assembleia Legislativa. 

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