Autocrítica

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Por Adriano Sarney

Políticos não fazem autocrítica pois pensam dar munição aos adversários. No entanto, como presidente estadual do PV, partido que obteve, entre os candidatos a senadores, deputados federais e estaduais, mais de 1 milhão de votos no Maranhão nas eleições de 2018, vejo na autocrítica uma reflexão racional para prestar contas com nossos partidários, eleitores e a população em geral. Mais do que isso, também é um diagnóstico, um chamado à luta e uma forma de propor avanços.

Deveríamos ter trabalhado melhor as mídias sociais para divulgar nossas ações e nos defender. A internet potencializa as ações políticas e, principalmente, as críticas aos adversários. Ela constrói e também destrói. As mídias sociais democratizaram o alcance do agente político, mas nem tudo são flores, sua linguagem exige um aprendizado complexo e investimento financeiro. Os comunistas começaram cedo e investiram dinheiro e tempo nessa ferramenta. Apanhamos muito nas redes, mas estamos aprendendo, crescendo e nos tornando cada dia mais fortes devido ao desgaste do governo e a nossa experiência adquirida.

Nos acanhamos nas disputas dos sindicatos, associações e entidades estudantis. Por cautela ou inexperiência nunca participamos ativamente da luta dessas entidades. A participação era muito tímida. É obvio que existia uma resistência desses grupos em relação ao grupo político, uma rejeição da grande maioria deles. Porém, com a insatisfação de muitos servidores, lideranças e estudantes com o atual governo e prefeitura, vemos uma aproximação importante desses grupos.

Pecamos na defesa do legado de José Sarney. Apesar de muitos defenderem com todas as forças a biografia do meu avô, nossos adversários potencializaram a campanha de desconstrução de sua imagem que já vinha sido investida desde o governo José Reinaldo. Não fomos hábeis em deter a enxurrada difamatória.

A cada dia que passa a população consegue enxergar que o maior bem de nossa sociedade é a democracia e que foi José Sarney, com toda a sua calma e sabedoria, que nos ajudou a atingir.

Faltou consenso na oposição. Em uma oposição formada por vários grupos distintos, deveríamos dialogar e nos proteger em conjunto das perseguições do governo, que são muitas. Já venho articulando com alguns grupos de oposição ao governo e prefeitura para nos fortalecermos no sentido de fazer a população ouvir a outra versão, a dos 50% dos maranhenses que hoje estão insatisfeitos com o governo Dino e dos 65% que estão insatisfeitos com a prefeitura da capital. A fiscalização por parte da oposição é o que faz a democracia viva e o que força aqueles que estão no poder a se empenhar mais.

Escrevendo essas quatro autocríticas percebo que errar é também acertar. Nunca corrigiríamos o curso se não fosse pelos erros. O importante é que continuamos trabalhando e mostrando cada vez mais atuação para a sociedade. Eu estou animado com os desafios futuros, são muitos. Afinal, a política e os acontecimentos na sociedade são como o nosso planeta, um dia chove com trovoadas noutro faz sol.

Foto: Agência Assembleia

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