Falta esclarecimento

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A deputada estadual Andrea Murad (PMDB) não ficou nem um pouco convencida com as ações do governo para justificar o crime ocorrido em Vitória do Mearim. As notas truncadas, as prisões dos suspeitos e a ‘avalanche’ de ações policiais nos últimos dias para reverter a opinião sobre a segurança pública no estado não vão abafar a história assim tão fácil.

Após a reportagem exibida ontem, no Fantástico, na Rede Globo sobre o caso ela reagiu “incrédula” ao ocorrido e também não encontrou todas as repostas que precisava. Ao comentar o assunto em rede social, a deputada vai cobrar mais esclarecimentos do governo. Afinal, por que um zelador estava trabalhando em uma blitz militar, com arma em punho, como se fosse policial? Fato ainda mal esclarecido pela cúpula da segurança

AndreaMurad

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Repercussão no Fantástico

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IrialdoUm crime inacreditável. Como pode um zelador municipal participar de uma blitz da PM e acabar executando uma pessoa na frente de todo mundo, em plena luz do dia?

No vídeo, um homem no chão acabou de ser baleado em uma blitz da PM em Vitória do Mearim, interior do Maranhão. Ele está cercado por curiosos.

No meio da aglomeração está um homem uniformizado. Repare nos trajes dele: calça de estampa militar, colete à prova de balas. Parece um policial. Ele inclusive segura uma arma.

O homem pisa na cabeça da vítima e atira duas vezes. Depois da execução, o assassino e um policial colocam o corpo no carro da PM e vão embora.

Tudo aconteceu em uma rodovia. Os dois jovens seguiam de moto para uma festa. Quando fizeram uma curva deram de cara com uma blitz. O piloto da moto diz que não conseguiu frear imediatamente e, segundo as investigações, os policiais começaram a atirar. Acertaram o garupa da moto que caiu, mas ainda estava vivo.

O garupa era o homem que acabou sendo executado: Irialdo Batalha, um mecânico de 35 anos que não tinha passagens pela polícia.

Quem pilotava a moto era um amigo de infância, Diego Fernandes, que levou um tiro no pé. Diego diz que a moto está com um problema no freio e por isso ele não conseguiu parar na blitz. “Quando eles viram que eu não ia conseguir parar, já começaram atirar”, diz Diego Fernandes.

A moto ainda vai ser periciada. Com base no depoimento dos PMs que estavam na blitz, a secretaria de Segurança Pública do Maranhão afirmou que houve troca de tiros durante uma perseguição a suspeitos de realizarem assalto a comércio.

Para o delegado que investiga o caso, não houve troca de tiros. “Segundo as testemunhas do lugar do crime, as duas vítimas não estavam armadas”, afirma o delegado Guilherme Souza Filho.

A PM então reconheceu o erro e prendeu os dois PMs que fizeram a blitz, identificados apenas como sargento Miguel e soldado Gomes.

vigilanteE quem é o assassino?

O homem que aparece no vídeo atirando era contratado como zelador pela prefeitura da cidade e estava cedido para prestar serviços à polícia, mesmo respondendo a um processo por homicídio e de não ter sequer autorização para usar uma arma, ele participava de operações policiais. Ele se chama Luís Carlos Machado de Almeida e foi preso na quinta-feira passada.

“Ele era pago pelos cofres do município para trabalhar de vigilante e eu não sei porque cargas d´água ele estava trabalhando, usurpando a função de policial militar”, diz o delegado.

Pior: segundo o delegado, esse não foi o primeiro crime de Luís Carlos cometido em uma blitz. “Ele inclusive aqui na comarca de Vitória do Mearim responde a outro homicídio com as mesmas características”, afirma o delegado.

O comando da PM diz que não sabia que Luís Carlos participava clandestinamente de operações da PM. “A informação que tenho do comando local é que era uma pessoa colocada pela prefeitura para a parte administrativa e não tinha como fim desenvolver operações policiais”, diz o comandante geral da PM do Maranhão, Marco Antonio Alves.

Segundo a apuração da PM, Luís Carlos foi convocado para participar da blitz por um dos policiais que agora estão presos. “O sargento Miguel que era o comandante naquele momento é que fez a solicitação”, diz o comandante.

Irialdo foi levado já morto para o hospital da cidade. O corpo foi periciado, mas o laudo ainda não ficou pronto. Depois da divulgação das imagens, a Secretaria de Segurança emitiu uma nova nota.

Essa nota chama Irialdo de suspeito de participar do assalto, mas reconhece que ele foi executado. A nota afirma ainda que o governo do estado adotará todas as medidas para punir todos os responsáveis pelo crime.

Na sexta-feira passada, houve manifestação em Arari, cidade onde Irialdo morava. “Naquele momento em que ele estava atirando nele ali, ele não estava matando só ele: estava matando todos nós que estamos aqui”, afirma Izanilton Batalha, irmão da vítima.

Fantástico

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Máfia das próteses

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ArthurChioroO ministro da Saúde, Arthur Chioro, admitiu ontem na Câmara a existência de ilegalidades no setor de dispositivos médicos implantáveis no Brasil. Em audiência da CPI da Máfia das Órteses e Próteses, Chioro afirmou que certas práticas afrontam princípios éticos e legais.

As fraudes foram denunciadas em reportagem do “Fantástico”, da Rede Globo. Segundo o programa, a máfia foi constatada em cinco estados, onde médicos obrigam pacientes a comprar próteses, muitas vezes sem necessidade. Eles receberiam dos fabricantes entre 15% e 50% do valor dos produtos.

Relator da CPI, o deputado André Fufuca (PEN-MA) avaliou positivamente os esclarecimentos do ministro. “Ele nos deu uma dimensão que não tínhamos. Uma dimensão só vista pelos que estão dentro da máquina que direciona a saúde do País.”

O relator apresentou requerimento, que ainda será votado, para que integrantes da comissão visitem o Rio Grande do Sul, considerado o estado mais avançado em termos de investigações de irregularidades na área.

Foto: Zeca Ribeiro

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Repercussão no Fantástico

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AlexemItapecuru

MP avança em investigações e aponta quinta empresa em fraude no Maranhão.

Em Anajatuba, no interior do Maranhão o povo que saber.

Morador – Cadê o dinheiro que estava aqui? Para onde sumiu? Quem comeu?

Morador – Todo mundo está revoltado ai, todo mundo aqui é uma boca só, todo mundo é esse negócio cadê o dinheiro daqui tá geral ai.

No domingo passado, na estreia do quadro Cadê o dinheiro que tava aqui, o repórter Eduardo Faustini conhecido como o repórter secreto porque não mostra o rosto revelou o desvio de pelo menos R$ 9 milhões de rerais envolvendo pelo menos quatro empresas que eram só de fachada.

“Fica muito evidente o desvio de recursos públicos”, disse o superintendente da Polícia Federal, Alexandre Saraiva.

O Ministério Público avançou nas investigações.

“A investigação já aponta também para outros municípios”, garante Marco Aurélio Rodrigues, promotor de Justiça.

Os promotores montaram o esquema do que seria um grupo criminoso organizado para fraudar licitações em pelo menos 21 municípios maranhenses.

E apareceu uma quinta empresa nas negociatas. Empresa FCP Produções e Eventos fechou R$ 22,5 milhões com prefeituras nos últimos 10 anos. Com isso, o esquema de desvio agora passa dos R$ 31 milhões.

Nesta semana o repórter Alex Barbosa foi até o endereço da empresa FCP, em Itapecuru-Mirim. Veja o que ele encontrou:

Alex Barbosa – Mas fica sempre fechada assim?

Moradora – Sim.

Alex Barbosa – Nunca abre, não funciona nada ali?

Moradora – Não, não, não.

Alex Barbosa – A senhora mora quanto tempo aqui?

Moradora – Eu moro há 40 anos.

Segundo as investigações, um dos líderes do grupo criminoso é o mesmo Fabiano Bezerra que você viu na reportagem do domingo passado. Ele também estaria por trás da empresa FCP Produções e Eventos, por isso senhor Fabiano Bezerra a gente pergunta de novo: Cadê o dinheiro que tava aqui?

Veja a reportagem do Fantástico

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Anajatuba no Fantástico

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Anajatuba

Clique aqui e veja a reportagem completa

Vai começar agora a saga de um repórter que decidiu sair pelo Brasil para radiografar uma praga chamada corrupção. Por que o dinheiro público, que devia ir para a saúde, para a educação, para o saneamento, some, sem qualquer explicação?

O nosso repórter não pode mostrar o rosto, porque o anonimato é indispensável para o trabalho dele. Por onde passar, esse repórter secreto vai querer saber: “cadê o dinheiro que estava aqui?”

Eduardo Faustini, também conhecido como o repórter secreto, tem uma missão: investigar o roubo do dinheiro público, seja onde for, em qualquer canto do país, em qualquer cidade, grande ou pequena.

Não importa: onde houver corrupção, a qualquer momento, o repórter secreto pode aparecer e fazer a pergunta que todos os brasileiros de bem gostariam de fazer: cadê o dinheiro que estava aqui?

Cadê o dinheiro que estava em Anajatuba, uma cidade de 25 mil habitantes no norte do Maranhão? Como toda cidade, Anajatuba precisa contratar empresas prestadoras de serviço e fornecedoras de produtos. E para contratar prestadores e fornecedores, a prefeitura precisa gastar dinheiro. Dinheiro público, evidentemente.

No ano passado, quatro empresas contratadas pela prefeitura de Anajatuba receberam juntas R$ 9 milhões, mas esse dinheiro da prefeitura foi desviado e quem descobriu a falcatrua foi o vice-prefeito Sidney Pereira.

Fantástico: Cadê o dinheiro que estava aqui?
Sidney Pereira, vice-prefeito de Anajatuba: Aí só quem pode explicar é o prefeito.

O vice-prefeito checou documentos, descobriu que houve desvio de dinheiro e fez a denúncia à Polícia Federal (PF) e ao Ministério Público (MP).

“Se trata de milhões. Milhões que deveriam estar sendo usados no município de forma mais justa junto com aquelas pessoas que realmente precisam”, disse Sidney Pereira.

Muita gente realmente precisa desses recursos em Anajatuba, até mesmo para alimentar as crianças na escola, onde nem sempre tem água.

Fantástico: Se não pegar água no poço não tem merenda.
Adozinda Pereira, merendeira: Não, porque tem dia que não dá, e aí a gente tem que fazer a merenda, não é? A gente tem que fazer a merenda.

“Quando não tem a merenda, eu mando que as professoras despache antes do horário, porque as crianças não pode ficar com fome”, afirma Marenice Pereira, diretora da escola.

Quando entra em uma investigação, o repórter secreto tem um lema: siga o dinheiro. Ele seguiu.

Das quatro empresas contratadas pela prefeitura de Anajatuba, a que levou mais dinheiro se chama A4. Em 2013, a A4 fechou um contrato de R$ 6,5 milhões para alugar carros e máquinas.

O repórter secreto foi até a sede da empresa.

Fantástico: A gente está procurando a A4.
Paulo Moisés de Albuquerque, filho do dono do imóvel alugado pela empresa A4: Era aí.
Fantástico: Era, não é mais.

Fantástico: Essa empresa funcionou durante quanto tempo aqui?
Paulo Moisés de Albuquerque: Um ano e meio.
Fantástico: E que que funcionava aí?
Paulo Moisés de Albuquerque: Nada. Funcionava nada, não. Ficava fechado. Só fachada.

Uma empresa de fachada recebe milhões da prefeitura. Aí tem.

“Essa empresa, na verdade, ela só entra na emissão das notas fiscais”, conta Sidney Pereira, vice-prefeito de Anajatuba.

O repórter secreto deu mais um passo e foi atrás de um homem que aparece como sócio da A4: Raimundo Nonato Silva Abreu Júnior. Ele está sendo investigado pela Polícia Federal e pelo Ministério Público, mas nega que seja empresário: “Sou taxista sindicalizado”, diz Raimundo.

Raimundo diz que trabalhou apenas como motorista do dono da A4.

Fantástico: E por que usaram teu nome?
Raimundo: Pra não aparecerem. E eu fui descobrir depois de muito tempo.

O homem está tenso. Desde que o vice-prefeito fez a denúncia, Raimundo se sente ameaçado por aquele que seria o chefe do esquema, por isso anda armado.

Raimundo: Eu vim até armado.
Fantástico: Nós somos jornalistas da TV Globo.
Raimundo: Rapaz, eu vou pra matar ou pra morrer.

Daqui a pouco aparece o pai de Raimundo. Ficou desconfiado do nosso repórter. Ele também é taxista. Ele também está armado, por baixo da camisa.

Pai de Raimundo: Eu vim preparado.
Fantástico: Nós somos jornalistas, já nos identificamos com ele. TV Globo.

Aí o Raimundo pai se acalma e guarda a arma no carro. Ele diz que veio defender Júnior. “O cara é inocente, então… Pegar, fazer uma molecagem dessa. Um caboco desse merece a gente dar um tiro na cara dele”, disse.

Mas se Raimundo filho não é dono da empresa, quem é? Ouvimos pela primeira vez o nome de quem seria o verdadeiro dono dessa empresa: Fabiano de Carvalho Bezerra.

O repórter secreto vai agora à sede de outra empresa contratada pela prefeitura no ano passado. É a MR Serviços. Valor do contrato: R$ 855 mil. Para coleta de lixo.

Fantástico: Esse endereço aqui, ó, Avenida Cafeteira, 1413, em Raposo, é o da senhora, né?
Senhora: É, mas aqui não tem comércio, não.
Fantástico: A senhora mora aqui há quantos anos?
Senhora: Uns 17. Essa casa que eu levantei, aqui era uma lagoa. Só mato quando eu comprei o terreno. Você acredita?

Depois das denúncias do vice-prefeito, a MR Serviços, uma empresa fantasma, foi substituída pela RR Empreendimentos supostamente para prestar os mesmos serviços de coleta de lixo.

O repórter Eduardo Faustini foi então até a sede da empresa, que fica em uma cidade vizinha: Raposa, também no Maranhão. Em Raposa, o repórter secreto ouviu mais uma vez o nome do homem que estaria por trás do desvio de dinheiro da prefeitura.

Fantástico: Você trabalha aqui?
Funcionário: Trabalho.
Fantástico: Quem é o dono?
Funcionário: Fabiano.
Fantástico: Fabiano? Fabiano de quê?
Funcionário: Bezerra.

Fabiano Bezerra. Daqui a pouco vamos voltar a esse nome.

Do lado da RR, fica mais uma empresa: a construtora Construir. A Construir teve em 2013 contratos no valor de R$ 1,4 milhão. Para reforma de escola e obras em estradas vicinais.

“Essa empresa nunca teve no município”, disse o vice-prefeito.

E afinal? O que o prefeito tem a dizer sobre isso?

“Essas empresas que foram objeto já de denúncias anteriores não trabalham mais para prefeitura de Anajatuba”, afirma Hélder Aragão, prefeito de Anajatuba/MA.

Não trabalham mais porque o atual vice-prefeito foi quem denunciou às empresas ao Ministério Público e à Polícia Federal. Mas uma delas ficou.

“Não sei se ainda tem. Acho que ainda tem uma empresa, acho que é a A4, não é? Que ainda presta serviço pra Anajatuba”, disse o prefeito.

O senhor prefeito ainda é alvo da investigação da Polícia Federal por outro motivo: segundo o depoimento de um funcionário da prefeitura, ele teria fraudado dinheiro do ensino público. Em 2013, Anajatuba tinha 5.500 alunos, mas enviou ao Governo Federal uma lista com cerca de 6 mil crianças. Isso porque…

Fantástico: Quanto mais aluno…
Vice-prefeito: Mais dinheiro entra.

“Ele tinha apenas dois anos de idade, quando ele foi matriculado”, disse Roberta Dutra, mãe de menino matriculado indevidamente.

E agora, prefeito? “Esse erro, esse erro, foi algo que não proposital”, disse ele.

Quando essas crianças da lista começarem realmente a estudar, tomara que não encontrem a realidade vivida pelos alunos da Escola Municipal Maria Oliveira Bogea. Veja no vídeo acima as condições em que a merenda é feita lá.

Fantástico: A senhora pega água?
Funcionária: Pego. Agorinha vim do poço. Esses baldes d’água nós fomo pegar no poço.

O Governo Federal informa que Anajatuba tem R$ 15,5 milhões do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica. Desse dinheiro será descontado o valor pago a mais por conta do cadastro fraudado.

“Recebemos uma média de 7 mil denúncias a cada ano. Não posso afirmar quantas exatamente envolvem prefeituras, mas a estimativa é de cerca de 70%. Então, 70% de 7 mil envolvem prefeituras”, disse Jorge Hage, ministro-chefe da Controladoria-Geral da União.

São denúncias de todo tipo, incluindo aquelas sobre empresas fantasmas. Em Anajatuba, quem estaria por trás delas? As investigações apontam para Fabiano Bezerra, um empresário da cidade.

No mês passado, um ex-funcionário de Fabiano deu depoimento à Polícia Federal em São Luís. Com medo de represália, ele pediu para não ter a identidade divulgada.

O ex-funcionário afirmou que Fabiano Bezerra é o responsável pelas empresas A4, Construir, RR Serviços e MR Serviços, as tais quatro empresas que fecharam contratos de R$ 9 milhões com a prefeitura.

A testemunha disse também que o esquema das empresas é prestar serviços e fornecer produtos superfaturados a diversas prefeituras e que todas as notas dessas empresas são frias.

O repórter Eduardo Faustini procurou Fabiano Bezerra em casa e pelo telefone. Ele nega ser dono das empresas. Mesmo assim, defende a A4. Afirma que o que seriam as verdadeiras instalações dessa empresa são de primeira qualidade. “A sede da empresa é top de linha! Tem uma placa na frente, A4, direitinho…”, diz Fabiano.

Fabiano deu o suposto endereço, e o repórter secreto foi até lá. De fato, tem uma placa na frente, mas veja o que diz um vizinho da tal sede.

Guilherme Ferreira, comerciante: Uns quatro meses.
Fantástico: Quatro meses que abriu?
Guilherme Ferreira: É.
Fantástico: O senhor vê movimentação aí?
Guilherme Ferreira: Não. Não vejo, não.
Fantástico: Nunca teve empresa aberta aí?
Guilherme Ferreira: Que eu saiba, não.
Fantástico: E o senhor tá há quanto tempo aqui no comércio?
Guilherme Ferreira: Oito anos.

Mas, afinal, senhor Fabiano Bezerra, cadê o dinheiro que estava aqui?

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Maranhão é destaque no Fantástico

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anapurus

No início da tarde da quinta-feira (17), no interior do Maranhão, os repórteres Eduardo Faustini e Luiz Cláudio Azevedo investigavam denúncias de desvio de dinheiro público em duas cidades: Anapurus e Mata Roma, que ficam a cerca de três horas e meia de carro da capital, São Luís.

A equipe parou para almoçar em uma churrascaria, na estrada que liga os dois municípios. Depois do almoço, já no carro, os repórteres foram surpreendidos por um outro carro, que saiu da estrada e bloqueou a equipe. Três homens saltaram e apareceram mais quatro a pé.

O bando cercou os repórteres. Dois bandidos entraram no banco de trás. Os repórteres explicaram que são jornalistas da TV Globo e estavam trabalhando em uma reportagem para o Fantástico e saíram do carro, para evitar o que parecia um sequestro. Foi quando um dos homens tomou a câmera da equipe. Os ladrões fugiram em dois veículos, levando a câmera.

No início da noite, testemunhas já tinham identificado alguns dos envolvidos. “Eles são envolvidos com política. Trabalham na prefeitura. São lá de dentro”, afirmou uma delas.

Ainda na quinta-feira (18), a polícia identificou e prendeu o PM Raimundo Silva Monteles. Ele é sobrinho da prefeita de Anapurus, Tina Monteles.

“Ele confirmou que participou da ação. Diz que foi convidado para acompanhar dois ou três funcionários da prefeitura de Anapurus para se deslocar para determinado local”, afirma Zanoni Porto, comandante-geral da PM do Maranhão.

Durante todo o fim de semana, a polícia fez buscas nas cidades de Anapurus e Mata Roma, à procura dos suspeitos e do equipamento que foi roubado. As investigações continuam, e, pelas características do crime, a polícia acredita que não tenha sido somente um roubo, mas uma tentativa de interromper o trabalho dos jornalistas.

Em nota, a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão se diz preocupada com ações criminosas que buscam impedir a livre atuação da imprensa na investigação de fatos de interesse público. A associação pede a apuração no caso e punição dos autores, para que a liberdade de imprensa e o acesso dos cidadãos à informação sejam assegurados.

Também em nota, a Abraji, Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo, afirma que identificar e punir todos os responsáveis é indispensável, para que a impunidade não estimule a repetição de casos semelhantes. E o Instituto Internacional de Segurança da Imprensa, sediado em Londres pede que os agressores dos jornalistas sejam levados à Justiça.

A polícia pediu a prisão de mais três pessoas: o secretário de Finanças de Arapurus, Jairo Lisboa de Sousa; o ex-candidato a vereador Manoel Francisco Monteles Neto; e Agnaldo Henrique Alves.

Em nota, a Prefeitura de Anapurus lamenta o ocorrido e pede às autoridades que esclareçam as circunstâncias do caso.

“Com relação aos parentes, a cidade de Anapurus, quase todo mundo é parente de todo mundo. Com relação a isso não tem nenhum problema. Com relação a servidores do município envolvidos, serão responsabilizados”, diz Márcio Wendles, advogado da prefeita de Anapurus-MA.

“Quando você atenta contra uma equipe de jornalistas, você tá atentando realmente à democracia e vamos ser duros”, destaca Marcos Afonso, secretário de Segurança do Maranhão.

A denúncia sobre um esquema de laranjas que movimenta R$ 30 milhões, dinheiro público, em cidades pobres do interior do Maranhão foi o que levou os jornalistas da TV Globo a serem ameaçados e assaltados. São contratos municipais nas mãos de empresas suspeitas, muitas delas não têm sede, e nem capacidade de prestar o serviço. Mais uma vez, quem paga a conta é o cidadão comum. E o sofrimento começa na mais básica das necessidades.

Veja a reportagem do Fantástico

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Equipe da Globo sofre emboscada

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fantasticoUm repórter e um cinegrafista da Rede Globo, que não tiveram os nomes revelados por motivos de segurança, foram vítimas de uma emboscada por volta das 14h dessa quinta-feira (17) em Anapurus, que fica a 183 km de São Luís, enquanto produziam uma reportagem que seria exibida no programa Fantástico.

De acordo com informações da Delegacia Regional de Chapadinha, os profissionais da emissora estavam almoçando no posto de combustível Bom Jesus, em Anapurus, quando foram rendidos por sete homens armados, que levaram uma câmera.

Segundo informações da Superintendência de Polícia Civil do Interior (SPCI), apenas um policial militar foi preso em Anapurus, suspeito de participação no crime. Ainda segundo a SPCI, o policial militar teria ligação com políticos do município maranhense onde foi preso. De acordo com o delegado regional de Chapadinha, Jairon Timbó Sales, o caso será investigado nos próximos dias com o apoio de outros delegados da capital.

“Existem algumas linhas de averiguação para saber o que motivou este crime. É importante, nesse momento, efetuar a prisão desses homens com o objetivo de conhecer a origem deste grupo e, saber o motivo desse assalto”, afirmou.

As informações são do G1

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Ordem do presídio

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Escutas gravadas com a autorização da Justiça mostram que as ordens para os ataques ocorridos no Maranhão partiram de dentro do complexo penitenciário de Pedrinhas. Segundo reportagem do Fantástico, Hilton John Alves Araújo, detido após os ataques, comandou a ação após o pedido de um preso.

Nas escutas gravadas com autorização judicial e exibidas no Fantástico deste domingo (5), Araújo conversa com um dos presos, identificado pela polícia como Jorge Henrique. O preso reclama da ocupação do presídio por parte da polícia e da Força Nacional de Segurança e ordena os ataques. “Nós tamos dando um alô geral aí pra todo mundo se organizar. Quando é mais tarde, horário daqueles ataques, novamente pra cima deles. É ônibus, é polícia, é bombeiro, é tudinho, tá ligado (sic)?”.

Em seguida, segundo a polícia, Hilton John liga para a mâe dele para alertá-la. “Não vai pegar ônibus hoje nem amanhã. Vai rolar uma chacina em São Luís”, diz.

O secretário da Segurança Pública do Maranhão, Aluísio Mendes, já havia dito que a ordem para os ataques partiu de presos. “O Serviço de Inteligência confirmou que esses ataques foram ordenados de dentro dos presídios, inclusive sabemos quem mandou e quem recebeu as ordens. Essa é, na verdade, uma resposta à moralização que estamos fazendo na segurança do Sistema Penitenciário”, afirmou.

Veja a reportagem do Fantástico

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Quem é o desembargador?

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desembargador
O Fantástico teve acesso ao conteúdo de uma conversa entre os traficantes Fernandinho Beira-Mar e Marcinho VP. Aconteceu no dia dez de maio, no presídio de segurança máxima de Catanduvas, no Paraná.

Os dois traficantes conversam sobre uma possível tranferência para um presídio no Maranhão.

Na conversa, separado por um vidro e por telefone, Marcinho diz que está tentando transferência para um presídio estadual. E Beira-Mar dá força, se referindo a outros presos.

Beira-Mar: O que eu penso, você saindo daqui para um estadual, já é uma vitória, de lá você consegui ir para outro lugar igual o baby…O baby não, o Dinho está tentando ir para o Maranhão.

Marcinho VP: Eu também estou com um “corre” no Maranhão também, minha advogada está fazendo…

Fernandinho oferece ajuda.

Beira-Mar: No Maranhão eu tenho um fortíssimo lá, um desembargador que era amigo do Tular. Sei, mas aí tem outras pessoas também que estão vendo a vaga para mim lá.

Os fatos mostrados na reportagem da TV Globo merecem explicações por parte do Tribunal de Justiça do Maranhão.

Veja a reportagem completa

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Funcionários fantasmas

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fantasmas
O Fantástico mostrou ontem uma ampla reportagem sobre o escândalo dos funcionários fantasmas na Assembleia Legislativa de Rondônia. Foram mostrados vários casos de funcionários nomeados, mas que nunca prestaram serviço na Assembleia.

Tem até funcionário nomeado na Assembleia em Rondônia, mas que reside em Natal. Os salários são pagos normalmente.

A reportagem mostra a nomeação de funcionários que recebem salário e que devolve uma grande parte para o gabinete de deputados.

O Fantástico também mostrou um documento registrado em cartório por uma candidata antes da eleição se comprometendo a devolver parte dos recursos que iria recebem para um financiador de campanha.

Taí um assunto que o Ministério Público poderia investigar por aqui. Será que existem funcionários Fantasmas na Assembleia do Maranhão?

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