Pagamento em atraso

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Escolascomunitarias

Representantes de 147 cre­ches e escolas comunitárias da capital maranhense realizaram, na manhã de ontem, um protesto em frente à sede da Prefeitura de São Luís, alegando falta de recebimentos de recursos – há 10 meses – de verbas do Município. De acordo com os responsáveis pelo ato público, por causa da carência financeira, algumas creches não estão mais servindo merenda escolar.

Para encontrar uma solução, representantes da Prefeitura, das creches e da Promotoria da Educação terão uma reunião hoje, a partir das 10h, na sede das promotorias do Ministério Público do Maranhão (MP).

Ontem, com cartazes e gritos, os professores expuseram durante mais de uma hora sua insatisfação diante da falta de investimentos para manutenção das creches.

De acordo com a professora Terezinha de Jesus Martins, da creche comunitária Madalena Silveira, no bairro Santa Clara, o Mu­nicípio recebeu valores oriundos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) suficientes para o funcionamento das creches. “Como se trata de recurso federal, que cai direto no orçamento municipal, não há como se alegar que o Município não recebeu. O que há é uma incompreensão clara por parte dos gestores públicos, quanto à prio­rização das políticas públicas voltadas para a educação”, disse.

Por volta das 11h30 da manhã de ontem, um representante da Secretaria Municipal de Educação (Semed) recebeu, na parte interna da Prefeitura, uma comissão formada por 10 pessoas e constituída por professores que integraram a manifestação. No fim do encontro, ficou acertada a reunião no MP hoje, e o Município se dispôs a encontrar uma solução para o caso.

Segundo a professora Wandeth dos Santos Coelho, de uma escola comunitária do bairro Coroado, caso não seja solucionado o problema, novos protestos poderão acontecer. “A gente só não faz greve porque ficamos com pe­na dos pais das crianças, que são de baixa renda. Mas, pelo protesto, a gente é mais vista pelas pessoas. Vamos continuar lutando em prol dos nossos direitos”, afirmou.

Em nota, a Secretaria Municipal de Educação (Semed) informou que as creches comunitárias são de administração privada e que está em fase de celebração de convênio com as instituições para repasse dos valores. A Semed frisou que tem dialogado para agilizar a formalização dos convênios com as comunitárias, inclusive debatendo, com a mediação do Ministério Público, estratégias para simplificar a lista de documentos exigidos dessas instituições.

Números

127 escolas comunitárias estão sem receber verbas da Semed
10 é o total de meses que os professores das escolas comunitárias não recebem salários

Quitação

Em maio deste ano, em audiência no Ministério Publico, o titular da Semed, Geraldo Castro, informou que haveria até o fim do primeiro semestre de 2015, a quitação das dívidas do Município com as escolas comunitárias. Na ocasião, o titular da Semed informou também que seriam atualizados até mesmo os pagamentos que estavam pendentes nas gestões anteriores da Prefeitura.

Foto: Biné Morais/ O Estado

O Estado

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Socorrinho

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neto

O deputado Neto Evangelista (PSDB) leu na tribuna da Assembleia Legislativa, na sessão desta quinta-feira (3), uma carta do médico Tiago Cavalcante, que denuncia precárias condições de funcionamento de um hospital público de São Luís – o Hospital “Socorrinho”, do Bairro São Francisco, do qual acaba de pedir demissão.

Neto Evangelista afirmou que recebeu a carta via internet, através do Facebook, e resolveu divulgá-la em razão da gravidade dos fatos que são relatados.

“Este relato é de um colega médico, muito conhecido do deputado César Pires, Dr. Tiago Cavalcante, e não poderia deixar de ler esta carta aos meus pares, para que a população de São Luís tome conhecimento do que acontece hoje com a saúde pública e de quem vive na saúde pública. Eu acredito piamente nestas palavras porque vem de um amigo de longas datas que conheço e sei que tudo que ele colocou aqui pra mim se torna realmente realidade. Essa é a mudança que Edivaldo Holanda Júnior prometeu”, declarou Neto Evangelista. Em seguida, ele passou a ler na íntegra o conteúdo da carta:

“Hoje meu dia começou mais triste. Acabo de sair do meu último plantão no Socorrinho, do São Francisco, lugar que foi meu primeiro emprego após formado e onde fiz grandes amizades. Fico triste, pois os motivos que me fizeram pedir demissão desta Casa de Saúde não cabem em fotos. Este foi durante as noites de quinta-feira dos meus últimos seis meses.

O meu consultório repouso, lugar onde até à meia-noite eu atendia os pacientes e após este horário eu colocava um colchão no chão e estendia meu lençol em cima, me submetendo a condições subumanas com o mínimo de conforto e higiene necessária para um ser humano passar a noite enquanto o próximo paciente chega para ser atendido.

E esta não é uma condição minha isolada, é a condição de todos os médicos, homens que dão plantão noturno neste hospital. Pois há vários meses o ar condicionado do repouso masculino está quebrado e o repouso não possui sequer uma janela para o vento circular.

Fora isso, perdi as contas de quantas vezes as técnicas de enfermagem vieram me pedir para não prescrever Dexametazona, Dipirona, dentre outras medicações pois estavam em falta na casa. Medicação por via intramuscular, pois não tinha agulha apropriada para aplicar a medicação ou ainda não prescrever nebulização para as crianças asmáticas, pois o hospital estava sem máscara para nebulização ou oxigênio na tubulação.

Não estou mentindo nem aumentando. Pelo contrário, tive que escolher algumas coisas para citar senão ficaria um texto muito grande. É uma calamidade que vive hoje, e há vários meses, vive o Socorrinho do São Francisco que se isola em um bairro tão grande e de pessoas tão necessitadas.

Esta carta hoje é para além de tudo mostrar a minha revolta com as pessoas que ainda hoje acreditam que o problema de saúde do Brasil se resume apenas a falta de médicos. Pedi demissão porque era a única coisa que eu podia fazer, pois não aguentava mais ter que ver esse povo tão sofrido se submeter a esse tipo de saúde pública, sendo enganado pelo atual gestor.

Fica aqui a minha revolta e os meus votos de dias melhores para o povo do São Francisco e para os funcionários deste hospital com que até ontem eu dividi dias de revolta e angústia. Abraço, Tiago Cavalcante.”

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