Carlos Lula esclarece alto número de óbitos em junho

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O secretário de Saúde do Maranhão (SES) Carlos Lula esclareceu, no Ponto Final, na Rádio Mirante AM, o aumento do registro de óbitos no mês de junho em todo o estado.

No mês de junho já foram registrados de acordo com o boletim da SES, 859 óbitos em 24 dias. Em março foram 63 óbitos, em abril 203 e em maio 705 mortes pelo novo coronavírus no Maranhão.

Segundo Lula, os óbitos registrados não são necessariamente referentes ao mesmo dia. Ele destacou que ontem, por exemplo, não houve mortos pela Covid, no Maranhão, mas o boletim aponta 39 mortes.

“São os óbitos que a gente testa e que a gente divulga em 24 horas, não quer dizer que eles aconteceram nas últimas 24 horas. Nas últimas 24 horas eu não tive óbitos. Isso foi uma decisão metodológica, da gente não fazer essa distinção. Eu podia colocar no boletim, dois erros, um, a evolução de óbitos por data, que eu iria dizer os óbitos que foram confirmados por Covid, nas semanas que se passaram e óbitos nas últimas 24horas, mas isso pode dar uma falsa sensação pra gente. Então nas últimas 24 horas eu não tive óbito. Não tive óbito na rede privada, não tive óbito na rede pública aqui em São Luís e não tive confirmação de óbito no interior do estado. Não tive confirmação. E o que acontece, muitas vezes esse óbito vai ser notificado dias depois, ou ele vai ser qualificado dias depois, então quando eu divulgo 39 óbitos, eu divulguei 39 óbitos confirmados, dentre essas confirmações, há confirmações que aconteceram em junho e que aconteceram também no mês de maio. Ainda tem óbito sendo qualificado do mês de maio. Por que isso? Porque atrasa, o setor da epidemiologia, aponta inconsistência no óbito. Então a gente não pode querer aumentar esse número, nem querer diminuir esse número”, disse.

Lula disse que esteve reunido com professores da UFMA para buscar a maior transparência possível quanto aos óbitos pelo novo coronavírus no Maranhão.

“A gente está fazendo um esforço enorme. Me reuni com professores da UFMA na semana passada, a gente conversava com eles exatamente sobre isso, para dar o maior número de transparência possível. Eles vão ajudar a gente também com essa qualificação dos óbitos, exatamente, para que a gente tenha um número real. Há estados na federação que resolveram jogar para debaixo do tapete, o que fizeram? Tudo é Síndrome Respiratória Aguda Grave. Mata como Covid, adoece como Covid, vai a óbito, mas é Síndrome Respiratória Aguda Grave, não é Covid. Então isso seria desonesto de nossa parte fazer isso. A gente não quer. O que a gente quer? Ter o maior número possível de transparência, para se de fato foi Covid ou não. Então esses óbitos continuam rodando no Lacem para gente ter a confirmação. Eu acredito, que o número máximo de óbitos que já conseguimos confirmar em 24 horas foram 39”, explicou.

Carlos Lula também comentou a diminuição na taxa de transmissão da doença, mas disse isto não é motivo para relaxar as medidas preventivas.

“A gente entra no segundo momento da pandemia no estado. A gente vai para o 12º dia hoje e nossa taxa de transmissão está menor que 1. Esse é um número relevante para a gente, que nos leva a dizer, não que a doença sumiu, mas que ela entrou em uma fase de controle. A gente sabe que essa taxa de transmissão menor que 1, é um dos dados mais importantes para a gente levar em consideração, para considerar a forma como a doença vem a ser transmitida no estado. A gente sabe que tem uma distinção muio grande entre o que acontece na capital e o que acontece no interior do estado. Na capital já temos um número de casos bem menor, tivemos três dias com casos na casa de 20, ontem um pouco mais de 60. Mas ao considerar a grande ilha com menos de 100 casos por dia, a gente já considera isso como um dado importante, relevante. E um número de casos descartados no interior do estado também é muito grande, de modo que na última semana a gente teve uma desaceleração da transmissão da doença”, disse.

Lula revelou preocupação com o crescimento da doença em regiões do Maranhão e alertou para a possibilidade de novos casos mediante ao crescimento da doença por conta do aumento de casos no Piauí.

“Óbvio que ainda tem regiões que nos preocupa, sobretudo uma região muito populosa que vai do leste até o Médio Mearim, que sai de Timon, até chegar ali em Pedreiras, Bacabal, uma região muito populosa do estado e que nos preocupa em razão do aumento dos casos nas últimas semanas. Ela sofre muita influência de Teresina, e com o aumento dos casos no Piauí, a gente sabia que ia ter esse efeito aumentar os casos na fronteira, e é o que tem acontecido, mas de todo modo a gente hoje tem controle, a nossa ocupação de leitos de enfermarias tem diminuído, a ocupação de leitos de UTI também tem diminuído, de modo que a gente vive uma fase, posso dizer, que mais tranquila do que a que vivemos nos meses de abril e início de maio. É pra gente dizer que ganhou a guerra, mostrar tranquilidade? Não, não é. Eu acho que a gente tem que ter muita cautela, esses números hoje, que são números bons, não podem significar que a gente venceu e que terminou, muito pelo contrário, ainda tem uma longa caminhada pela frente. A gente vai ter que aprender a conviver com a doença enquanto não houver vacina. Então a gente tem longos meses ainda até ter uma solução definitiva para a doença, porque mesmo os países que erradicaram, a exemplo da Nova Zelândia que ficou alguns dias sem ter nenhum caso, é normal que venham pessoas de outros lugares, outros estados, então a gente esta tendo aumento no sul e no sudeste. Como as pessoas viajam, se deslocam, é natural como aconteceu com a Nova Zelândia, logo dois dias depois ter novos casos, e é natural que a gente também tenha aumento de casos em razão desse trânsito das pessoas pelo Brasil. Então a gente vai ter que saber lidar com isso pelos próximos meses e aprender a conviver com a doença”, finalizou.

Foto: Rodrigo Bonfim

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