Flávio Dino tenta tirar foco do seu governo

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O governador Flávio Dino (PCdoB) se manifestou pela primeira vez sobre a Operação Pegadores, deflagrada ontem (16), pela Polícia Federal e que apura indícios de desvios de recursos públicos federais por meio de fraudes na contratação e pagamento de pessoal, em Contratos de Gestão e Termos de Parceria firmados pelo Governo do Estado do Maranhão na área da saúde em sua gestão.

Como sempre faz desde que assumiu o governo, Flávio Dino bate na mesma tecla já manjada e põe a culpa na gestão anterior. É sempre assim quando o governador busca justificativa para os erros na sua gestão.

“Desde 2015 estamos corrigindo problemas graves que herdamos na saúde. Jamais compactuamos com qualquer má aplicação de recursos públicos. Sempre tomamos todas as providências administrativas quando erros foram detectados. O modelo que herdamos foi que originou as operações da Polícia Federal. Não se desmonta isso em semanas ou meses, sobretudo em um serviço que não pode parar, como a saúde”, afirmou.

A declaração do governador não isenta o Governo do Maranhão em nada e serve apenas para comprovar o que disse a superintendente de Polícia Federal no Maranhão, Cassandra Ferreira Alves Parazi, ao afirmar que o secretário Carlos Lula tinha conhecimento do esquema. “Ele [Carlos Lula] especialmente tinha conhecimento disso e infelizmente não soube tratar da melhor forma, não soube bloquear isso e as fraudes continuaram”, disse.

Perguntado por um radialista da Rádio Timbira (emissora do Governo do Estado) sobre a ligação das empresas de “fachada” com o ex-secretário de Saúde, Ricardo Murad, o delegado disse não ter nenhuma ligação.

“Nenhuma. Essa foi uma operação que aconteceu no ano de 2015. Está relacionada a um servidor, assessor técnico da Secretaria de Saúde que é responsável por selecionar empresas de fachadas, por indicar, por montar empresas de fachadas e o que chama atenção que essa empresa de fachada era registrada na Receita Federal como uma empresa de sorvetes”, explicou Édson Cajé Lopes.

Desde setembro de 2015, quando assumiu o cargo de sub-secretário de Saúde, Carlos Lula tomou conhecimento do esquema conforme os diálogos baseados em escutas telefônicas.

Embora tenha afirmado que desde 2015 esteja corrigindo os problemas encontrados na Saúde, Flávio Dino disse desconhecer a existência de funcionários fantasmas e que aguarda da Polícia Federal, a lista com os nomes dos 400 funcionários fantasmas para que possa tomar providências.

“Quanto à lista dos 400 fantasmas que a Polícia Federal menciona, já requeremos formalmente os nomes, para tomar providências administrativas. Estamos esperando a lista. Por minha orientação, todas as nossas equipes estão sempre à disposição para colaborar com investigações sérias e isentas. Repito, estamos esperando a lista dos alegados 400 fantasmas, para verificar se isso procede, quem foi o responsável, em qual época e por qual motivo”, disse.

Flávio Dino pode simplesmente pedir a lista ao secretário Carlos Lula que tem conhecimento de todos os nomes.

Desafiamos o governo do Maranhão a torná-la pública.

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Pagamento de ‘namoradas, esposas, amantes’

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O relatório da Polícia Federal que originou a Operação Pegadores aponta que o desvio de verbas públicas ocorria em três modalidades.

“O desvio de verbas públicas por meio de pagamento de pessoal ocorria por, pelo menos, três modalidades: pessoas que possuíam um salário formal, pelo qual recebiam pela função contratada, contudo recebiam um salário extra, pago por fora do contracheque, em desvio direto de verbas públicas na denominada “folha complementar”; pessoas que eram indicadas para serem contratadas e recebiam sem realizar qualquer trabalho (funcionários fantasmas) e por desvio de verbas através do pagamento a empresas de fachada, suspostamente especializadas na gestão de serviços médicos”, diz o relatório.

Os diálogos que constam no relatório mostram que alguns agentes públicos atuavam para que as “namoradas, esposas, amantes” recebessem dos institutos sem trabalhar.

“A primeira análise se refere a pagamentos de pessoas que fariam parte do círculo de relacionamento pessoa de alguns agentes público, que atuavam para que suas “namoradas, esposas, amantes” recebessem dos institutos sem trabalhar, em modalidade direta de desvio de recursos públicos. A segunda se refee ao pagamento de pessoas que seriam contratadas pelos hospitais, mas que na verdade prestariam serviço nas SES/MA sem controle de ponto”, destaca o relatório.

Durante a Operação Pegadores que teve início em 2015, foram expedidos 17 mandados de prisão. Até o momento 14 pessoas estão presas e três foragidas.

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