TJ arquiva queixa de ex-governador contra Ricardo Murad

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O Tribunal de Justiça arquivou nesta quarta-feira, 14, em sessão plenária jurisdicional, queixa-crime interposta pelo ex-governador José Reinaldo Tavares (PSB) contra o deputado Ricardo Murad (hoje secretário de estado da Saúde) e o jornalista Caio Hostílio, donos do jornal Veja Agora.

A decisão confirmou voto do relator, desembargador José Joaquim Figueiredo dos Anjos. À exceção do desembargador Jaime Ferreira de Araujo, todos os magistrados presentes concordaram com o relator. Jaime Araujo já julgara o caso e, segundo ele, não havia motivo para a sua prescrição.

José Reinaldo Tavares afirmava ter a honra atingida por matéria publicada pelo veículo em 2006. O jornal, que não mais circula neste estado, teria recorrido a comentário de uma personagem anônima e de nome provavelmente falso (a colunista Paula Tina) para ofender seu relacionamento com a atual esposa, sua namorada à época.

Os desembargadores Antonio Bayma Araújo e José Bernardo Rodrigues atentaram para a possibilidade de “absolvição sumária dos acusados”, em razão da não-caracterização do crime alegado.

José Joaquim Figueiredo não entrou no mérito da acusação. Entendeu que a pretensão punitiva da queixa-crime estava prescrita em dezembro de 2008, ou seja, dois anos após o ocorrido.

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Calou-se a voz dos sem voz

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Calou-se ontem, para sempre, a cantora argentina Mercedes Sosa, aplaudida no mundo inteiro como a voz da América Latina.

As vozes mais à esquerda poderiam resumir o parágrafo acima a quase um slogan: “a voz dos sem voz se calou”.

O coro postado mais à direita provavelmente se sentiria aliviado: durante a ditadura militar que governou a Argentina entre 1976 e 1983, Mercedes era o grilo falante e cantante que insistia em evocar a consciência de que a intolerância e a perseguição política não se afina com a dignidade humana.

Deixando de lado as paixões políticas, seria justo dizer que morreu uma das principais cantoras latino-americanas de todos os tempos, a voz maior de clássicos como Volver a los 17, uma artista que ignorou fronteiras artísticas e geográficas, celebrando um ideal latino ao dividir canções, álbuns e palcos com Milton Nascimento, Charly García, Fagner, Antonio Tarragó Ros, Beth Carvalho, Joan Manuel Serrat, Shakira e Fito Páez.

Para aquela que imortalizou Gracias a la Vida (da chilena Violeta Parra), a boa música exigia independência artística.

Na entrevista que concedeu a este Repórter, em Paris, na Primavera de 1983, Mercedes mostrou que só o fato de colocar sua voz forte incondicionalmente a serviço de quem é fraco não a fazia perder sua lucidez.

Essa lucidez sempre custou caro a Mercedes. Ela teve de exilar-se em Madri entre 1979 e 1982, depois de receber ameaças de morte de grupos extremistas de direita. Sua partida, inclusive, foi precipitada por um show que fez em La Plata, quando ela e todo o público que a tinha ido assistir foram detidos.

Um dos últimos reconhecimentos que Mercedes recebeu foram três indicações para o Grammy Latino 2009 pelo álbum Cantora 1, que reúne duetos dela com vários artistas.

O anúncio do vencedor será realizado no dia 5 de novembro em Las Vegas, mas o resultado da vida de Mercedes já é conhecido desde há muito tempo: La Negra iluminou com sua voz alguns dos tempos mais escuros que a América Latina já experimentou.

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