Promiscuidade como sintoma moral de uma crise coletiva

Há palavras que, quando bem compreendidas, ajudam a iluminar realidades complexas. “Promiscuidade” é uma delas. Nos últimos anos, ela parece sintetizar, de modo incômodo, muito do que vem acontecendo no Brasil, não apenas no campo dos costumes, mas, sobretudo, no plano ético e institucional dos relacionamentos.

Em seu sentido mais comum, promiscuidade costuma ser associada à prática sexual desregrada, à multiplicidade indiscriminada de parceiros e à ausência de vínculos afetivos estáveis. Trata-se de um entendimento corrente, quase automático, que carrega uma forte carga moral. No entanto, limitar o conceito a essa dimensão é empobrecê-lo. Do ponto de vista filosófico, promiscuidade diz respeito a algo mais profundo: à recusa de critérios éticos na forma como nos relacionamos com pessoas, instituições, valores e responsabilidades.

Nesse sentido ampliado, promíscuo não é apenas aquele que se entrega ao instinto sexual sem freios, mas todo aquele que aceita se relacionar, social, política ou institucionalmente, sem considerar princípios morais mínimos. É a substituição do discernimento pelo oportunismo, do compromisso pelo cálculo imediato, da ética pela conveniência. Trata-se, portanto, de uma degradação relacional que ultrapassa o indivíduo e se espalha como cultura.

A crise institucional brasileira parece encontrar aí um de seus ambientes mais férteis. Não se trata de apontar uma causa única para todos os nossos problemas, mas de reconhecer um elemento transversal que atravessa diferentes esferas da vida pública: a normalização de relações eticamente frágeis, quando não abertamente espúrias. Relações essas que passam a ser vistas como naturais, inevitáveis ou até necessárias ao funcionamento do sistema.

Quando observamos o relacionamento entre representantes eleitos e parte do eleitorado, por exemplo, percebe-se com frequência a substituição do vínculo político legítimo por trocas de favores, benefícios específicos e recompensas indiretas. O voto deixa de ser expressão de projeto coletivo e passa a ser moeda de troca. O que deveria ser exceção torna-se regra; o que deveria causar indignação passa a ser tolerado.

O mesmo padrão se reproduz nas relações entre os Poderes da República. Executivo e Legislativo, em vez de dialogarem a partir de suas atribuições constitucionais, muitas vezes se conectam por meio de interesses cruzados, negociações obscuras e dependências mútuas pouco transparentes. Quando esse tipo de lógica também alcança o Judiciário, instala-se um quadro ainda mais preocupante: o da corrosão das instâncias que deveriam arbitrar conflitos e proteger a legalidade.

Quando a promiscuidade ética passa a funcionar como lubrificante das engrenagens institucionais, o problema deixa de ser apenas político e torna-se civilizacional. Seus efeitos alcançam a imprensa, o meio empresarial, a academia, diversas categorias profissionais, os militares e, em última instância, o próprio tecido social. A fronteira entre o aceitável e o inaceitável se desloca silenciosamente.

Diante disso, surgem perguntas inevitáveis: até quando esse estado de coisas será tolerado? Em que momento a sociedade decidirá interromper esse processo de degradação moral travestido de pragmatismo? Não se trata de esperar por um evento milagroso, mas de reconhecer que nenhuma reforma institucional será eficaz enquanto não houver recuperação dos critérios éticos que orientam nossas relações.

Talvez o primeiro passo seja justamente este: nomear o problema, compreendê-lo em profundidade e recusar sua normalização. Sem isso, qualquer tentativa de mudança será apenas mais um arranjo superficial em meio a uma crise que é, antes de tudo, moral.

Minha carta para Papai Noel – 2025

Caro Papai Noel,

Nem sei se o senhor aceita receber cartas de alguém que já passou da idade de acreditar que o senhor existe e que seja capaz de presentear crianças crédulas, que tenham se comportado bem, respeitado pai, mãe e professores e mantido boas relações com irmãos e amigos ao longo de todo o ano.

Na verdade, nem me lembro mais de quando foi a última vez que lhe escrevi, mas isso pouco importa, pois hoje, mais do que nunca, eu preciso — preciso mesmo — que o senhor dê de presente para mim e para todos nós, brasileiros, algumas coisas importantes. Coisas simples, porém essenciais, que nos permita alcançar tudo aquilo que é realmente necessário para fazermos de nós mesmos, e de nosso “amado, idolatrado, salve, salve” país, um lugar melhor, mais justo; um lugar onde as leis sejam respeitadas, onde o devido processo legal seja rigidamente cumprido e onde haja irrestrita observância ao Estado Democrático de Direito.

Em suma, meu bom velhinho, precisamos que o senhor faça com que o Poder Executivo pare de comprar o Poder Legislativo por meio de emendas parlamentares e de outros subsídios. Que o ocupante dele deixe de pensar apenas em se manter no comando e passe, de fato, a zelar pelos melhores interesses de nosso povo e de nosso país. Precisamos também que o Poder Legislativo deixe de usar essas mesmas emendas como instrumento de capitalização política e financeira para perpetuação no poder e passe a trabalhar, verdadeiramente, pelo bem do povo e da Nação. E, por fim, que o Poder Judiciário cesse a usurpação das atribuições dos demais poderes, respeite e não deturpe as leis e deixe de agir de forma hipócrita, venal e prevaricadora.

Caro Papai Noel, sei que esses pedidos são complexos e difíceis de serem atendidos. Caso não seja possível realizar o que lhe peço, então considere ao menos a seguinte alternativa: Faça com que toda vez que alguém ligado aos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário estiver prestes a cometer algum ato moral ou eticamente reprovável, ou a desrespeitar as leis, seja imediatamente acometido por uma disenteria convulsiva e incontrolável, defecando sem parar até que pare com qualquer pensamento, intenção ou impulso de prevaricação, desvio de conduta ou abuso de poder.

Peço isso encarecidamente, porque já vivemos, Noel, em meio a tantas fezes que um pouco mais de merda não fará diferença alguma; ao menos, porém, eles deixarão de destruir nossas vidas, a vida de nosso povo e a vida de nosso país.

Sem mais para o momento, despeço-me desejando a você, à Mamãe Noel e a todos os seus ajudantes, e também a todo o povo brasileiro, tempos menos imundos.

O PREÇO DA DEMOCRACIA, DA JUSTIÇA E DA ESTABILIDADE JURÍDICA E POLÍTICA DE UM PAÍS (Ou o verdadeiro valor da soberania nacional)

Alguns amigos têm me perguntado por que ando tão ausente das redes sociais. Explico: nas últimas oito semanas, estive totalmente dedicado à realização de um projeto cinematográfico que exigiu de mim tempo, concentração e entrega absoluta. Ainda assim, encontrei um tempinho para escrever o texto abaixo.

No entanto, os fatos em nosso país têm ocorrido com tamanha velocidade e volatilidade que fui compelido a redigir também um segundo texto, atualizado, que reforça e aprofunda minhas reflexões.

Se você tiver paciência e interesse, leia ambos e tire suas próprias conclusões.

TEXTO 1: O CUSTO E O PREÇO INVISÍVEL DO SISTEMA

Se um ministro da Suprema Corte de um país que se pretende sério e democrático utiliza o jatinho particular do advogado de um investigado em processo envolvendo uma instituição bancária acusada de crimes contra o sistema financeiro nacional, podemos concluir que este é um dos custos e dos preços, altos e silenciosos, que somos obrigados a pagar pela democracia, pela justiça e pela estabilidade jurídico-política de nossa nação?

Se o escritório da esposa de outro ministro da Suprema Corte firma um contrato de 130 milhões de reais com a mesma instituição bancária que figura como ré neste mesmo processo, é lícito questionar se este também não é um dos custos e preços que se impõem ao país em nome de uma suposta ordem institucional?

Se, além disso, um terceiro ministro do mesmo tribunal defende publicamente que a Constituição Federal deve ser alterada para blindar os próprios ministros contra responsabilização por seus atos, mesmo diante de denúncias de irregularidades, prevaricações, abusos de poder e desvios éticos, então somos obrigados a perguntar: É este o custo e o preço que deve ser cobrado da sociedade para manter uma democracia saudável e um regime republicano funcional?

O discurso constitucional que estabelece, no Artigo 2º de nossa Carta Magna, a independência e harmonia entre os Poderes, parece, diante desses episódios, mais uma promessa abstrata do que uma prática institucional concreta. Afinal, não há equilíbrio possível quando um Poder se coloca acima dos mecanismos de controle que deveriam limitá-lo.

TEXTO 2: SOBERANIA, DIPLOMACIA E A FRÁGIL ARQUITETURA DOS PODERES

Circulam, nos bastidores diplomáticos e na imprensa especializada, relatos segundo os quais as negociações entre o Brasil e os Estados Unidos, que culminaram na retirada das sanções da Lei Magnitsky aplicadas a um ministro do Supremo Tribunal Federal, sua esposa e a instituição gestora de seus bens, teriam envolvido concessões extremamente sensíveis.

Entre tais relatos,  cuja veracidade ainda precisa ser confirmada, mencionam-se: a facilitação de tratativas envolvendo terras e minerais raros e estratégicos; compromissos de limitar projetos tecnológicos e aeroespaciais em parceria com a China; e o compromisso de não interferir radicalmente nas ações militares dos EUA no Caribe e na Venezuela.

Se tais informações vierem a ser comprovadas, ficará evidente que o inflamado discurso do governo, em defesa da soberania nacional, ocorre apenas quando lhe é conveniente. Quando não é, cede-se silenciosamente à lógica das conveniências geopolíticas, econômicas e dos interesses pessoais.

Ainda mais inquietante, porém, é saber que o ministro beneficiado pelas negociações teria agradecido pessoalmente ao Presidente da República pelo empenho em revogar as sanções. Tal gesto,  se confirmado, estabelece a existência de uma dívida pessoal e política impagável, fonte potencial de interferência indevida e de ameaça direta ao equilíbrio entre os Poderes, fundamento essencial do regime republicano.

O simples gesto de agradecimento do ministro da Suprema Corte ao chefe do Poder Executivo, por sua interferência em defesa dos interesses pessoais do ministro, estabelece um vínculo incompatível com a normalidade constitucional prevista pelo legislador originário em nossa Carta Magna. 

Como diria qualquer pessoa sensata, que consiga somar corretamente “um mais um”, fica óbvio que o sistema de freios e contrapesos previsto no Artigo 2º da Constituição não apenas encontra-se fragilizado, mas está, em grande parte, completamente inoperante.

A conclusão mais óbvia a qual se pode chegar é de que a democracia não morre de um golpe, mas de concessões silenciosas e sorrateiras.

O preço da democracia não deveria ser a corrosão de seus próprios pilares.
A estabilidade jurídica não pode repousar em privilégios, blindagens e conchavos, e a soberania nacional não pode ser moeda de troca, nem internamente, nem externamente.

Quando ministros se tornam intocáveis, quando o Legislativo abdica de seu papel fiscalizador e quando o Executivo se enreda em alianças que comprometem sua autonomia, não há harmonia entre os Poderes, mas sim subordinação, dependência e risco institucional grave.

A democracia brasileira não está sendo ameaçada por discursos extremos, mas por pequenas capitulações sucessivas que, juntas, produzem uma deformação estrutural do sistema republicano.

Acredito piamente que no futuro, os historiadores escreverão que este período pelo qual passamos, foi marcado não pela defesa da democracia ou da soberania nacional, mas pelo uso dessas bandeiras como álibis para violar os próprios fundamentos delas.

Meu ídolo

Há algum tempo, participando de uma entrevista, me foi perguntado quem seriam os meus ídolos. Naquela ocasião certamente eu devo ter falado sobre ícones das artes, da filosofia e da política, nem me lembro bem ao certo.

Hoje, arrumando a sala que eu tenho como uma espécie escritório, onde guardo documentos, fotografias e objetos que contam pedaços da minha vida, a pergunta voltou sozinha, assim, do nada, como quem atravessa o tempo e instalou-se na minha cabeça: Quem são os meus ídolos?

Percorri, mentalmente, as estradas que formam o mapa da minha existência. Lembrei de pessoas comuns que me marcaram pela simplicidade, e de outras que foram para mim como um farol em noite sem estrelas, bússola em trajeto  desconhecido e lanterna em beco escuro. Recordei aqueles que passaram rápido e os que me acompanharam por quase toda a jornada. Alguns me deram apenas exemplos, outros amor e outros me fizeram sonhar.

No meio dessa viagem íntima, uma voz dentro de mim interrompeu: “Escolhe apenas um. Um só.”

Foi assim que me sentei à mesa, abri o computador e comecei a escrever para justificar a minha escolha. Não seria qualquer um. É o único que, para mim, está antes e acima de todos.

Primeiro, preciso dizer: não acredito em religiões. Conheço muitas, algumas a fundo, mas não deposito nelas minha fé ou minha confiança. Vejo as religiões como construções históricas, psicológicas e sociais voltadas ao controle das pessoas. Respeito-as e quem as segue, mas não me submeto às suas amarras.

Segundo, não tenho certeza de que o meu ídolo existiu de fato. E, se existiu, não sei se foi como contam. Isso, para mim, importa menos do que o personagem que o nome evoca: uma figura tão carregada dos valores que busco, de dúvidas que reconheço como humanas, que sua existência histórica é secundária diante da força da ideia de sua vida.

Terceiro, minha admiração não nasce dos milagres ou feitos extraordinários que lhe atribuem, mas do fato de que quase tudo que sei sobre ele, eu aceitaria vivenciar. Quase tudo.

A essa altura, acredito que você já sabe de quem falo. Mas não espere idolatria cega e apaixonada de minha parte. Duvido dele às vezes; duvido da história oficial. Ainda assim, tenho a convicção de que, se existiu alguém digno de ser reverenciado, esse alguém foi ele.

Encontro no Mercado

Anastásio Zvgoli, chamado carinhosamente de Tásso, nascera em Kolonaki, bairro localizado no centro de Atenas, encosta do monte Likabettus e vizinho da praça Syntagma. O contraste era gritante: ruas arborizadas, cafés requintados e edifícios neoclássicos conviviam com as cicatrizes da guerra iminente. Em 1941, quando os alemães ocuparam a Grécia, o brilho da cidade clássica foi sufocado pela marcha dura das botas da Wehrmacht.

Tásso tinha 13 anos quando a infância lhe foi roubada. Participava de pequenos levantes de rua contra as tropas de ocupação: paus, pedras, garrafas improvisadas em coquetéis Molotov. Não era soldado, mas adolescente inflamado pela indignação. Foi numa dessas escaramuças que uma patrulha da Gestapo o prendeu junto com outros meninos do bairro — muitos deles judeus, vizinhos e amigos com quem partilhava os pátios e as ruelas de Kolonaki.

Sem documentos, confundido com os colegas judeus, acabou deportado. O destino: Dachau, campo de concentração no coração da Alemanha.

Dachau não era apenas um campo: era um modelo de horror. Criado em 1933, servira como laboratório para todo o sistema de extermínio que os nazistas aperfeiçoariam nos anos seguintes. Quando Tásso chegou, aos 13 anos, a primeira visão foi de torres de vigilância e cercas eletrificadas. A segunda foi o cheiro: uma mistura de fumaça, suor e morte.

Para sobreviver, reinventou-se. Assumiu o nome de um amigo morto no dia da captura. Tornou-se Samuel, judeu. O sobrenome, Gobel, tomou emprestado de um rabino ancião que lhe falava, em sussurros, que o nome de sua família significava “guerreiro de Deus”. Assim, Anastásio Zvgoli desapareceu, e Samuel Gobel nasceu — não por escolha, mas por necessidade.

Durante três anos viveu na fome e de esperança. O peso caiu a menos de 35 quilos. Aprendeu a se esgueirar entre grupos de prisioneiros, a dividir restos de pão duro e a beber água suja das calhas. Sobreviveu a espancamentos, ao frio e às epidemias. Viu amigos caírem sem forças durante a contagem matinal.

Em abril de 1945, quando as tropas americanas libertaram Dachau, Samuel estava à beira da morte. Soldados bem-intencionados quase o mataram ao oferecer feijão em conserva e chocolate. Foi salvo por um sargento ítalo-americano que sabia que um corpo em jejum prolongado por anos não suportaria alimentos sólidos. Tratado com soro e dieta líquida, lentamente Samuel voltou à vida.

Após meses de recuperação, Samuel retornou a Atenas. Encontrou alguns familiares, mas não a antiga vida. Kolonaki já não era um lar: era um fantasma. Voltou à Alemanha, depois foi para Viena, movido pelo desejo de ajudar na reconstrução da Europa e pelo acaso da sobrevivência.

Em Viena conheceu pessoas ligadas a Simon Wiesenthal, o arquiteto austríaco que dedicaria a vida a caçar nazistas fugitivos. Wiesenthal reconheceu naquele jovem a coragem necessária para algumas missões. Samuel passou a colaborar com operações clandestinas que transportavam judeus da Tchecoslováquia, Hungria e Romênia para a Áustria. Foram dezenas de missões, sempre muito arriscadas.

Numa delas, foi capturado por soldados ucranianos e levado para a mina de Jáchymov, na Tchecoslováquia. O local, controlado pelos soviéticos, servia tanto de prisão política quanto de campo de trabalhos forçados para extrair urânio. Era uma nova versão do inferno: túneis úmidos, radiação invisível, homens reduzidos a escravos. Ali permaneceu por dois anos.

Um guarda ucraniano, de origem cristã, que simpatizou com o grego disfarçado de judeu, facilitou sua fuga. Samuel atravessou florestas, escondeu-se em celeiros, bebeu de córregos. Quarenta dias depois, alcançou a Áustria. Estava vivo, mais uma vez.

Calejado, mais uma vez voltou para casa, em Atenas, mas logo decidiu migrar. Embarcou rumo à América do Sul. Por acaso do destino, após uma parada forçada no porto de Paranaguá, desembarcou em Santos e imediatamente foi para São Paulo.

Na metrópole, tentou se inserir na comunidade judaica. Mas não era judeu, e a farsa de sua identidade pesava. Vivia como vendedor ambulante, vendendo tecidos, quinquilharias, qualquer coisa que pudesse render algumas moedas. Ainda assim, não se sentia ambientado. O passado de Dachau e Jáchymov não o abandonava.

Resolveu buscar novos horizontes. Pretendia chegar a Manaus, mas uma avaria no navio o deixou em São Luís do Maranhão. E foi ali, na pequena capital de ruas coloniais, que encontrou paz. Tornou-se comerciante de confecções, fez amigos e conheceu Maria Lúcia, companheira de toda a vida. Descobriu também o futebol de salão, no qual se destacaria como um dos maiores árbitros da modalidade no mundo.

A princípio, São Luís, que era apenas escala, tornou-se porto definitivo, mas logo deu lugar a outro destino. Samuel e sua pequena família passaria a morar em Brasília, onde trabalharia como gerente em uma grande loja de departamentos de um rico empresário grego.

Em 1966, numa viagem de compras a São Paulo, Samuel caminhava pelos corredores do Mercado Municipal. O cheiro de frutas, especiarias e peixes contrastava com a memória de fome que jamais o abandonava.

De repente, seus olhos pousaram em um homem alto, de cabelos claros e olhar glacial. A postura militar, o sotaque austríaco ao falar alemão com outro homem. Samuel congelou: conhecia aquele rosto dos arquivos de Wiesenthal. Era Franz Stangl, o “comandante branco”, dos campos de extermínio de Treblinka e Sobibór, responsável pela morte de quase 900 mil pessoas.

O coração disparou. Mas Samuel sabia que não poderia agir sozinho. Procurou membros da comunidade judaica e pediu ajuda para contatar Simon Wiesenthal. Dias depois, a rede de caçadores de nazistas estava em alerta.

A vigilância confirmou: Stangl vivia no Brasil, trabalhando na Volkswagen em São Bernardo do Campo. A pressão internacional cresceu. Até que, em fevereiro de 1967, a polícia brasileira o prendeu. O mundo tomou conhecimento: um dos maiores carrascos do Holocausto estava sob custódia.

Samuel não celebrou em público. Não deu entrevistas, não reivindicou protagonismo. Voltou para Brasília, para sua pacata vida para seus amigos e sua família. Para os vizinhos, na SQS 108 e para seus funcionários e clientes na BIBABÔ, Ele era apenas um imigrante grego discreto. Mas, na memória da História, foi mais que isso, foi um sobrevivente que ousou reconhecer um rosto em meio à multidão e decidiu não calar.

Em 1970, Stangl foi julgado em Düsseldorf e condenado à prisão perpétua, mas morreu no cárcere de ataque cardíaco, em 1971.

Samuel Gobel, nascido Anastásio Zvgoli, vivera dois infernos — o nazismo e o comunismo — e encontrara no Brasil o seu paraíso possível.  Ele não buscou glória. Sua vitória foi silenciosa e ele soube impedir que o esquecimento triunfasse sobre a memória.

No final de sua vida, voltou a viver na cidade que havia escolhido para ser sua: São Luís do Maranhão, onde pode enfim, em paz e realizado, conviver com a esposa, o filho, os netos, os parentes e os amigos esquecer os infernos por onde passou.

O acaso e a consciência

Hoje, ao despertar, senti uma sensação estranha. Era como se uma frase martelasse minha cabeça. Como se alguém tivesse sussurrado em meus ouvidos aquelas palavras enquanto eu dormia: “A hora de entrar até que pode ser sorte, mas a hora de sair tem que ser por sabedoria”.

Analisei bem essa frase e ela parece conter em si a síntese de uma ética do tempo e da decisão. Nela parecem coexistir duas forças fundamentais da condição humana: o acaso, que nos impulsiona, e a sabedoria, que nos limita. Entrar, iniciar uma relação, um projeto, uma causa, é, muitas vezes, fruto da coincidência, da oportunidade, da curiosidade, de pura sorte. Já sair, encerrar, concluir, retirar-se, é o exercício supremo da razão prática, é o momento em que a consciência supera o impulso.

Na tradição clássica, Aristóteles chamaria essa sabedoria de phronesis: a prudência que guia a ação humana entre o excesso e a falta. Em nossa vida, o acaso é inevitável, é o motor invisível que nos lança aos começos. Mas apenas a sabedoria é capaz de impor forma ao caos dos acontecimentos. Entrar ou iniciar por sorte é natural; permanecer ou sair por discernimento é a consubstanciação da humanidade. É nesse instante de saída que se mede o verdadeiro caráter do indivíduo: quem não sabe sair, não domina o tempo, e quem não domina o tempo, é dominado por ele.

Sêneca lembrava que “a sorte decide o início, mas a virtude decide o fim”. O homem sábio não se desespera diante do acaso; ele o acolhe, mas não se submete a ele. Saber sair, portanto, é o gesto ético por excelência, é reconhecer o ponto exato em que o ciclo da experiência se completa, antes que a permanência se torne decadência. É a arte de não se deixar vencer pelo apego.

No plano prático, essa teoria aplica-se a tudo: ao amor, à política, à criação artística. O amor nasce do acaso do encontro, mas só permanece enquanto houver sabedoria para sustentá-lo. O político ascende pela fortuna, mas cai quando ignora o tempo de sair dela. O artista cria pelo impulso, mas a grandeza da obra está em saber o instante do último traço, do desapego de impor ao texto um ponto final, e ao diretor um corte definitivo. A sabedoria é, afinal, a consciência dos limites. Só quem os reconhece é verdadeiramente livre.

Em suma, a frase que martelava em minha mente, propõe uma filosofia da ação temporal: a sorte abre as portas, mas a sabedoria escolhe quando fechá-las. O início é dado pela vida; o fim é a nossa resposta. É nesse intervalo — entre o impulso e a lucidez — que o ser humano realiza a sua verdadeira liberdade, é quando ele realmente vive.

Declaração

Declaro, a quem interessar possa, que estou cansado, sem paciência e com pouca disposição para continuar repetindo as mesmas críticas que venho fazendo nos últimos meses.

Tenho denunciado a forma obtusa, muitas vezes boçal, burra e inconsequente com que alguns políticos se portam; me posicionado contra as absurdas arbitrariedades cometidas pelo Supremo Tribunal Federal, por parte de alguns de seus ministros mais ativistas e autoritários, que agem em repugnante desrespeito aos ditames de nossas leis e de nossa Constituição; alertado para o despreparo da maioria dos congressistas brasileiros e para a total falta de compromisso destes com as responsabilidades e atribuições do Poder Legislativo; e apontado os posicionamentos políticos nocivos, bem como as práticas administrativas irresponsáveis, inconsequentes e, em muitos casos, criminosas, levadas a cabo por este governo, que após quatro mandatos só conseguiu piorar a vida do povo e do país.

Só desejo ainda estar vivo para ver: os obtusos e boçais deixarem de nos atrapalhar; a verdade ser recolocada em seu devido lugar, expondo e julgando corretamente os desmandos cometidos no STF como crimes contra o devido processo legal, o Estado de Direito e contra a Constituição; o Poder Legislativo melhorar sua representatividade; e o comando do Executivo finalmente ser exercido por um grupo capaz de nos conduzir a caminhos melhores e a um tempo melhor.

PS: Saliento que, mesmo estando cansado de tudo isso, como me conheço e sei da importância que ser coerente tem para mim, digo que voltarei à carga de vez em quando, mesmo que vá agora me dedicar mais a outros assuntos.

Convite para ser candidato a senador

Acredito que as pessoas que leem meus textos tenham algum conhecimento a meu respeito. Penso que saibam que sou advogado, que exerci mandatos parlamentares entre 1983 e 2011, tendo sido, inclusive, constituinte em 1988. Que durante algum tempo trabalhei como secretário de Estado de Assuntos Políticos, Educação e também de Esportes. Que me posiciono à direita do espectro político-ideológico, que abomino radicalismo e intolerância, e que tenho aversão a posicionamentos incoerentes e hipócritas. Isso sem contar com o fato de que desenvolvo atividades ligadas ao MAVAM – Museu da Memória Audiovisual do Maranhão –, e também como escritor e cineasta, além de, nas horas vagas, ser empresário.

Digo isso porque tenho recebido algumas mensagens de pessoas me indagando qual o motivo de eu comentar tanto sobre política, perguntando se faço isso por estar me preparando para ser novamente candidato a algum cargo eletivo.

Existe até um pulha que comenta recorrentemente em minhas postagens, de forma deselegante, afirmando que só digo o que digo porque viso ser candidato em 2026.

Na verdade, eu até gostaria de voltar ao parlamento, principalmente ao parlamento estadual maranhense, pois o nacional, em minha modesta opinião, está quase que completamente comprometido com os mais baixos instintos políticos existentes. Ocorre que jamais voltaria a enfrentar um pleito eleitoral com as regras e com a legislação que hoje vigoram em nosso país. Eu posso ser muita coisa, mas burro não sou. As regras e a legislação que regem nosso sistema eleitoral são as maiores responsáveis pelas absurdas distorções em nosso sistema político.

Sobre voltar a ser candidato a um cargo eletivo, devo dizer – e faço isso por ter pedido permissão às pessoas envolvidas no fato que citarei – que recebi um convite de um partido, um dos menos piores hoje existentes em nosso país, para que eu fosse candidato a senador por sua legenda.

Não vou negar que fiquei bastante orgulhoso de ter meu nome lembrado para disputar um cargo tão importante por aquela agremiação partidária. Mas respeitosamente recusei o honroso convite, por dois motivos básicos: não entro em uma disputa para a qual eu não tenha a menor chance de vencer e, mesmo que vencesse – o que jamais aconteceria –, eu não seria capaz de ajudar em muita coisa. Aquilo que precisamos é de uma mudança radical, coisa para a qual uma, dez ou cem “andorinhas” não fariam verão. Precisaríamos de uma revoada delas para tentarmos mudar essa triste realidade.

Ao recusar a indicação de meu nome para concorrer ao Senado, me achei no direito de indicar alguém que mais do que eu, é talhado para representá-los nessa disputa: alguém mais idealista do que eu, mais sonhador, mais arrojado, mais preparado que eu. Indiquei meu amigo e colega no parlamento maranhense, o ex-deputado César Pires, que tenho certeza elevará em muito o nível intelectual e político da disputa pelo Senado em 2026, e que se eleito for, desempenhará com muito mais capacidade, competência e responsabilidade as funções de senador que os que aí estão.

PEC da Blindagem e ADPF 1.260: duas faces da mesma bandidagem

O Brasil atravessa um momento em que parte expressiva de sua elite política e institucional parece empenhada não em fortalecer a democracia, mas em construir mecanismos de autoproteção contra a responsabilização de seus atos. Dois exemplos recentes saltam aos olhos: a famigerada PEC da Blindagem, torpedeada em muito boa hora pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado Federal, e a ADPF 1.260, proposta pela Associação dos Magistrados Brasileiros em conjunto com o partido Solidariedade.

A PEC da Blindagem buscava ressuscitar e ampliar prerrogativas parlamentares que haviam sido restringidas no início dos anos 2000, após sucessivos escândalos de corrupção. A intenção era clara: devolver aos congressistas imunidades quase absolutas, blindando-os de investigações, prisões e até de responsabilização política. Tratava-se de uma tentativa de restaurar um “foro privilegiado” turbinado, transformando parlamentares em figuras praticamente inatingíveis, algo que rompe com a lógica republicana de que todos devem responder por seus atos.

Do outro lado da Praça dos Três Poderes, de modo sorrateiro e quase que de forma imperceptível, pois ninguém chamou atenção para esse fato, a ADPF 1.260 pretende alterar o rito de pedidos de afastamento de ministros do STF. A ação questiona dispositivos da Lei 1.079/1950 e defende que somente a Procuradoria-Geral da República poderia apresentar denúncia contra ministros da Suprema Corte, além de exigir quórum qualificado para qualquer deliberação pelo Senado. Se acolhida, a tese retiraria do Parlamento e da sociedade civil a prerrogativa de provocar a responsabilização de ministros, concentrando o poder nas mãos da PGR. Na prática, criaria uma blindagem adicional para os integrantes da mais alta Corte, tornando praticamente impossível qualquer processo de impeachment.

Ainda que diferentes em forma e origem, tanto a PEC da Blindagem quanto a ADPF 1.260 revelam um mesmo espírito corporativo: o de preservar autoridades contra mecanismos de controle e fiscalização. Ambas erguem barreiras à democracia, afastam o povo do exercício de sua soberania e fortalecem castas institucionais que passam a se considerar acima das regras comuns.

Num país marcado por sucessivos abusos de poder e pelo descrédito nas instituições, medidas como essas não soam como defesa da ordem constitucional, mas como atos de autopreservação disfarçados de garantias institucionais. Ao invés de proteger a democracia, tais iniciativas a enfraquecem, alimentam a impunidade e ampliam a distância entre governantes e governados, entre os detentores do poder e a sociedade que deveria controlá-los.

Discurso proferido por mim no dia 22 de setembro de 2025, na Assembleia Legislativa do Maranhão, durante a solenidade de entrega de Título de Cidadão Maranhense ao ator Antonio Saboia.

“… É com imensa honra que retorno a esta tribuna depois de 14 anos, hoje não mais na condição de representante do povo maranhense neste Poder, função que exerci com muito orgulho, entre 1983 e 2011, mas agora como representante de uma pequena parcela, porém bastante significativa, das artes e da cultura maranhense.

Estou aqui como procurador de todos aqueles que, em nosso Estado, trabalham no setor audiovisual e que, através destas minhas mal traçadas linhas, vêm acolher como nosso mais novo irmão maranhense esse francês, nascido na Cidade Luz, que desde menino perambula pelo Centro Histórico da Cidade dos Azulejos, da Ilha dos Amores, a quem desde sempre declara seu amor eterno.

Em meu nome e no de meus companheiros do audiovisual maranhense, venho saudar ANTOINE SABOIÁ, para os mais íntimos Antonio Saboia, ludovicense de coração e maranhense por paixão.

Como manda o protocolo, devo falar um pouco sobre aquele que hoje recebe o título de Cidadão Maranhense, coisa que ele já é, de fato, há muitos anos.

Antonio José Clemens Saboia nasceu em Paris e é filho do jornalista maranhense Napoleão Pires Saboia e da pesquisadora francesa Andreé Anita Clemens, infelizmente já não mais entre nós.

Quem por acaso não conheça Antonio Saboia, é importante que saiba que ele é hoje um dos mais requisitados atores de cinema do Brasil, o que muito nos orgulha, já que ele diz, que o que mais orgulha a ele é ter começado essa sua maravilhosa jornada de ator aqui em São Luís do Maranhão.

Lembro que, antes de conhecer IN PERSONA a figura atenciosa e elegante de Antonio Saboia, eu o vi em dois filmes, o que de imediato chamou a atenção do cinéfilo compulsivo que sou, e do cineasta frustrado que, de certa forma, todos que escolhem essa ocupação acabam sendo, pelo fato de estarmos sempre insatisfeitos, em busca de um projeto melhor para realizar.

Nesses curtas-metragens, “Ódio”, de Breno Ferreira, e “Reverso”, de Francisco Colombo, dois de meus queridos parceiros nessa arte, Antonio já saltava da tela. Quem o visse e entendesse minimamente de cinema saberia que ali estava um grande ator, cheio de recursos artísticos, dono de uma imensa sensibilidade, além de uma capacidade cênica inata e rara. Um diamante bruto que, em minha modesta opinião, nem precisava ser lapidado, pois seu maior valor sempre estaria em seu extraordinário estado natural.

Depois disso, conheci Antonio e fiquei esperando uma oportunidade para trabalhar com ele, até que tive o prazer de produzir o curta-metragem “Farol”, obra de outro querido parceiro, o cineasta Arturo Saboia, primo de Antonio.

Esse nosso conterrâneo se orgulha ao comentar que seu primeiro prêmio foi conquistado aqui, em sua terra. Ele foi escolhido como melhor ator coadjuvante no Festival Guarnicê de Cinema, pelo filme maranhense “Lamparina da Aurora”, de Frederico Machado, ocasião em que estreou também como coprodutor.

O mesmo orgulho ele sustenta ao afirmar aos quatro ventos que seu primeiro papel como protagonista foi em outro filme maranhense, “Órbitas da Água”, novamente dirigido por Frederico Machado, obra na qual eu atuei como coprodutor.

Antonio Saboia realmente se orgulha muito do fato de todas as suas primeiras conquistas cinematográficas terem acontecido aqui em nosso Estado.

Mas como era de se esperar, o Maranhão se tornou pequeno para ele e ele alçou voo e foi conquistar o Brasil e o mundo.

Participou de diversas séries de televisão e até de algumas novelas; Atuou em Bacurau, de Kleber Mendonça Filho, laureado em Cannes; em Deserto Particular, de Aly Muritiba, premiado em Veneza e  representante do Brasil no Oscar de 2022;

Por fim interpretou Marcelo Rubens Paiva no filme “Ainda Estou Aqui”, de Walter Salles, primeiro filme brasileiro a conquistar um Oscar.

Sobre este filme, preciso contar duas coisas:

Eu fiz parte do júri da Academia Brasileira de Cinema que escolheu “Ainda Estou Aqui” para representar o Brasil no Oscar. Quando vi a performance de meu querido amigo Antonio Saboia, me emocionei ao lembrar das cenas de “Ódio” e “Reverso”, quando previ que ali nascia um grande ator.

Ainda Estou Aqui” me fez lembrar de um outro amigo, colega constituinte de 1988, Fernando Gasparian.

Numa certa tarde, “Gaspa” me levou até uma subcomissão dizendo que eu precisava conhecer uma amiga sua, que era ninguém menos que Dona Eunice Paiva, de quem ele era muito próximo.

Essa é a vida! Ela nos leva por caminhos inacreditáveis. Agora imaginem como deve ser a vida de um ator: uma pessoa que interpreta a vida de outras pessoas, que se molda a elas.

Enquanto escrevia este pequeno discurso, lembrei da mais conhecida frase de um homem que era escritor como o pai de Antonio, pesquisador como a mãe de Antonio e que, além de francês como Antonio, tinha o mesmo nome que ele:
“Você é eternamente responsável por todo aquele que você cativa.”

Essa poderia ser a frase impressa no cartão de apresentação desse nosso Saint-Exupéry Saboia.

Quando soube que Mavi Simão havia decidido que o homenageado deste ano em seu Festival Maranhão na Tela, seria Antonio Saboia, comentei o fato com um amigo, o deputado Carlos Lula, que se prontificou a apresentar um projeto que fizesse com que, legalmente, esse CABRA pudesse sustentar, por onde quer que andasse, que a pessoa dele nasceu em Paris, mas que o ator que ele é, nasceu foi em São Luís, única capital de um Estado brasileiro fundada por franceses.

Devo ressaltar aqui nosso agradecimento ao deputado autor do projeto que concede a Antonio Saboia, o Título de Cidadão Maranhense, o Deputado Carlos Lula, que apesar de ser de uma corrente partidária diferente da minha, é um querido amigo de longas datas, e um grande parlamentar, o que só engrandece este ato de gestação e nascimento de um novo cidadão maranhense.

Obrigado, Deputado Carlos Lula.
Obrigado, Senhoras e Senhores Deputados.

Agradeço em meu nome e em nome de todos aqueles que fazem o audiovisual maranhense, por acolherem como nosso irmão de direito alguém que já era nosso irmão de fato.

Seja bem-vindo, irmão Antonio Saboia, e obrigado pelo maravilhoso trabalho que você realiza, engrandecendo o nome do Maranhão”.

Perfil

“Poeta, contista e cronista, que, quando sobra tempo, também é deputado”. Era essa a maneira como Joaquim Elias Nagib Pinto Haickel aparecia no expediente da revista cultural Guarnicê, da qual foi o principal artífice. Mais de três décadas depois disso, o não mais, porem eterno parlamentar, ainda sem as sobras do tempo, permanece cronista, contista e poeta, além de cineasta.

Advogado, Joaquim Haickel foi eleito para o parlamento estadual pela primeira vez de 1982, quando foi o mais jovem parlamentar do Brasil. Em seguida, foi eleito deputado federal constituinte e depois voltou a ser deputado estadual até 2011. Entre 2011 e 2014 exerceu o cargo de secretario de esportes do Estado do Maranhão.

Cinema, esportes, culinária, literatura e artes de um modo geral estão entre as predileções de Joaquim Haickel, quando não está na arena política, de onde não se afasta, mesmo que tenha optado por não mais disputar mandato eletivo.

Cinéfilo inveterado, é autor do filme “Pelo Ouvido”, grande sucesso de 2008. Sua paixão pelo cinema fez com desenvolvesse juntamente com um grupo de colaboradores um projeto que visa resgatar e preservar a memória maranhense através do audiovisual.

Enquanto produz e dirigi filmes, Joaquim continua a escrever um livro sobre cinema e psicanálise, que, segundo ele, “se conseguir concluí-lo”, será sua obra definitiva.

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