Balancete 2023

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Durante os dois últimos anos o filme “Tire 5 cartas” esteve em primeiro lugar em minha lista de afazeres profissionais. Penso que ele jamais vai sair dela, mas tenho outros projetos que precisam ser cuidados e serão eles que passarão a ocupar os primeiros lugares em minha agenda a partir de agora.

São mais 40 projetos, entre os meus e os de terceiros, nos quais eu estou envolvido de alguma forma, mas vou comentar aqui apenas sobre 4 deles.

O longa-metragem de animação “As aventuras de Tracajaré”, personagem que criei de brincadeira, para presentear meu netinho, Theo, mas depois do sucesso do curta dessa turminha, um longa foi exigido por todos.

O documentário “Catulo Maranhense”, outro projeto que realizo com meu parceiro de longas datas, Beto Matuck (infelizmente desta vez não iremos contar com a versatilidade e a poesia de Celso Borges). O filme aborda aspectos da vida e da obra do boêmio Catulo, nascido em São Luís, mas que todos pensam ter nascido no Ceará.

O documentário “Desvendando o Maranhão”, produzido por mim e realizado por Evandro Martin e Edmar Miqueta, onde mostramos ao mundo as belezas dos diversos biomas existentes em nosso estado.

E por fim, o longa-metragem “2 graus ao sul do Equador”, uma história de minha autoria, que tenho certeza vai agradar a todos. Sobre esse projeto, devo dizer que ele será totalmente realizado em São Luís, por técnicos e atores maranhenses, e que o projeto que deu origem ao filme foi um dos poucos que obtiveram nota máxima do edital de VOD do FSA de 2022.

Quanto aos demais projetos, não me descuidarei de nenhum deles, até porque tenho gente muito boa trabalhando comigo neles.

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Discurso do Deputado Yglésio Moises em homenagem ao ex-deputado Nagib Haickel

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Senhora presidente, senhoras e senhores deputados

Hoje assumo essa tribuna para falar de um personagem único na história de nosso Estado e principalmente na história desta Casa.

Refiro-me ao deputado Nagib Haickel, que presidiu o Poder Legislativo do Maranhão entre fevereiro e setembro de 1993, quando fatidicamente no dia 7 daquele mês, veio a falecer, em uma solenidade comemorativa à independência do Brasil, na cidade de Coroatá.

Nagib Haickel bem poderia ter nascido no Líbano, uma vez que seus pais, Elias e Maria Haickel, primos legítimos, eram provenientes daquele país, mas por obra do destino Nagib veio ao mundo na cidade de Pindaré Mirim, que se localiza numa das milhares de curvas do Rio Pindaré, que serpenteia pelo nosso estado, desde a Serra do Gurupi até desembocar no Rio Mearim, quase ao chegar na Baía de São Marcos, que abraça a cidade de São Luís em seu lado ocidental.

Quando o avô de Nagib, Tanus Haickel chegou ao Brasil, aportou em Belém para em seguida vir para São Luís. Aqui, fez contatos com seus patrícios e resolveu ir para Viana, mas por lá também não ficou, dirigindo-se para o então povoado de São Pedro, no município de Monção, que mais tarde se tornaria Pindaré Mirim. Lá chegando se acomodaram bem próximos ao pátio do Engenho Central São Pedro, onde logo passaram a comercializar gêneros de primeira necessidade com a população.

Não demorou muito para a família Haickel se tornar uma das mais influentes no comércio da região, uma vez que compravam gêneros dos produtores locais, vendiam para os industriais de São Luís e traziam para sua cidade outros artigos que seus vizinhos necessitavam, como ferramentas, tecidos, combustível…

Nagib é o terceiro filho de Elias e Maria, que como não poderia deixar de ser, mandaram seus filhos estudarem na capital. Nagib veio estudar, mas com apenas 13 anos de idade começou a trabalhar na empresa Chames Aboud, que também pertencia a imigrantes libaneses.

Meus caros amigos e colegas deputados e deputadas, alguns poucos de vocês tiveram a oportunidade de conhecer ou pelo menos ouvir falar de Nagib Haickel. Quem o conheceu, como o deputado Arnaldo Melo, sabe que eu falo de um homem extraordinário, de uma inteligência incomum, de uma sensibilidade aguçada, de um coração gigantesco, tanto que veio a falecer de uma doença cardíaca, comumente conhecida como “coração grande”.

Quem o conheceu, como alguns dos ainda funcionários desta casa, como o secretário geral da mesa, Braulio Martins, que ainda muito jovem assessorou o então presidente Nagib Haickel, lá na velha sede de nosso poder Legislativo, na Rua do Egito, sabe do valor daquele homem simples que dizia frases contundentes, que aparentava rudeza, mas que no fundo era um homem atencioso.

Muitos de nós só conhece Nagib Haickel, porque ele dá nome ao plenário de nossa casa.

Acredito que registrar os acontecimentos da vida de homens como Nagib Haickel é importante para possibilitar que os pesquisadores do futuro possam saber um pouco de nossa história, possam saber por exemplo, que Nagibão era comerciante varejista, que criou a primeira loja aberta durante 24 horas do Brasil, “A Meruoca”, que ele implantou o “supermercado em sua porta”, enchendo Kombis de mercadorias e saindo pela cidade vendendo aos pequenos comércios dos bairros mais distantes.

Alguém já disse que Nagib começou sendo um gênio no comércio e depois passou a ser genial na política. Ele dizia que dava um boi para não entrar em uma briga, mas dava uma boiada para não sair dela, e explicava que ele fazia de tudo para não entrar em um embate, em uma polêmica, mas que só saia dela se fosse com a vitória, caso contrário lutaria até o fim.

Outra frase famosa de Nagib era “O difícil se faz logo. O impossível só demora um pouco mais”. Com isso ele queria dizer que o trabalho e a perseverança são as coisas mais importantes na vida de um empreendedor ou de um político.

Nagib Haickel se autointitulava “O caboclo do Vale do Pindaré” e dizia mais, “que era acostumado a comer tapiaca e mandubé”.

Conversando com Joaquim Haickel, filho mais velho de Nagibão, ele me disse que uma vez perguntou ao seu pai por que ele fazia questão de dizer que ele era incondicionalmente governista, uma vez que essa posição o deixava vulnerável em relação ao próprio governo, que já sabendo de sua automática posição, não o iria valorizar. A resposta do velho mascate libanês não poderia ter sido mais genial, nem que fosse proferida pelo próprio Maquiavel, ou mesmo por Zé Sarney.

Nagib explicou ao seu filho, quando este ainda iniciava na política, no início dos anos 1980, que o fato do governador e dos governistas saberem de seu apoio automático e incondicional, fazia com que eles procurassem primeiro a ele que aos outros deputados, o que fazia dele uma espécie de líder não oficial do governo, sem que tivesse as mesmas e difíceis responsabilidades do líder oficial.

A segunda parte da resposta é tão ou mais genial, tanto do ponto de vista político, como do ponto de vista publicitário e principalmente do ponto de vista lógico e pragmático, coisa que Nagib Haickel era acima de tudo.

Ele disse para Joaquim que somente o governo poderia propiciar a ele as condições necessárias para levar aos seus correligionários e aos municípios onde ele fazia política, as melhorias que eles precisavam, como escolas, postos de saúde, estradas, segurança e empregos. Além disso, todos que ouviam suas histórias e feitos na proximidade do poder governamental, queriam se juntar a ele, aumentando assim a legião de apoiadores que tinha.

No início dos anos 1970, Nagib presidiu o Moto Clube de São Luís, e foi o responsável por levar um time maranhense a disputar pela primeira vez o campeonato brasileiro de futebol. Essa parte da história de Nagib Haickel eu conheço bem, pois também ocupei esse cargo e tenho pelo Moto a mesma paixão que Nagib tinha.

Nagib era um marqueteiro nato. Ele descobriu que distribuindo bombons para as crianças ele poderia chamar a atenção não apenas delas, mas principalmente dos pais delas, pois o carinho com o qual ele tratava as crianças comovia a todos.

Por ter passado mais de 20 anos distribuindo bombons por onde quer que ele fosse, Nagib Haickel ficou conhecido como “Deputado Bombom”.

Nagib Haickel viveu muito pouco, não chegou a completar 60 anos, Ele trabalhou no comércio dos 13 aos 59 anos, já a política, ele vivenciou dos 23 aos 59, mesmo assim tendo vivido tão pouco tempo realizou feitos inacreditáveis.

Ele foi deputado estadual durante vinte anos, deputado federal durante oito e durante quatro serviu como secretário de estado e como primeiro administrador do recém criado município de Zé Doca.

Nagib ocupou por pouco mais de 7 meses a presidência dessa Assembleia Legislativa, e ainda hoje, 30 anos depois de sua morte, é considerado pelos funcionários desse Poder, um dos melhores presidentes que essa Casa já teve, graças a forma humana e fraternal que tratava a todos, inclusive os deputados da oposição que eram distinguidos com as mesmas prerrogativas, coisa que antes dele jamais havia acontecido.

Senhora presidente, Joaquim Haickel me contou alguns fatos interessantes sobre a forma de Nagibão agir enquanto era presidente dessa Casa. Me disse que diariamente Nagib visitava todos os deputados em seus gabinetes para saber se eles estavam precisando de alguma coisa e fazia isso principalmente com os deputados de oposição.

Sobre os deputados de oposição, Joaquim me disse que Nagib, dedicava atenção especial a eles, e que era neles que ele se apoiava quando precisava fazer valer a força desse poder, quando precisava se opor a alguma decisão do executivo que contrariasse os desejos da maioria do legislativo.

Funcionários mais antigos dessa Casa ainda hoje comentam que quando do infarto do deputado Vila Nova, que tivera uma briga com Nagib, quase chegando às vias de fato, contrariando todas as expectativas, foi Nagib quem primeiro socorreu Vila Nova e só saiu de seu lado quando ele já estava hospitalizado e fora de perigo.

Nagib costumava dizer que não tinha inimigos, que tinha adversários, mas que as diferenças que houvessem entre eles acabavam junto com o debate.

Eu não tive o privilégio de ter convivido com Nagib Haickel, mas quem teve, diz que ele era uma pessoa incrível, um homem de grande inteligência, uma figura carismática, um amigo com quem se podia sempre contar.

Pelo que pude perceber ao fazer o dever de casa para escrever essas mal traçadas linhas, que entrarão para os anais desta casa, Nagib Haickel, tanto no comércio quanto na política foi um mestre. Um mestre como não existe mais nos dias de hoje.

No último dia 7 de setembro, fez 30 anos que Nagib Haickel nos deixou, mas para quem o conheceu e conviveu com ele, parece que ontem mesmo ele ainda estava entre nós. Sensações como essa só acontecem em relação aos grandes homens. 

Nagib é daquelas pessoas que não deixam apenas saudade, ele é daquelas pessoas que fazem falta. 

Salve Nagib Haickel!…

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Luzinalva

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Estou vindo de uma maratona exaustiva de compromissos ligados ao lançamento de nosso filme “Tire 5 cartas”, uma deliciosa comédia de costumes que conta a história de Fátima, uma ludovicense, fã de Alcione, que deseja ser como ela, uma cantora de sucesso, reconhecida e aclamada por todos. Na história, nem a extraordinária Lilia Cabral que interpreta a Fátima, consegue fazer com que seu personagem tenha sucesso como cantora e ela acaba se tornando uma taróloga, que sem observar e dar valor ao seu dom e a sua verdadeira sensibilidade, prefere viver enganando seus clientes com a ajuda de seu marido, Lindoval, interpretado por Stepan Nercessian que nas horas vagas também é cover de Sidney Magal. 

O fato é que Fátima acaba se envolvendo num golpe meio pesado e tem que fugir, voltando para sua cidade natal, São Luís do Maranhão e reencontra seu passado, coisa que ela preferia abandonar definitivamente. 

Faz alguns anos, eu tive a ideia de fazer uma série para televisão baseada nesse enredo, sempre tendo esses personagens e sempre tendo São Luís e o tarô como pontos centrais da trama. Ocorre que por falta de dinheiro para uma produção desse volume, optei por fazer um longa-metragem que servisse de piloto para uma possível série. Vamos ver se nossa história seduz algum streaming! 

Desde 25 de agosto estamos fazendo apresentações para críticos, jornalistas, estudantes de cinema e convidados, além de termos sido escolhidos para abrir a 15ª edição do festival Maranhão na Tela. 

Em todas essas apresentações tivemos diversas e claras demonstrações de que nosso trabalho está sendo muito bem recebido, admirado e aplaudido. 

Em São Paulo, ao sair incógnito da sala de exibição, ouvi uma moça dizer a uma amiga que iria imediatamente procurar uma agência de viagem para montar um pacote para conhecer São Luís, pois o que ela viu da cidade no filme a deixou maravilhada e curiosa. Neste mesmo evento, um dos maiores críticos de cinema do Brasil, Luís Carlos Merten, disse em conversa com um outro jornalista que se os filmes, “Tire 5 cartas” e “Mussum” não levarem os espectadores de volta aos cinemas, o público brasileiro precisará ser estudado, pois alguma coisa muito errada estará acontecendo com ele, uma vez que esses dois filmes são alguns dos melhores já realizados por aqui nos últimos anos. Já no dia da apresentação do filme no Rio de Janeiro, as duas salas estavam tão lotadas que algumas pessoas tiveram que sentar-se nas escadas, além do que todos saíram impactados pelo que assistiram. 

As críticas têm sido muito boas e até os críticos menos receptivos a esse gênero, a comédia, e a esse tipo de filme, o consideram muito bom. 

Nas apresentações em São Luís o sucesso foi igual aos do Rio e de São Paulo, mas uma coisa chamou particularmente a minha atenção. 

Na manhã do dia 4, quando mostramos o filme para jornalistas de São Luís, observei que havia uma senhora sentada há duas poltronas de distância, do meu lado esquerdo. Ela me chamou atenção por reagir ao filme sem nenhuma “cerimônia”.  

Ela sorria contido quando a piada era sutil ou psicológica; ela se emocionava quando era esse o sentimento que emanava da tela; ela gargalhava quando a piada ou a situação era para gargalhar; ela soluçou quando a emoção que sentia ao ver a cena das irmãs se perdoando, exigia isso do espectador; E por fim ela sorriu um sorriso iluminado ao ver o apoteótico final de nossa trama e aplaudiu de pé. 

Quando o filme terminou, curioso que sou, fui até aquela moça e descobri que ela era dona Luzinalva, encarregada da limpeza das salas daquele cinema. Perguntei a ela o que ela havia achado do filme e ela me disse que fazia muito tempo que ela não ria e chorava e depois ria novamente em um filme, e que ver a cidade dela num lugar onde ela sempre vê as outras cidades do mundo, foi uma emoção extraordinária. E ela disse mais: “o senhor sabe, esse emprego que eu tenho é maravilhoso, pois além de ganhar dinheiro para sustentar meus filhos, eu assisto todos esses filmes lindos, e esse aí é um dos melhores que eu já vi”. 

Luzinalva e pessoas como ela, são os motivos de minha felicidade. 

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30 anos sem Nagibão

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Hoje, dia 7 de setembro de 2023, faz 30 anos que meu pai, Nagib Haickel, faleceu, e a Câmara Municipal de São Luís, através de pronunciamento do vereador António Garcez, fez ontem uma homenagem a ele que muito emocionou e honrou a mim e a toda minha família.

Para marcar essa data, transcrevo a seguir o discurso proferido pelo vereador Garcez, e reitero o nosso agradecimento a ele e aos vereadores de São Luís pela comovente homenagem.

“Bom dia a todos

A palavra RESPONSABILIDADE é uma palavra intimamente ligada a todas as atividades que realizamos nesta casa, e no dia de hoje venho aqui colocar em prática um outro tipo de responsabilidade, uma responsabilidade que se mistura e se confunde com outras ações e com outros sentimentos, como respeito, amizade, companheirismo, compromisso, generosidade, alegria…

A responsabilidade de que falo está ligada a homenagem que faço nesta data a memória daquele que foi um dos maiores políticos e empresários que o Maranhão já teve. Falo de Nagib Haickel, que se intitulava “O caboclo do Vale do Pindaré” e dizia mais, “que é acostumado a comer tapiaca e mandubé”.

As pais de Nagib, Elias e Maria Haickel, eram imigrantes libaneses que chegaram por aqui em 1909 e se estabeleceram às margens do Rio Pindaré, bem próximo ao pátio do Engenho Central São Pedro, onde comercializavam gêneros de primeira necessidade com a população.

Nagib veio estudar em São Luís e começou a trabalhar quando tinha apenas 13 anos de idade, na empresa Chames Aboud, que também pertencia a imigrantes libaneses.

Meus caros amigos e colegas vereadores e vereadoras, alguns de vocês tiveram oportunidade de conhecer ou pelo ao menos ouvir falar de Nagib Haickel. Quem o conheceu sabe que eu falo de um homem extraordinário, de uma inteligência incomum, de uma sensibilidade aguçada, de um coração gigantesco, tanto que veio a falecer de uma doença cardíaca, comumente conhecida como “coração grande”.

A responsabilidade de que falo neste dia de hoje, neste discurso que vai ser guardado nos anais da casa do povo da cidade de São Luís do Maranhão, para que no futuro, os pesquisadores possam saber quem foi o Nagibão, saber que ele era comerciante varejista, que criou a primeira loja aberta durante 24 horas do Brasil, “A Meruoca”, que ele implantou o supermercado em sua porta, enchendo de Kombis de mercadorias e saindo pela cidade vendendo aos pequenos comércios dos bairros mais distantes.

Nagib começou sendo um gênio no comércio e depois passou a ser genial na política. Ele dizia: “Dou um boi para não entrar em uma briga, mas dou uma boiada para não sair dela”, e explicava que ele fazia de tudo para não entrar em um embate, em uma polêmica, mas que só saia dela se fosse com a vitória, caso contrário lutaria até o fim.

Outra frase famosa de Nagib era “O difícil se faz logo. O impossível só demora um pouco mais”. Com isso ele queria dizer que o trabalho e a perseverança são as coisas mais importantes na vida de um empreendedor ou de um político.

No início dos anos 1970, Nagib presidiu o Moto Clube de São Luís, e foi o responsável a levar um time maranhense a disputar pela primeira vez o campeonato brasileiro de futebol.

Nagib era um marqueteiro nato. Ele descobriu que distribuindo bombons para as crianças ele poderia chara atenção não apenas delas, mas principalmente dos pais delas, pois o carinho com o qual ele tratava as crianças comovia a todos.

Por ter passado mais de 20 anos distribuindo bombons por onde que que ele fosse, Nagib Haickel ficou conhecido como “Deputado Bom-Bom”.

Nagib Haickel militou no comércio dos 13 aos 59 anos, já a política, ele vivenciou dos 23 aos 59, quando veio a falecer.

Ele foi deputado estadual durante vinte anos, deputado federal durante oito e durante quatro serviu como secretário de estado e interventor no município de Zé Doca.

Nagib ocupou por pouco mais de 7 meses a presidência da Assembleia Legislativa do Estado do Maranhão, e ainda hoje, 30 anos depois de sua morte, é considerado pelos funcionários daquele Poder, um dos melhores presidentes que aquela Casa já teve, graças a forma humana e fraternal que tratava a todos, inclusive os deputados da oposição que eram distinguidos com as mesmas prerrogativas, coisa que antes dele jamais havia acontecido.

Eu tive o, privilégio de ter convivido com Nagib Haickel nas duas esferas de sua ações: No comércio e na política e posse lhes dizer que em ambos ele foi um mestre.

No próximo dia 7 de setembro, Nagib fará 30 nos que nos deixou, mas parece que ontem mesmo ele ainda estava entre nós. Sensações como essa só acontecem em relação aos grandes homens. 

Nagib é daquelas pessoas que não nos deixam apenas saudade, ele é daquelas pessoas que nos fazem falta. 

Salve Nagib Haickel!…”

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O melhor presente que ganhei durante o lançamento de “Tire 5 Cartas”

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Na maratona de eventos relacionados ao lançamento de nosso filme, “Tire 5 cartas”, vi, ouvi e presenciei algumas coisas maravilhosas e emocionantes, que me deixaram muito feliz e recompensado, ao ponto de esquecer as dificuldades que enfrentamos, os custos que tivemos que assumir e pelos quais acumulamos, espero que pelo menos por enquanto, um considerável déficit.

De tudo que aconteceu nesses dias, o texto que transcrevo abaixo, publicado por minha filha, Laila, (fotografa responsável pelas fotos usadas nos cartazes do filme) em seu Instagram, foi o que mais me comoveu e emocionou.

“Conheço essa história há um tempo. Lembro da expressão de menino traquinas contando como a cartomante, ops, taróloga, apesar de “não ser das melhores”, sempre sabia o que dizer, por ter uma “ajudinha peculiar”, mesmo depois de “fatídico acontecimento”. Desculpa, preciso ser sem spoilers pelo seu melhor entretenimento.

A expressão de puro divertimento infantil, corriqueira nele, é coisa de quem é fascinado por uma boa história, de quem se encanta com os detalhes de uma história bem contada, e no caso dele, também é coisa de quem tem a capacidade invejável de se divertir e se apaixonar perdidamente pelas crias da própria cabeça. Não fosse isso, em essência, não existiria Tire 5 Cartas. obviamente, não existiria sem que fizesse a guarda compartilhada, entregando o filho nas mãos de quem iria proporcionar vida tão boa ou melhor que ele, e isso é fazer cinema. Isso eu pude ver e assistir quando do pré-lançamento de “Tire 5 Cartas”, ontem, na felicidade de quem fez parte e na tela.

Eu tive o privilégio de crescer presenciando meu pai se divertir com cinema como uma criança, se fosse adulta. Só uma criança pra ter aquele brilho nos olhos, e só um adulto pra saber o porquê. Se emocionar, fungar e com uma falsa expressão de assombro revelando um sorrisinho cínico no fim, me acusar “tu tá chorando?!”, e eu caía, às vezes mentia, com olhos prestes a transbordar, “eu não! Tu é que tá!”. Deixar-se arrebatar em encantamento, boquiaberto, não prender a gargalhada, não calar um “égua!”, não silenciar a (péssima) mania de narrar a ação seguinte antes que acontecesse pra ver se adivinhava.

Ontem, o maior privilégio foi de ficar feliz por vê-lo feliz, de poder testemunhar o que ele  viveu, com uma história nascida dele, divertindo e emocionando.

Ontem, sentados no chão, porque a sessão estava superlotada, eu espiava de canto de olho pra averiguar se ele assistia ao filme ou observava as reações das pessoas, e lá estava ele, de boca aberta, com os mesmos olhos iluminados de quando fica na rede, a maioria das vezes de frente pra tela da TV, às vezes pra nós da audiência, como se assistisse mais um filme que o faz se apaixonar, mais uma vez, pelo cinema.

Pra muita gente, “Tire 5 cartas” será um filme gostoso, porque ele realmente é. Pra mim, é uma ode a criar pra ser e fazer feliz, antes de tudo”.

As palavras de minha filha, repletas de carinho e compreensão de quem e como eu sou, valem mais que qualquer coisa.

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