A Cultura, o Esporte e a Cidadania

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Quando eu penso em cidadania, penso automaticamente em cultura em seu mais amplo conceito. Cidadania é a noção cultural que o indivíduo tem de sua posição e de sua função na sociedade.

Cidadãos para gregos e romanos eram todos aqueles que tinham obrigações para com a sociedade e direitos perante o grupo do qual faziam parte. Para eles, mulheres, crianças e escravos não eram cidadãos, mesmo que eles pertencessem à mesma cultura. As sociedades evoluíram. Não há mais escravidão, pelo menos não de modo formal; as mulheres são respeitadas, pelo menos há leis para que isso aconteça; e as crianças são protegidas, pelo menos se tenta.

Ao contrário das sociedades antigas, a sociedade contemporânea prima por respeito a todos os seus membros. Uma única coisa permanece igual aos tempos dos mestres Sócrates, Platão e Aristóteles. A cultura de cada povo, de cada sociedade continua sendo o fio condutor, a corrente de elos que liga e fortalece os laços entre as pessoas.

A noção de que não se deve jogar lixo na rua ou nos rios, que se deve usar o cinto de segurança, que se deve atravessar as ruas nas faixas de pedestres, que não se deve furar a fila, que se deve pagar os impostos e taxas, que se tem o direito de escolher nossos representantes livremente e que se pode democraticamente reclamar de suas ações, nos dá a sensação de cidadania.

Mas eu gostaria de falar de um outro tipo de sensação de cidadania contemporânea. Não vou falar do direito à saúde, à educação e à segurança, que a meu ver são direitos supremos. Quero falar de dois fatores de inclusão social, de inserção a cidadania, coisas que na primeira dificuldade financeira são logo cortadas dos orçamentos, tanto dos poderes públicos quanto dos familiares: cultura e esporte.

Se a educação, a saúde e a segurança nos garantem o indispensável para sermos realmente cidadãos, o acesso às manifestações de nossa própria cultura e a prática de esportes nos garantem a realização de parte daquilo que precisamos para sermos realizados como pessoas, para sermos felizes.

O esporte talvez seja o maior agente de socialização e de sociabilidade que possa lançar mão um governo para inserir no convívio sadio e cidadão, os jovens de nossa terra. É o mais barato dos investimentos sociais e proporcionalmente o que dá mais retorno, uma vez que abrange uma enorme quantidade de pessoas em uma vasta gama de modalidades.

Com a cultura acontece de forma um pouco mais intrincada. Se por um lado ela tem a mesma aplicabilidade inclusiva do esporte, por outro, o fato dela variar de comunidade para comunidade, de cidade para cidade, de estado para estado, de região para região, a torna um caleidoscópio de manifestações variadas. Complexa em sua abordagem, mas vigorosa em sua efetivação.

No entanto, se tratada com simplicidade e como veículo de socialização cidadã, a cultura serve como apoio indispensável e complemento indissociável à educação e à evolução de um povo.

Se eu fosse comparar a cidadania a uma casa, diria a você que me lê agora, que o alicerce é a educação, as paredes são a segurança, o telhado é a saúde, mas os móveis e eletrodomésticos indispensáveis para fazer uma casa ser um lar onde vivem pessoas felizes, estes são a cultura e o esporte.

Fui deputado entre 1983 e 2011 e sempre, mesmo quando tinha apenas 23 anos, acreditava que cultura e esporte eram fundamentais para consumação da verdadeira cidadania.

Fui secretário de Esporte entre 2011 e 2014 e pude, pelo menos em parte, fazer com que a Sedel fosse um veículo de cidadania através de uma série de projetos e eventos que desenvolvemos.

Sou produtor cultural ligado à literatura e ao cinema e uso a cultura como força transformadora da sociedade.

Serei sempre cidadão e sempre lutarei pelo fortalecimento das ações ligadas à cultura e ao esporte como forma de fazer com que as pessoas sejam mais felizes.

 

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Hipocrisia e Incompetência

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Ops!!!

Sinceramente, confesso que eu não estou entendendo mais nada! Mandei o texto abaixo para ser publicado na página de opinião do Jornal O Estado do Maranhão e pelo que tudo indica, isso não foi feito por estar em desacordo com a linha editorial do jornal!

Gostaria de lembrar que sou colaborador do JEM desde 1983, quando encartava naquele prestigioso e prestigiado matutino a Revista Guarnicê, já lá se vão trinta e três anos!

Mas essa não é a primeira vez que um fato como esse ocorre. Tempos atrás aconteceu das opiniões, expressadas em meus textos, também não estarem de acordo com o viés editorial estabelecido pelo editor de então, e eu e meus textos fomos colocados na geladeira por alguns meses.

Só vejo três explicações possíveis para o referido texto não ter sido publicado: eu devo ter mandado o texto fora do prazo necessário para ele poder ser revisado, diagramado e montado na respectiva página, para posterior impressão; ocorreu um engano na hora da montagem da página e o arte finalista paginou outro artigo no lugar do meu; ou ele foi simplesmente censurado.

Não consigo imaginar, em que, o texto abaixo, esteja em desacordo com uma linha editorial democrática e aberta a opiniões assumidamente independentes, desvinculadas de paixões ideológicas, políticas e partidárias, expressadas de maneira respeitosa, mesmo que às vezes dura, corajosa, mesmo que vez por outra, irreverente.

No texto abaixo, teço comentários sobre o recente episódio dos alugueis de imóveis praticados pelo governo do estado e sobre aspectos relativos a esses fatos. Leiam o texto e me digam se existe algum motivo plausível para que ele tenha sido censurado e não publicado na edição do sábado, 14 de janeiro de 2017, do JEM!

 

Hipocrisia e Incompetência

Eu não iria nem comentar sobre a celeuma envolvendo o tal aluguel do prédio onde deveria funcionar a FUNAC, por achar tudo isso uma bobagem, mas cheguei à conclusão de que precisava dizer algumas coisas a esse respeito, afinal, mais um bobo nunca é demais!

Gostaria de deixar claro que não vejo nenhum problema no fato do proprietário do imóvel ser amigo do governador e filiado ao PCdoB, nem no fato dele ser funcionário de uma empresa governamental, no caso a EMAP. Se ele fosse prestador de serviço no setor responsável pelas contratações de alugueis de imóveis, isso configuraria impedimento.

Imaginem que por ser amigo de alguém ou filiado a um partido, um determinado cidadão passasse a ser impedido de exercer os direitos comuns a qualquer pessoa, direitos esses garantidos no artigo 5º da Constituição Federal!? Imaginem se o tal Jean fosse filiado ao PDT, partido também alinhado ao atual governo!? Haveria impedimento? Isso me parece um absurdo! Se ele fosse filiado ao PMDB, o fato de ser um partido contrário ao governo, isso legitimaria o contrato?

Do meu ponto de vista, o problema na verdade reside no fato dos atuais governantes terem prometido coisas na campanha eleitoral que não conseguem cumprir no governo.

Lembro que na campanha, os atuais governantes usaram um aluguel de um imóvel para criticar tanto seu então adversário quanto a ex-governadora. Agora eles se encontram na mesma situação. Prosaico, não!?

Problema maior que esse do aluguel é o fato de algumas pessoas do governo terem uma postura ideológica e praticarem ações que não combinam com ela. Eles criticavam os governos anteriores e quando assumiram o poder passaram a fazer as mesmas coisas que criticavam anteriormente, o que é uma total falta de coerência.

Mas a pior coisa que vejo nisso tudo é a incapacidade de alguns membros do atual governo assimilarem uma crítica ou uma reclamação, por mais justa e mais relevante que seja.

Por outro lado, a atual oposição faz exata e simplesmente as mesmas coisas que a oposição de antes fazia! O que se constata é que só mudaram os lados, mas as ações não mudaram em nada! As mecânicas das ações de governo e oposição são as mesmas, estando o PCdoB no poder e o PMDB na oposição e vice versa. Antes os oposicionistas criticavam o governo tendo ou não razão para isso e o governo se defendia como pudesse ou como conseguisse. O mesmo se vê ocorrer agora.

O que é mais inacreditável é que um assunto tão pequeno possa causar tamanho transtorno a um governo que se imaginava preparado para mudar o Maranhão! Fica clara a incapacidade desse governo em enfrentar problemas simples de comunicação e de relacionamento com a sociedade.

Esse negócio dos alugueis é uma imensa bobagem! Existem coisas muito mais importantes para a oposição direcionar suas críticas! A oposição optou por martelar nessa tecla porque viu que o atual governo do Maranhão não tem serenidade para enfrentar críticas como estas ou qualquer outro tipo de crítica. Cada vez que membros do governo ou jornalistas em sua defesa dizem que alugueis como os citados são iguais aos de governos anteriores, que Roseana fazia coisas semelhantes em sua gestão, mais se enrolam em suas próprias palavras, que provam e comprovam que na teoria eles parecem estar e serem corretos, mas na prática cometem os mesmos atos que criticavam em seus adversários.

 

 

 

 

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Na falta de um assunto “grande”, aborde vários “pequenos”!

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Um grande amigo de meu pai, de quem eu herdei essa e outras boas amizades, me telefonou para dizer que ele não estava conseguindo se lembrar do nome que se dá ao fato de alguém ter criticado negativamente quando uma pessoa agiu de determinada forma e de repente ela própria age igual à pessoa que ela criticou anteriormente.

Eu me fiz de desentendido e perguntei sobre exatamente a que ele estava se referindo e ele disse que eu poderia escolher: “Lembro que pessoas do atual governo criticaram muito o governo anterior por ter alugado um imóvel que pertencia a um amigo e agora que chegaram ao poder eles fizeram a mesma coisa, ou um pessoal que era do governo anterior que vive criticando coisas que o atual governo faz e que são iguais as que eles faziam antes”.

Não me contive e caí na gargalhada e lhe dei a resposta que ele queria: “Hipocrisia, meu querido! Quem age assim é hipócrita!”

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Podem culpar o Temer por ainda não ter conseguido resolver os problemas econômicos do país, mas não podem culpá-lo por ter criado tais problemas!

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Estou à procura de um político que não esteja sujo de merda, envolvido em falcatruas, relacionado nas delações da Odebrecht, citado em algum processo da Lava Jato, para eu apoiar pra presidente! Não estou encontrando! Alguém pode me ajudar!?

Pensei na Marina e no Ciro, em que pese serem respectivamente uma fraca e um imbecil, mas acho que assim que botarem a cabeça de fora e anunciarem suas candidaturas, certamente aparecerão algumas coisinhas que os envolvam em problemas semelhantes à Lava Jato…

PS: Ao ler essa minha postagem no Twitter, um amigo me mandou em mensagem direta o nome de Nelson Jobim! Será!? Outro amigo ligou pra dizer que um bom nome seria o de Flávio Dino! Sei não!…

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Existem dois ingredientes aparentemente negativos que são comumente encontrados no sexo. Trata-se do egoísmo e da violência. Calma! Ainda não comecem a me bater, deixem-me explicar!

Por mais cândido e plácido que seja o sexo ele traz em si, intrinsicamente, um componente de violência. Isso não significa dizer que alguém deve ser espancado ou brutalizado no sexo. Naturalmente os atos que envolvem o sexo são fortes, instintivos. O sexo requer uma certa… fúria!…

Da mesma forma, o sexo é um ato egoísta por natureza. A busca do prazer, no entanto deve passar pela realização do prazer de seu parceiro (aqui, usado como um termo comum de dois gêneros, da mesma forma que presidente). Explico: Você, no auge de seu egoísmo e buscando o gozo mais profundo, deve ter como meta coadjuvante, mas não menos importante, fazer com que a pessoa que lhe acompanha no sexo atinja o clímax, de preferência várias vezes, junto ou antes de você.

***

Um escritor só tem dois destinatários para seus escritos. Ele próprio e as demais pessoas. Isso parece óbvio…

Mas o sucesso total e absoluto de um escritor só se dá quando ele consegue fazer com que seus leitores entendam e apreciem o que ele escreveu para si mesmo.

 

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