Assunto de conversas

Não há uma única ocasião em que eu me encontre com pessoas, seja no supermercado, no posto de gasolina, num almoço, jantar ou reunião de qualquer natureza, que alguém não me pergunte algo que envolva política e eleições.

Uma coisa sempre deixo bem clara aos meus interlocutores. Em que pese eu me posicionar dentro do cenário, ter lado, procuro analisar sempre com a maior isenção possível, de modo mais racional e imparcial que eu puder, até porque de nada serviria para mim ou para quem quer que seja, uma análise ou visão passional de alguma situação ou conjuntura política.

No caso mais premente, a eleição para prefeito de São Luís, a mim parece muito claro que só existem três candidaturas com reais chances de vitória. Tanto isso é verdade que nem bem a campanha começou, dois candidatos já desistiram. Os motivos reais das desistências é a impossibilidade de uma candidatura minimamente viável.

Eduardo Braide tem claramente a preferência da maioria do eleitorado. Está com intenção de voto consolidada bem próxima dos 50%. Duarte Júnior tem algo em torno de 15% e Neto Evangelista chega fácil a 10%, deixando 25% para todos os outros candidatos, além dos indecisos.

Não são favas contadas, mas imagino que Braide possa vencer a eleição no primeiro turno. Caso o quadro se mantenha sem grandes alterações, Braide estará garantido no segundo turno, tendo Duarte e Neto que disputam quem vai ter o privilégio de enfrentá-lo.

Em minha modesta opinião, Neto tem grande possibilidade de ultrapassar Duarte, uma vez que tem mais estrutura política e partidária que seu oponente.

Nesta peleja, intestina, do grupo do governador Flávio Dino, teremos uma prévia da disputa pela cadeira de governador, que acontecerá mais adiante. Duarte é o candidato do vice-governador Carlos Brandão, e Neto é patrocinado pelo senador Weverton Rocha. É bem aqui começa aquilo que pode vir a ser o início da ruptura do grupo do governador ou o início de um acordo de acomodação onde os dois lados possam manter-se unidos, coisa que não creio, pois como não sofrem nenhuma ameaça externa, vão ter mesmo que se engalfinhar para decidir quem será o próximo governador do Maranhão,

A disputa em São Luís, bem como nos demais municípios, será o termômetro disso. Mas deixemos para depois as conversas sobre a sucessão do governador e voltemos à eleição municipal.

Dos três contendores, Neto é aquele que tem a maior e melhor estrutura política e partidária, Duarte tem o frescor da novidade e Braide representa o grande anseio de mudança, que é uma das maiores características do eleitorado daquela que é conhecida como ilha rebelde, que faz tempo sofre de certa letargia e parece querer estabelecer novos rumos para si, apostar que alguém fora dos esquemas da prefeitura, do governo do estado e dos grandes grupos hegemônicos possa melhorar seu destino.

Está mais do que claro que Braide pode vencer a eleição no primeiro turno. Caso isso não ocorra, ele ficará comodamente esperando para saber qual representante do consórcio de candidatos do governo do estado irá enfrentar.

A pergunta que fica é: caso Neto vá para o segundo turno, Brandão vai querer fortalecer Weverton e perder espaço na disputa do governo em 2022? Caso Duarte vá para o segundo turno, Weverton vai fortalecer Brandão e perder espaço em sua tentativa de ser governador do Maranhão?

Quanto mais eu penso, mais tenho certeza que o melhor para todo mundo é que essa eleição seja decidida logo no primeiro turno.

3 comentários em “Assunto de conversas”

    1. Amigo, por estar muito afastado do ambiente político, não tenho as informações indispensáveis para analisar os cenários que podem definir quem deverá ser eleito!…

  1. Pingback: Assunto de conversas – Osvaldo Maya

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Perfil

“Poeta, contista e cronista, que, quando sobra tempo, também é deputado”. Era essa a maneira como Joaquim Elias Nagib Pinto Haickel aparecia no expediente da revista cultural Guarnicê, da qual foi o principal artífice. Mais de três décadas depois disso, o não mais, porem eterno parlamentar, ainda sem as sobras do tempo, permanece cronista, contista e poeta, além de cineasta.

Advogado, Joaquim Haickel foi eleito para o parlamento estadual pela primeira vez de 1982, quando foi o mais jovem parlamentar do Brasil. Em seguida, foi eleito deputado federal constituinte e depois voltou a ser deputado estadual até 2011. Entre 2011 e 2014 exerceu o cargo de secretario de esportes do Estado do Maranhão.

Cinema, esportes, culinária, literatura e artes de um modo geral estão entre as predileções de Joaquim Haickel, quando não está na arena política, de onde não se afasta, mesmo que tenha optado por não mais disputar mandato eletivo.

Cinéfilo inveterado, é autor do filme “Pelo Ouvido”, grande sucesso de 2008. Sua paixão pelo cinema fez com desenvolvesse juntamente com um grupo de colaboradores um projeto que visa resgatar e preservar a memória maranhense através do audiovisual.

Enquanto produz e dirigi filmes, Joaquim continua a escrever um livro sobre cinema e psicanálise, que, segundo ele, “se conseguir concluí-lo”, será sua obra definitiva.

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