O dilema de Braide

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Alguns filósofos da política dizem que a melhor definição que se pode dar para essa atividade é “a arte do possível”, enquanto outros acreditam que ela é “a reunião de esforços e ações no sentido de alcançar um determinado objetivo”. Uns imaginam que as finalidades de suas ações importam mais que os meios para alcançá-las, outros pensam diferente. O certo é que, como ocorre em relação a outras coisas, nada é unânime ou plenamente aceitável, no que diz respeito à política.

Poucos políticos conseguem se notabilizar quando jovens. A notoriedade vem normalmente com o passar dos anos e com a prática deste ofício que envolve um mínimo de inteligência, uma boa dose de sabedoria, bastante diplomacia e capacidade de aglutinação, isso para que se alcance algum sucesso.

Dito isso, gostaria de falar especificamente sobre um jovem político maranhense, um deputado estadual em seu segundo mandato, que se encontra em uma encruzilhada, confrontado a um dilema, que a meu ver definirá quem ele poderá vir a ser, mais do que qualquer outra coisa em sua carreira, até agora.

Filho de um político experimentado, que chegou a ser presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão, Eduardo Braide, de certa forma já assegurou seu lugar na história política de nosso estado, não apenas pelos mandatos obtidos, mas pela candidatura a prefeito de São Luís, que começou pequena e chegou ao segundo turno.

Em alguns aspectos é pouco parecido com seu pai, Carlos Braide, o que se por um lado parece ser bom, por outro nem tanto. Em Eduardo falta maior desenvoltura no relacionamento com os demais políticos. Ele se coloca a uma distancia regulamentar, o que o impede de aglutinar em torno de si um grupo, pressuposto indispensável para o sucesso de um projeto majoritário.

A eliminação peremptória de seu excesso de individualismo é a primeira providência que ele deve tomar para que tenha uma melhor aceitação não apenas dos políticos, mas também dos possíveis grupos de apoio.

Mas voltemos um passo atrás! Por que fazer um texto falando sobre Eduardo Braide!? É simples! Porque ele é uma das jovens lideranças que podem vir, em um futuro próximo, ter papel decisivo nos destinos do Maranhão, e como ele não existem muitos outros, mas posso aqui citar alguns sem aprofundar comentários sobre nenhum: Francisco Nagib, prefeito de Codó, Fábio Gentil, prefeito de Caxias, Adriano Sarney, deputado estadual, Weverton Rocha, deputado federal e até mesmo o já tarimbado, porém ainda jovem, senador Roberto Rocha.

Voltando a Braide, ele precisa decidir se em 2018 irá se candidatar mais uma vez a deputado estadual, se concorrerá a deputado federal ou se será candidato ao governo do estado, mandando um recado claro a quem interessar possa, de que seu objetivo é chegar ao Palácio dos Leões.

É bem verdade que em se candidatando ao governo, Eduardo correrá o risco de, perdendo o pleito, fato que é provável acontecer, ficar sem mandato por dois anos, até a eleição seguinte. Porém fazendo isso ele se colocará no panorama geral da política maranhense, passará a ser realmente conhecido em todo o estado, iniciando a construção de sólidas bases de uma estrada que poderá ser pavimentada mais adiante.

Eduardo pode ainda vir a ser a opção de todos que se opuserem à continuidade dos 36 anos de domínio de um mesmo grupo no comando do Palácio La Ravardiere. Candidatando-se ao governo em 2018 e vindo a perder, ele poderá pleitear e conseguir o compromisso formal de todos os atores da cena política maranhense, não alinhados ao atual governo, no sentido de apoiarem sua candidatura a prefeito de São Luís em 2020.

Para fazer isso ele precisará ter desprendimento, obstinação e fé, mas principalmente precisará confiar nas pessoas com quem tiver que compor esse plano político.

 

INFORMAÇÃO IMPORTANTE: Esse tipo de análise não deveria ser feita abertamente, em um artigo de jornal, mas como ninguém se dispõe em sentar em torno de uma mesa para falar sobre política, o jeito que tem, é esse!

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Orgulho dos outros

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Recentemente, em uma conversa com amigos, comentava a satisfação que tenho ao ver o sucesso de alguns empresários e suas empresas em nossa terra.

Quando digo isso, não me refiro apenas àquelas criadas por pessoas que tenham nascido no Maranhão, incluo também os que escolheram nosso estado para ser a sua terra, tendo aqui constituído suas famílias, plantado suas sementes e colhidos seus frutos.

Todas as vezes em que penso nesse assunto, o primeiro nome que me vem à cabeça é o de meu amigo Zé Gonçalves, o “Gonçalvinho” do Centro Elétrico, que além de comandar com suas irmãs o negócio de sua família, continua atendendo seus fregueses no balcão, criando uma relação mais que empresarial com seus clientes, criando um vínculo não apenas de fidelidade com eles, mas de real parceria e amizade.

Sensação semelhante se sente em relação aos Vieira Brasil, proprietários de A Potiguar, Terra Zoo e Quixaba, empresas que nasceram de uma lojinha lá no Caminho da Boiada, chamada Casa do Fazendeiro, e que é hoje um dos maiores e mais bem estruturados grupos empresariais do Maranhão.

É impossível não se pensar em Wilson Mateus, o maior empreendedor do setor de supermercado e o maior atacadista do Maranhão, um dos maiores do Brasil. Sua gigantesca empresa é proporcional a sua humildade e a simplicidade com que ele encara e leva sua vida. Num domingo desses, antes de pegar um cineminha, encontrei-me com Mateus no cafezinho de um shopping da cidade. Ele estava com seus filhos menores, a quem trouxera para brincar no playground. Ele que poderia ter os melhores brinquedos do mundo em sua casa, mas estava ali de bermuda, camiseta e sandálias, lanchando com seus garotos.

Existe uma empresa que apesar de grande ainda é pouco conhecida, mas é uma das que mais devemos nos orgulhar. Trata-se da F. C. Oliveira, uma das poucas indústrias locais que conseguem competir em pé de igualdade com as multinacionais de seu setor, o de higiene e limpeza.

Outra empresa que me causa orgulho e satisfação é a Fribal. Carlos Francisco, seu comandante, vive no Maranhão desde o começo dos anos 70, quando seu pai implantou um gigantesco frigorífico em Bacabal. O tempo passou e hoje, seu grupo além das lojas e do franchising, conta com frigoríficos responsáveis pelo abate de mais da metade do gado do Maranhão, sendo grande fornecedor para os mercados vizinhos.

Existe uma empresa que me orgulha muito, chama-se Internacional Marítima. O fato é que conversando com amigos de São Paulo descobri que é maranhense a empresa que faz o transporte de pessoas e veículos entre o litoral e as ilhas daquele estado. Qual não foi minha surpresa em saber que a tal empresa era a comandada por meu amigo Luiz Carlos Cantanhede Fernandes!

Os dois maiores hospitais de São Luís também chamam minha atenção. Tanto a UDI quanto o São Domingos impressionam pelo seu crescimento rápido e vertiginoso.

No setor educacional quatro instituições se sobressaem, o Crescimento, o Reino Infantil, a UNDB e o Ceuma.

Existem também dois empresários, um paraibano e um cearense que são mais maranhenses do que a grande maioria dos aqui nascidos. Falo de dois Joãos, o Claudino dos Armazéns Paraíba e o Rolim, dos Postos Magnólia.

Poderia citar aqui diversas empresas construtoras, tanto da indústria pesada como da imobiliária, mas existem algumas que não podem ser esquecidas, a Franere, a Edeconsil, a Ducol e a Aço Maranhão.

Neste setor há uma pessoa que se tornou o líder empresarial mais atuante de nosso estado. Trata-se de Fábio Nahuz, que com diplomacia e paciência tem conseguido bem representar não apenas a sua categoria, como todo o empresariado do Maranhão, bem como toda nossa sociedade.

Não por serem meus queridos amigos, mas por suas histórias de vida, cito Antonio Carlos Barbosa e sua irmã Elba, que com muito trabalho transformaram uma lojinha de cópias e carimbos na Gráfica Minerva, a maior de nosso estado.

Por fim, a Cemar, que é o tipo de empresa que não pode deixar de ser citada toda vez que se falar em desenvolvimento, pois ela está totalmente associada às realizações de nosso empresariado.

Parabéns e obrigado!

 

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Desmistificar é preciso – Parte 3.

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Como já disse na abertura de meus artigos anteriores, para que se possa bem analisar o quadro político maranhense, é indispensável que primeiramente joguemos por terra alguns mitos que nos induzem a graves erros de avaliação. Vejamos um terceiro mito que precisa ser derrubado.

Existe outra farsa que precisa ser exposta e desmascarada. Alguns jornalistas que alugam suas penas, suas vozes e as consciências que deveriam ter, vêm se dedicado a difundir a ideia de que o senador Roberto Rocha é um ingrato e um traidor, tendo virado as costas ao governador Flávio Dino.

Isso não é de forma alguma verdade! E para provar isso preciso apenas usar como exemplo a maior referência da política do Maranhão: Zé Sarney.

Todas as vezes em que Sarney se desentendeu com alguém, a culpa desse desentendimento recaiu sobre esse alguém e nunca sobre Sarney! Sabem por quê!? Porque Sarney detinha o poder político necessário para fazer com que todas as pessoas que importassem no contexto, acreditassem em sua versão, para que ela fosse tida como a versão real, verdadeira e quase sempre a única.

Da mesma forma que Sarney agiu assim diversas vezes em sua trajetória política, Flávio Dino agiu com Roberto Rocha. Para colocar o senador como vilão Flávio Dino usou a mesma estratégia do político que ele diz ser ultrapassado. Sarney agiu desta maneira em relação a Pedro Neiva de Santana e a João Castelo. Anos mais tarde, Roseana faria coisa parecida com Zé Reinaldo. Coisa essa que se provou ser totalmente equivocada, pois o declínio de seu grupo começou naquele evento.

Se há alguém ingrato na política do Maranhão é Flávio Dino! Vejam como ele trata Zé Reinaldo, o homem que realmente o inventou para política, carregando-o nas costas e elegendo-o deputado federal em 2006.

No caso de Roberto Rocha, foi Flávio Dino quem decidiu alijá-lo de seu grupo, pois sempre achou que ele era um corpo estranho, que tinha posições políticas e ideológicas diferentes das dele.

Flávio é o tipo de político que não admite a menor contestação. Cacoete de mal juiz! Autoritário extremado, só fica feliz quando as pessoas à sua volta concordam com ele, de livre e espontânea vontade ou através do medo ou da coação, não importa.

Na verdade Flávio usou Roberto para ter, ao mesmo tempo, em sua campanha eleitoral de 2014, o apoio do PSB, então partido de Rocha e também da cúpula do PSDB, de quem Rocha sempre foi muito próximo.

Ao pagar jornalistas, blogueiros e radialistas para tentarem desconstruir a figura de Roberto Rocha, fica clara mais uma faceta de Flávio Dino que precisa ser exposta para que seja desmistificada e jogada abaixo. A faceta da honradez de propósitos, a farsa da seriedade na prática da política, o mito do bom moço, do ex-juiz que abandonou a magistratura para salvar o Maranhão de seu destino nefasto. Isso não é verdade. O que ele e seus asseclas tem é um projeto de poder que durará no máximo oito anos.

Agindo como tem agido em relação ao senador Roberto Rocha, tendo alijado-o de seu grupo, impedindo que se manifestasse, tirando-lhe autoritariamente a possibilidade de defender seus pontos de vistas no âmbito interno de seu grupo, foi Flávio Dino quem traiu Roberto Rocha e não o contrário.

Neste caso, como nos anteriores desta série de desmistificações, fica mais que claro que há uma grande farsa em andamento no Maranhão, a farsa do mito de que Flávio Dino comanda um governo revolucionário, democrático e justo, o que não é verdade. Esse mito precisa ser exposto e derrubado.

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Desmistificar é preciso – Parte 2.

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Como já disse na abertura de meu artigo da semana passada, para que se possa bem analisar o quadro político maranhense, é indispensável que primeiramente joguemos por terra alguns mitos que nos induzem a graves erros de avaliação. Vejamos um segundo mito que precisa ser derrubado.

Flávio Dino prometeu ao eleitor maranhense que se eleito fosse iria implantar no Maranhão uma forma diferente de fazer política, iria agir diferente dos políticos que vieram antes dele, que seu governo seria um governo democrático, onde o respeito às pessoas e aos seus direitos estaria acima e à frente de todas as ações do Estado, que seria dirigido de forma isenta, sem utilizar as pecaminosas e condenáveis práticas próprias de tempos de privilégios de uns em detrimento a outros, onde o patrimonialismo seria extinto, onde não haveria o beneficiamento de apaniguados!…

Muita gente acreditou nisso! Até mesmo eu, durante os cinco minutos de bobo que todos nós temos direito, de tempos em tempos, acreditei que eles fariam o que prometeram e sepultariam de uma vez os políticos que vieram antes deles. Isso tudo em benefício do Maranhão e de seu povo!

Tolice! Era tudo papo furado! Conversa pra boi dormir! Discurso vazio, apenas para enganar o eleitor em sua boa fé, usando a esperança do povo maranhense contra ele mesmo.

Depois de eleito e de ter tomado posse dos destinos do Maranhão, Flávio Dino e seus asseclas passaram a fazer exatamente as mesmas coisas que seus antecessores faziam.

Continuaram cultivando apaniguados, só que agora eram os seus, mesmo que estes fossem, muitas das vezes, os mesmos apaniguados de outrora.

Da noite para o dia seu partido, antes com quatro gatos pingados, inchou, engordado pelas benesses geradas pela proximidade do poder e de seus recursos financeiros.

Se tudo isso não lhe convencer, observe o desgoverno pelo qual estamos atravessando. Em que ele difere de governos passados!? A saúde está melhor que antes!? A educação melhorou!? Há mais segurança!?…

Se há uma coisa muito melhor hoje do que em governos anteriores é a propaganda, pois neste governo os profissionais dessa área têm feito um trabalho espetacular, mostrando o que não existe e escondendo suas mazelas.

Há ainda outra comparação que precisa ser feita e nesta o atual governo supera os anteriores de maneira absoluta. Este governo é mais autoritário, mais antidemocrático, mais mentiroso, mais excludente, muito mais perseguidor com aqueles que não comunguem de suas crenças ou não rezem pelo seu catecismo.

O governador Flavio Dino usa a hipocrisia de maneira descarada, ele não tem a menor vergonha de exigir que as pessoas sejam e ajam do modo como ele não é e não age. Vejam os casos dos alugueis camaradas! Na campanha eleitoral de 2014 ele condenou a contratação de um determinado aluguel enquanto em 2016, já no governo, ele fez um contrato idêntico!

O governador é uma pessoa arrogante, um indivíduo prepotente, um sujeito que não tem medo nem vergonha de ser mal educado, pois se respalda no cargo que ocupa. Vejam como tratou a prefeita Maura Jorge, o prefeito Lahercio Bonfim e como trata aqueles que não concordam com ele ou se curvam aos seus caprichos!

Messiânico, ele deseja fazer com que as pessoas acreditem que ele veio para transformar o Maranhão, mas o tolo não se lembra das palavras de Lincoln… Não é possível enganar a todos, o tempo todo.

O mito da mudança realizada pelo atual grupo no poder no Maranhão é um mito, uma farsa, uma mentira, que deve ser denunciada e desmistificada.

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