Fim da Globalização e início da Era da Desglobalização

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A BBC de Londres postou excelente matéria sobre o fim da globalização e ascendência de um fenômeno chamado desglobalização. Fazemos aqui uma análise crítica desta situação atual do mundo.

Desde a crise econômica global de 2008, as fronteiras dos países estão se fechando às imigrações e as reservadas de mercado ganham fôlego. Tudo isso é consequência do que está sendo nominado de desglobalização.

A pergunta é se as novas tendências comerciais, financeiras, políticas e sociais, que estão apagando a chama da globalização, marcam uma nova era ou são transitórias.

Fim da globalização
Economia da China está unida ao mundo

 

Era da Globalização

Na década de 1990 e aurora deste século XXI, o termo globalização definia as políticas em que as multinacionais podiam mudar de país num piscar de olhos e o dinheiro cruzava fronteiras com a velocidade da internet.

Qualquer debate político-econômico, naquele tempo, sempre envolvia a ‘palavra mágica’: globalização.

Na época, o primeiro ministro britânico, o trabalhista Tony Blair, anunciou a Terceira Via, um mix da economia de liberdade de mercado da Era Thatcher/Reagan com elementos da economia de estado do bem-estar social.

Tony blair
Ex-primeiro ministro britânico, o trabalhista Tony Blair

O filósofo americano Francis Fukuyama anunciou o ‘fim da história’. Caducava a ideia do socialismo/comunismo como alternativa ao capitalismo. O máximo de sociedade possível seria a social-democracia como a da Suécia; ultrapassar esse estágio social-econômico era retroceder a uma ditadura.

O mundo parecia que iria se unificar. A internet expandia o espaço virtual. Era o auge da consolidação da União Europeia. A URSS havia acabado e os estados do Leste Europeu se abriram ao mundo ocidental.

A Alemanha estava unificada e a China se ocidentalizava.

O fluxo de pessoas entre os países crescia. Turistas orientais invadiram a Europa.

Desglobalização

Hoje, em 2015, o cenário é outro. O comércio mundial e os investimentos internacionais sofrem uma retração e a fluxo migratório virou um problema.

Especialistas dizem que houve uma mudança desde a crise financeira global de 2008. É este novo momento que vem sendo chamado de desglobalização.

Os países do G-20, o grupo das maiores economias do mundo, por exemplo, colocaram ‘pé no freio’ da globalização por meio de medidas restritivas às relações de mercado.

As negociações promovidas pela Organização Mundial do Comércio (OMC) em prol da liberalização de negócios já dura 13 anos sem serem concluídas.

Com a economia global abalada, o impacto sobre o comércio tem sido visível.

Se nos anos anteriores a 2008 cada aumento de 1% no PIB global era acompanhado por um aumento de 2% no comércio mundial, hoje, essa proporção é de um para um, nos melhores casos.

Em janeiro, o comércio mundial caiu 1,6% e em fevereiro, 0,9%. A globalização do sistema bancário também desacelerou

Política de imigração

No centro do debate, nesta era da desglobalização, está o mundo multicultural gerado pelos fluxos migratórios, outro símbolo da globalização.

Em todo o mundo, cresce a polêmica em torno da imigração. Nas principais economias, florescem discursos e práticas anti-imigração. Crescem movimentos anti-imigração, como a Frente Nacional, na França, e o UKIP, no Reino Unido.

Avanços

Por outro lado, nos últimos 25 anos, a unificação mundial, gerada pela globalização, desenhou um novo planeta.

A incorporação plena das economias da China e da Índia – que, juntas, têm cerca de 40% da população do mundo – e do Leste Europeu, são avanço consequente da globalização.

Os acordos comerciais têm se multiplicado entre os EUA e a União Europeia, que representam 40% da economia mundial; e entre 15 países da região do Pacífico, na Ásia, e nas Américas.

A tecnologia também está do lado da globalização, levando mais à ruptura de fronteiras do que a criação de obstáculos.

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