Professores do Ifma lançam manifesto

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COLETIVO IFMA DEMOCRACIA E AÇÃO

quinta-feira, 5 de maio de 2016

 

MANIFESTO POR UM IFMA VERDADEIRAMENTE REPUBLICANO

 

Coletivo Ifma

MANIFESTO POR UM IFMA VERDADEIRAMENTE REPUBLICANO

Este Manifesto nasceu com um propósito: refletir sobre o Instituto Federal do Maranhão. Estamos em 2016 e encerra-se mais um ciclo de administração da reitoria do IFMA.  É momento de levar a cabo uma avaliação política desta gestão e, consequentemente, dos seus reflexos nas gestões dos diversos campi que, de modo geral, se tornaram cópias da administração central. Assim, este documento marca a posição livre e engajada dos segmentos da Instituição que buscam, sobretudo, construir um IFMA verdadeiramente democrático uma vez que, nestes quatro anos, em nenhum momento, nos foi efetivamente oportunizado o espaço democrático para construção do debate, da crítica e da possibilidade coletiva de reflexão sobre os problemas que são muitos.

De pronto afirmamos: o exercício administrativo de poder da atual gestão do IFMA, construído sob os alicerces da herança política e institucional fragorosa da administração anterior, continua centralizado com direito, inclusive, ao culto personalista e manejo autocrático, sustentando-se na velha lógica do patrimonialismo, do clientelismo e da troca de favores.  As instâncias superiores de decisão, diante de sua patente falta de caráter democrático, tratam de ratificar essa lógica através de um sem-número de resoluções e normativas que trazem no âmago a coerção, a burocratização e a redução do servidor a mero tarefeiro. Diante deste quadro, a contradição se fez presente. Muitos reagiram, se mobilizaram, vieram greves pautadas numa agenda comum nacional e em face deste cenário, inevitavelmente, interrompeu-se o falso consenso e o vasto silencio até então produzidos.

O “poder institucional” conferido a autoridade do Reitor que, em tese, deveria gerir as políticas em torno da construção de um Instituto Federal que combinasse os anseios da sociedade e da comunidade interna com os processos de produção do conhecimento – sobretudo pensando naqueles que historicamente deles foram excluídos – e as demandas necessárias para ajudar na elevação dos indicadores sociais de nosso estado, fracassou. Educar e ser educado no IFMA, constitui-se numa tarefa mecanicamente realizável, sem preocupação alguma com o que isto pode representar para a vida social e suas repercussões para o futuro de nossa juventude. O que deveria se consolidar como políticas de educação, pesquisa, e extensão, inter-relacionadas para o bem comum, tornou-se arquétipo da política mais ampla atual. O público deu lugar ao privado, ou melhor, o público tornou-se privado e corrompeu as estruturas daquilo que poderia nos auxiliar na construção de uma instituição que tinha por obrigação ser o oposto da casualidade histórica.

A política de pesquisa imprimiu à sua estrutura o produtivismo acadêmico, a inovação e o empreendedorismo, sem sequer permitir a crítica acerca destas noções. Dialogou muito pouco, ou quase nada, com as diferentes áreas de conhecimento, a exemplo a área de humanas, linguagem e ciências sociais aplicadas. Também pouco avançou em relação à diversificação dos editais em atendimento às demandas regionais dos diferentes Campi. A extensão sintetizou-se ao polêmico programa de qualificação profissional, PRONATEC, sem nenhuma outra perspectiva, e seus poucos editais de fomento alcançaram pouca relevância em relação à dimensão da ação política da extensão na construção do diálogo com a comunidade. O programa fragilizou o processo de expansão da rede pública federal, e alocou recursos públicos ao fortalecimento da educação privada e do Sistema S.

O que fica evidenciado é que o IFMA, em sua “nova” institucionalidade, ainda se elabora à imagem e semelhança de diversas outras velhas instituições estatais onde a efetiva vida republicana nem mesmo pôde se tornar realidade. A luta por um IFMA com autêntica democracia tal qual uma instituição republicana e transparente, livre de moralismos e conservadorismos, é uma tarefa pujante dos que não abrem mão da dignidade do seu trabalho e da razão de ser da educação: cultivar a excelência da formação e o espírito crítico. Parafraseando Florestan Fernandes, o Instituto ainda não consolidou uma nova institucionalidade, assim ficamos na ilusão de “uma nova república”, porque esta ainda é uma “instituição velha nascida da costela da ditadura, e por isso conservadora”. Temos a tarefa de republicanizá-la! Este é, sem dúvida, o ponto de partida para transformações e mudanças. Por tudo isto, neste momento importante da história brasileira em que o conservadorismo e o retrocesso campeiam a passos largos, clamamos por uma mudança que faça do IFMA uma instituição realmente republicana!

Coletivo IFMA Democracia e Ação

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