Custo e Beneficio

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Hoje a cidade de São Luis vive um momento muito difícil para o esporte amador. As Federações  não procuram viabilizar os campeonatos necessários para por em prática o que é trabalhado em quase todas as modalidades, nas Escolas públicas e particulares. Infelizmente a nossa cidade talvez seja a única em todo país onde essas escolas alimentam as competições promovidas, ou quando promovidas, por essas Federações.

Concordo que a situação hoje com a falta do Ginásio Costa Rodrigues torne a realização de qualquer evento mais difícil. A posição geográfica desse ginásio sempre muito disputado por todas as Federações contribui muito para o sucesso desses campeonatos.

Sabemos que o ginásio está sendo reconstruído mas não sabemos como ficará. Não foi divulgada pela Secretaria de Esportes e Juventude nenhuma maquete ou mesmo nenhuma noticia como ficará o Costa Rodrigues. Acredito que farão um ginásio mais moderno com uma quadra nos padrões oficial, 20 X 40, que atende a necessidade das federações de Voleibol, basquete, Handebol e futsal. Acredito também que os vestiários serão melhorados juntamente com a iluminação. O Costa Rodrigues deverá ficar muito bonito para a realização de grandes competições.

Foi divulgado que a antiga sede do Colégio Marista havia sido comprada pelo governo passado. Ora se o prédio foi adquirido pelo governo, o Ginásio, as quadras cobertas, a piscina e os campos de futebol, também fazem parte do pacote. Porque então não aproveita e faz logo uma boa reforma e coloca esses espaços a disposição da comunidade. Ou vai esperar se acabar para reformar.

Em um outro post, comentei que o Jems estava faltado público para assistir aos jogos pelo motivo que os mesmos, estavam sendo realizados em ginásios muito distantes. Talvez a receita esteja aí: a centralização dos esportes coletivos. E isso já serviria para a fase final do maior evento esportivo do Estado. Já pensou um determinado colégio jogando basquete ou voleibol no Costa Rodrigues com a torcida em peso presente e depois essa mesma torcida descendo para Marista para assistir o handebol ou mesmo o futsal. Mais pensando bem quando o Jems era Jems, era assim. Os Jems de hoje só é atrativo porque disponibiliza a possibilidade da Escola ou aluno campeão de participar das Olimpíadas Escolares promovida pelo COB.       

Mas nem tudo cabe ao governo do Estado. Existe uma área mais central em nossa cidade que o Parque do Bom Menino? Entra prefeito e sai prefeito e essa área não é transformada em uma praça esportiva de verdade. Ali naquele espaço caberia uma grande área de esporte.

Um ginásio, um pista de Cooper descente, uma piscina semi olímpica, uma sala de musculação, umas duas ou três quadras poliesportivas como já existe, e um centro administrativo para coordenar os professores capacitados para ministrar aulas para toda a comunidade e também, servir os alunos do município com as aulas de educação física ou as modalidades esportivas. O público da terceira idade teria um espaço descente e com orientadores para praticar suas atividades físicas. Eu já vi isso na cidade de Curitiba, no estado do Paraná, em uma praça em frente ao Shopping Curitiba bem no centro da cidade. E como funciona.

Com todas essas praças esportivas a disposição as federações e nem ninguém teriam como argumentar a falta de espaço para a realização das competições 

Quando isso, algum dia se tornar realidade, todos ganharão. O custo beneficio para essa garotada que pouco tem de espaço para praticar um esporte, será total. Isso eu tenho cereza.  

3 comentários para "Custo e Beneficio"


  1. leopoldovaz

    Gobel
    O problema, é de Planejamento. O que nos falta são Políticas Públicas. De Estado, não de Governo. E aproveitar as oportunidades que se nos surgem. Por exemplo, há recursos no Ministério dos Esportes para construção de equipamentos de lazer, dentro de um programa específico. O Gestor – Municipio ou Estado – pode acessar e buscar os recursos…Áreas para sua implantação, as temos e muitas…
    Quero lembrar a você, que lá pelos anos 1979/80 o Parque do Bom Menino era conhecido como “Parque de Fazer Meninos”. O então Secretário de Desportos e Lazer, Elir Jesus Gomes, buscando o que fazer para melhorar os equipamentos de lazer, resolveu atacar esse problema, em uma área nobre na cidade.
    Determinou então que se buscassem soluções. A área, era do Estado, cedida em comodato à Prefeitura, que a deixara degradar. Em ação conjunta, e buscando recursos na então SEED/MEC conseguimos uma quantia, devolvida por São Paulo, alegando ser muito pequena. A Eliana Caran ligou para o Laércio – assessor do eloir na SEDEL – e disse que se o Maranhão o desejasse, o dinheiro viria para cá e que tínhamos uma semana para apresentar projeto. Do ‘Projeto Esporte para Todos”. Por degterminação do Dr. Elir, fomos à Brasilia, e lá mesmo no MEC ‘montamos’ o Projeto. A verba veio e foi feita a reforma do Parque, no conceito de ‘Esporte para Todos’…
    Pois bem, hoje temos recursos do Ministério dos Esportes, em inúmeros projetos, ligados à Terceira idade, à crianmça e ao Adolescente, à construção de espaços para uso dessas populações, envolvendo não só atividades físicas para a manutenção da saúde, como esportes, cultura, oficinas … Lí, num informativo de um de nossos Deputados, recentemente candidato à Prefeitura – Flávio Dino – de que havia disponibilizado quatro emendas parlamentares para construção desses Núcleos de Lazer, que estavam à disposição, bastava apresentar os projetos.
    Canditado o meu Bairro, o Recanto dos Vinhais, área verde recém confirmada pelo Tribunal de Justiça, após ter quase toda ela tomada por invasores, a receber uma dessas Praças de Lazer… faço o projeto… se a Prefeitura ou o Estado encaminharem…

  2. leopoldovaz

    Gobel, continuando…
    Naquela época, como hoje, os recursos existiam. Falta quem elabore os Projetos! O problema, é que as nossas Secretarias de Esportes e Lazer tiveram seus objetivos desviados. Nossos Gestores não são da área. Não conhecem. E pior, se cercam de pessoas que também não são da área e apaniguados políticos. Uso político restaquera… Se não são da área – Profissionais de Educação Física! – como podem elaborar um projeto desses? quais equipamentos incluir, e com que objetivos? pior, quem vai, depois, administrar essas áreas? não temos pessoal qualificado no quadro da SEJUSP, ou quem está no Municipio? no lugar da FUNDEL, agora Secretaria?
    Outra coisa, e um vício da Admi9nistração Púbvlica. Construir é fácil, e isso basta, pois se pode inaugurar e colocar umam plaquinha. e depois? qual recurso para manutenção? isso, não pensam! Isso, é Planejamento. E não se tem…
    Pergunto: quantas praças esportivas temos, hoje? qual diagnóstico foi elaborado nos últimos 30 anos? quais áreas disponíveis? quantos ‘campinhos’ temos espalhados pela Ilha?n ou pelo Estado? O IBGE fez um levantamento, em todo o Brasil, sobre Esporte. No Maranhão, apenas 8 (OITO) dos 217 municipios respondeu ao Censo do Esporte… Dados de 2003, disponibilizados em 2006… Uma lástima. Como Planejar, assim?
    Voltando, conseguimos recursos para construção de equipamentos em várias Praças… a exemplo do que havia em Curitiba-PR – alguém já comentou aqui esses espaços, planejados pelo IPPUC, com o Jaime Lerner à frente… anos 70. Pois bem, fizemos os projetos, para construção de espaços – quadras e outros equipamentos. O Recanto Vinhais recebeu uma, o Renascença, outra – ali naquela praça da caixa dágua, em frente à Rodoviária Velha, num prédio que passou para a FEBEM en hoje é da Guarda Municipal, um área ao lado do Colégio Sá Valle, no Anil… começou um programa aos finais de semana, disponibilizando recreadores para atividades com as crianças, mas mudado o Governo, tudo parou e foi abandonado…
    Como em Curitiba, nossa idéia era de uso desses espaços peloas escolas públicas das imediações, para as aulas de educação física, em determinados horários, depois, liberado para a população até 18 anos, para prática esportiva e à noite, para a população adulta – acima de 18 anos – para a prática de esportes orientado… o mesmo professor de educação física, da escola, seria o responsável pela administração dos espaços e das atividades… receberia os alunos, daria as aulas e complementaria seu expediente na Praça… não aconteceu!

  3. Ricardo André

    Caro Gobel, gostaria de pedir licença a você para colocar mais algumas observações sobre as relações das políticas públicas com o esporte e lazer, que são historicamente recentes e resultam numa constatação que é mundial: as políticas públicas de apoio ao esporte e lazer padecem de problemas de ordem conceitual e de domínio operacional.
    Constatação com a qual gostaria de fazer algumas observações sobre as políticas públicas de Esporte e Lazer que são materializadas no Maranhão e em nossa cidade.
    Tomemos inicialmente os clubes de futebol da cidade, o que vemos são atos estapafúrdios, porque não faz muito tempo estes receberam 600 mil reais da Prefeitura de São Luis e mais recentemente 400 mil do Governo do Estado, fato que nos incomoda se houve ou não a apresentação dos planos de financiamento e planos de resgate exigidos pela Lei do Esporte, o que a não realização disto, resulta, conforme a lei, na destituição de seus dirigentes, o que não se assiste de modo algum as relações de existência entre ambos os fatores.
    Os planos de financiamento e de resgate são elementos constituídos em lei, utilizados para acompanhar como tais recursos públicos serão utilizados e como os mesmos serão restituídos aos cofres públicos, o que a inexistência de tais planos nos referidos clubes leva a destituição dos seus dirigentes.
    O que se passou na esfera municipal, pelo meu desconhecimento da dinâmica jurídica não sei o que poderia resultar ao Prefeito, entretanto, assistimos a mesma manobra na dos clubes sobre a esfera do governo estadual.
    Esta é uma questão delicada com o trato dos recursos públicos e principalmente com o contribuinte, porque os clubes até o momento caminham por um lado e as transformações do esporte e lazer materializadas ao longo dos últimos 40 anos por outro lado à frente e a correr, que faz lança os clubes numa profunda crise, que é, sobretudo, uma crise do modelo.
    O esporte e o lazer nas suas transformações se tornaram fenômenos plurais que se materializam numa sociedade que se apresenta de múltiplas formas, fatos para os quais os clubes não se despertam, desconhecem como o fazer ou não podem e talvez não queiram fazer.
    Numa cidade como São Luís, em que o espaço arquitetônico urbano se combina com espaços abertos para o esporte e lazer, não se vislumbra qualquer dirigente ou político da cidade a procurar uma estratégia que possa acompanhar as transformações desses fenômenos, as ações se resumem a eventos esporádicos, cujo legado é mínimo, irrisório, imperceptível.
    Novamente vemos a despesa descabida pela falta de regulação sobre os usos dos recursos públicos sobrar para o contribuinte, que não usufrui do esporte e do lazer como direitos sociais que constam de nossa Constituição, que resulta numa realidade já citada, isto é, a constatação de que as políticas públicas de apoio ao esporte e lazer padecem de problemas de cunho conceitual e de ordem operacional.
    Tomando as organizações públicas de esporte e lazer, lêem-se Secretaria Municipal de Esporte e Lazer de São Luís e Secretaria Estadual de Esporte e Juventude. Nelas, fruto de investigações eu estamos conduzindo sobre as políticas públicas de esporte e lazer no Brasil, com foco específico no Estado do Maranhão e na cidade de São Luís, encontramos vários problemas.
    Estes problemas envolvem a composição de quadros e constituição dos recursos humanos, o discurso e concepção orientadora das ações na materialização de políticas públicas de esporte e lazer nos projetos e programas de esporte e lazer, nas atribuições de organismos que compõe as pastas e dos frutos de suas ações, que resultam em reduções de práticas, sentidos e significados.
    Tais evidências confirmam a constatação que citamos no início desse trabalho, de modo que nos faz pensar nas afirmações do sociólogo francês Pierre Bourdieu, quando nos diz que:

    …de um lado existem pessoas que conhecem muito bem o esporte na forma prática, mas que não sabem falar dele, e, de outro, pessoas que conhecem muito mal o esporte na prática e que poderiam falar dele, mas não se dignam a fazê-lo, ou o fazem a torto e a direito…(2004/1990)

    As palavras do francês nos fazem elencar algumas considerações, que dizem respeito ao fato de que é hora de conseguirem passar de um corpo de políticas que se dirijam às necessidades coletivas de alguns para políticas que respondam às necessidades individuais de muitos.
    Portanto, é necessário abandonar a política de curto prazo, supostamente beneficiária de retornos eleitorais e de efeitos midiáticos, por uma política de desenvolvimento de resultados mais sustentados, isto é, tratar do esporte e lazer como fatores de desenvolvimento humano para todos nós contribuintes.

    Muito Obrigado.
    Ricardo André – Professor de Educação Física
    Mestre em Gestão Desportiva pela Faculdade de Desporto da Universidade do Porto

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