Encontro com Lacroix

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Só mesmo São Paulo para oferecer um programa assim: domingo (13.09), após almoçar no “Sí Senõr” , um mexicano” simpático em Higienópolis, na companhia de uma turma de maranhenses – entre eles, a hot.spotter Marcella Bacellar, que me indicou o programa –  fui me deslumbrar com a exposição “Trajes de Cena”, no MAB – Museu de Arte Brasileira, da Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), que traz um coleção belíssima de figurinos de teatro, balé e ópera desenhados pelo genial estilista francês Christian Lacroix (foto).

Idealizada pelo próprio Lacroix, e sob a curadoria de Delphine Pinasa (Diretora Adjunta do CNCS – Centre Nacional du Costume de Scène), a mostra, que também faz parte da celebração do Ano da França no Brasil, apresenta em torno de 100 trajes (e 60 croquis originais) que já percorreram os principais teatros mundiais.

Patrick Lorette
Foto: Patrick Lorette

Antes de qualquer coisa, é preciso entender um pouco desse artista. Mais que um nome consagrado da moda, Lacroix é um apaixonado por arte. Desde sua estreia, em 1987, ele vem conciliando coleções para as passarelas com figurinos para espetáculos. De acordo com a curadora Delphine, o trabalho com artes cênicas é como uma terapia para esse filho da região de Provença, a sudeste da França, um dos berços artísticos do país. “Na moda, todos os dias você tem que pensar em roupas que sejam vendáveis. Já nas artes cênicas, um estilista pode criar o que quiser, pelo simples prazer de produzir o belo. É um trabalho em equipe, em que ele colabora de forma sinérgica com o diretor do espetáculo, o cenógrafo, o iluminador”.

Jean-Marc Tessonnier
Foto: Jean-Marc Tessonnier

Na exposição, a maior parte das peças está exposta em vitrines que lembram palcos de teatro. A foto acima reúne trajes utilizados em três peças diferentes: Otelo, de William Shakespeare; Fedra, de Jean Racine; e Elioganbalo, de Francesco Cavalli e Aurélio Aureli.

Jean-Marc Tessonnier
Foto: Jean-Marc Tessonnier

Na vitrine acima, chamada de As Artes Florescentes, estarão expostos figurinos que lembram vestidos de alta-costura, como os que o estilista costuma criar para as clientes de seu ateliê. Algumas peças foram usadas em espetáculos como Actéon, baseado em poemas do filósofo romano Ovídio; outras, na ópera Didon e Enéias, de Marc-Antoine Charpentier; e ainda na ópera A Descida de Orfeu aos Infernos, do mesmo autor.

Patrick Lorette
Foto: Patrick Lorette

Duas dezenas de roupas de bailarina, também chamadas de tutus, compõem a parte mais bonita da exposição. Penduradas em cabides ligados a um motor, elas parecerão estar bailando. A seção é chamada de A Valsa dos Bombons. É, sem dúvida, o momento mais encantador da exposição!

Os croquis de Lacroix, tão delicados e elaborados quanto suas peças, são um capítulo à parte.

Enfim, foi uma tarde, como diria meu companheiro nesse programa Raphael Saldanha de Albuquerque, de encantamento e magia. Lacroix se mostrou pra mim, que conhecia apenas o seu talento como estilista, um artista inigualável, que consegue imprimir vida, personalidade e, mais surpreendente, sensibilidade para os figurinos que assina. Como se eles próprios falassem por seus personagens…

Se estiver pela capital paulista, Hot.Spot te indica!!!

Serviço:
Fundação Armando Alvares Penteado Museu de Arte Brasileira – MAB – Site da Exposição
Rua Alagoas, 903 Higienópolis, São Paulo – Brasil
ENTRADA FRANCA!!!
De terças a sextas das 10h00 às 20h00 Sábados, domingos e feriados das 13h00 às 17h00

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