
SÃO LUÍS – Compreender a ansiedade é reconhecer que a amígdala cerebral pode ser ativada mesmo na ausência de um perigo real. Esse mecanismo representa um dos sistemas mais primitivos de sobrevivência do ser humano, responsável por reorganizar o organismo diante de uma ameaça percebida.
Na pré-história, esse sistema era fundamental: ao identificar sinais de risco como a presença de predadores, o cérebro preparava o corpo para a fuga ou luta, garantindo a preservação da vida. Atualmente, no entanto, esse mesmo circuito de defesa pode ser ativado por estímulos que não oferecem risco real, funcionando como um “alarme” que dispara mesmo sem necessidade.
A ansiedade, nesse contexto, pode ser vista como uma amplificação desse sistema de proteção, uma resposta emocional intensa diante de perigos que, muitas vezes, existem apenas no imaginário. Distinguir o que é real do que é projetado pela mente é um passo fundamental para evitar a patologização de reações ansiosas exacerbadas.
No entanto, quando esse estado ansioso se torna constante, interfere nas atividades cotidianas e compromete a qualidade de vida, é possível que estejamos diante de um transtorno de ansiedade. Nesses casos, a intervenção profissional torna-se essencial. Em algumas situações, pode ser necessária a utilização de medicamentos prescritos por psiquiatras, sobretudo quando os sintomas fogem ao controle e afetam a funcionalidade da pessoa.
Antonio José de Oliveira Freitas Neto é psicólogo clínico e professor mestre
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