Maranhão tem a brita mais barata do Brasil

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Crescentes aumentos no custo da produção são fatores que justificariam a necessidade de atualização do preço do produto

SÃO LUÍS – O preço da brita no Maranhão é o menor do Brasil e os reajustes são mínimos e não acompanham a inflação, sendo menores do que os reajustes do insumos utilizadas na indústria da mineração.

O valor chega a ser 40% aquém se comparado, por exemplo, a outros estados da região Nordeste. O produto é usado em vários tipos de obras, desde a pavimentação de rodovias até a aplicação em ferrovias, barragens, prédios, pontes e estradas, entre diversos outros.

Segundo o empresário Márcio Galvão, que comanda empresa do ramo com 15 unidades no Brasil, inclusive no Maranhão, os investimentos em equipamentos são altíssimos e os crescentes aumentos no custo da produção são fatores que justificariam a necessidade de atualização do preço do produto, o qual continua estagnado no estado.

“Do ponto de vista de preços, o cenário atual é crítico e muito preocupante. Atualmente, o preço do produto final da indústria não justifica o altíssimo investimento em equipamentos e os crescentes aumentos no custo de produção, ou seja, não viabiliza a operação”, afirma Márcio Galvão.

Ele diz que o segmento da indústria de agregados não está dando a devida importância à constante alta dos custos de produção. Somente ano passado, segundo ele, o setor sofreu um acréscimo na ordem de 40% em 12 meses. Conforme o empresário, a situação é preocupante não somente para o setor da indústria de agregados, mas, também, preocupa o setor da construção como um todo.

“Agora, de um modo geral, ou seja, em um panorama a nível nacional, o cenário é positivo. Em algumas praças, por exemplo, nós tivemos reajustes de preços da ordem de 50% em dois anos, justificando, assim, os elevados investimentos do setor em equipamentos e no custo de produção. No entanto, se as indústrias de agregados não conseguirem atender a demanda de forma sadia e com reinvestimentos, provavelmente teremos sérios problemas no setor da construção”, explica Márcio Galvão.

Insumos

Outros insumos utilizados na construção, como aço, cimento e concreto, tiveram elevados reajustes de preços nos últimos anos. O aço, por exemplo, destaca-se com reajustes de mais de 200% em três anos e o cimento com reajustes de 40% em pouco menos de dois anos. Na comparação com esses produtos, a indústria de agregados no Maranhão estaria congelada.

Conforme o empresário, as perspectivas em termos de venda para este ano são as melhores. “Principalmente no segundo semestre, onde tradicionalmente o volume de mercado aumenta”, afirmou ele, explicando que as pedras britadas mais procuradas são as dos tipos 0 e 1.

Ressalta-se a diferença de preços entre a brita 0 e a brita 1. Esses materiais têm uma composição de custo de produção muito parecido e hoje, em São Luís, o preço da brita 1 é bem menor que o preço da brita 0. Em todo Brasil essa diferença é muito pequena, em torno de 10%, e em várias praças os preços desses dois produtos são iguais.

O empresário diz que é até incompreensível a situação, pois são dois produtos com custos de produção iguais e preços de venda bem diferentes, tendo a brita 0 com um preço bem mais coerente. Além disso, o setor da indústria de agregados possui uma tabela de referência de preços para fins de cobrança de ICMS (pauta fiscal), ou seja, o Estado estabelece e cobra ICMS pelos valores determinados na tabela de referência, que estão acima dos valores
praticados.

Para o varejo, por exemplo, há no mercado preços de produtos que podem ser até 40% menores que o valor de pauta. Com isso, as empresas do setor são tributadas por um preço acima do valor que realmente o produto é comercializado.

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