De Curralzinho para a eternidade

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Todos nós que integrávamos a Família de Deny Cabral perdemos um pedaço nosso com a ida prematura do “INTERNACIONAL”, sei até que ele já nem gostava mais dessa alcunha, mas era verdadeira afinal ele saiu de Curralzinho- interior de Pinheiro, para brilhantes jornadas em diversos países.

Deny foi e sempre será um exemplo para todos nós que estamos no jornalismo, quando cheguei para a Rádio Educadora em 1998 e passei a trabalhar diretamente com ele, e na chegada o nosso coordenador Zeca Soares me disse “Faça metade do que o Deny faz que você será um dos melhores no rádio maranhense”, devo confessar que não gostei de ouvir e achei estranho, mas depois com o convívio do dia-a-dia com Deny, entendi perfeitamente o que o Zeca quis dizer. Deny só teremos um, o cara era bom, era corajoso, era doido, era sempre bem disposto, era inteligente, astuto, vivia a notícia como ninguém, mas o que mais me impressionava era a sua loucura, sua paixão pelo Rádio AM, até mesmo internado no Hospital UDI, o seu companheiro inseparável, o rádio, estava lá, sempre ligado na Mirante AM, sempre ouvindo os companheiros.

Deny é um exemplo a ser seguido como homem, ele não tinha vergonha de contar que saiu de Curralzinho, onde pescava para sobreviver, para escrever seu nome na estória do jornalismo maranhense. Além disso, era um excelente pai de família, ótimo marido e excepcional pai, posso afirmar isso, pois por diversas vezes ouvi isso da própria Rosângela Cabral (esposa) e de seus filhos (Diogo e Isabela).

Nos quatro últimos anos a nossa amizade deixou de ser apenas profissional para ser pessoal. Com Deny e Rosângela, eu e Cynara (minha esposa) vivemos momentos de muita alegria, que diga os espetinhos espalhados pela cidade, onde nos encontrávamos geralmente as quartas e sextas-feiras, para jogar conversa fora. A convite de Deny passamos juntos com nossas famílias a virada de ano 2007 para 2008 no Restaurante Mirante no Araçagy e o carnaval deste ano em Barreirinhas, em Tapuio. E foi difícil ontem à noite para mim responder para a pequena Victória (minha filha de cinco anos) que com lágrimas nos olhos perguntou, “Pai, tio Deny morreu?” Não consegui nem responder, nem me segurar, apenas deixei as lágrimas rolar.

Mas prometi para mim mesmo que não ficaria triste, afinal tive o prazer de ser amigo desse cara, um amigo de sua confiança e sei que ele gostava muito de mim e de minha família, fui um privilegiado. Ontem não tive escolha, quando o Roberto Fernandes teve a ingrata missão de anunciar para todo o mundo, digo isso, pois até o ex-técnico do Moto, Édson Porto, me ligou de Portugal para desejar os pêsames, queria ter continuado a transmissão do jogo entre Moto e Bacabal, não sei se teria forças, mas queria ter tentado, acho que seria uma grande homenagem a esse louco por rádio e apaixonado motense.

Curiosamente a última vez que trabalhamos juntos em uma jornada esportiva, foi no dia 02 de julho, num Moto e Bacabal, onde ele pediu para o Gil Porto para trabalhar comigo, confesso que senti orgulho, pois entendi que ele tinha prazer em trabalhar ao meu lado, assim como eu tinha em trabalhar ao seu lado e não foram poucas vezes. Viajamos o nordeste inteiro com as transmissões da seleção maranhense de beach soccer e diversos jogos de futebol por todo o Brasil. Recentemente passei a acompanhá-lo na Assembléia Legislativa e é claro aprender com Deny o jornalismo político.

Sei que ele foi fundamental para a minha contratação, tanto para o jornalismo esportivo quanto para o jornalismo político, foi ele quem me indicou ao Zeca Soares, serei eternamente grato e tentarei sempre honrar essa confiança.

Não sei como comecei a escrever e nem como terminar, mas achei que precisava escrever, como não tenho um blog, agradeço ao Zeca pelo espaço. Ano passado perdi outro grande amigo, quase um “pai”, o inesquecível Raul Menezes e agora perco um “irmão”, Deny Cabral.

Como disse o Zeca isso não estava combinado, e nem previsto para agora, mas Zeca, no rádio é assim, é improviso, é de supetão, por isso é apaixonante, e Deny não poderia partir de outra forma. Vá com Deus DENY, obrigado por tudo, nós jamais te esqueceremos e sempre te amaremos.

Por Jorge Aragão, radialista e advogado

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Grandes lembranças…

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Meu irmão, meu amigo, meu conselheiro…

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 Quero dividir com vocês a alegria de ter convivido por muitos anos com este profissional do qual desde à epoca de ginásio aprendi a ser fã e a tê-lo como espelho – o meu fiel e leal conselheiro Deny Cabral.Conheci o Deny nas ondas do rádio. Ele trabalhava na Rádio Timbira e eu sempre o acompanhava. Nossos destinos estavam traçados. Deny me fez gostar do rádio. Entrei para a faculdade em 1985, no ano seguinte iniciava um estágio na Rádio Educadora. Começava alí uma grande amizade.

Em 1988, já como coordenador de jornalismo e programação da Rádio Educadora tive a honra de trabalhar diretamente com o Deny. Era o início de uma aprendizado sem fim. Deixei a Rádio Educadora em 1996.

Em 1999, a convite de Rômulo Barbosa, o Barbosão como o Deny gostava de chamar fui para a Rádio Mirante AM juntamente com o Roberto Fernandes e o Inácio Cabral (irmão do Deny). O Deny é claro viria também para reforçar ainda mais o timaço das grandes vozes do rádio maranhense.

Assumiu o programa Plano Geral e deu às noites do rádio maranhense o conceito de um rádio ético, moderno e atualizado. Ele sempre tinha algo a dizer que ninguém sabia. Deny respirava notícia. Era fonte e inspiração de muitos. Outro dia o Deny reclamava: “A nossa reportagem no esporte não está boa. Me escala para esse jogo que eu quero ensinar esses meninos como é que se faz”. Ele era assim.

Aqui ele fez de tudo e fez tudo muito bem. Foi repórter, apresentador e chegou onde sempre queria chegar: ser narrador de futebol. E foi uma partida de futebol o seu último trabalho. Estivemos juntos em Bacabal quando narrou a partida entre BEC e Palmas, no Campeonato Brasileiro Série C. Não vou esquecer nunca do seu gesto quando as coisas dão tudo certo. E este domingo foi um exemplo.

Depois disso, Deny entrou de férias e viajou com a família para Barrerinhas. Mesmo assim, mandou por telefone as principais notícias divulgadas na programação da Mirante. Foi da cama do hospital que Deny informou quem seria o novo delegado-geral após a crise que culminou com o afastamento de Jefferson Portela.

irmao.jpgEle não parava. Não perdoava corpo mole. Dava dura em todos nós. E sabe que na maioria das vezes ele tinha razão! Brigamos muitas vezes e a cada briga a certeza de que tínhamos o rádio como a nossa grande paixão.

É difícil acreditar que tudo isso que levamos pelo menos 23 anos para construir tenha se desmanchado de uma hora para outra. É a metade dos anos que já vivi. Não dá para acreditar que isso esteja acontecendo.

Preciso parar um pouco…. Tenho que chorar mais…

… Vou tentar terminar agora.

Deny? Você não vai responder, sei disso….

Não estou conseguindo escrever…  Vamos lá…

Meu irmão, meu amigo, meu conselheiro, você foi cedo demais!!! Não tínhamos combinado nada disso. Não falamos sobre isso, aliás na segunda-feira conversamos sobre a sua volta. Você estava bastante cansado. Pouco podia falar, mas ainda me disse: “muito obrigado”.

Foi a útima vez que ouvi você, meu irmão, meu amigo, meu conselheiro de todos os dias e todas as horas.

Valeu irmão e até um dia desses!!!! Boa noite Brasilllll!!!!!!

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