O jornalista Márcio Pinto, chefe do Núcleo de Esportes da TV Mirante e editor chefe do Esporte 10 é o entrevistado de hoje, na série “Passando a limpo” o futebol maranhense.
Márcio conta que “em 2002 o Sampaio foi rebaixado na Série B, deixando de enfrentar Palmeiras e Botafogo no ano seguinte. Alí imaginei quando o futebol maranhense teria outra oportunidade como essa, mas infelizmente Série B é assunto do passado. Pior é desconfiar que a Terceira Divisão também possa ser”.
Ele diz que a passividade do torcedor maranhense é fruto da falta de resultados, de ídolos e manda um recado a todos: “planejamento para uma temporada começa na anterior. Sampaio e JV Lideral já tem disputas nacionais definidas. Vão começar a pensar nisso em janeiro ou vão deixar também o carnaval passar?”.
Entrevista com Márcio Pinto
Jornalista
BLOG – Em algum momento da sua carreira, você chegou a imaginar que chegaríamos a essa situação atual do futebol no Maranhão?
MÁRCIO PINTO – Em 2002 o Sampaio foi rebaixado na Série B, deixando de enfrentar Palmeiras e Botafogo no ano seguinte. Alí imaginei quando o futebol maranhense teria outra oportunidade como essa, mas infelizmente Série B é assunto do passado. Pior é desconfiar que a Terceira Divisão também possa ser.
BLOG – Existe um culpado pela situação ou são vários?
MÁRCIO PINTO – Fácil culpar quem está no comando (Federação ou clubes), mas todos que trabalham no futebol maranhense tem uma parcela, mínima que seja.
BLOG – Muito se fala da culpa da imprensa? Nós temos culpa nisso realmente? Onde é que nós estamos errando?
MÁRCIO PINTO – A imprensa precisa valorizar o jogador na busca de personagens e histórias que atraiam o interesse da torcida. Precisa ver criticamente a fase de treinamentos para mostrar onde o time está errando. Precisa ser informativa e fugir do “oba oba” com dirigentes.
BLOG – Bem e você diria o que sobre o papel da Federação?
MÁRCIO PINTO – Tem que ser participativa nesse projeto geral que é subir um time maranhense de divisão. A FMF não pode ser omissa sobre o pretexto de que a responsabilidade é toda dos clubes. Não é.
BLOG – E os clubes porque não reagem?
MÁRCIO PINTO – “Interesses”.
BLOG – Porque o torcedor se mantém passivo a tudo isso?
MÁRCIO PINTO – A passividade veio da falta de resultados e da falta de ídolos. Há mais coisas que eles queiram fazer do que ver o seu time num processo de implosão.
BLOG – Muito se fala que o Maranhão é um celeiro de “craques”. Você acha que o profissional maranhense é valorizado como deveria?
MÁRCIO PINTO – A valorização precisa ser feita, mesmo acontecendo casos como o do Edgar que marcou 4 gols num “maremoto”, saiu no “gols do Fantástico” e …. nunca mais jogou metade do que tinha mostrado naquela partida. Foi disputar depois a Série C no sul do país e … já está voltando. Precisa cabeça pra ser trabalhada essa valorização.
BLOG – Ouço muita reclamação sobre falta de planejamento nos clubes. O que você pensa sobre este assunto?
MÁRCIO PINTO – Planejamento para uma temporada começa na anterior. Sampaio e JV Lideral já tem disputas nacionais definidas. Vão começar a pensar nisso em janeiro ou vão deixar também o carnaval passar?
BLOG – Porque as nossas equipes não conseguem bons patrocínios?
MÁRCIO PINTO – Primeiro tem que ter planejamento para que o patrocinador acredite no projeto. Os resultados que podem vir disso estimulariam outros investimentos. Futebol é paixão e mesmo na situação em que estamos é um excelente produto.
BLOG – Qual é a saída agora que o nosso futebol está na 4ª divisão?
MÁRCIO PINTO – “Saída” não. Chega. Temos que ter é a “Entrada” de volta para a Série C que aliás nem pode ser o objetivo final.
BLOG – E finalmente o que podemos esperar no futuro?
MÁRCIO PINTO – Esse “futuro” já começa por uma torcida para que o Moto Club volte para a primeira divisão do Estadual. Depois é planejar dias melhores. Aprender com os erros é fundamental e persistir neles é estupidez.
Hoje o Pelé em uma solenidade solicitou ao BNDES, um dinheiro para ajudar os times do Rio de Janeiro, na visão do “REI” do futebol o futebol brasileiro, tem que ser formado somente pelos clubles do Centro Sul, os times do nosso Estado tinham que realizar projetos visando angariar recursos para as divisões de base, buscando jovens do interior do Estado e também da capital, que estão em situação de risco. Esse dinheiro poderiam vir do Estado dessa forma, uma parte para a parte amadora formando homens e atletas e a outra parte para o profissional, temos que nos fortalecer. Eles lá em baixo não querem o nosso futebol forte, tanto é a formação dessa série D sem nenhuma ajuda aos clubes a série A tem a ajuda de mais de 1 bilhão e as outras séries nada é preciso ter essa visão, caso o contrário, ficaremos sempre nesse degrau.
Ele citou muito bem o exmplo do Edgar, este é mais um exemplo de que nossos atletas não devem sair tão cedo e também mostra como nossas divisões de base estão longe de ser uma divisão de base de verdade; é capaz do Edgar vim para cá desmotivado e desiludido já que não trabalharam a cabeça do jogador, o pessoal só pensa em negociar e negociar. Os dirigentes do MAC pensam que o clube ´e a melhor divisão de base do mundo embora o Edgar não tenha saído do Parque Valério Monteiro..
Porque que niguém fala que não temos estádio? Como podemos ter futebol se não temos um estádio que possa suprir as necessidades, não temos imprensa esportiva, não temos federação? Assim fica difícil…