Websérie na Rota do Riso estreia nesta quarta-feira

Carlos Hubert, da Equatorial Maranhão, empresa que está apoiando o projeto, com as personagens Dijé e Clarisse Milhomem

São Luís – Estreia nesta quarta-feira (19) a websérie Rota do Riso, novo projeto da comédia ‘Pão com Ovo’. Os episódios, um total de seis, poderão ser acompanhados sempre às quartas-feiras pelo YouTube no canal oficial da trupe. Rota do Riso tem patrocínio do Governo do Estado e Equatorial Maranhão por meio da Lei de Incentivo à Cultura.

Durante três semanas, os atores Cesár Boaes e Adeilson Santos, que dão vida às personagens Clarisse Milhomem e Dijé, respectivamente, visitaram os municípios de Guimarães, Pinheiro, Timon, São Domingos do Maranhão, Balsas e Morros para mostrar os costumes e a cultura dessas localidades. A série é dirigida por Bruno Magno, que também assina o roteiro em parceria com César Boaes.

Boaes explica como o projeto foi pensado. “Esse projeto foi idealizado durante a pandemia, pois não podíamos nos apresentar presencialmente. Logo, tivemos a ideia de mostrar as cidades maranhenses com suas características, curiosidades, pontos turísticos e exibir os programas pelo YouTube”, disse.

A websérie mostra a viagem de Clarisse e Dijé por seis cidades do Maranhão. Nesse projeto, a dupla combina humor com informações para mostrar a riqueza do Maranhão.

Crônica de José Fernandes: “O pão de cada dia”

Há algum tempo, li, de Rubem Braga, escrita no mês de março do ano de 1956, uma crônica interessante, como eram todas as crônicas dessa eminência do gênero. Nela, ele lembrava de um homem modesto que, ao deixar o pão na porta dos apartamentos, em Copacabana, no Rio de Janeiro, apertava a campainha, mas, para não incomodar os donos das residências, comedido, assim se anunciava:

– Não é ninguém, é o padeiro.

E conta o cronista que certa vez o interrogara sobre como tivera a ideia de se anunciar com aquelas palavras, perguntando-lhe: “então você não é ninguém? ”

O padeiro abriu um sorriso largo e explicou-lhe que aprendera aquilo de ouvido, quando, muitas vezes, acontecera apertar a campainha de uma casa e ser atendido por uma empregada que assim informava à patroa: “não é ninguém, senhora, é o padeiro”.

Essa historinha do grande Rubem me faz lembrar e, aproveitando a deixa, prestar deferência a uns padeirinhos, meninos ainda entre a infância e a adolescência, que faziam entrega de pães, diariamente, nas casas já determinadas, antes do nascer do sol, na nossa cidadezinha às margens do rio Mearim, carregando os alimentos às costas, em grandes sacos de pano, mesmo no período das intensas chuvas do inverno.

Os meninos que nos ajudavam a aplacar a fome matinal, levando-nos diariamente o pão, eram filhos do padeiro-proprietário da maior padaria da cidade, que o ajudavam na fabricação do pão, desde as madrugadas, como padeiros mirins, e que, antes de seguirem para a escola, revezavam-se na entrega domiciliar do produto.

Muitas águas se passaram sobre as pontes do destino.

Após algumas décadas, aqueles meninos, como acontece com tantos outros, tornaram-se bons profissionais em diversas áreas: um é engenheiro-agrônomo e líder político interiorano; outro é bacharel em Direito e empresário; outro foi juiz de Direito (falecido precocemente); outro é aposentado pela Polícia Federal e membro de uma academia de letras, e, ainda outro, é desembargador junto ao Tribunal de Justiça do Maranhão.

Sei que é perfeitamente normal pessoas que exerceram profissões humildes galgarem altas funções (Abraão Lincoln, por exemplo, o imortal presidente dos Estados Unidos, foi lenhador até os 21 anos, e Humberto de Campos, um dos maiores escritores do Brasil, já rapazinho, foi lavador de garrafas nos fundos de uma casa de comércio na rua da Paz, em São Luís).

Mas, como disse acima, trata-se, aqui, somente de um motivo para recordar uma bonita crônica de Rubem Braga, que me serviu de mote para reverenciar os vitoriosos ex-padeirinhos de Arari, madrugadores de ontem que, no decurso de algum tempo, me guarneceram com o quebra-jejum, no raiar das manhãs, e vieram a tornar-se, até hoje, amigos que muito estimo.

José Fernandes é membro da Academia Ludovicense de Letras e autor, entre outros, do livro “Crônicas de Outono”.

Othelino apresenta PL que propõe Passaporte Vacinal em estabelecimentos e eventos no Maranhão

Othelino Neto afirmou que o PL tem como objetivo resguardar a saúde dos maranhenses e incentivar a vacinação no estado

São Luís – O presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão, deputado Othelino Neto (PCdoB), apresentou o Projeto de Lei nº 001/2022, que propõe a obrigatoriedade de apresentação do comprovante de imunização contra a Covid-19 (Passaporte da Vacina) para acesso em bares, restaurantes, hotéis, pousadas, academias e eventos de maneira geral.

Segundo Othelino, o objetivo é resguardar a saúde dos maranhenses e incentivar a vacinação, uma vez que vem sendo registrado aumento do número de casos de contaminação pelo coronavírus.

“A vacinação é que tem contribuído para que não tenhamos casos graves de Covid-19 e mais internações nas unidades de saúde. Por isso, a exigência do Passaporte da Vacina para acesso aos estabelecimentos e eventos que reúnam grande público é fundamental, além de ser uma forma de estimular aqueles que ainda não se vacinaram a buscarem a imunização”, afirmou o parlamentar. 

De acordo com a proposição, o documento físico ou eletrônico comprovando a vacinação deve ser exigido pelos estabelecimentos a todos os cidadãos que, de acordo com a sua idade, já estejam autorizados a tomarem o imunizante contra a Covid-19. 

Aqueles que, por motivos médicos, não podem tomar qualquer tipo de imunizante contra a Covid-19 deverão comprovar essa condição para ter acesso aos estabelecimentos ou eventos.

Ainda conforme o PL, caberá aos responsáveis pelos empreendimentos a cobrança do Passaporte da Vacina, que pode ser emitido pela autoridade sanitária de cada município ou pelo Governo Federal por meio da plataforma ConecteSUS do Ministério da Saúde.

O texto prevê ainda que, em caso de descumprimento da norma, caberá às autoridades sanitárias a aplicação de eventuais sanções.

O PL foi publicado no Diário Oficial da Casa, na quarta-feira (12), e passará ainda pelas comissões temáticas de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) e Saúde para receber parecer antes de ir à votação no  Plenário, em fevereiro, no retorno dos trabalhos.

Crônica de José Fernandes: “O romance real de Raíssa”

PRETENDENDO deixar uma mensagem de superação para quem tiver curiosidade de conhecer a sua história e compreender a sua essência, Raissa Mendonça expõe, em terceira pessoa do verbo, a saga real de seus passos iniciados na pequena cidade de Pedro do Rosário, sua terra natal, e continuados na capital maranhense, com trânsito por Fortaleza, São Paulo e Barcelona – epicentros deste romance escrito por Evandro Junior, O outro lado da maçã, seu primeiro livro.

Se do romance fôssemos escrever uma resenha sumária, diríamos que desde os 14 anos Raissa esteve sob o estigma do preconceito, por ser transexual, tratada com escárnio e desrespeito – labéus que ela tenta superar com a sua versatilidade, carisma e enérgica vontade de conquistar o seu espaço.

De permeio com suas vicissitudes, obtém algum sucesso profissional. Ambiciona progredir mais e se entrega a uma aventura fora do país e sofre horrores. De regresso à “cidade dos azulejos”, luta para soerguer-se, e de certo modo o consegue. Para cumprir um antigo ideal de servir aos conterrâneos de sua cidadezinha, candidata-se à vereança local, mas é traída, perde a eleição e tudo o que possuía.

Dois amigos sinceros surgem no seu horizonte: um juiz que, à distância torna-se seu conselheiro, e um líder umbandista e legislador municipal, em São Luís, de quem se torna governanta com total dedicação e que lhe facilitara frequentar e concluir um curso universitário de psicologia. Quando a tranquilidade parecia lhe acalentar o espírito, é denunciada e presa por crime de estupro mediante fraude, recolhida à penitenciária, e por aí segue… 

Tudo isso – e muito, muito mais – está minuciosamente contado pelo autor de O outro lado da maçã, jornalista Evandro Junior, agora romancista, que nos traz páginas bem delineadas, em estilo conciso e vernáculo escorreito.

A obra contém lances com conotação de denúncias, como o tráfico internacional de mulheres jovens, iludidas e transformadas em escravas sexuais; em contraposição, há passagens de puro enlevo, a exemplo dos atos de louvor a Iemanjá, numa das belas praias de São Luís, atos presididos pelo umbandista, seu amigo e protetor.  

O romance de Evandro retrata, com fidelidade, meandros pouco explorados da vida maranhense. Uma estreia feliz.

José Fernandes é membro da Academia Ludovicence de Letras, autor, entre outros, do livro “Crônicas de outono”

Nova parceria: Grupo Dom & INLAB – Grupo Fleury

Eduardo Mottin, gerente da regional MA do Grupo Fleury com Rodolfo Almeida, Adalberto Teobaldo e Gustavo Almeida, sócios do Grupo Dom Medicina, celebrando a nova parceria

São Luís – O Grupo Dom Medicina, com oito anos de excelência na prática médica, acaba de firmar parceria com o Inlab Laboratório, marca do Grupo Fleury em São Luís (MA), que passa a estar presente nas unidades DOM da Lagoa e do Cohajap. O Inlab contava com 23 unidades de atendimento e com as duas clínicas do Grupo Dom passa a dispor de 25 unidades da rede.

Tendo a inovação como um de seus valores, o Grupo Dom está sempre em busca de transformações em prol de seus pacientes. A empresa inovou quando inaugurou a primeira clínica para a realização de consultas, exames e check-up fora do ambiente hospitalar, com sede na Lagoa. E, atualmente, está com duas unidades, sendo a segunda no bairro do Cohajap.

Para o Dr. Edgar Rizzatti, diretor executivo Médico, Técnico e de Negócios B2B do Grupo Fleury, a integração com o Grupo Dom permite ofertar amplo portfólio de exames diagnósticos. Além dos testes de análises clínicas, muitos deles voltados para a investigação de alterações endocrinológicas e hormonais, os clientes também poderão contar com o extenso menu de exames genéticos do Inlab.

“Iremos expandir o horário de atendimento do nosso laboratório em São Luís (MA), reduzindo os prazos de resultados de muitos exames. Além disso, por meio desta parceria com o Grupo Dom, reforçamos o nosso compromisso de levar qualidade e excelência médica e técnica a todos os nossos clientes e pacientes”, completa.

O Inlab também está expandindo a atuação da sua coleta domiciliar para as clínicas do Grupo DOM. Por meio do serviço, os clientes podem agendar coleta em casa ou no trabalho para diversos exames de análises clínicas, atendimento que será realizado por uma equipe de especialistas.

Além de garantir comodidade e privacidade, a coleta domiciliar se adequa à necessidade das pessoas com dificuldade de locomoção, por exemplo. A rede INLAB tem 25 unidades de atendimento e uma área técnica, localizadas na região metropolitana de São Luís (MA). Possui a Acreditação PALC (Programa de Acreditação de Laboratórios Clínicos da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica) e o Certificado ISO 9001:2008. Em novembro de 2019 foi adquirida pelo Grupo Fleury.

Bloco dos vacinados no pré-Carnaval do Casarão

Cantor Ivan Marques é uma das atrações do Casarão Colonial neste domingo

São Luís – O bloco dos foliões vacinados seguirá animado para o Casarão Colonial neste domingo, a partir das 16h. O espaço localizado na Rua Afonso Pena, no Centro Histórico de São Luís, terá programação em clima de pré-Carnaval, com a presença esfuziante do Bicho Terra, um dos grupos mais festejados da temporada.

O endereço mais badalado da Praia Grande receberá, ainda, o grupo CDC e os cantores Ivan Marques e Lukas Seabra, além do DJ Arsênio Filho. O CDC, sempre presente na programação, dará o tom da tarde/noite, com muito samba e homenagens. Ivan Marques, por sua vez, mostrará a simbiose entre samba e pagode em uma apresentação dançante e alto astral.

Já Lukas Seabra levará um pouco de sertanejo, já que a folia carnavalesca pede a mistura de ritmos. Arsênio Filho segura a peteca nos intervalos das apresentações.

Foliões vacinados

De acordo com Mirella Castelo Branco, hostess do Casarão Colonial, foliões vacinados são sempre bem-vindos.

“As duas doses são essenciais para nos garantir uma festa tranqüila e segura. Já estamos em clima de pré-Carnaval e o Casarão sempre sai na frente para que o público dê as boas-vindas à festa mais contagiante do Brasil, mas atentando para os protocolos sanitários e para a importância da vacinação”, disse Mirella Castelo Branco.

Crônica de José Fernandes: “Boêmios só os de outrora”

UM VELHO jornal dos meados do século passado, que por curiosidade li no arquivo da Biblioteca Pública Benedito Leite, fazia referência a um grupo de boêmios, todos conhecidos intelectuais, que floresceu em São Luís nos primeiros anos do século findo, constituído por advogados, escritores, médicos, professores e, entre estes,  Nascimento Morais, jornalista famoso, de quem se dizia que, ao ditar seus artigos diretamente ao linotipista, tresnoitado, constantemente dormia no meio de uma frase e, ao ser despertado, prosseguia exatamente a partir das últimas palavras que ditara, sem perder o sentido da frase e do assunto abordado.

Aquele grupo de cultos boêmios, todos muito bem relacionados socialmente e nos meios culturais, e respeitados pelas suas atividades profissionais, notabilizava-se pela irreverência, pela crítica mordaz, pelas piadas irônicas como escrachavam, nos seus encontros de bar, as mazelas procedimentais das autoridades dos três poderes, dos maus profissionais de todas as categorias, incluindo os que lhes eram próximos.

Esses barulhentos homens letrados gozavam da intimidade dos donos dos bares; não raramente penduravam as despesas, e quem não aceitasse os fiados seria desprestigiado e ninguém se surpreenderia se logo em seguida não aparecesse nos jornais referências desairosas a respeito do estabelecimento que lhes negara a pendura: propagavam mal atendimento por parte dos proprietários ou dos garçons, falta de higiene, tira-gosto prejudiciais à saúde, fornecimento de cerveja choca, enfim, tudo o que os denegrisse a reputação. Não perdoavam as desfeitas.

Em tempos mais recentes, aí pela década de 1960, conheci um grupo de boêmios integrado, também, por jornalistas, poetas, escritores, pintores e alguns “penetras” que eram admitidos em decorrência de velhas amizades, afinidade de humor ou outras “qualidades”. Entre os poetas e jornalistas boêmios encontravam-se os irmãos José e Paulo Nascimento Morais, José Chagas (e seu saxofone), Antônio Almeida, Erasmo Dias, Amaral Raposo, Saraiva Neto e outros ocasionais.

Em um certo dia eu, ainda não entrado na casa dos 20 anos, em razão de ter publicado um livrinho de versos, e por especial concessão de Zé Morais, participei, como discreto convidado, de uma farra homérica com alguns daqueles renomados praticantes do jornalismo, das artes e da poesia maranhense da época.

E ali, durante um dia inteiro, em meio aos goles de cervejas “estupidamente geladas”, ouvi os inteligentes bate-papos daquela gente, conversas opinativas nas áreas da política, da literatura e das artes; destrinchavam obras e autores nacionais e estrangeiros, com citações de frases e conceitos judiciosos; havia momentos de verdadeiros debates de ideias sobre os temas que surgiam; de vez em quando se tornavam acerbadas as discursões, em face das divergências entre os contendores, sempre enfáticos na exposição de seus pontos de vista, mas respeitosos entre si, mesmo alterados pelas emanações etílicas.

No decorrer das horas, de vez em quando transferiam os locais de libação e eu os acompanhava – passávamos a beber e deglutir em bares mais afastados do centro, animados pelo saxofone de Chagas, tudo num clima de alegria e descontração, como se eles, comumente ocupados, não tivessem outro compromisso senão gozar momentos de descontração.

Ao mudarem de ambiente, mudavam também os temas das conversas, para diversificar os diálogos e evitar a monotonia. Pelo que senti, ninguém ficava bêbado, ninguém brigava, embora cordialmente discordassem, partissem para gozações mútuas, apimentadas e sutis.  

E no final da farra daquele dia, quando parecia que os assuntos se esgotaram, Erasmo Dias, sempre irônico e imprevisível, comandou a “saideira”: “Senhores, agora vamos falar mal da vida de todo mundo, e quando não faltar nenhum, vamos falar mal de nós mesmos, a começar por aqueles que forem saindo; mas fica combinado que eu serei o último a ir embora”.

Alguém, um dia, haverá de contar, minuciosamente, e com o devido humor, as histórias impagáveis dos grandes boêmios que pontificaram nos antigos bares desta pitoresca ilha.

José Fernandes é membro da Academia Ludovicense de Letras, autor, entre outros, do livro “Ao Longo do Caminho”.

Crônica de José Fernandes: “No despontar da adolescência”

MENINOS COMO eu, de dez a onze anos, moradores da cidade ribeirinha, ligada ao mundo apenas pelo caminho das águas, onde não havia brincadeiras a não ser de banhos de rio, pião, borroca e jogo de bola de pano ou de bexiga de boi, não tínhamos muito sobre o que conversar; quando muito, discutíamos sobre qual a lancha mais veloz entre as dezenas que transitavam pelo nosso porto.

Entregue a essa rotina, a esses prazeres ingênuos, ignorava quaisquer outros divertimentos. Isso até antes de aportar na nossa cidadezinha uma família de cearenses bem viajados, entre os quais um menino de minha idade, o Zé Alves, vivo e articulado, que se tornou meu instrutor de outros passatempos e peripécias, e me fez tomar conhecimento de coisas das cidades grandes, onde vivera longos períodos.

Esse meu novo amigo me despertou para um mundo novo. Contava, minuciosamente, como se divertiam as crianças nos lugares por ele percorridos, sua frequência aos carrosséis, às rodas-gigantes, aos cinemas com filmes de caubói e de espadachim. Sabia o nome de todos os grandes artistas da época, atores e atrizes, suas cenas românticas e enredos mirabolantes.

As aventuras desses filmes me deleitavam, despertavam minha curiosidade e me exsurgiam para os experimentos da adolescência, até então adstrita a um ambiente onde nada acontecia, a não ser, lá uma vez ou outra, uns velhos circos mambembes, com representações seguidamente repetidas. 

Saíamos, eu e o Zé Alves, pelas cercanias da cidade, colhendo, furtando e comendo sapotis, mangas e criviris, chupando cana nos engenhos, arranjando novas amizades e os primeiros contatos com garotas de nossa idade. Envolvia-nos em pequenas disputas de corpo a corpo, simulando brigas, não levadas a sério. Minha visão tornou-se mais ampla, meu ambiente mental alargou-se, ultrapassando as fronteiras locais.

Vale destacar que nossa convivência era sadia. O colega de andanças e sonhos infantis, apesar de experiente e engenhoso, jamais me induziu a procedimentos menos dignos ou perniciosos. Inteligente e falante, metia-se nas conversas dos adultos, opinando com desenvoltura, mas não era desrespeitoso. Ensinou-me muitas coisas, nenhuma tendente ao mal. Pena que tudo isso durou pouco mais de um ano.

De repente Zé Alves ausentou-se do nosso convívio. Quando senti sua falta, perguntei às pessoas próximas e estes me informaram que ele estava, junto com os seus, de mudança para outra cidade, às margens de outro rio; que uma lancha com batelão de reboque já houvera recolhido os móveis e utensílios da sua família, para seguir viagem.

Aí me lembrei o que ele certa vez me revelara: seus genitores eram seres inquietos, um tanto nômades – estavam sempre buscando novas cidades, meio ciganos.

Procurei-o e, por fim, só vi ao longe a lanchinha que o levava e levava sua família viandante dobrando a curva do rio, rumo a um novo destino.

Fiquei, assim, sem o experiente companheiro de infância vadia, que me ensinara a amadurecer, despertando minha imaginação para caminhos além daquele meu ambiente meio perdido entre rio, lagos, igarapés e pororocas.

José Fernandes é membro da Academia Ludovicense de Letras e autor, entre outros, do livro “Ao Longo do Caminho”.

Tallyta Damasceno encabeça ação solidária no município de Viana

Tallyta Damasceno é farmacêutica esteta e está sempre engajada em ações sociais

São Luís – A solidariedade se espalhou por todo o Maranhão neste fim de ano. Um dos exemplos é a iniciativa da farmacêutica esteta Tallyta Damasceno, acostumada a encabeçar ações sociais em vários bairros da capital maranhense.

Desta vez, no entanto, a beneficiada será a comunidade de Santaninha do Aguiar, na zona rural do município de Viana. A ação será marcada pela distribuição de 100 cestas básicas e 100 kits de higiene pessoal. A programação incluirá, ainda, brincadeiras e evangelização.

De acordo com Tallyta Damasceno, a cada cesta doada será acrescido um quilo de carne. “Nós abatemos dois bois para garantir comida na mesa de diversas famílias carentes do município de Viana. Precisamos fazer a nossa parte e estimular outras pessoas a também exercitarem a solidariedade”, disse.

Casarão Colonial em campanha solidária em benefício de moradores carentes do Centro Histórico de São Luís

Ana Sousa Motta com cestas básicas já arrecadadas e que serão doadas em janeiro a famílias carentes do Centro Histórico de São Luís

São Luís – O mais prestigiado espaço musical de 2021 está pronto para receber o novo ano e tem programação já definida para este domingo, dia 2. O Casarão Colonial, na Rua Afonso Pena, receberá os grupos CDC e Argumento e os cantores Ivan Marques e Fabrícia, além de Erickson Andrade, que fará uma participação especial.

Paralelamente a sua missão de proporcionar alegria, música e descontração aos maranhenses, a turma que faz a festa acontecer todos os domingos está engajada em uma campanha solidária para arrecadar cestas básicas a serem doadas a famílias carentes que residem na área do Centro Histórico. Os donativos serão entregues no dia 12 de janeiro de 2022.

“Nós estamos incrustados em uma das regiões mais bonitas e emblemáticas da cidade, pontualmente em uma via de suma importância para a história de São Luís. Logo, não poderíamos deixar de pensar no contexto do local, onde vivem diversas famílias carentes e que precisam de nós. Esta campanha, naturalmente, é de suma importância para todos nós que fazemos o Casarão Colonial e contamos, também, com as doações das pessoas de bom coração que queiram se associar a esta iniciativa”, disse Ana Sousa Motta, hostess do espaço.

Quem quiser doar, pode entrar em contato com o número (98) 98513-3449.

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QUEM SOU EU

Jornalista profissional formado pela Universidade Federal do Maranhão e que há mais de 20 anos integra o staff do Grupo Mirante, Evandro Júnior é do Imirante.com, titular da coluna Tapete Vermelho, dentro do Caderno PH Revista, e coordenador e colaborador diário e interino da coluna de Pergentino Holanda (PH) no Imirante.com. A proposta é trazer informações sobre generalidades, com um destaque especial para as esferas cultural, empresarial e política.

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