Sociedade inquieta e ansiosa

Ex Pres. da Academia Maranhense de Medicina – AMM
Prof. de Psiquiatria do Curso de Medicina da UFMA

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 Uma queixa muito comum nos dias de hoje é o nervosismo. Fulano está tenso, ansioso, sem paciência, irritado e nervoso. Outros dizem, beltrano está agressivo, sem paciência e explode fácil. Todas essas expressões são muito comuns e traduzem o estado em que as pessoas estão no dia-a-dia e, na maioria das vezes, não sabem o que fazer para “controlar seus nervos”.

Dado a frequência dessas queixas, bem como o impacto que isso ocasiona à saúde coletiva, muito estudos estão sendo feitos em várias partes do mundo para se conhecer melhor essa condição e ajudar milhões de pessoas que sofrem pelo seu estado de ansiedade anormal

            Inicialmente, é importante que se esclareça o significado do que se conhece pelo nome de ansiedade, pois há, sobretudo entre os leigos, uma confusão em torno do conceito. A idéia predominante é que ansiedade é algo ruim, maléfico e prejudicial a todos. Passou a ser vista como uma condição problemática do ponto de vista emocional. A expressão corriqueira “fulano é ansioso, estressado, não relaxa” define bem a situação, pois muitos acreditam que pessoas sob essa condição vão muito mal e já estão com algum problema.

            Na realidade houve uma verdadeira distorção do seu significado, muito embora se saiba que estas figuras existem: a do ansioso, do estressado, do problemático. Porém, a ansiedade do ponto de vista médico e funcional é uma condição vital a todos nós e indispensável ao nosso equilíbrio e saúde, em todos os sentidos, físico, psíquico e social.

Todos nós, indistintamente, somos ansiosos. É uma condição fundamental ao ser vivo para garantir nosso crescimento, nosso desenvolvimento e a nossa saúde. Não fosse a ansiedade, nos manteríamos em nossa primitividade e não sairíamos da idade da pedra lascada. Trata-se de um dos mais importantes mecanismos de adaptação de que dispomos, sem o qual não nos adaptaríamos às diferentes condições de vida, pois somos permanentemente estimulados por inúmeros e diferentes fatores, de diferentes naturezas, e devemos lidar com todos eles sem prejuízos a nossa existência.  

É um fenômeno que significa um “sinal de alerta”, que nos adverte sobre perigos iminentes e desconhecidos. Tais perigos podem ser externos ou internos a nós mesmos, bem como podem ser reais ou imaginários. Dessa forma, a ansiedade é uma reação natural e necessária para a autopreservação de nossa espécie.

Trata-se de uma reação normal, que sempre surge diante de situações novas. É um anúncio de algo novo, que está acontecendo ou que pode acontecer, ao mesmo tempo em que nos prepara para enfrentá-lo, lutando ou fugindo da nova situação.

A ansiedade está presente ao longo do ciclo de vida do ser humano, sendo inerente a cada uma das fases de nosso desenvolvimento. Por exemplo, é normal para o bebê que se sente ameaçado se for separado de sua mãe, o adolescente no primeiro encontro ou o adulto em uma entrevista de emprego ou ainda para um idoso quando contempla a velhice e a morte, e para qualquer pessoa que enfrente uma doença.

As sensações físicas e psíquicas reveladas pela ansiedade normal são de uma sensação difusa, desagradável, de apreensão, acompanhada de mal estar epigástrico, aperto no tórax, falta de ar, palpitações, sudorese excessiva, mãos e pés frios, cefaléia (dor de cabeça), súbita necessidade de evacuar, inquietação etc. Os padrões individuais físicos de ansiedade variam amplamente de pessoa a pessoa. Alguns indivíduos apresentam apenas sintomas cardiovasculares, outros apenas sintomas gastrintestinais, há aqueles que apresentam apenas sudorese excessiva. Outra característica da ansiedade normal é o fato de sempre surgir diante de uma situação sentida como real, portanto tem sempre nexo com algum fato ou evento seja interno ou externo a pessoa.

A sensação de ansiedade pode ser dividida em dois componentes: a consciência de sensações físicas e a consciência de estar nervoso ou amedrontado. Como vimos, as sensações físicas são, em geral, muito desconfortáveis provocando um mal estar difuso que as sensações de nervosismo são reveladas por inquietação, apreensão e medos, que de conformidade com o evento pode ser muito intenso.

Essas sensações sempre ocorrem diante de eventos incomuns e inusitados e o organismo fica preparado para o devido enfrentamento da situação nova que surge. Ocorre que quando o evento desaparece, todas estas sensações e sintomas que acompanham o evento ansiogênico (gerador da ansiedade), desaparece inteiramente e a pessoa volta para suas condições emocionais anteriores. Quando, todavia, os sintomas permanecem, ao ponto de continuar prejudicando a pessoa em seu dia a dia e, sobretudo, em sua adaptação social, do lazer e do trabalho, poderemos estar diante de ansiedade patológica, condição patológica que requer tratamento especializado e que tem atingido muitas pessoas nos dias atuais.

Saúde Mental e Uso de Cocaína

A cocaína é um alcalóide extraído da planta Erythroxylon Coca, onde sua concentração gira em torno de 0,5% a 1%. Essa planta é produtiva por períodos de 30 ou 40 anos e, após atingir sua fase adulta, sua colheita pode ser realizada entre 4 a 5 vezes ao ano. É comercializada, em geral, na forma de um pó branco cristalino, inodoro, de sabor amargo e insolúvel em água. É obtida por meio da transformação das folhas de coca em pasta de cocaína (merla) e, a partir daí, transformada em cloridrato, o pó branco, que pode ser administrado por diferentes vias, sendo mais frequente por inalação ou dissolvido em água, via endovenosa. Suas duas outras formas de apresentação são a merla (pasta de coca) e o crack, compostos já conhecidos por muitos, por ser de consumo ser crescente em nosso país.
Estima-se que, no mundo, 13,3 milhões de pessoas, 0,3% da população acima de 15 anos, consumam regularmente cocaína. Pesquisa realizada pela Organização das Nações Unidas – ONU revelou que o consumo de cocaína entre os nove países da América do Sul foi descrito como “estável”, porém, em nosso país, houve aumento do consumo de 1%, em 2001, para 2,6%, em 2005, pela população entre 15 e 64 anos.
A cocaína é absorvida rapidamente pela mucosa oral, nasal, gastrointestinal, retal e vaginal, alvéolos e pulmonar. Por via oral, o pico de concentração plasmática se dá em 60 minutos e, por insuflação nasal, o início de ação é quase imediato. A substância por via intravenosa e inalatória se distribui rapidamente para o sistema nervoso central através da circulação sistêmica, atingindo o cérebro em pouco menos de 7 segundos.
A cocaína é uma droga com grande potencial de causar dependência. Uma pessoa que experimenta a cocaína não pode prever ou controlar a extensão de seu uso, por isso mesmo é que se recomenda não iniciar seu consumo.
Os efeitos físicos do uso da substância incluem constrição nos vasos periféricos, dilatação das pupilas, aumento da temperatura corporal, aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial. A duração dos efeitos eufóricos imediatos ao uso da cocaína, que incluem hiperestimulação, redução do cansaço e clareza mental, depende da via de administração. Quanto maior a absorção, maior a intensidade dos efeitos. Por outro lado, quanto maior a absorção, menor o tempo de duração.
Pode ocorrer o desenvolvimento de tolerância, que é a necessidade de se consumir maiores quantidades da coca para se obter os mesmos efeitos que os adquiridos com doses mais baixas. Evidências científicas sugerem que as propriedades do poderoso envolvimento neuropsicológico da cocaína são responsáveis pelo seu uso contínuo, mesmo com as consequências físicas e sociais danosas que todos conhecem.
O paciente sob efeito dessa substância pode apresentar delírios de perseguição, designada popularmente por “nóia”, em que a pessoa acredita estar sendo perseguida ou mesmo que alguém quer lhe fazer mal ou prejudicar-lhe. Essas crenças são, em geral, infundadas e inspiradas em delírios os quais podem, inclusive, dependendo do grau de desorganização psíquica, reaparecer mesmo que a pessoa posteriormente não esteja usando mais a cocaína.
Usuários crônicos, ao interromperem seu uso, frequentemente apresentam depressão severa, muitos dos quais podem apresentar ideias acompanhadas de tentativas de suicídio, devido ao imenso sofrimento acarretado pela falta da substância. A depressão do humor determina alheamento social, retraimento do convívio familiar, desânimo, desinteresse, apatia e tristeza profunda. Relatam ainda, do ponto de vista médico, insônia significativa, medos difusos, insegurança psicológica. As mortes por overdose por uso da cocaína são frequentemente resultado de parada cardíaca ou convulsões seguidas de parada respiratória.
A comorbidade é alta entre usuários de cocaína. Eles podem apresentar, além da dependência, outras doenças mentais, simultaneamente. Há estudos que estimam em cerca de 30% a taxa de comorbidade entre usuários de cocaína: dependência de outras drogas, depressão, ansiedade, esquizofrenia, transtorno de personalidade, fobias etc., além de muitos outros problemas emocionais e psicossociais.
Os transtornos subjacentes são agravados pelo uso concomitante de cocaína, deixando os usuários mais vulneráveis aos efeitos deletérios da droga. Outra comorbidade que vem sendo muito estudada nos últimos anos é a que ocorre entre usuários de cocaína e portadores de TDAH (transtorno de déficit de atenção e hipercinéticos), doença comum entre adultos e crianças, caracterizada, principalmente, por hiperatividade, alterações na atenção e distúrbios no controle dos impulsos.
Muitos pacientes se tranquilizam, ao invés de se excitarem com o uso da coca. Alegam que ficam mais calmos e mais atentos. De fato, isso pode ocorrer pelo efeito paradoxal da cocaína. No decorrer do uso, os seus efeitos são substituídos por quadros psiquiátricos cada vez mais severos e de difícil tratamento.

Ruy Palhano
Ex.Pres. Da Academia Maranhense de Medicina – AMM
Prof. de Psiquiatria do Curso de Medicina da UFMA

Tratamento do alcoolismo


A dependência do álcool é um dos maiores  problemas de saúde pública na atualidade, é um tema que está relacionado com centenas de milhares de diferentes problemas, entre os quais: óbitos prematuros, grandes despesas arcadas pelos cofres públicos na área da saúde, acidentes de trânsito, suicídio, homicídio, sendo responsável por gastos vultosos e diretos pela Previdência Social, pois ocasiona perda da produtividade, absenteísmo no trabalho, aposentadorias precoces e, finalmene, o imenso sofrimento ocasionado às familias quando as mesmas apresentam esses problemas com algum parente.

Por isso mesmo a ciência busca incessantemente tratar esta questão com rigor e seriedade. Tratar alcoolismo envolve  principalmente tres grandes abordagens: a comportamental, que visa, antes de tudo, utilizar meios psicológicos  para orientar os enfermos a mudarem seus comportamentos diante da doença. Apsicoterapia atualmente mais recomendada para se tratar do alcoolismo é a terapia cognivo-comportamental. A outra abordagem á a de reabilitação psicossocial, que vis reparar os problemas adquiridos que a pessoa e a família adquirem por conta da doença. Muitos destes enfermos alcoólicos desenvolvem profundos problemas familires e sociais ocasionados diretamente pela doença e isto requer tratamento. E, por úiltimo, a abordagem psicofarmacológica, que através de medicamentos especializados visa reduzir ou aliviar os sintomas ocasionados pela interrupção do uso uso do  álcool (abstinência), bem como evitar que as pessoas  voltem a beber após pararem de usar o álcool ( recaída).

O estudo epidemiológico de maior abrangência e confiabilidade realizada nos Estados Unidos, envolvendo 20.291 pessoas da  comunidade, estima prevalência da dependência em álcool em 13,5% e, entre esses, 37% apresentam, além do alcoolismo, outros  transtornos psiquiátricos: dependência de outras drogas, transtorno de personalidade anti-social, transtorno de humor, esquizofrenia, depressão, etc. Demonstrou-se, assim, maiores evidências de que há interação de fatores biológicos,  psicológicos e sociais envolvidos nas causas do etilismo.

Tolerância e dependência física

São duas condições biológicas que resultam do uso crônico de álcool – a tolerância parece estar relacionada ao aumento do metabolismo do álcool etílico. Através da tolerância, o usuário passa a beber cada vez mais para sentir os mesmos efeitos que sentia quando bebia pouco. Isto é, a pessoa passa a beber cada vez mais. Um sinal de agravamento da dependência ocorre quando o usuário reduz  a ingestão da bebida e isso provoca um grande desconforto, vindo a apresentar sintomas e sinais subjetivos pela falta da bebida (abstinência). Os sintomas incluem hiperatividade, ansiedade, taquicardia, hipertensão,  arritmias, aumento do tônus muscular e tremores, náuseas e vômitos, insônia e um leve estado confusional com  irritabilidade ou agitação. Entre os sintomas pronunciados de excitação neuronal estão os distúrbios de percepção (ex: ilusões auditivas ou visuais, alucinações) e hiperreflexia; alguns dos pacientes podem apresentar uma ou mais crises de convulsões tônico-clônicas. A manifestação mais grave da abstinência é o delirium tremens, um estado confusional  severo caracterizado por profunda agitação, delírio, hiperatividade autonômica grave, hiperpirexia, tremores e convulsões.  Esta condição, em geral, deve ser tratada em ambiente hospitalar segura.

O alcoolismo é uma doença crônica. É fundamental que se mantenha a continuidade do tratamento com o objetivo de prevenir as recidivas. Em 95% dos alcoolistas, a abstinência é expressa como síndrome leve a moderada. O início e o pico dos  sintomas, em geral, ocorrem em seis a oito e em 24 a 36 horas, respectivamente após a suspensão da bebida. Nos outros  5% dos alcoolistas, os sintomas são mais graves e podem ser ameaçadores: geralmente atingem um pico em 96 a 120 horas,  regredindo gradualmente nas 72 horas seguintes. O delirium tremens ocorre em menos de 5% dos pacientes hospitalizados.
 A taxa de mortalidade é menor que 2% em indivíduos com síndrome de abstinência que recebem tratamento, mas chega a 15-20%  em pacientes não tratados. Do ponto de vista farmacolóigico dois grupos de fármacos são utilizados na atualidade com muita efetividade para prevenção de recaídas de alcoólatras: os medicamentos ditos aversivos, que são os que não podem e não devem ser utilizados simultaneamente com  álcool, pois as reações são insuportáveis podendo inclusive chegar à morte do  usúario por parada cardiorespiratória. O protótipo desses grupos é o antabuse. O outro grupo são os anticompulsivos ou designados  pelos ingleses como anti craving. O protótipo é a naltrexona, substância que tira  a vontade de beber. Em ambos os grupos  a recomendação número um é que ambas as substâncias sejam prescritas por médicos, considerando que o uso indevido por conta própria pode gerar  graves problemas de saúde para o dependente e para seus familiares.

Depressão

Generalidades
Depressão é uma palavra freqüentemente usada para descrever nossos sentimentos. Todos se sentem “para baixo” de vez em quando, ou de alto astral às vezes e tais sentimentos são normais. A depressão, enquanto evento psiquiátrico é algo bastante diferente: é uma doença como outra qualquer que exige tratamento. Muitas pessoas pensam estar ajudando um amigo deprimido ao incentivarem ou mesmo cobrarem tentativas de reagir, distrair-se, de se divertir para superar os sentimentos negativos. Os amigos que agem dessa forma fazem mais mal do que bem, são incompreensivos e talvez até egoístas. O amigo que realmente quer ajudar procura ouvir quem se sente deprimido e no máximo aconselhar ou procurar um profissional quando percebe que o amigo deprimido não está só triste.
Uma boa comparação que podemos fazer para esclarecer as diferenças conceituais entre a depressão psiquiátrica e a depressão normal seria comparar com a diferença que há entre clima e tempo. O clima de uma região ordena como ela prossegue ao longo do ano por anos a fio. O tempo é a pequena variação que ocorre para o clima da região em questão. O clima tropical exclui incidência de neve. O clima polar exclui dias propícios a banho de sol. Nos climas tropical e polar haverá dias mais quentes, mais frios, mais calmos ou com tempestades, mas tudo dentro de uma determinada faixa de variação. O clima é o estado de humor e o tempo as variações que existem dentro dessa faixa. O paciente deprimido terá dias melhores ou piores assim como o não deprimido. Ambos terão suas tormentas e dias ensolarados, mas as tormentas de um, não se comparam às tormentas do outro, nem os dias de sol de um, se comparam com os dias de sol do outro. Existem semelhanças, mas a manifestação final é muito diferente. Uma pessoa no clima tropical ao ver uma foto de um dia de sol no pólo sul tem a impressão de que estava quente e que até se poderia tirar a roupa para se bronzear. Este tipo de engano é o mesmo que uma pessoa comete ao comparar as suas fases de baixo astral com a depressão psiquiátrica de um amigo. Ninguém sabe o que um deprimido sente, só ele mesmo e talvez quem tenha passado por isso. Nem o psiquiatra sabe: ele reconhece os sintomas e sabe tratar, mas isso não faz com que ele conheça os sentimentos e o sofrimento do seu paciente.

Dependência Química

Consumo de álcool começa aos 11 anos

Pesquisa divulgada ontem revelou que 37% dos jovens em tratamento por uso abusivo de álcool no Centro de Referência em Álcool, Tabaco e Outras Drogas (Cratod) começaram a beber entre os 11 e 13 anos. E que metade dos 512 pacientes entre 12 e 17 anos atendidos lá têm pais ou parentes próximos com problemas relacionados ao consumo de álcool. O psicólogo Wagner Abril Souto, autor da pesquisa e coordenador do Programa de Adolescentes do Cratod, diz que, apesar de, na amostra, o número de meninos ser maior que o de meninas, não há diferença entre a quantidade de álcool consumida. Segundo ele, quanto mais cedo o contato com o álcool, maiores os problemas causados e maior a chance de dependência. “Jovens que bebem podem ter prejuízos na formação da personalidade.” O psicólogo explica um dos riscos: “O jovem pode usar o álcool para resolver problemas emocionais típicos da adolescência.” Outros problemas são: baixo rendimento escolar, maior suscetibilidade à transtornos psiquiátricos (como ansiedade e depressão) e, como revelou pesquisa da Universidade de Washington, nos EUA, maior dificuldade na tomada de decisões na vida adulta. Outro dado preocupante revelado pela pesquisa é a influência de parentes no consumo de álcool entre os mais novos. A presidente da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e Outras Drogas (Abead), Analice Gigliotti, explica que isso se dá de duas formas: hereditariedade e pelo exemplo dado em casa. A psiquiatra, que é coordenadora do Setor de Dependência Química do Serviço de Psiquiatria da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro, explica que a tolerância ao álcool pode passar de pais a filhos. “Isso pode passar hereditariamente”, diz. Ou por meio do comportamento. Ela cita a frase “dar o exemplo não é a melhor maneira de educar, é a única” para dar a dimensão do poder dos pais de influenciar os jovens. O outro problema apontado por ela é a facilidade com que um jovem tem contato com bebidas alcoólicas. “Nossa sociedade é muito permissiva.”

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