Um crime bárbaro

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Como se livrar de uma dívida? Para a maioria, pagando. Para alguns, simplesmente eliminando o credor. No início do século vinte, um homicídio (na verdade um duplo homicídio) deixou a população da pacata São Luís em alvoroço. O crime, relatado no livro “História do antigomobilismo em São Luís”, de Ramssés de Souza Silva, aconteceu no dia 10 de novembro de 1913, sendo a motivação absolutamente torpe.

Querendo livrar -se de uma dívida no Café São José (esquina da Rua Grande com a Rua do Passeio) o argentino Antônio Bazano e os espanhóis Antônio Lugo, Henrique Gomez e Manuel Sanchez tramaram a morte do seu proprietário, o português Tomaz de Aquino Silva.

Do planejamento para a execução, foi um pulo. Que, no entanto, deu errado. Por motivo de doença, naquele dia fatídico Tomaz não foi trabalhar, sendo substituído por seu irmão, José Diniz, que acabou sendo morto a facadas juntamente com Jorge Ribeiro, adolescente empregado no estabelecimento. Depois do bárbaro ataque, os assassinos envolveram as vítimas em um saco de estopa que foi abandonado no salão do estabelecimento e fugiram. Mas logo foram descobertos e presos.

Alguns criminosos foram extraditados para seus países. Já Antônio Bazano permaneceu preso no Brasil, para, depois de ser solto, levar uma vida pacata vivendo seus últimos dias na Rua Jacinto Maia, antes Rua da Cascata.

Os protagonistas do crime, que entrou para a crônica policial da cidade com o nome de Caso Bazano, vieram para São Luís contratados pelo francês Georges Guinard para trabalharem na primeira oficina mecânica da cidade, a Garage Franceza, que funcionou nos fundos do Seminário Santo Antônio.

1 comentário para "Um crime bárbaro"


  1. Paulo Henrique

    Sou doutorando em História pelo PPGHis-UFMA; pesquisador do Grupo de Pesquisa em Poderes e Instituições, Mundos do Trabalho e Ideias Políticas (POLIMT/PPGHis-UFMA); meu campo de pesquisa é História Social do Crime. Na minha tese pesquiso esse e outro crime. Gostaria de fazer algumas correções:

    1. Os assassinos eram 2 argentinos e 2 espanhóis.

    2. Segundo o inquérito a motivação foi o roubo (latrocínio), mas um dos acusados foi condenado como cúmplice, pois não estava junto com os demais no local e na hora do crime.

    3. O sr. Tomaz foi trabalhar no dia do crime, mas foi embora cedo porque sua cunhada (não ele) estava doente (chegando, inclusive, a falecer dias depois).

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