JOMAR MORAES, UM NOME

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José Ewerton Neto é membro da AML

A Academia Maranhense de Letras tomou a iniciativa de celebrar, com uma missa em sua sede, a passagem de um ano de falecimento do escritor, pesquisador e ensaísta,  Jomar Moraes , um intelectual cuja vivência foi dedicada em grande parte  essa instituição, a par de uma atividade febril e diversificada para composição de uma trajetória literária que serviu de referência e dinamizou a vida cultural do estado.

Assim como o escritor de romances  pode ser dividido ente o construtor de texto, de ideias e de enredos ou de personagens , como classificou em recente artigo o escritor Raimundo Carreiro, também se poderia dizer que, em termos do comportamento em relação ao ambiente cultural que o cerca,  o escritor pode agir de duas formas, conforme sua personalidade  e vocação. De um lado estão aqueles que objetivam e reverberam apenas sua produção, não se permitindo atuar como personagem de referência, fora dos limites de sua obra. Muitos chegam a ser arredios nesse propósito, sendo exemplos típicos J.D.Sallinger nos USA e Dalton Trevisan, no Brasil.

Há, no entanto,  aqueles que proliferam sua atuação e não  se completam apenas no mero exercício do ofício que escolheram. Fazendo uma analogia futebolística,  assim como existem jogadores que se comprazem na plenitude do gol, existem aqueles que se realizam em dar o passe – para que outros atinjam esse clímax. Certamente Jomar Moraes fez parte dessa segunda categoria, secundando a própria produção e abraçando a tarefa de propiciar esse deslumbre para outros. Esse aspecto generoso do seu caráter foi lembrado durante a missa realizada, tanto pelo capelão João Rezende como pelo intelectual Sebastião Moreira Duarte, em seu discurso,  nessa noite.

Evidentemente, não cabe aqui o detalhamento de sua obra tão  extensa e do conhecimento de todos. Daí porque o tom mais eloquente  da cerimônia foi a rememoração, justamente,  dos aspectos humanos de sua personalidade; um humor sutil por trás da postura combativa, seu exacerbado espírito crítico em relação à literatura que considerava de pouco valor, enfim, alguém cuja sinceridade intelectual não poupava nem a si mesmo e que atinge o seu ápice quando ele, ironicamente, ao responder a uma pergunta sobre onde poderia ser encontrado seu primeiro livro de poesias disse  “ Gostaria até de saber quem  tenha,  para dar fim aos dois, ao leitor e ao livro.”, o que provocou risos generalizados na plateia.

Tudo isso está registrado no documentário realizado pelo cineasta Joaquim Haickel, exibido após a missa. Aliás, essa série de  documentários, com  testemunhos valiosos sobre gente do calibre cultural de Jomar Moraes, Erasmo Dias e outros , a meu ver,  deveria ser exibido em todas as escolas públicas, com o objetivo de ampliar o horizonte intelectual e contribuir para a formação de nossa juventude.

Por fim, ao nome Jomar Moraes, que motivou esta crônica. Lamentável que este ainda não tenha sido escolhido para título de via ou edificação pública  relevante. Jomar Moraes, assim como Nauro Machado, José Chagas e Ferreira Gullar,  merecidamente já contemplados com a inserção na pedra da memória cultural maranhense, fez jus a também fazer parte dessa plêiade, por ter sido um intelectual de estirpe equivalente. A AML, através de sua diretoria já principiou diligências nesse sentido. Que os homens públicos atendam a esse reclame, e que se proceda então.

José Ewerton Neto é autor de O ABC bem humorado de São Luis

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O MAIS BELO VERSO?

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“Tu pisavas nos astros, distraída” da música  Chão de Estrelas, de Orestes Barbosa, foi considerado por Manuel Bandeira o mais bonito verso da língua portuguesa.

O fato de tê-lo escolhido não de um poema concebido inicialmente para ser apenas lido (como a maioria) sugere que a escolha de um verso bonito não é tão simples assim e demanda atenção, percepção e sensibilidades típicas de alguém do ramo, no caso um poeta da envergadura de Manuel Bandeira.

Talvez porque a captação da emoção propiciada pela beleza, tal como ocorre na atração física, envolva submeter-se inicialmente ao impacto do conjunto e, somente no instante seguinte, aos detalhes que suportam e evidenciam essa atração. No caso da atração física, a harmonia do conjunto é sucedida pelo êxtase concedido pela contemplação separada de olhos, boca, postura, etc. No caso da leitura a repetição raramente é feita fragmentando-se os elementos distintos que compõem a teia de sedução.

Por isso, ao indagar-se a alguém pelo poema mais bonito que leu muitos hão de se lembrar de seu favorito com alguma facilidade, enquanto que à indagação de seu verso favorito, poucos se arriscarão a uma resposta. Imagino que alguns poemas tornados clássicos, se destacariam na preferência coletiva, casos de A Canção do Exílio, de Gonçalves Dias, As Pombas, de Raimundo Correia, Soneto da Fidelidade de Vinícius de Moraes ou algum poema de Augusto dos Anjos. Outros menos votados somente surgiriam de uma leitura e preferência pessoal. No meu caso, entre os brasileiros prefiro A Mosca Azul de Machado de Assis, ainda que o escritor carioca seja mais conhecido como romancista do que como poeta. Mas, e o verso? Quantos se arriscariam a dizer?

Certamente não seria o “escarra nesta boca que te beija”, ainda que coexista muito à vontade no soneto popular e belíssimo de Augusto de Anjos. Uma nova leitura do poema Versos Íntimos, focada apenas neste verso, sobrepõe, porém, com nitidez o fato de que um poema bonito subsiste a não ter sequer um grande verso ou, até mesmo, versos bizarros como esse. Em a Canção do Exílio, até surpreendentemente, nenhum verso se distingue sozinho, compondo uma peça poética que, mesmo sem ser cantada produz acordes nostálgicos de alta vibração, com harmonia e ritmo tão apropriados à fala que poucas canções chegam perto. Assim como este não sente falta de um belo verso, versos muito bonitos podem sobreviver a poemas sofríveis.

Dito isso, alguém poderia ajudar-me a escolher o ‘meu’ Verso mais Bonito? Lembro,  de supetão, de algumas construções dos grandes de nossa terra que nos deixaram há pouco como “Palavra, escrevo-a nua: água”, de Nauro Machado ou “Um pássaro preso, mesmo cantando é mudo”, de José Chagas ou , de mais longe,  “Homem livre, hás de sempre estremecer o mar”, de Charles Baudelaire.

Como não fui capaz, porém,  de escolher um entre tantos , resta-me a opção de render-me ao talento do poeta pernambucano e concluir que sim, de fato, o verso escolhido por ele é o mais bonito.

 

 

Mesmo porque, se não for, ele ainda assim terá acertado, pois o verso mais belo será sempre aquele capaz de nos postar extasiados diante de sua sedução, enfim aquele capaz de nos fazer pisarmos nos astros, distraídos.

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José Ewerton Neto é autor de O entrevistador de lendas, sobre as mais belas lendas maranhenses

 

 

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PRESENTES PARA PAIS ESPECIAIS

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Todos os pais são especiais, certo? Mas existem aqueles que são mais especiais ainda. Claro que estamos nos referindo aos pais celebridades, aqueles que são sempre assunto do dia, enfim, aqueles que, de uma forma ou de outra, influenciam a vida que vivemos, para o bem ou para o mal.

Porém, já que a palavra “especial” estabelece uma distinção da qual eles nem sempre são merecedores,  não seria melhor chamá-los, ao invés, de pais excepcionais? Ora, deixa pra lá. O que importa é a curiosidade de sabermos o que podem fazer seus filhos para agradá-los, já que podem ganhar  tudo. Em primeira mão, conseguimos descobrir a motivação que moverá seus filhos no próximo domingo.

 

1.De Neymar para o seu pai.

Um vídeo (com cenas eróticas numa praia paradisíaca) de uma bela modelo russa, parecidíssima com a Bruna Marquezine.

 

 

Com os dizeres: “Pai, depois que a Marquezine me deixou ofereceram-me  esta, mas ultimamente ando preferindo me divertir com os parças. Sei que desde que o contratei como meu empresário, você tem grana pra comprar tudo que quiser,  mas,  como sei que você gosta da ‘coisa’ pensei nesta que é uma baita gata. Não se preocupe que não terei ciúmes. É quase uma Bruna Marquezine, mas não é.

P.S. A praia está no pacote. Pode encarar,  a mãe não vai saber”

 

2.Do filho de Michel Temer.

Um dispositivo anti-gravação. Com o oferecimento “Pai querido, comprei no Paraguai  mas funciona mesmo. Depois desse, você não precisará  temer (sem trocadilhos, paisão, kkkkk!) delator algum. O aparelho  confunde qualquer som e o torna inaudível. Aproveite. De qualquer forma, querido pai, acrescento que é  bom não facilitar com Sérgio Moro. Soube que enquanto você tava recebendo o Joesley no Palácio da Alvorada, o Sérgio foi recebido pela Gisele Bundchen na sua mansão de Boston. O homem é fera, pai. Não dê uma de principiante.

P.S. Não se esqueça de tentar botá-lo na cadeia, paisão. Afinal de contas, você tem a faca, o queijo e os ratos na mão. Você é o cara! .

 

3.Do filho de Geddel.

Uma tornozeleira especial. Com o oferecimento: “Foi  ideia da mamãe, querido papai, sempre preocupada com você. Isso para que você não fique constrangido quando tiver de usar uma comum. É de alta tecnologia, tem pulsações para descanso muscular, pode servir para jogos eletrônicos com os pés, enfim muitas atividades. Se apertar no botãozinho interno toca até música. Um show! Enfim, muito digna do grande pai que você é e de tudo que você arriscou pela gente.

 

4.Do filho de Nestor Cerveró. 

 

 

Uma coleção completa de revista Playboy, conservadíssimas, em embalagem de luxo. Com os dizeres: “Pai. Depois que eu li a entrevista do Alberto Youssef (seu parceiro de cela),  à revista Veja, dizendo que você fazia coisas estranhas na cama da cadeia, debaixo dos lençóis, matei a charada e saí atrás dessas edições exclusivas. Sei que tem coisa mais moderna por aí, mas acho que tecnologia não é do seu agrado,  tanto assim que até hoje você se vira na base da gloriosa. Com esse material você vai se divertir muito debaixo dos lençóis. Preste atenção na de Juliana Paes quando tinha só 25.

P.S. Pode ficar tranquilo, mamãe até riu quando soube do presente. Ela até me disse (cá pra nós) que prefere que você continue praticando assim quando voltar, do que ficar de novo com aquele olho de zumbi, copulando em cima dela. Kkk. Beijo Paisão.  Te amo!

 

Jose Ewerton Neto é autor de O ABC bem humorado de São Luis

 

 

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CONSERVE SEU ESPERMA

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artigo publicado no jornal o estado do Maranhão

Conserve seu esperma  ou aproveite melhor seu esperma? Essa questão começou  a se tornar recentemente cruciante ao se constatar que o ser humano pode ser extinto se a quantidade de espermatozoides no esperma dos homens  continuar a cair no ritmo atual, segundo um estudo liderado por um pesquisador da Universidade Hebraica de Jerusalém.

Um grupo de sete especialistas de diversas universidades, ao redor do mundo, se uniu para analisar os resultados de 185 estudos diferentes da América do Norte, Europa, Austrália e Nova Zelândia. Eles concluíram que a contagem de espermatozoides entre homens dessas regiões caiu pela metade nos últimos 40 anos. O estudo também aponta que a taxa de declínio continua alta e pode possivelmente estar aumentando.

De uma forma ou de outra, as mulheres, sempre perspicazes, talvez se tenham dado  conta disso . A atriz Karina Bacchi anunciou recentemente, na mídia, a sua produção independente de filhos, preferindo uma inseminação à companhia masculina, tradicionalmente usada para isso. Como se dissesse nas entrelinhas: “Homem não compensa e, além disso, apenas me antecipo a uma tendência universal.”  Da mesma forma,  outra beleza global, Bruna Linzmeyer, declarou há poucos dias que a humanidade sempre foi gay (?)  como se  insinuasse: “ Se os chimpanzés  já eram gays há quatro milhões de anos com esperma pra dar e vender,  imagine seus descendentes, com a coisa tá indo pro beleléu”.

Confiança no esperma masculino ou não, o fato é que as mulheres estão useiras e vezeiras em reclamar de que não se fazem mais homens como antigamente.

Pois foi pensando em tudo isso que a comunidade científica compartilhou com a ONU uma Cartilha de Prevenção de Esperma, para ser distribuída em breve.   Eis o resumo  que conseguimos obter:

1.Mantenha seu estoque. Jamais se considere uma máquina de produzir esperma assim como há políticos que se  consideram máquinas de abocanhar propinas. Nada de desperdiça-lo com mulheres ocasionais, ou imitações. Se puder, evite a masturbação. Embora esta tenha ,segundo Woody Allen, a grande vantagem de leva-lo a transar  com as mulheres que mais deseja, nada se compara à satisfação de poder negá-lo a uma dessas mulheres.  Já experimentou? Fabrique uma fantasia dessas e economize. O resultado poderá ser compensador.

2.Faça depósitos regulares.  Nada mais preventivo que começar a deixar,  nos bancos de esperma, alguma das sementinhas que você ainda é capaz de produzir. Tendo esse cuidado isso será garantia de que sua linhagem  não se extinguirá. Daqui a algumas centenas de anos, quando a escassez for maior,  quem sabe uma princesa ou presidenta (presidenta? Deus o livre!) queira se apropriar  justamente do seu esperma. E seu filho será feliz por você.

 

 

  1. Use-o com eficácia. Saiba muito bem para onde seu precioso (agora) esperma está indo. Espermas depositados em locais para onde não deveriam ter ido sempre foram uma dor de cabeça ao longo dos anos, quanto mais agora!  Tenha especial cuidado com o trânsito a ser percorrido por aquele ‘um entre um milhão’ que vai virar um ser vivo. Se suspeitar de trânsito congestionado por excesso de uso ou de procura, resguarde-o para o futuro. Alguém precisará dele.

José Ewerton Neto é autor

de O ABC bem humorado de São Luis

 

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