A prevenção é a melhor arma contra o suicídio

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Pesquisa do núcleo de epidemiologia psiquiátrica da Universidade de São Paulo (USP) concluiu que 9,5% da população urbana brasileira já tiveram pensamentos suicidas e 3,1% tentaram tirar a própria vida. O resultado deste trabalho foi apresentado às vésperas do Dia Mundial de Prevenção do Suicídio, comemorado dia 10 de setembro em todo mundo. A intenção, ao se comemorar este dia, é justamente chamar a atenção do mundo para um dos temas mais importantes em psiquiatria, saúde mental e em saúde pública e que precisa ser melhor tratado para evitar que milhares de pessoas no mundo percam suas vidas.

O impacto afetivo, econômico e social do suicídio, como um fenômeno humano é gigantesco e sempre despertou muito interesse na esfera científica, para se conhecer suas bases fisiopatológicas e psicopatológicas, pois apesar de já se ter grandes conhecimentos sobre o assunto, ainda precisamos avançar muito para se ter uma compreensão fenomenológica e clínica, mais consistente.

Na data de sua comemoração foram desenvolvidas inúmeras atividade pelo Brasil afora com o mesmo objetivo, chamar a atenção da população brasileira para um dos mais importantes problema da saúde pública do mudo e deste país. O Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul são os dois estados que permanecem com os maiores índices de suicídio entre os demais estados brasileiros.

Ainda sobre o Brasil, estima-se que ocorram 24 suicídios por dia, e a quantidade de tentativas é de dez a 20 vezes mais alta que a de mortes. Entre os jovens, a taxa multiplicou-se por dez de 1980 a 2000: de 0,4 para 4%. De tal forma que nos últimos 45 anos o número de suicídios cresceu 60%, de acordo com a OMS.

A OMS estima que, de 2002 a 2020, o aumento será de 74%, chegando a um suicídio a cada 20 segundos, hoje, a taxa é de um a cada 40 segundos. E, o que se sabe o que há de mais concreto é a associação de suicídio com transtornos mentais, principalmente a depressão. O Brasil é o país com a menor taxa de suicido no mundo, variando entre 3,9 a 4,5/100 mil habitantes. Mas, como somos um país de dimensões continentais e um dos mais populosos, estamos entre os 10 países com maior número absoluto de suicídio. O que mais nos comove é que esta taxa cresce entre os adolescentes, uma das mais importantes fases do nosso desenvolvimento pessoal e social.

Entre nós existe o Centro de Valorização da Vida – CVV, uma das mais respeitadas e importantes instituições que tata deste tema e nos informa que de 2005 a 2009, foram atendidas mais de um milhão de pessoas que apresentavam ideias sobre o assunto. O Ministério da Saúde (MS) trata o suicídio como um problema de saúde pública e recentemente reconheceu o CVV como a única entidade do terceiro setor, no Brasil, que faz o trabalho de prevenção de suicídio e valorização da vida. Isso demonstra a validade do trabalho da entidade, durante os mais de 48 anos de atuação, e aumenta a sua credibilidade junto ao público.

Este Centro de Valorização da Vida completou 50 anos, no ano passado, conta com aproximadamente 2.000 voluntários em 39 postos distribuídos pelo Brasil, e oferece apoio emocional 24h por dia através do telefone número 141. O apoio pode ser feito pessoalmente, por telefone, carta, e-mail e via internet, no portal www.cvv.org.br.

Um assunto que cada vez mais desperta interesse entre os investigadores é a relação entre suicídio e outras doenças mentais, isto é, o suicídio não tem vida própria, ocorre sempre secundariamente à existência de outra condição psicopatológica, entre estas a depressão responde por mais de 60% destas ocorrências.

O uso de álcool e de outras drogas especialmente os dependentes destas substâncias são também pessoas muito vulneráveis a cometerem suicídio. O próprio uso desregrado e disfuncional dessas drogas já pode ser considerado formas veladas de se auto – destruir.

Como sintoma, o suicídio pode ser prevenido como qualquer outro sintoma. Particularmente na depressão na maioria das vezes isto ocorre quando as pessoas estão se recuperando de episódio depressivo e nunca ou quase nunca no franco processo depressivo. De qualquer forma é um assunto que deve ser tratado na vigência de um tratamento por depressão.

 

 

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