O Trânsito, a saúde e o comportamento II.

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Uma das questões que permanece na pauta do dia, é o da mobilidade urbana entendida como um conjunto de políticas de transporte e circulação entre as pessoas no espaço urbano, sobretudo através dos modos de transporte coletivo e não motorizados de maneira efetiva visando garantir o bem estar de todos. É um tema que nos leva repensar questões da inclusão social, sendo o trânsito nas gandes cidades, um dos temas que mais se destaca.

Tenho viajado com razoável frequencia e aonde chego uma das perguntas que sempre faço é: como está o trânsito em sua cidade? A resposta é sempre a mesma: “tá um caos, e em determinadas horas de pique a situação é bem pior”. As pessoas respondem indignadas, aborrecidas e inconformadas.

Ocorre que apesar deste assunto ser reconhecidamente importante em políticas públicas e que se transformou em mais um apelo de campanha políticas para eleções de candidatos, observa-se que as soluções que são oferecidas para se resolver tais problemas quase sempre são ineficases e sem resolutividade, não havendo qualquer indicador que sinalize para soluções de curto, médio e em longo prazo quanto a esses problemas de trânsito, tanto no país quanto em nossa cidade, levando-nos a crer que terempos que conviver com isso por muitos anos.

Já afirmei isso algumas vezes que cconsidero esse tema como de primeira ordem, pois afeta diretamente a saúde, a segurança e o bem estar das pessoas. E, que para se oferecer soluções efetivas e duradouras para os problemas que aí se encontram, teremos que considerá-lo como um epifenômeno, onde fatores como, ausência de uma malha viária moderna que garanta maior trafegabilidade, veículos velhos e sucateados transitando nas ruas, engenharia de trânsito deficitária, aumento descontrolado do número de veículos, falta de investimentos na área de educação para o trânsito nas escolas, fiscalização precária das leis do trânsito, calçadas mal projetadas e principalmente um trânsito voltado mais para veículos que para os pedestres estão presente em sua expressão.

O impacto que um trânsito caótico provoca nas pessoas e na vida social é tão grande que poderíamos considera-lo prioritariamente como sendo de saúde pública e não somente de segurança como muitos o consideram, pois o mesmo está relacionado a uma variedade enorme de agravos e sofrimentos à vida de muita gente provocados pelos acidentes,  invalidezes, danos materiais , mortes prematuras, prejuízos financeiros, altos índices de violência, estresse, depressões graves, entre outros transtornos.

Vejam por exemplo que só em nosso país 45 mil pessoas morrem atropelas por um motorista dirigindo embriagado e 75 mil, em outros acidentes. O sofrimento que isso ocasiona nas famílias, amigos, e outros parentes é enorme. As perdas econômicas avaliadas giram em torno de R$ 28 bilhões de reais por essas ocorrências. Sem contar o fato de os veículos de transportes terrestres, principalmente os carros de passeio (mais de 80%), jogam na atmosfera quantidade superior a 27,5 milhões de toneladas de resíduos poluentes, conforme dados de 2007. São prejuízos de tosos os lados.

Os transtornos mentais do tipo estress, estress – pós-traumático transtorno do sono, irritabilidade, comportamento agressivo, distúrbios psicossomáticos, impaciência alterações da atenção e da memória, e comportamento além de muitos outros distúrbios emocionais e sociais são queixas muito comuns especialmente em populações que trabalham e/ou vivem no trânsito. Outro grave problema de saúde relacionado ao trânsito é o uso de álcool e outras drogas entre motoristas que trafegam em nossas ruas e estradas. 75 mil, nos acidentes. Estes índices provavelmente aumentarão nos próximos anos se não forem tomadas decisões mais rigorosas nesta área.

O importante, portanto, que os gestores públicos entendam de uma vez por todas que trânsito não é somente garantir trafegabilidade de veículos é também e principalmente, garantir a saúde e o bem estar da população em um transito seguro e humanizado que respeite e valorize a vida e que possa produzir prazer e não tristeza e sofrimento nas pessoas que dele fazem parte.

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