O consumo de álcool e outras drogas na gravidez

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O impacto do uso de drogas na gestação é surpreendente e cada vez mais se acumulam conhecimentos médicos e psicossociais que demonstram as graves consequências para o bebê, em diferentes momentos gestacionais. A vida intrauterina é crucial para definição de tudo que pode vir a acontecer na vida de uma pessoa, de tal forma que esse período deveria ser experimentado de forma absolutamente saudável para garantir o futuro da criança.

Em nosso país existem poucos estudos epidemiológicos correlacionando gestação com consumo de drogas, além de haver pouca modificação no comportamento das gestantes em relação ao uso de drogas, tanto no Brasil quanto em outros países, especialmente quanto ao álcool. No Brasil pesquisas demonstram que, nos últimos dez anos, as mulheres estão bebendo cada vez mais.

Abaixo as principais consequência do consumo de algumas das drogas em mulheres grávidas:

Álcool

Não há uma quantidade considerada “segura” para grávidas consumirem álcool. A abstinência nessa situação é considerada a melhor atitude, pois o etanol atravessa facilmente a barreira hematoplacentária e pode determinar efeitos teratogênicos no feto. A Síndrome Alcoólico Fetal – SAF é a principal consequência do uso de álcool nesse período e se caracterizada por retardo do crescimento intra-uterino, déficit mental, alterações músculo-esqueléticas, geniturinárias e cardíacas. As alterações neurológicas determinadas pelo etanol incluem alterações na mielinização e hipoplasia do nervo óptico. A família terá que conduzir esse problema pela vida toda, pois são poucos os recursos médicos e psiquiátricos para se tratar  o problema.

Cocaína

A prevalência do uso da cocaína e seus derivados, crack, merla e oxi, tem aumentado dramaticamente na população gestante nas últimas décadas. Estima-se que até 10% das mulheres norte-americanas tenham utilizado cocaína durante a gravidez, tendo ocorrido parto pré-termo ou descolamento prematuro de placenta na maioria dessas pacientes, além de outras complicações, tanto maternas quanto perinatais.

A cocaína provoca doença hipertensiva gestacional e suas complicações também são dramáticas para o feto, pois entre outras coisas provocará exacerbação do sistema simpático, provocando hipertensão, taquicardia, arritmias e até falência miocárdica e morte. Essa substância atravessa rapidamente a barreira placentária sem sofrer metabolização, agindo diretamente nos vasos dos fetos determinando vasoconstrição, além de malformações urogenitais, cardiovasculares e do sistema nervoso central. Além disso, como o fluxo sanguíneo uterino não é auto-regulado, a sua diminuição provoca insuficiência útero-placentária e baixa oxigenação sanguinea.

Maconha

Provavelmente seja a droga ilícita mais frequentemente utilizada na gestação, com incidência variando entre 10% e 27%. Os efeitos psicoativos, especialmente alucinógenos são decorrentes do princípio ativo delta-9-tetra-hydrocannabinol (THC), que facilmente atravessa a barreira placentária. A maconha, diminui a perfusão útero-placentária e prejudica o crescimento fetal. O uso de maconha levaria ao retardo da maturação do sistema nervoso fetal, além do aumento dos níveis plasmáticos de noradrenalina ao nascimento, o que provocaria distúrbios neurológicos, psiquiátricos e comportamentais precoces.

Nas mãe a maconha determina descarga de adrenalina, com taquicardia, congestão conjuntival e ansiedade, enquanto que o uso crônico pode provocar letargia, irritabilidade, além de alterações no sistema respiratório, como bronquite crônica e infecções de repetição.

Tabaco

O monóxido de carbono e a nicotina, e muitas outras substâncias que compõem o tabaco passam também facilmente pela placenta. 
O monóxido de carbono apresenta uma alta afinidade pela hemoglobina do feto, impedindo que esta se ligue ao oxigênio, favorecendo a falta de oxigênio fetal. A nicotina determina vasoconstrição e o aumento da resistência vascular. Além disso, a placenta de mães tabagistas apresenta características sugestivas de diminuição do fluxo de sangue, e, como consequência, há uma maior incidência de retardo do crescimento intra-uterino, descolamento prematuro de placenta e rotura prematura das membranas ovulares.

Fumar no puerpério (após parto) também é prejudicial ao bebê, pois os produtos do tabaco passam pelo leite da mãe, além de ocorrer diminuição de sua produção. Apesar disso, somente 20% das gestantes que fumam interrompem o tabagismo durante a gravidez.

 

 

 

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