Bullying e Ciberbullying

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              Iniciaremos, tratando da humilhação. Ser humilhado, é certamente, uma das piores experiências que alguém pode passar na vida. É uma ocasião de muita dor, revolta e sofrimento. Dependendo do grau da humilhação, porque elas passam pode marcá-las para sempre e essas lembranças permanecerão incólume a vida toda, não se esquecendo jamais desse fato.

                 A humilhação é uma experiência emocional negativa, traumática que pode ser descrita situações onde a pessoa humilhada apresenta sensações desagradáveis de ser rebaixado, envergonhada ou desrespeitada por outra pessoa ou por grupos de outras pessoas. A humilhação pode ser causada por diversas situações, como ser exposto a uma falha em público, ser insultado ou ridicularizado, ser vítima de bullying ou discriminação, entre outras.

                Humilhar é o também um ato de fazer alguém se sentir inferior ou inadequado em uma situação social. É um comportamento intimidatório e desrespeitoso que pode levar à perda de autoestima e autoconfiança. A humilhação pode ser feita através de palavras depreciativas, críticas injustas, gestos agressivos ou através do isolamento social. Infelizmente, a humilhação pode ocorrer em vários ambientes, como em casa, no trabalho, na escola, entre outros. É importante lembrar que a humilhação é um comportamento inaceitável e que todas as pessoas merecem ser tratadas com respeito e dignidade. Caso você esteja sendo humilhado, procure ajuda de amigos ou profissionais capacitados para lidar com a situação.

              A humilhação pode causar uma série de emoções negativas, como raiva, frustração, ansiedade e vergonha. Ela pode afetar a autoestima e a autoconfiança de uma pessoa, bem como suas relações sociais e profissionais. A humilhação pode ser uma experiência muito dolorosa e é importante que as pessoas aprendam a reconhecer e lidar com ela de forma saudável.

              Humilhar, é tornar alguém desacreditado, mal afamado; é vexar-se, rebaixar-se. É uma espécie de menosprezo a; tratar com desdém a, é desprezar. Ou ainda, tornar alguém, algo ou a si mesmo, sujeito a; submeter-se, sujeitar-se. Se origina do latim, humilĭo,as, āvi, ātum, āre, abaixar, abater, humilhar. Humilhar é uma condição de mão dupla, a pessoa tanto pode humilhar a alguém quanto pode ser humilhado, nas mesmas ou diferentes ocasiões que o fato ocorra.

            Humilhar e passar vexame que são coisas similares. Outros sinônimos como: espezinhar, rebaixar, achincalhar, ridicularizar, desonrar, diminuir, acabrunhar, ultrajar, são também sinônimo de humilhação bastante aplicados na linguagem coloquial. Vexar vem do latim vexare, é o mesmo que afligir, atormentar, maltratar alguém, causar vergonha a si mesmo ou a outrem.  Enfim todas essas designações servem para revelar a humilhação.

            Em meados da década de 70, quando os educadores do leste europeu notaram que vinha ocorrendo um grande aumento de violência entre os alunos nas escolas desses países, professores estudiosos da área, passaram a se interessar por esse assunto e a desenvolverem estudos de forma mais científica para compreenderem melhor esses fatos. 

           Foi o professor e pesquisador norueguês Dan Olweus quem primeiramente relacionou a palavra Bullying a esse fenômeno de comportamento de violência escolar. E, nesses casos, não se trata, somente, de violência física, embora essas possa estar presente, mais também violência moral, psicológica, social ou de qualquer outro tipo, envolvendo alunos das escolas. 

            Na década de 90, vários países como Espanha, Canadá, Portugal, Inglaterra e Noruega se tornaram os pioneiros, em estudos sobre o bullying, estudos esses considerados fundamentais pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Como resultado, criaram campanhas Antibullying por todo o mundo, tendo resultados positivos. No Brasil só em 2004 que o tema se tornou mais conhecido, devido aos inúmeros casos que vinham ocorrendo nas escolas.

         Bully, é um termo inglês e que significa, valentão(ona), tirano, sendo, frequentemente, usado para descrever um tipo de assédio interpretado por alguém que está de alguma maneira, em condições de exercer o seu poder sobre outro ou sobre um grupo mais fraco. É o mais forte contra o mais fraco. É uma situação que se distingue por agressões verbais ou físicas, feitas de maneira repetitiva e intencional. Ocorrem sem motivação evidente e são exercidas por uma ou mais pessoas contra um ou mais colegas.

          No ambiente escolar, onde mais, frequentemente, ocorre esse fenômeno se revelam quase sempre através de brincadeiras, em geral de mal gosto, praticados por estudantes. Pode surgir através de risadas ofensivas e discriminatórias, de empurrões ou agressões físicas, dos maiores contra os menores, fofocas ou comentários desairosos que ofendem ou denigrem a imagem ou conceitos sobre as pessoas, apelidos agressivos, etc.  

           O objetivo dos que praticam bullyies é sempre a de amedrontar ou agredir o outro. Supostamente, a vítima não teria a possibilidade ou a capacidade de reagir a altura ou de se defender, por ser considerado mais fraco, frágil ou covarde. Nesses casos há uma relação de desigualdade de força, profunda. Portanto, esses comportamentos, estão muito longe de serem encarados como comportamento normal, inofensivo ou como uma brincadeira de crianças. Há, sim maldade, violência, opressão e profunda humilhação inominável presentes nessas atitudes.

          Nos últimos anos, mais precisamente com o desenvolvimento da era tecnológica e das tecnologias sociais gerou-se um outro fenômeno dentro do espectro do bullying e que ocorre virtualmente, designado de Cyberbullying. Esse acontece na perspectiva do ambiente virtual, e não presencial como acontece com o bullying. Nesse caso as pessoas envolvidas não se veem umas às outras, a não ser de forma virtual. Passando, por isso mesmo, a ser mais um agravante para o problema, já que o anonimato dessas pessoas que se comunicam, permite o aumento de atitudes cruéis, como comentários e ameaça e ofensas e de tudo mais que possa humilhar as outras pessoas, tornando tais efeitos muitas vezes mais graves. 

          Para muitos, o Cyberbullying é o Bullying da era digital, onde as modernas tecnologias da informação e da comunicação, se destacam. Essas tecnologias vieram para ficar e a cada dia ampliam seu alcance e seu papel na vida de cada um, por isso mesmo deram novas versões a esse tipo de problema. E-mails ameaçadores, difamação em redes sociais, mensagens que denigrem as pessoas, comentários inverídicos, fake news, postados em sites de relacionamento, blogs e nas chamadas redes sociais, através de fotos e textos constrangedores, são em geral as formas mais comuns de se praticar o Cyberbullying.

              Do ponto de vista psiquiátrico e psicodinâmico, as sucessivas ocorrências de humilhação vivida por alguém podem ser responsáveis por enormes prejuízos, emocionais, sociais e psiquiátricos de todos os tipos. O isolamento social é uma das principais consequências da humilhação, sobretudo se for por assédio (sexual, moral), devido ao enorme constrangimento vivido pela vítima. É uma sensação muito ruim, carregada de dor e sofrimento, e muito prejudicial à saúde mental dessa pessoa. Se a humilhação ocorre no ambiente de trabalho a pessoa pode passar a ter ideia fixa, obsessiva de ser demitida, de perder o emprego, de ser taxada de negligente, irresponsável incompetente etc. 

          Quadros graves de depressão, transtornos desadaptativos que podem suceder a uma humilhação, pode sobrevir também ideação suicida e até o suicida propriamente dito. 

          Além da depressão e outros transtornos psicológicos e emocionais, a pratica da humilhação, por qualquer motivo, pode provocar também outros transtornos de ansiedade como síndrome do pânico, stress pós-traumático, Síndrome de Burnout (a doença do esgotamento profissional), reações psicóticas, comportamentos ansiosos-depressivos, fobias e gerar quadros graves de desadaptações psicossociais. 

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