A arrogância, um veneno da alma

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           Nos bate-papos, nas rodas de conversas, em conversas fortuitas quase sempre, se ouve alguém comentar: “fulano é esnobe, pedante ou ainda: fulano é presunçoso, pretencioso, convencido e insolente, para em seguida, explicam porque pensam assim daquela pessoa. Todos esses adjetivos, são sinônimos de arrogância, um dos traços humanos, mais rechaçados e incomodante que alguém pode ter. Humildade, oposto da arrogância é o que não existe nessas pessoas, embora possam simular que a tenham tal virtude.

          Para Johann Wolfgang von Goethe (1749 – 1832) escritor, cientista e filósofo alemão, dizia: Muitos são orgulhosos por causa daquilo que sabem; face ao que não sabem, são arrogantes.

           Para Charles Darwin (1809-1882), naturalista inglês, o pai da “Teoria da Evolução das Espécies”, dizia: O homem, em sua arrogância, pensa de si mesmo como uma grande obra, merecedora da intervenção de uma divindade. Em distintas épocas, pensadores, cientistas e filósofos ao se debruçarem conhecerem melhor esse sentimento de arrogância e manifestavam seus conceitos quase sempre na mesma direção, destacando a arrogância como algo relativa à soberba e a prepotência.

            O arrogante, expressa uma característica marcantes em seu comportamento que que é o culto da superioridade. A rigor, são personalidades prepotentes, convencidas e vaidosas que se sentem melhores em tudo que fazem. À rigor são expertos, hábeis, sedutores e enganadores e isso os fazem sentirem-se melhores em tudo que fazem.

          De modo geral, são soberbos, presunçosos e vaidosos, por isso mesmo, socialmente, acabam tendo má reputação. Essas pessoas, quase sempre se sentem no domínio de tudo e de todos, sendo a presunção, nesses casos, também uma marca forte em seu caráter. Se vangloriam e destacam suas qualidades. São insolentes e desprezam, ostensivamente, opiniões e pontos de vista, contrários aos seus.

           No desenvolvimento emocional e cognitivo, dos arrogantes, há fatos que os tornam gulosos, fominhas e insaciáveis. Querem tudo para si, controlam tudo e comandam tudo. Do ponto de vista do seu crescimento emocional são “crianças grandes, ou adultos que não cresceram, são carentes de si mesmos”. Apresentam, uma necessidade incomum dese sentirem paparicados, bajulados, elogiados e, nessas condições exibem seus dotes e habilidades, presumivelmente, melhores que as dos outros, sobre os quais se se sentem superiores. Sua autoimagem e opiniões que tem sobre si mesmo, são excessivamente boas, e se sentem muito bem com quem as reconheçam.

           Esses traços, descritos acima, já são vistos desde cedo, na infância e prosseguem na adolescência, na vida adulta e daí por diante. Essas características se incorporam em seu ego e se consolidam como algo próprio, levando-os a serem identificados como tal, no convivo social ou familiar. “Fulano, sempre foi assim, desde criança”.

         Os arrogantes, por suas crenças de superioridades, apresentam diferentes graus de dificuldades em seus relacionamentos. Essas dificuldades se revelam de forma notória, quando alguém ameaça a sua supremacia, tornando-os enfurecidos. Essas dificuldades, impõe aos mesmos, preferências nos relacionamentos ou amizades com pessoas com as quais possam empreender seu domínio. A arrogância está no “endos” dessas pessoas e se revelam nas circunstâncias. Esses, quase sempre, buscam posições de mando, ou de liderança, para se firmarem como tal.

          Gostam de ser elogiados, embora digam que não. Suas opiniões deverão sempre prevalecer e serem aceitas e seguidas e não podem ser desprezadas e/ou desconsideradas, pois entendem isso como uma ousadia, desrespeito e desacato a si mesmo.

          Os arrogantes, são ávidos por poder. Essas posições reforçam seu ego inflado e hipertrófico. Essas figuras, ao exercerem funções importantes em qualquer área que atuam, querem mandar. Quando confrontado, (o que é sempre muito difícil pois não deixam que isso ocorra) ou mesmo, diante de outra ameaças se desesperam, se irritam e se desestabilizam, tornando-se agressivos e furiosos como uma criança que perdeu a chupeta.

                 Sua autoestima é sempre elevada, sobretudo, pela vaidade. São eloquentes, pensam rápido e tem resposta para tudo, e se sentem cheio de razão no que fazem. São carentes de si mesmos e extremamente inseguros. Em geral. São inteligentes e percebem as coisas com muita facilidade. A maior dificuldade dessas pessoas é lidar com seu ego frágil e inflado e, às vezes, para compensar essa limitação, costumam, tomar como verdade, uma suposição, algo que ainda não foi confirmado ou comprovado, mas que para esses, não é considerado especulação.

               Do ponto de vista psicopatológico, há relatos de comportamentos arrogantes em alguns grupos de pessoas portadores de Transtornos de Personalidades do tipo Narcísista, um dos 10 tipos referenciados na Classificação Internacional das doenças – CID-10. Nesses, a arrogância, é um traço predominantes em sua personalidade, que está presente com diferentes níveis de intensidade. Em personalidades histriônicas, infantis e portadores de Transtornos de Humor (hipomania e mania franca), é comum observarmos, na vigência desses transtornos, comportamentos arrogantes.

       Por último, cito um relato de um colega, Psiquiatra de Dr. Régis Eric Maia Barros, Mestre e Doutor em Saúde Mental pela FMRP – USP, que em uma de suas publicações, relata a definição que um de seus pacientes dissera, sobre os arrogantes: segundo ele “o arrogante é um pobre que se vê rico, um fraco que precisa se vê forte, um ignorante que se acha culto e um ser que não se admira e que precisa forçar a admiração dos outros”.

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