A inveja e a saúde mental

         O termo inveja provém do latim e significa invidia, “olhar torto, lançar mau-olhado sobre”, de IN, “em”, mais VIDERE, “olhar”. Segundo Aurélio, trata-se de um “desgosto” profundo ou pesar pelo bem ou pela felicidade de outrem. É um estado de espírito, um sentimento permanente e contínuo de desejar, ou mesmo ser o que é o outro. Expressa-se nas relações humanas e sempre foi objeto de interesses de filósofos, escritores e estudiosos do comportamento humano. Embora ainda pouco conhecida em suas origens e em suas bases neurocientíficas e comportamentais, a inveja precisa ser mais estudada  para se ajudar milhões de pessoas que padecem dela no mundo.

          Essencialmente, trata-se de um sentimento de cobiça, desejo irrefreável à vista da felicidade, da superioridade ou de qualquer outro valor do outrem. A inveja, como nos diz Aurélio, traduz “um desejo violento de possuir o bem alheio” e provoca nas pessoas uma tristeza profunda ou desgosto inexplicável proveniente da prosperidade ou fortuna alheia. Isto é, desenvolvem um desejo excessivo de possuir exclusivamente o bem de outrem.

          Portanto, uma das bases vivenciais da inveja é o desejo violento de possuir o que é do outro ou sê-lo. Esse desejo, às vezes mórbido, está carregado de muito ódio e fúria, por isso mesmo procura atingir o outro para se empossar daquilo que é o objeto da inveja.

          Para a Igreja Católica inveja é um dos sete pecados capitais, além da soberba, orgulho, luxúria, gula, preguiça, avareza. No cristianismo, inveja é sinônimo de ganância, ou seja, é a vontade exagerada de possuir qualquer coisa. É um desejo descontrolado, uma cobiça de bens materiais e dinheiro. Para a Igreja, a inveja é considerada pecado, porque o invejoso “ignora suas próprias bênçãos e prioriza o status de outra pessoa no lugar do próprio crescimento espiritual. É o desejo exagerado por posses, status, habilidades e tudo que outra pessoa tem e consegue. O invejoso ignora tudo o que é e possui para cobiçar o que é do próximo”.

          Do ponto de vista da saúde mental, considera-se a inveja como um fenômeno disfuncional que ocorre nos indivíduos e se expressa nas relações humanas, especialmente quando essa vivência provoca rupturas nas relações sociais, dor e sofrimento. De tal forma que, desejar ou aspirar ao que os outros têm ou são e querer esses valores é algo normal e natural que pode até favorecer o crescimento do indivíduo. Todavia, quando esse comportamento é proeminente, se torna uma característica marcante da personalidade, ao ponto de interferir negativamente nas relações sociais, gerando dor e sofrimento, estamos diante de problema psicopatológico grave. Sob o aspecto psiquiátrico, invejar é uma condição que surge e se desenvolve ao longo do desenvolvimento da personalidade, aparece precocemente na infância e se desenvolve de forma progressiva ao longo do tempo. Como todos os transtornos psiquiátricos esse também apresenta gradações em seu curso e expressão, variando seus níveis de gravidade.

          Desses transtornos, os que mais apresentam esse problema é o Transtorno de Personalidade tipo Boderline, que tem como principais características clínicas: baixa auto-estima pessoal, carência de si mesmo e dos outros, desconfiança, auto-imagem ruim. Em geral, são pessoas muito inseguras e imaturas, que levam a vida e seus compromissos com muita dificuldade. Apresentam-se frequentemente irritáveis, explosivos, com oscilações frequentes do humor, impacientes e agressivos.

          Portanto não devemos repudiar ou excluí-los e sim ajudá-los a superarem seus problemas. O tratamento médico e a psicoterapia cognitivo-comportamental são boas ferramentas terapêuticas de ajuda. Outros fatores especialmente de ordem psicológicas e sociais que colaboram muito para o surgimento e desenvolvimento da inveja, porém em todos os casos o aconselhável é tratar e orientar bem essas pessoas para que desfrutem de sua saúde mental.

 

Saúde Mental e Uso de Cocaína e Crack

Saúde Mental e Uso de Cocaína e Crack

 

Estima-se que, no mundo, 13,3 milhões de pessoas, 0,3% da população acima de 15 anos, consumam regularmente cocaína. Pesquisa realizada pela Organização das Nações Unidas – ONU revelou que o consumo de cocaína entre os nove países da América do Sul foi descrito como “estável”, porém, em nosso país, houve aumento do consumo de 1%, em 2001, para 2,6%, em 2005, pela população entre 15 e 64 anos.

Esta semana a Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP revelou o resultado de um estudo inédito em nosso país sobre o consumo de cocaína e crack na população brasileira e, sem causar grandes surpresas, aponta o Brasil como o maior consumidor de mundial crack.

É do domínio público que parte desses problemas são explicados pelo fato dessa substância chegar muito rapidamente ao cérebro e de ser uma droga com grande potencial de causar dependência, sendo certo que uma pessoa que experimenta a cocaína ou o crack não pode prever ou controlar a extensão de seu uso, daí que se recomenda sequer iniciar o consumo.

Os dados da pesquisa mostraram que quase 6 milhões de brasileiros, o que corresponde a 4% da população adulta, já experimentaram alguma apresentação de cocaína (merla, crack ou oxi ) na vida e 3% deste consumo se deu entre adolescentes, perfazendo um total de 442 mil jovens. No último ano 2,6 milhões de adultos e 244 mil adolescentes fizeram uso desta droga. Pelos números se pode notar o quão grave é o problema, sem qualquer indicação de haver perspectiva de controle ou solução.

Os mesmos equívocos do Ministério da Saúde, adotados por uma política elaborada há 10 anos, se mantêm, dentre os quais, o engessamento da assistência de drogados só pela via dos CAPS. Todos sabemos que haverá um momento no manejo dos enfermos que haverá necessidade de internação e outras abordagens, mas parece que o Ministério da Saúde resiste a idéia de criação de centros especializados nestes tratamentos.

Um outro aspecto importante poderia ser a implantação de uma grande rede de ambulatórios distribuídos pela cidade para atender os pacientes em diferentes graus de comprometimento da doença.

Onde estão os investimentos em prevenção ao uso de drogas através de uma rede de referência articulada com outros níveis de assistência para proteger estes enfermos?   Por onde andam os investimentos em capacitação de mão de obra especializada para atender estes enfermos e suas famílias.

Enfim sugestões não faltam para dotar este país de ferramentas adequadas para o enfrentamento do uso e tráfico de drogas. Isso não significa que o que se está fazendo não tenha valor ou importância. Acho, inclusive, que avançamos muito no sentido do enfrentamento do problema, porém os gestores públicos poderiam oferecer mas alternativas preventivas e assistenciais pra o controle efetivo médico e social da situação do uso de drogas em nosso país.

 

 

 

 

 

Sobre Drogas, para onde nosso país quer ir?

              Semana passada foi criada no país mais uma entidade, formada por políticos, empresários, cineastas, intelectuais e outros profissionais, com o propósito de examinar a problemática das drogas e buscar saídas mais honrosas para o enfrentamento do problema nacional. Para tanto, pretendem estabelecer um canal aberto com a sociedade para o debate.

           Acho, particularmente, uma iniciativa oportuna, considerando que, pela complexidade do assunto, uma das grandes saídas é fomentar um amplo e profundo debate para que todos possam manifestar suas opiniões sobre os pontos ambíguos e obscuros, que pairam sobre o assunto.

              A proposta do grupo, batizada como rede “Pense Livre”, é eleger quatros temas prioritários, que passarão a reger as discussões. Entre eles, estão a liberação do consumo de todas as drogas e, ao mesmo tempo, investir em abordagem de saúde pública, regular o uso medicinal e autocultivo da cannabis para consumo pessoal, investir em programas para a juventude em risco e viabilizar pesquisas médicas e científicas com todas as drogas.

             Um dos mais importantes membros do grupo é o Sr. Fernando Henrique Cardoso, que já manifestou, por inúmeras vezes, seu ponto de vista favorável à descriminalização do uso das drogas. Na mesma linha de pensamento está a Comissão que propôs a reforma do Código Penal Brasileiro.

           Por outro lado, recentemente, a Universidade Federal de São Paulo e o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Políticas Públicas do Álcool e Drogas nos informam que pelo menos 2,8 milhões de pessoas no Brasil usaram cocaína de forma inalada ou fumada, via consumo de crack ou de oxi, nos últimos 12 meses. Esses números transformam o País no segundo principal mercado consumidor de cocaína do mundo, atrás só dos Estados Unidos, onde 4,1 milhões usaram cocaína no último ano. Caso sejam considerados somente os que consumiram crack, o total chega a 1 milhão de pessoas no País, o que torna o Brasil o principal mercado consumidor do planeta.

          A pesquisa nos diz, ainda, que em relação ao mercado de cocaína, o Brasil fica à frente, até mesmo, de continentes inteiros como a Ásia, onde 2,3 milhões de pessoas usaram cocaína no mesmo período. No Reino Unido, que ocupa a terceira posição no número de consumidores, há 1,1 milhão de usuários. Sobre isso, em uma reportagem importante, o  jornalista Bruno Paes Manso, do Jornal O Estado de S. Paulo, diz claramente que o mapa da dependência química entre nós  é dramático e assustador. A trágica liderança do Brasil no mercado mundial de entorpecentes traz gravíssimos problemas de segurança pública, saúde e assistência social, decorrentes do consumo de drogas. Diz ainda o ilustre jornalista o hediondo mercado das drogas está, de fato, dizimando a juventude. Ele avança e vai ceifando vidas nos barracos da periferia abandonada e no auê dos bares e boates frequentados pela juventude abonada. Movimenta muito dinheiro. Seu poder corruptor anula, na prática, estratégias meramente repressivas.

         A prevenção e a recuperação, as únicas armas eficazes no médio e no longo prazos, reclamam um apoio mais efetivo do governo e da iniciativa privada às instituições sérias e aos grupos de autoajuda que lutam pela reabilitação de dependentes.

         Eis a questão, o debate está posto, e retorna com força total para se definir para onde levaremos nosso país. Por um lado, alguns teóricos propõem a descriminalização do uso de drogas em um país que já tem índices altíssimos de consumo, que, com a liberação ou descriminalização, fatalmente aumentará. Por outro lado, relevantes achados científicos mostram um quadro preocupante quanto ao uso dessas drogas. Então, meus amigos, temos mais um problema com que nos preocupar, qual seja, o de se definir para onde levaremos o nosso Brasil diante da terrível questão do uso de drogas

Consumo de Álcool e Depressão na Gravidez

Ruy Palhano Silva

Psiquiatra

Ao longo de 2010 publiquei alguns artigos neste Jornal demonstrando que o consumo de álcool na gestação é uma das condições que mais causam problemas de saúde a mãe e ao feto e um dos que mais tem merecido a atenção dos investigadores. Um destes problema psicofisiológicos ocasionados pelo consumo de álcool na gravidez  é o denominado de Síndrome Fetal Alcoólica – SAF, condição grave neuropsicológica que afeta o comportamento, o desenvolvimento neuromotor e psicossocial do bebe em desenvolvimento.

Em outro artigo tratei da depressão pós-parto uma condição médica relevante não menos grave e razoavelmente frequente neste momento da vida das mulheres. Essa situação que se revela, entre outras coisas, por uma aversão inexplicável da mãe pelo seu filho em uma ocasião em que normalmente todas as mulheres o que mais querem é estar junto com seus filhos, por isto mesmo se sentem muito deprimidas ao ponto de apresentarem entre outras coisas, idéias suicidas. 

            Atualmente muitos estudos têm revelado outro fato clínico também muitíssimo importante, qual seja episódios depressivos no curso da gestação, entre consumidoras de álcool. Fenômeno diferente da depressão pós- parto, pois nesta condição o consumo de álcool pode ou não estar presente. Os estudos revelam que existe uma associação direta entre o surgimento de sintomas depressivos na gravidez e no pós-parto associados ao aumento de ingestão de bebidas alcoólicas.

            As mulheres mais vulneráveis são as que bebem pelo menos uma vez em binge (beber em binge é caracterizado pela ingestão de cinco ou mais doses alcoólicas em uma única ocasião) e como se sabe uma dose de bebida alcoólica contém 12 gramas de álcool puro. “Uma lata de cerveja, por exemplo, contém uma dose de álcool”.

Estudo mostra que mulheres que bebem ao longo dos 09 meses de gestação em does até 163,7 gramas de álcool que corresponderia a algo em torno de 14 doses de bebidas neste período estão mais sujeitas a apresentarem quadros de depressão em torno de 20% e 14,7% se mostram deprimidas no pós-parto.

Clinicamente as pacientes apresentam os sintomas clássicos da depressão: tristeza acentuada, desânimo, desinteresse apatia retraimento social e anedonia, caracterizada pela perda de interesse e prazer sobre o que faz. Alterações de apetite e de sono, cansaço excessivo, falta de energia e dificuldades de concentração e na memória fazem parte do grupo de sintomas secundários. Há quadros graves onde as gestantes apresentam episódios de depressão com tendência suicida. Portanto o melhor mesmo é não beber na gestação.

 

Política Nacional sobre Drogas e Uso de Cocaína e Crack

Mais uma vez o consumo de cocaína  crack ocupa o centro de nossa atenção através dos principais noticiosos do país e desta feita a partir da publicação dos resultados de uma importante pesquisa sobre o consumo desta e de outras drogas realizada pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Políticas Públicas do Àlcool e outras Drogas – INPAD e Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP.  

Recentimente a Organização Mundial da Saúde-OMS publicou outro documento sobre o consumo desta drogas no mundo e pelos dados estima-se que, no mundo, 13,3 milhões de pessoas que representa 0,3% da população acima de 15 anos, consumam regularmente cocaína. Dados deste ano da Organização das Nações Unidas – ONU sobre ouso de drogas revelou que o consumo de cocaína entre os nove países da América do Sul foi descrito como “estável”, porém, em nosso país, houve aumento do consumo de 1%, em 2001, para 2,6%, em 2005, pela população entre 15 e 64 anos.

Os dados da pesquisa da UNIFESP mostram que aproximadamente 6 milhões de brasileiros, que corresponde a 4% da população adulta, já experimentaram cocaína em diferentes formas (merla, crack ou oxi ) e 3% deste consumo se deu entre adolescentes, perfazendo um total de 442 mil jovens. No último ano 2,6 milhões de adultos e 244 mil adolescentes fizeram uso desta droga.

Provavelmente, em razão deste crecimento no consumo desta drogas entre nós, raros são os dias que não sao anunciados fatos sobre este assunto: ora sobre a audácia dos tráficantes de drogas, ora sobre os crimes cometidos a pretexto do uso de drogas, ora sobre a insegurança social com que vivem as famílias que não sbem o que fazer para evitar que seus filhos adentrem no mundo do uso de drogas. E, por fim as constantes queixas de familiares que não sabem pra onde levar seus filhos dependentes de drogas pelas deficiências na rede de assistência a estes enfermos.

Considero a situação da (des)assistência a mais grave de todas pelo estado caótico que se encontra e isto é atribuído à deficiência de políticas públicas que tratam deste assunto. As principais deficiências são: de mão de obra qualificada e especializada para lidar com estes pacientes; pela ideologia capcentrista que atribui aos CAPS ( Centro de Atenção Psicossocial) a prerrogativa única de acolher e cuidar destes pacientes; pelos parcos recursos financeiros que limitam os paciente ao acesso de tecnologias médicas e farmacológicas mais avançadas para garantir seu tratamento; e, finalmente, pela própria deficiência técnica e operacional da própria rede de assistência a estes enfermos fato que não garante eficiência e abrangência nestes tratamentos.

Como resultado destas mazelas, apontadas acima, o que vemos são dependentes de álcool e de outras drogas a mercê da sorte, o aumento no consumo destas drogas, pessoas se drogando cada vez com menos idade e famílias sem saber a quem recorrer na busca de auxilio aos seus doentes. Faz-se mister portanto maior compormisso dos orgãos públicos,  especialmente os que tratam diretamente destas questões, no sentido de ficarem mais atentos e procurarem corrigir esta distorções que tanto maltratam e prejudicam a vida de tanta gente.

Felizmente nem tudo são espinhos, como diria Cleoud Oliverstane, pois um setor que merece todos os nossos elogios e aplausos são os realizados pelas polícias de nosso país que trabalham com afinco no controle do trafico ilícito de drogas, estou me referindo às polícias, civil, militar e particularmente a Polícia Federal, que se mostra cada vez mais eficiente  no desbaratamento das quadrilhas de traficantes, apesar das deficiencias que todos sasbemos que existem principalmente quanto aos recursos financeitos e as deficiências de pessoal especializado para o combate deste tido de crime.  

 

 

Ciúme doentio

Nas relações humanas o ciúme é um dos fenômenos mais comum que ocorre emdiferentes etapas da vida, podendo-se considerá-lo uma experiência normal euniversal que surge em diferentes formas de relacionamentos. É definido como umacondição caracterizada por pensamentos, emoções e sentimentos de ameaça e percasde algo muito querido e desejado. O tema dominante do ciúme é suspeição da infidelidade do parceiro, podendo ocasionar sofrimento para os membros da relação.

Inúmeros estudos realizados em diferentes países e com diferentes populações indicam a presença do ciúme em boa parte dos pesquisados. É um fenômeno que pode aparecer ante uma imensa diversidade de situações, sendo comum em relacionamentos amorosos, entre filhos, pais e filhos, amigos e parentes.

Há níveis diferentes de se experimentar o ciúme, de tal forma que nem sempre esta experiência é patológica. Há ocasiões em que o ciúme tempera a relação e favorece a aproximação entre as pessoas de tal forma que em sua falta total o conflito se manifesta. Este tipo de ciúme é considerado normal ou funcional onde caso haja qualquer conflito por sua presença, uma boa conversa sempre resolve.

Todavia, quando esta fronteira é ultrapassada e a relação é formalmente afetada por dor, desconfiança mórbida, violência e sofrimento entre os envolvidos na relação aí estamos diante do ciúme doentio ou patológico. Este tipo de ciúme se expressa de forma heterogênea, através de idéias obsessivas, idéias prevalentes ou até mesmo atividade delirante. Este tipo de ciúme pode se constituir como um sintoma de diferentes doenças, como transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), transtorno delirante, transtorno de personalidade, transtornos graves do humor, esquizofrenia e alcoolismo.

O ciúme patológico pode coexistir em pacientes internados em hospitais psiquiátricos em uma faixa de 1,1 % deles e a prevalência diagnóstica é a seguinte: psicoses orgânicas (doenças cérebro-vasculares, demências etc.) 7%; distúrbios paranóides 6,7%; psicoses alcoólicas 5,6% e esquizofrenias 2,5%.

Em pacientes ambulatoriais está muito presente entre os quadros de depressivos, ansiosos e obsessivos. A maioria absoluta dos portadores de ciúme patológico, entretanto, não está dentro dos hospitais, nem nos ambulatórios e sim nas ruas especialmente entre casais e muitos destes portadores deste tipo de ciúme estão sem tratamento médico e quando procura o especialista a relação já se encontra muito desgastada, restando tão somente a separação pela impossibilidade de recuperar a convivência.

Entre os dependentes de álcool é muito comum apresentarem delírios de ciúme, sintoma que pode ser considerado como característico do alcoolismo, especialmente entre alcoólicos crônicos. Neste caso a impotência sexual comum entre alcoólatras é um importante fator no desenvolvimento de idéias de infidelidade, sentimentos de inferioridade e rejeição. A prevalência do ciúme patológico no alcoolismo é muito alta e gira em torno de 34%. A evolução comum do ciúme patológico como sintoma do alcoolismo, pode ser, inicialmente, apenas durante a intoxicação alcoólica e, posteriormente, também nos períodos de sobriedade. Nas mulheres, fases de menor interesse sexual ou atratividade física, como ocorre na gravidez e menopausa, produz redução da auto-estima, aumentando a insegurança e a ocorrência do ciúme patológico.

Por se tratar de uma condição mórbida o portador de ciúme patológico deve sempre procurar tratamento médico e psicossocial, só assim estas pessoas podem se recuperar. A utilização de medicamentos é uma estratégia importante especialmente quando este ciúme é secundário a outros transtornos mentais: dependência de drogas, alcoolismo, depressões graves, quadros psicóticos esquizofrênicos etc. As psicoterapias se constituem armas poderosas na recuperação destes enfermos especialmente as terapias cognitivo – comportamentais – TCC.

Insônia e Doença Mental

            É certamente uma das piores queixas que alguém pode apresentar em uma consulta médica o fato de se ter dificuldades de dormir, ter uma noite mal dormida ou um sono atrapalhado. As alterações logo se apresentam no dia seguinte: indisposição geral, cansaço matinal, irritabilidade exagerada, dores de cabeça, indisposição, mau humor e muitos outros sintomas em geral muito desagradáveis. E, se a insônia se sucede estes sintomas se agravam ao ponto das noites se transformarem em “verdadeiros tormentos”.  

            Desde a antiguidade clássica que a insônia desperta grandes interesses e curiosidades. Filósofos e médicos como Hipócrates relacionava a insônia a aborrecimento e à tristeza, enquanto Aristóteles tinha mais interesse nos estudos da fisiologia do sono, acreditando que o sono era uma condição necessária para a manutenção da percepção. Desta época pra cá muitos outros estudos sobre o sono foram se desenvolvendo ao ponto de considerá-los atualmente como uma das mais importantes estudos da neurofisiologia e da medicina.

            Do ponto de vista funcional os distúrbios do sono são classificados em 04 categorias, estando as insônias na categoria das Dissonias. Que são distúrbios que refletem anormalidades na quantidade, qualidade ou tempo de sono. Neste grupo estão também as hipersônias, narcolepsias, pesadelos, terror noturno, sonambulismo, entre os principais distúrbios.

Entre estes distúrbios a insônia é um dos mais referidos, em torno de 20% dos adultos sendo mais comun entre mulheres. É incomum entre crianças e adolescentes, aparece geralmente no adulto jovem (entre 20 e 30 anos) e se intensifica gradativamente, sendo muito frequente entre os idosos.

            Clinicamente temos a insônia primária onde sua prevalência anual gira em torno de 30 a 40% entre os adultos. Em clínicas especializadas em transtornos do sono, aproximadamente 15 a 25% dos indivíduos com insônia crônica recebem o diagnóstico de Insônia Primária. Neste tipo de insônia a queixa principal é a dificuldade para iniciar ou manter o sono, que dura em geral no mínimo 1 mês e causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social ou ocupacional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo.

Temos ainda insônias secundárias onde a insônia é sintomas de um transtorno médico, psicológico ou social subjacentes: depressões, distress, transtornos de ansiedade, distúrbios ocupacionais, abuso de álcool e de outras drogas, bem como outros transtornos médicos de diferentes naturezas podem também alterar a fisiologia do sono provocando insônias graves.

            Clinicamente há três tipos de insônias: insônia inicial, intermediária e a final. A inicial é muito frequente e a que mais comumente aparece como queixa nos consultórios. Nesta a pessoa tem dificuldade de começar a dormir passando horas rolando na cama e o sono não chega. É uma situação angustiante e incomoda demais as pessoas. Esta situação pode estar relacionada a pessoas ansiosas, excessivamente preocupadas que estejam passando por problemas recentes ou são reações iniciais de episódio depressivo.

            A insônia intermediaria é aquela em que a pessoa inicia seu sono, porém na madrugada não dorme mais ou fica acordando várias vezes na noite, tendo um sono interrompido fazendo com que no dia seguinte a pessoa tenha a sensação de não ter dormido nada. E por último a insônia terminal na qual a pessoa acorda no raiar do dia e não consegue mais dormir. Este tipo é comum e muito angustiante observdo em paciente portadores de depressões graves.

A evolução dos meios de diagnóstico das insônias e o surgimento de modernos tratamentos farmacológicos e não farmacológicos destes distúrbios vieram ajudar muito o seu tratamento. Em princípio deve-se sempre buscar as causas da insônia seja ela primaria ou secundária, para orientar seu tratamento.  O uso de medicamentos nem sempre é o único recurso e se houver opção por este, deve-se sempre ter muita cautela para evitar que os portadores de insônias não fiquem viciados em hipnóticos.

 

 

 

Vacina promete fim do vício em cigarro; pneumologista faz alerta

 
A vacina desenvolvida pelos pesquisadores americanos tem a intenção de evitar que jovens comecem a fumar Foto: Getty ImagesA vacina desenvolvida pelos pesquisadores americanos tem a intenção de evitar que jovens comecem a fumar

Cientistas da Universidade de Cornell, nos Estados Unidos, criaram uma vacina que bloqueia a ação da nicotina no organismo. No experimento, por enquanto testado em camundongos, o indivíduo vacinado recebe anticorpos que o impedem de sentir prazer ao fumar, já que eles bloqueariam a entrada da nicotina no cérebro. As informações são do Daily Mail.

Durante a investigação, os ratos vacinados receberam doses de nicotina, porém, os anticorpos impediram que 85% delas chegassem ao cérebro, sem que houvesse prejuízos comportamentais. Uma das intenções da pesquisas é evitar o surgimento de novos fumantes, principalmente os mais jovens.

Irma de Godoy, pneumologista da  Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Botucatu, diz que ainda não é possível afirmar que a eficiência da descoberta, já que não garante que a quantidade de anticorpos produzidos seja suficiente para impedir a chegada da nicotina ao cérebro.

“Na verdade, a nicotina não é só dependência física, mas é também comportamental. Não se pode garantir que a pessoa vá parar de fumar só por isso. O tratamento tem que ter outras abordagens associadas”, completa a especialista brasileira.

A pesquisa está em estágio inicial e deve demorar ao menos 5 anos para chegar ao mercado.

Insônia e Doença Mental

           É certamente uma das piores queixas que alguém pode apresentar em uma consulta médica o fato de se ter dificuldades de dormir, ter uma noite mal dormida ou um sono atrapalhado. As alterações logo se apresentam no dia seguinte: indisposição geral, cansaço matinal, irritabilidade exagerada, dores de cabeça, indisposição, mau humor e muitos outros sintomas em geral muito desagradáveis. E, se a insônia se sucede estes sintomas se agravam ao ponto das noites se transformarem em “verdadeiros tormentos”.

            Desde a antiguidade clássica que a insônia desperta grandes interesses e curiosidades. Filósofos e médicos como Hipócrates relacionava a insônia a aborrecimento e à tristeza, enquanto Aristóteles tinha mais interesse nos estudos da fisiologia do sono, acreditando que o sono era uma condição necessária para a manutenção da percepção. Desta época pra cá muitos outros estudos sobre o sono foram se desenvolvendo ao ponto de considerá-los atualmente como uma das mais importantes estudos da neurofisiologia e da medicina.

Do ponto de vista funcional os distúrbios do sono são classificados em 04 categorias, estando as insônias na categoria das Dissonias. Que são distúrbios que refletem anormalidades na quantidade, qualidade ou tempo de sono. Neste grupo estão também as hipersônias, narcolepsias, pesadelos, terror noturno, sonambulismo, entre os principais distúrbios.

Entre estes distúrbios a insônia é um dos mais referidos, em torno de 20% dos adultos sendo mais comun entre mulheres. É incomum entre crianças e adolescentes, aparece geralmente no adulto jovem (entre 20 e 30 anos) e se intensifica gradativamente, sendo muito frequente entre os idosos.

Clinicamente temos a insônia primária onde sua prevalência anual gira em torno de 30 a 40% entre os adultos. Em clínicas especializadas em transtornos do sono, aproximadamente 15 a 25% dos indivíduos com insônia crônica recebem o diagnóstico de Insônia Primária. Neste tipo de insônia a queixa principal é a dificuldade para iniciar ou manter o sono, que dura em geral no mínimo 1 mês e causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social ou ocupacional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo.

Temos ainda insônias secundárias onde a insônia é sintomas de um transtorno médico, psicológico ou social subjacentes: depressões, distress, transtornos de ansiedade, distúrbios ocupacionais, abuso de álcool e de outras drogas, bem como outros transtornos médicos de diferentes naturezas podem também alterar a fisiologia do sono provocando insônias graves.

Clinicamente há três tipos de insônias: insônia inicial, intermediária e a final. A inicial é muito frequente e a que mais comumente aparece como queixa nos consultórios. Nesta a pessoa tem dificuldade de começar a dormir passando horas rolando na cama e o sono não chega. É uma situação angustiante e incomoda demais as pessoas. Esta situação pode estar relacionada a pessoas ansiosas, excessivamente preocupadas que estejam passando por problemas recentes ou são reações iniciais de episódio depressivo.

A insônia intermediaria é aquela em que a pessoa inicia seu sono, porém na madrugada não dorme mais ou fica acordando várias vezes na noite, tendo um sono interrompido fazendo com que no dia seguinte a pessoa tenha a sensação de não ter dormido nada. E por último a insônia terminal na qual a pessoa acorda no raiar do dia e não consegue mais dormir. Este tipo é comum e muito angustiante observdo em paciente portadores de depressões graves.

A evolução dos meios de diagnóstico das insônias e o surgimento de modernos tratamentos farmacológicos e não farmacológicos destes distúrbios vieram ajudar muito o seu tratamento. Em princípio deve-se sempre buscar as causas da insônia seja ela primaria ou secundária, para orientar seu tratamento.  O uso de medicamentos nem sempre é o único recurso e se houver opção por este, deve-se sempre ter muita cautela para evitar que os portadores de insônias não fiquem viciados em hipnóticos.

 

 

 

Confira 10 maneiras naturais de aliviar o estresse

 Foto: Getty Images

A massagem relaxa os músculos tensos, reduz a dor e melhora a circulação, detalhes que podem fazer maravilhas para a mente. O estresse pode levar à pressão alta, obesidade, doenças cardíacas, ansiedade, depressão. Que tal tentar se livrar dele de maneira natural? Confira abaixo 10 dicas listadas pelo médico Manny Alvarez no site da Fox News:

Maracujá: a fruta é considerada um remédio popular para ansiedade e insônia, e alguns têm demonstrado que pode ser comparado à eficácia de benzodiazepínicos, que são usados para tratar o estresse. Embora não esteja comprovado, acredita-se que aumenta os níveis de um produto químico chamado ácido gama-aminobutírico no cérebro, o que diminui a atividade de algumas células do órgão, fazendo com que se sinta relaxado.

Massagem: relaxa os músculos tensos, reduz a dor e melhora a circulação, detalhes que podem fazer maravilhas para a mente.

Meditação: reservar 15 a 30 minutos por dia para meditar é fundamental. Esse tempo permite que seus pensamentos corram livres ou se concentrar apenas na sua respiração.

Exercícios físicos: a atividade física funciona como a meditação, porque fornece tempo para estar a sós com seus pensamentos. Também libera endorfinas no cérebro, o que melhora o seu humor. Ainda previne obesidade e outros problemas de saúde, dando-lhe menos motivos para ficar estressado.

Organize sua vida: organização oferece sensação de controle e paz de espírito. Se você é o tipo de pessoa que está sempre cheio de coisas para fazer, monte uma lista para se lembrar de tudo. Caso a casa esteja bagunçada, tire um tempo para colocar ordem nas coisas. Estudos têm demonstrado que simplesmente ver a desorganização pode nos deixar instáveis.

Coma de maneira saudável: alimentos saudáveis, como grãos integrais e proteínas, podem melhorar o humor e fornecer energia para enfrentar o dia a dia. As iguarias que são especialmente eficazes contra o estresse são mirtilo (blueberry), salmão, amêndoa. Lembre-se de que excesso de cafeína pode deixá-lo nervoso e ansioso.

Limite o uso de internet e celular: desconecte-se nos momentos de folga. Permita-se viver o momento sem ficar se lembrando dos problemas do trabalho, por exemplo. Fora isso, é importante cortar o uso de aparelhos eletrônicos durante a noite para evitar insônia.

Vitaminas B: promovem o funcionamento adequado do sistema nervoso e do cérebro, assim como ajudam a induzir o relaxamento e combater a fadiga. De fato, os indicadores de deficiência de vitaminas B incluem irritabilidade, depressão e apatia. Portanto, invista em alimentos ricos em vitaminas B, como grãos de cereais, feijão, ervilha, nozes, fígado, ovos e produtos lácteos.

Aromaterapia: em alguns casos, a inalação de determinados aromas apresenta efeitos de alívio de tensão imediatos por meio do aumento do humor, reduzindo a ansiedade e auxiliando a concentração. Especialistas explicam que os cheiros podem estimular o sistema límbico, que, por sua vez, libera substâncias químicas que afetam o cérebro, promovendo sensações de relaxamento, calma, amor e emoção. Os óleos populares para alívio do estresse e fadiga mental são lavanda, cipreste e alecrim.

Dormir: o sono é o redutor de estresse natural mais importante. Pouco sono torna as pessoas irritadas e, muito, lentas e deprimidas. Encontre o equilíbrio. Não pratique atividade física três horas antes de se deitar, tome banho quente e aposte em alimentos que contêm triptofanos, um precursor para a criação de melatonina: carboidratos, banana, amendoim, figo, leite.

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