Quando vi essa cena em pleno início da tarde desta terça-feira (30), com sol a pino fiquei sem entender. Funcionários da Prefeitura de São Luís (ou de alguma empresa que presta serviço para ela) jogando água em uma duna na avenida Litorânea. A intenção deles, ou de quem mandou executar o trabalho, foi conter o avanço da areia para o asfalto, mas de imediato tive a sensação de ver aquelas pessoas “enxugando gelo”.

De que adianta jogar água naquela duna com um sol escaldante? É praticamente certo que todo o trabalho vai ser perdido em poucos minutos. Não existe outra forma de evitar aquela situação? Retirar a areia da pista durante à noite não resolveria? Usar uma vegetação adequada para aquele tipo de solo não resolveria?

Foi aí que lembrei também de um provérbio japonês que diz o seguinte: “ganhar dinheiro é como cavar com um alfinete na areia, perder dinheiro é como jogar água na areia.” E foi isso que vi. Vi a população de São Luís perdendo dinheiro ao pagar seus impostos e ver esse recurso sendo desperdiçado dessa forma… literalmente como água jogada na areia. Isso sem contar que a água utilizada para o serviço era água doce, ou seja, poderia ser usada para molhar as plantas dos canteiros e rotatórias da cidade.

Como dica para o prefeito João Castelo sugiro conhecer um estudo de professores do Departamento de Botânica, Ecologia e Geologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Lá eles elaboraram um projeto para conter a invasão da areia para as ruas da cidade.  Foram usadas as chamadas espécies fixadoras. Para quem não conhece, é aquela vegetação rasteira que cobre as dunas. Que tal o prefeito botar o pessoal do Impur para trabalhar? Esse tipo de planta pode ser produzida a partir de mudas retiradas da própria natureza.