MARCHINHAS VERSÃO 2018

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artigo publicado no jornal O estado do Maranhão

 

Tempos atrás o Carnaval era  exclusivo das marchinhas e sambas que fazem sucesso até hoje.

O  carnaval em si  não mudou tanto, os tempos é que são outros. Os costumes, estes sim, evoluíram rapidamente, talvez para pior. Se as marchinhas fossem escritas hoje, seriam como segue, ao invés de:

1.Ontem:” Olha a cabeleira do Zezé. Será que ele é, será que ele é? Será que ele é bossa nova, será que ele é Maomé. Parece que é  transviado, mas isso não sei se ele é”.

Hoje: Olha a cabeleira do Vital

Será que ele é, será que ele é.

Será que ele é dançarina, será que ele é  travesti

Parece que ele é tudo isso, mas nem isso eu sei se ele é.

 

 

  1. Ontem: “Oh, jardineira, por que estás tão triste? Mas o que foi que te aconteceu? Foi a camélia que caiu do galho, deu dois suspiros, depois morreu!”.

Hoje: Oh, periguete, por que estás tão triste?

Mas o que foi que te aconteceu

Foi o coroa que quebrava teu galho

Deu dois suspiros, depois morreu.

 

  1. Ontem: “Se você fosse sincera, ô ô Ô Aurora, ai meu Deus que bom que era, ô ô Ô , Aurora. Um lindo apartamento com porteiro e elevador e ar refrigerado para os dias de calor. Madame antes do nome, você teria agora,  ô ô Ô Aurora!”

Hoje: Se você fosse galinha, oooô, Aurora

Ai meu Deus que bom que era, ô ô Ô Aurora!

Um apê de  cobertura ,com cinema e boate.

E um personal training pra teus dias de calor

Um chifre bem na testa, eu ostentaria agora

Oooô, que Aurora!

 

4.Ontem: ”Mamãe, eu quero, mamãe, eu quero, Mamãe, eu quero mamar. Dá a chupeta, dá a chupeta, dá a chupeta pro bebê não chorar. Dorme filhinho do meu coração, pega a mamadeira e vem entrar no meu cordão, eu tenho uma irmã que se chama Ana, de piscar o olho já ficou sem a pestana.”

Hoje: (Nos salões do poder público)

Mamãe eu quero, mamãe eu quero  roubar

 Me  dá a propina, me dá a propina, dá a propina pro bebê não chorar.

 Dorme justiça, do meu coração,

Pega a propina vem entrar no meu cordão,

Só de ficar vendo tanta mala de dinheiro,

O meu olho viciou parecido ao CerverÓ.

 

 

 

5.Ontem: ”Solteira eu não quero. Casada traz complicação. A viúva tem saudade, a desquitada é a minha solução”.

Hoje: Hetero eu não quero,

Homossexual traz complicação

Sexo virtual pode dar cadeia

Transsexual é a minha solução.

 

6.Ontem: ”Vestiu uma camisa listrada e saiu por aí , em vez de tomar chá com torrada ele bebeu Parati. Levava um canivete no cinto e um pandeiro na mão, e saiu dizendo mamãe eu quero mamar, mamãe eu quero mamar, mamãe eu quero mamar  !”

Hoje: Pegou sua moto incrementada e saiu por aí

Em vez de tomar chá com cachaça cheirou um monte de pó

Levava um  pistola no cinto e um celular na mão

E saiu dizendo ao chefe da gangue: Pai eu quero matar, papai eu quero matar, papai eu quero matar!

 

5.Ontem: As águas vão rolar, garrafa cheia eu não quero ver sobrar, eu passo mão na saca, saca, saca rolha, e bebo até me afogar. Se a polícia por isso me prender, mas na última hora me soltar, eu passo a mão no saca, saca, saca rolha ninguém me agarra, ninguém me agarra

Hoje: (cantada pelos batalhões das blitzes )

As multas vão rolar,

Papudinho  hoje eu quero ver soprar

Eu passo a mão no  bafômetro e empurro

Até o coitado se afogar!

Se o desgraçado pedir pra não prender

E vier me implorar para soltar

Eu passo a mão no cassetete e enfio nele

Ninguém me agarra, ninguém me agarra!

[email protected]

 

José Ewerton Neto é autor de

O ABC bem humorado de São Luis

 

 

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